COFFEE NEWSLETTER Ano 14 - No. 166 - 17 de maio, 2021

EDIÇÕES Nº1 A 165 PODEM SER ENCONTRADAS NO SITE: www.peamarketing.com.br 1

A SUA MELHOR FONTE DE INFORMAÇÕES SOBRE O AGRONEGÓCIO CAFÉS DO BRASIL. NESTA EDIÇÃO:

- BRASIL É O SEGUNDO MAIOR PRODUTOR DE CAFÉ PROCESSADO POR VIA ÚMIDA DO MUNDO, DEPOIS DA COLÔMBIA (pág. 3)

- COMO ELEVADORES “BARATOS” PODEM TORNAR O PROCESSAMENTO DE CAFÉ MAIS CARO (pág. 4)

MEDIDAS HIGIÊNICAS PARA PROTEGER CAFEICULTORES SENDO DISSEMINADAS NOVAMENTE

PREÇOS DO CONILON PERMANECEM ALTOS APESAR DE SAFRA RECORDE

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e outras instituições do setor estão novamente fornecendo e divulgando recomendações de saúde e segurança para a colheita de café em tempos de COVID-19. Os materiais são ilustrados e contêm informações úteis sobre medidas de higiene em transporte, equipamentos e locais de trabalho. As cartilhas podem ser acessados em: https://bit.ly/3unsEhn e https://bit.ly/33fWN6F.

Fontes: INCAPER e Emater-MG

A colheita do café Conilon já começou no Brasil e a produção é projetada em 16,6 milhões de sacas, 16% superior a 2020. A Cooabriel, a maior cooperativa de Conilon do Brasil, localizada em São Gabriel da Palha, no estado do Espírito Santo, espera receber 1,8 milhão de sacas em 2021, volume 28,6% superior ao de 2020. Embora a cooperativa tenha exportado café diretamente pela primeira vez em 2020 e suas exportações em janeiro de 2021 já tenham superado o total embarcado em 2020, ela não planeja exportar todo o café que recebe. Apesar de uma possível safra recorde, os produtores de Conilon esperam preços mais altos este ano devido ao aumento da demanda interna que provavelmente será resultado da menor produção de Arábica prevista no país.

Fontes: Money Times e Valor Econômico

90% DA SAFRA PASSADA VENDIDA ANTES DO INÍCIO DA NOVA COLHEITAAs vendas brasileiras de café da safra 2020/21 atingiram uma média de 90% do total em meados de abril – 89% em Arábica e 95% em Conilon –, quando já se inicia a colheita da nova safra em várias áreas. Isso explica o aumento recente do fluxo de vendas de café.

Fontes: Reuters e Notícias Agrícolas

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CAFÉ ESPECIAL PODE SER AFETADA PELO CLIMA ADVERSOEmbora ainda seja cedo para medir os impactos negativos do clima aquém do ideal, a produção de cafés especiais no Brasil em 2021 deverá cair tanto em volume quanto em qualidade. As plantações de café em áreas de maior altitude foram menos afetadas pelas altas temperaturas. No entanto, as chuvas irregulares prejudicaram a florada, e a maturação do café está desigual. Isto afetará negativamente a qualidade e a produtividade.

Fonte: Notícias Agrícolas

COFFEE NEWSLETTER Ano 14 - No. 166 - 17 de maio, 2021

CONSELHO NACIONAL DO CAFÉ CRIA COMITÊS EM ÁREAS ESTRATÉGICASO Conselho Nacional do Café (CNC) criou quatro comitês para promover o desenvolvimento de uma produção de café brasileira mais competitiva, sustentável e integrada. O Comitê de Sustentabilidade desenvolverá uma lista de ações para apoiar a comunicação no exterior sobre a realidade dos produtores brasileiros. O Comitê de Pesquisa e Tecnologia, que trabalhará em estreita colaboração com o Consórcio Pesquisa Café, abordará a competitividade da cafeicultura brasileira e buscará soluções tecnológicas inovadoras para reduzir custos, facilitar o acesso ao mercado e ampliar a renda dos cafeicultores. O Comitê de Estatística trabalhará com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para melhorar a transparência e a credibilidade dos números da safra de café brasileira e outras informações estratégicas, como custos de produção. O objetivo do Comitê de Comunicação é aproximar o CNC dos produtores com uma comunicação mais assertiva.

