Propedeutica das hemorragias digestivas
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Hemorragias Digestivas Hemorragias Digestivas Altas (HDA) Hemorragias Digestivas Baixas (HDB)
LIGAMENTO DE TREITZ - estrutura fibrosa que fixa a junção duodenojejunal à parede posterior do abdomen.
ângulo DUODENO JEJUNAL
Hemorragia Digestiva Alta
Sangramentos proximais ao ligamento deTreitz, ou flexura duodeno-jejunal que marcaa junção entre o duodeno e o jejuno.
Localizadas no esôfago, estômago e duodeno:
85% das hemorragias digestivas são altas
Hemorragia Digestiva Alta: Sintomas mais frequentes:
Hematêmese – vômitos com sangue vivo ou em borra de café
Melena - fezes enegrecidas, com aspecto de piche, que aderem ao vaso sanitário e têm odor fétido.
Em torno de 50 a 100 ml de sangue são suficientes para surgir melena. A melena poderá persistir até por 48-72 horas após cessar o sangramento.
Eventualmente, pode ser encontrada em sangramentos do delgado e de cólon direito, quando o trânsito intestinal está lento.
Sangramento oculto - detectado pela pesquisa de sanguenas fezes ou por anemia persistente
Hemorragias Digestivas Altas - HDA Confirmação de HDA
Sondagem nasogástrica:
Poderá auxiliar da seguinte forma: a presença no aspirado de sangue vivo ou em borra-de-café confirma HDA.
A aspiração negativa não afasta totalmente HDA, pois pode se tratar de sangramento duodenal com manutenção do piloro fechado (pode representar até 10% das HDAs).
Se no aspirado gástrico vem líquido biliar, sem sangue, mostra que houve aspiração também de conteúdo duodenal e não há HDAA presença no aspirado de sangue rutilante traduz hemorragia ativa e um prognóstico mais grave
Hemorragia Digestiva Baixa
Sangramentos distais ao ligamento deTreitz
Localizadas no restante do tubo digestivo:Jejuno, íleo, ceco, colon e reto
15% das hemorragias digestivas são baixas95 a 97% das hemorragias digestivas baixas são do intestino grosso
Sintomas mais frequentes:
Hematoquezia - sangue vivo nas fezesEm geral proveniente do reto ou ânusO sangue fica em torno das fezes, mas não se mistura com elasPode gotejar, após evacuação em pequena quantidade
Enterorragia – maior volume e as fezes são constituídas do próprio sangue, podendo haver coágulos Em 10% das vezes ocorrem sangramentos maciços, > 1.000 ml, os quais cursam com instabilidade hemodinâmica, frequentemente
◦Sangramento Oculto – detectado pela pesquisa de sanguenas fezes ou por anemia persistente
Hemorragia Digestiva Baixa:
Hemorragias Digestivas Altas
Pode confundir com:Vômitos decorrentes de estase gástrica;Fezes avermelhadas por ingestão de beterraba;Fezes enegrecidas por ingestão de sais de ferro ou bismuto,Alimento contendo sangue animal, Sangramento da cavidade oral, Epistaxe ou hemoptise.
Nesses casos, não há as demais características da melena, tais como o odor característico e aderência ao vaso sanitário.