Fonte: CNC

BRASIL TERÁ ESTUDO PIONEIRO SOBRE NUTRIÇÃO DO CAFÉUma pesquisa pioneira sobre a nutrição do café seguirá os passos do estudo bem-sucedido realizado para a soja no ano passado. Agora em seu estágio final, o estudo analisará as percepções dos produtores em relação ao uso de produtos nutricionais, marcas de fertilizantes e outros insumos e dados estratégicos. O levantamento também mapeará os produtos utilizados pelos produtores nos segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação NPK, bioestimulantes e fertilizantes. Serão mais de 1.200 entrevistas em 950 municípios localizados em áreas cafeeiras estratégicas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Rondônia e Bahia.

Fonte: Agrolink

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PROJETO NO ESPÍRITO SANTO PARA MELHORAR A QUALIDADE E AUMENTAR O CONSUMO DE CAFÉ CONILONA cooperativa de café Cooabriel está desenvolvendo um projeto em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo para melhorar a forma como os cafeicultores processam seu café, com foco na qualidade. O programa, que espera aumentar o consumo do café Conilon bem como a renda dos cafeicultores, já atende 1.060 famílias e visa atingir todos os 6.200 cooperados em três anos.

Fonte: Valor Econômico

Preços BrasileirosPrincipais Regiões Produtoras / Porteira da Fazenda April 30, 2021

Fonte: www.qualicafex.com.br

Arábica Natural (R$/saca de 60 kg)

Arábica Cereja Descascado (R$/saca de 60)

Cerrado MG

Conilon / Robusta (R$/saca de 60 kg)

Colatina-ES qualidade média

MogianaSul de Minas

Cerrado MGSul de Minas

468,00

[B]3 ex-BM&F (US$/60kg Arabica) Real R$ / Dólar US$

Jul 2021 April 30, 2021Set 2021

Dez 2021

5,43+ 9.4%

805,00

800,00

800,00

875,00

870,00

175,50179,75

180,35

PRIMEIRA LOJA DE CAFÉ DO MUNDO A OFERECER CRÉDITOS DE CARBONO ESTÁ NO BRASILO Café da Margem, localizado em São Paulo, será a primeira loja de café do mundo a oferecer créditos de carbono – o MCO2 – em seu cardápio. Esta iniciativa, desenvolvida em parceria com a MOSS, uma startup pioneira em “tokenizar” a compensação de gases de efeito estufa, foi idealizada há um ano pela plataforma Grape ESG em colaboração com a Nescafé. Esta iniciativa visa neutralizar os gases de efeito estufa e minimizar os impactos do aquecimento global. O visitante que adquirir o MCO2 apoiará diretamente quatro projetos socioambientais na Amazônia e receberá um e-mail com um certificado comprovando a respectiva área preservada.

Fonte: Revista Cafeicultura

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OPINIÃO

Ano 14 - No. 166 - 17 de maio, 2021

INOVAÇÃO É ESSENCIAL... MAS OS RESULTADOS LEVAM TEMPO!

por Carlos H. J. Brando

Não é surpreendente que o Brasil, tradicional fornecedor de cafés naturais, tenha produzido até 10 milhões de sacas de café cereja descascado / honey e lavado em 2020 e que 1 milhão dessas sacas possam ser entregues à ICE, a bolsa de café de Nova Iorque? Isto torna o Brasil a segunda maior fonte de café processado por via úmida do mundo, depois da Colômbia. Na verdade, é um novo mundo de processamento de café, como já escrevi aqui antes.

O objetivo deste artigo não é promover o café brasileiro, mas abordar tanto a necessidade de inovação quanto a perseverança necessária para que a inovação alcance escala no agronegócio café. Os números do parágrafo anterior decorrem da criação de um novo sistema intermediário de processamento entre os cafés natural e lavado – o cereja descascado / CD / honey – desenvolvido no Brasil no final da década de 1980. Por mais de 200 anos, acreditou-se firmemente e nunca foi questionado em escala comercial que o café pergaminho poderia ser secado com mucilagem.

Foram os experimentos pioneiros de três produtores das regiões Sul de Minas e Mogiana de São Paulo e a solicitação ao fabricante de máquinas Pinhalense para viabilizar o sistema em escala comercial que deram origem ao novo sistema de beneficiamento. O objetivo dos produtores era obter uma xícara de café natural livre do sabor negativo característico de cerejas verdes e parcialmente maduras.

A resposta da Pinhalense foi um despolpador precedido por um separador de verdes para despolpar apenas cerejas totalmente maduras e secar o pergaminho com toda a mucilagem. Os secadores rotativos Pinhalense se mostraram capazes de receber e secar este pergaminho com mucilagem após uma pré-secagem ao sol. O resultado surpreendente foi que o café assim processado apresentava as características organolépticas de um natural de alta qualidade, ideal para espresso, um tipo de café que estava então ganhando mercado em todo o mundo! Animado com este sucesso inicial e então diretor da Pinhalense, pensei que a aceitação do novo sistema de processamento seria imediata. Ao visitar os principais importadores e torrefadores europeus e americanos, que adoraram as características na xícara das amostras de cereja descascado, recebi a confirmação que o café era ótimo. Mas, para minha surpresa, ninguém estava interessado em comprar esse café a não ser que algumas centenas de milhares de sacas, quem sabe meio milhão, estivessem disponíveis. Naquela época era muito mais difícil introduzir diferentes produtos de café no mercado porque os cafés especiais estavam ainda em sua infância.

Como os compradores bem anteciparam, a produção do que se denominou Cereja Descascado ou CD evoluiu lentamente. O número de máquinas vendidas ficou bem abaixo do esperado até que a produção atingiu 3 ou 4 centenas de milhares de sacas por volta de 1995. Logo depois, a quantidade de máquinas vendidas anualmente aumentou 10 vezes e o novo tipo de café passou a ser procurado pelos importadores.

Mas este não foi o fim da história. Preocupados com o tempo de pré-secagem do pergaminho com toda a mucilagem, os produtores maiores solicitaram e a Pinhalense forneceu uma solução: o uso de uma nova geração de desmuciladores, que a empresa havia acabado de desenvolver, para fazer a remoção parcial da mucilagem. O pergaminho com menor quantidade de mucilagem pode ser alimentado aos secadores rotativos mais cedo.

As características organolépticas mudam quando a mucilagem é parcialmente removida. A xícara se afasta progressivamente dos naturais e se aproximam dos cafés lavados à medida que uma quantidade maior de mucilagem é removida. Isto explica porque os cafés brasileiros começaram a ser aceitos na bolsa de Nova Iorque na primeira década deste século. Porém, só agora o preço definido pela ICE está compensando para o cafeicultor brasileiro entregar seu café.

Também demorou para que o sistema cereja descascado começasse a ser usado fora do Brasil e a América Central se tornou sua segunda maior origem, com outros países também o usando. A América Central usa o nome de “honey” para o café cereja descascado, com variações de acordo com a quantidade de mucilagem no pergaminho. O “black honey” é seco com toda a mucilagem e o “red” e o “yellow” tem uma remoção maior de mucilagem, sendo as cores associadas à aparência do pergaminho ao secar com diferentes quantidades de mucilagem.

O mundo pode estar hoje produzindo 15 milhões de sacas de café cereja descascado, um componente ideal para espressos de qualidade, como agora se tornou amplamente reconhecido. A extração por pressão do café tende a enfatizar as características indesejáveis das cerejas verdes, que não estão presentes nos cereja descascados produzidos com o uso de separadores de cereja “verdes”.

O crescimento do setor de cafés especiais tornou a inovação mais fácil de ser adotada, como mostram os diferentes tipos de fermentação que estão sendo experimentados e utilizados. No entanto, ainda é necessário tempo para que tal inovação evolua e seja padronizada a fim de eventualmente ser incorporada pelo mercado de cafés comerciais.