Hemorragias Digestivas
Em ambas pode haver:
Sintomas e sinais de perda volêmica:- Fraqueza- Dispnéia- Lipotimia - Sudorese- Hipotensão e taquicardia - Choque – podem preceder a exteriorização
Hemorragias Digestivas
A propedêutica visa responder 3 importantes questões:
- Volume de sangue perdido
- Local do sangramento
- Causa do sangramento (etiopatogenia)
Critérios Clínicos de Alto Risco
• Idade acima de 60 anos• Doenças graves associadas• Hospitalizações frequentes• Hematemese ou enterorragia de vulto• Melena persistente
• Hipotensão ortostática• Pressão sistólica < 100 mm Hg• Pulso > 100 bpm• Ressangramento• Transfusões - >4U nas primeiras 24h e acima de 8 após
ressangramento
Sinais de alerta na história clínica:Uso corriqueiro de AINES, AAS e bebida alcoólica
Cirurgias prévias do trato gastrointestinal
Procedência de área endêmica de esquistossomose
Histórico de dispepsia e epigastralgia
História de vômitos repetitivos
Quadro consumptivoHistória de hematêmese, melena, hematoquezia
Achados no exame físico:Sinais de hipertensão porta: hepatoesplenomegalia, icterícia, ascite, circulação colateral, aranhas vasculares
Discrasias sanguíneas: petéquias, púrpura
Neoplasias: Massa abdominal, linfonodo supraclavicular
Sinais de perda sanguínea: palidez, síncope, dispnéia, taquicardias
Dor abdominal
HDB - Achados na história clínica:Hematoquezia – pequenos sangramentos
Diarréia persistente
Obstipação persistente, por x alternando com diarréia
Emagrecimento
Dor abdominal de repetição sem causa definida
Queixas anais
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Historia e exame físico
Anuscopia / toque retal
retossigmoidoscopia flexível
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDAEnteroscopiaColonoscopiaCápsula
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDAColangio PREEnteroscopiaColonoscopiaCapsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDACPREEnteroscopiaColonoscopiaCapsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDACPREEnteroscopiaColonoscopiaCápsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDACPREEnteroscopiaColonoscopiaCapsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDACPREEnteroscopiaColonoscopiaCapsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
1 – Endoscopia
2 – Enema opaco
3 – Imagens radionucleares
4 – Angiografia
5 – Outros
EDACPGEEnteroscopiaColonoscopiaCapsula
TESTES DIAGNÓSTICOS
HDA - ETIOLOGIA
•Úlcera gástrica•Úlcera duodenal•Varizes de esôfago• Mallory-Weiss
Menos freqüentes
•Esofagite•Neoplasias•Gastrite erosiva•Dieulafoy• Ectasias vasculares• Gastropatia hipertensiva
Raras
•Úlcera de esôfago•Duodenite erosiva•Fistula aorto/ entérica•Hemobilia•Crohn•Não identificada
Freqüentes
Longstreth GFEpidemiology of upper GI bleedingAm J Gastroenterol 90:206 1995
OS SINTOMAS LIGADOS A CADA AGENTE ETIOLÓGICO VÃO AJUDAR NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
HDA - ETIOLOGIA
Luna e cols.Sobed – Terceira edição – 2000Estudou 5.345 pacientesHospital do Andarai, 75-88 RJ
Úlcera duodenal 31.4 %Varizes esofágicas 24.3 %Ulcera gástrica 15,0 %Lesão aguda de Muc. Gas. 12.2 %Mallory Weiss 3.4 %Blastomas 3.3 %Esofagite 2.8 %Ulcera de anastomose 1.3 %Outras 1.7 %Não determinadas 4.6 %
Patologia Incidência %
CAUSAS ESPECĺFICAS DE HDA
ESOFAGITE
Responde por 3% das HDAs
Sangramento discreto
Tratamento com IBP e medidas anti-refluxo
Poucas opções endoscópicas de tratamento
Checar medicamentos – anlodipina,alendronato.
VARIZES
•Responde por 24% das HDAs
•Variável conforme a região
•Grandes perdas
•Imediata abordagem endoscópica
•Opção de tratamento: Balão de Sengstaken-Blackmore
CAUSAS ESPECĺFICAS DE HDA
GASTRITES
Etanol
AAS
Antiinflamatórios
Stress
Sangramento discreto
Boa resposta aos IBPs
CAUSAS ESPECĺFICAS DE HDA
MALLORY WEISS
Responde por 5-10% das HDA
Apenas 30% tem história de vômito
Para espontaneamente em 80-90% xs
Tratamento: Endoscópico Cirurgia
CAUSAS ESPECĺFICAS DE HDA
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA
Varia de moderada a severa (choque)
Na maioria da vezes auto-limitada
Hospitalizações correspondem a 1/3 das HDs
Incidência > em homens (diverticulose /d. vascular)
Abordagem inicial é semelhante a HDA
POUCO FREQUENTE
•Neoplasia – Pólipos•D.I.I.•Delgado• Angiodisplasias• D. Meckel• Crohn• Fístula
HDB – ETIOLOGIA
POUCO FREQUENTE•Neoplasia – Pólipos•D.I.I.•Delgado
AngiodisplasiasD. MeckelCrohnFístula
Crohn
R.C.U. I.
HDB – ETIOLOGIA