CERCA DE 20% DA PRODUÇÃO BRASILEIRA É PROCESSADA POR VIA ÚMIDA E 1 MILHÃO DESTAS SACAS PODE IR A ICE

4Mais informações sobre equipamentos da Pinhalense no site: www.pinhalense.com.br

Por mais polêmico que o título acima possa soar, ele se refere ao fato de que é fácil oferecer elevadores a preços mais baixos usando vários “truques”. Entretanto, esses “truques”, que fazem com que os elevadores custem menos, podem danificar o café, misturar diferentes tipos de café, criar gargalos de alimentação que diminuem a capacidade das máquinas, etc.

Elevadores de canecas foram abordados várias vezes em edições anteriores da Máquinas do Mês. O Coffidential nº 113 apresentou o mais recente (https://bit.ly/33R9vJo) que, em resumo, explica:- como os elevadores Pinhalense são projetados para evitar danos ao produto;- porque são específicos para o café e seus diferentes tipos, para garantir maior eficiência e lucro;- por que exigem pouca limpeza na troca de um tipo de café para outro e, portanto, economizam mão de obra; e- como são fáceis e seguros de usar.

A ideia aqui é fornecer informações adicionais, que vão além dos itens acima, apresentados com muito mais detalhe em https://bit.ly/33R9vJo.

Os elevadores Pinhalense possuem características específicas, projetadas para diferentes tipos de café: cereja (úmido ou seco), pergaminho (úmido ou seco) e café verde. Exemplos disso são os diferentes tipos de moegas de alimentação e polias projetadas para evitar entupimento na alimentação, aumentar a eficiência e eliminar danos físicos ao produto. A Pinhalense recomenda elevadores projetados especificamente para o tipo de café a ser processado.

Altas velocidades de transporte para aumentar a capacidade podem ser usadas para reduzir o custo dos elevadores, mas tem o impacto adverso de danos físicos ao café, não apenas quebra ou rachadura de grãos verdes mas também descasque de pergaminho. Em um negócio conhecido por sua lucratividade pequena, as perdas causadas por café danificado podem superar rapidamente os ganhos ilusórios de um menor investimento no tipo errado de elevadores.

Outra falácia é a escolha de elevadores cujos preços são menores porque sua capacidade é muito próxima ou até menor que a das máquinas que alimentam a fim de tornar sua compra mais atraente. Uma vez que as "famílias" de elevadores têm diferentes capacidades médias para um produto de café específico, digamos 4 tons/hora, 8 tons/hora e assim sucessivamente, e essas capacidades podem não necessariamente coincidir com as das máquinas, não é incomum que, por exemplo, uma máquina de 5 tons/hora seja equipada com um elevador para 4 tons/hora para baixar seu custo e o investimento. Isto é algo que a Pinhalense nunca faz pois trabalha com coeficientes de segurança e sempre oferece elevadores com alguma capacidade adicional para considerar fatores como cafés “mais leves” (densidade mais baixa), impurezas, alimentação irregular, etc.

Como as margens são pequenas no processamento do café, o desempenho e a qualidade do produto final são essenciais para garantir um bom retorno sobre o investimento (ROI). Por este motivo, os elevadores Pinhalense podem agora ser equipados com os coletores de amostras pneumáticos CAP, para coletar amostras antes e depois de máquinas críticas a fim de avaliar o seu desempenho e a qualidade do seu trabalho e para ajustar o equipamento conforme necessário. Os coletores CAP podem ser usados, por exemplo, para avaliar a eficiência de limpeza ou de descascamento / remoção da casca ou a precisão de classificação ou de liga (“blend”). A Pinhalense pode, em conjunto com a equipe técnica do cliente, aconselhar onde instalar os coletores CAP em instalações de benefício existentes.

Por fim e voltando ao nosso título, o preço dos elevadores também está intimamente associado à qualidade dos materiais utilizados e à sua durabilidade: espessura da chapa, escolha correta das correias e canecas, eficiência dos motores elétricos, etc. Materiais e componentes de qualidade inferior exigem a substituição antecipada dos elevadores e diminuem o retorno sobre o investimento (ROI).

Ano 14 - No. 166 - 17 de maio, 2021

COMO ELEVADORES “BARATOS” PODEM TORNAR O PROCESSAMENTO DE CAFÉ MAIS CARO

MÁQUINA DO MÊS

Coletores de amostras pneumáticos CAP