O Hipnotismo_Psicologia Tecnica e Aplicacao - Karl Weissmann

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    HIPN*I!31A=C:

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    HIPN*I!3

    1A=C:;D:

    >0;M=AC:8D&D&=8;0B;, +E - K.N- >=:D&O;8&=>:

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    Q;naRs,

    min(a compan(eira

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    =8!>:D0GH:

    hipnotismo uma cincia fascinante. Aos olhos da grande maioria, o hipnotistaainda se apresenta como o homem que faz dormir e que impe a sua vontade vontade dos outros. o homem que tem fra. ! uma fra tda especial,

    universalmente am"icionada. #$% &or isso, psicol'gicamente falando, as restries que sevm fazendo pr(tica e difus)o do hipnotismo, ainda as mais sensatas e eruditas *,e+cluem, automticamente, a primeira pessoa. ingum -amais se manifestou contra ohipnotismo prprio, sen)o /nicamente contra o hipnotismo dos outros. 0s hipnotistas s)onot'riamente achacados1de sentimentos am"iciosos e e+clusivistas, tanto os de palcocomo os de c(tedra2. )o gostam de difundir seus segredos e geralmente n)o poupamsacrif3cios para neutralizar uma poss3vel concorrncia. que hipnose sugest)o, esugest)o, prest3gio. 0 prest3gio, por sua vez, motivo de ci4me. !+ige e+clusividade. )oestranhemos que muitos dos entraves encontrados pelo desenvolvimento do hipnotismo,incluindo celeumas5, malentendidos e, inclusive, ameaas de persegui)o penal,provenham dos prprios praticantes desta cincia, que tantos "enef3cios ainda promete naluta contra os males da 6umanidade.

    :

    As dificuldades do hipnotismo derivam, pois, de sua prpria natureza, de suanotria comple+idade, de seu car(ter um tanto quanto espetacular, das manifestaespsicolgicas que envolvem, em grau mais ou menos comprometedor, a maioria dos seusestudiosos e praticantes, de seu vinculamento histrico s pr(ticas si"ilinas7e crenas noso"renatural, aliado a uma ignor8ncia ainda "astante generalizada a seu respeito. 9udoisso a tornar o hipnotismo um assunto, sen)o declaradamente suspeito, ao menosmelindroso:. 0 p4"lico, de um modo geral, ainda lhe conserva um temor supersticioso, eas cincias ortodo+as dle se apro+imam com receio e cautela.

    ;as, como quer que se-a, a situa)o est( melhorando. Aps um cochilo, umper3odo de esquecimento de uns vinte ou trinta anos, o hipnotismo, segundo o testemunhode renomados historiadores, cele"ra em nossos dias seu terceiro renascimento.otadamente depois da nidos, largamente devida psican(lise. ?( n)o

    *# * $ : povo atribui ao (ipnotista o poder de agir sSbre animais e at sSbre plantas, fazendo-as murc(ar emorrer.+Tue ou aquele que tem erudio) instruo vasta e variada.BaltratadoU BolestadoU ;cusadoU !ac(ado.Cadeira pontif"cia, ou professoral.E9arul(oU ;lgazarra.I>elativo a sibila) &ntre os antigos, profetisa, feiticeiraU Dif"cil de compreender.JDelicadoU Aens"velU &mbaraoso.

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    se tenta negar que a tcnica hipntica, com suas "ases psicolgicas modernas, umaconseq@ncia direta da orienta)o e penetra)o psicanal3ticas.

    omo ramo leg3timo da cincia do conhecimento e do contrle da naturezahumana, o hipnotismo apontado como uma das poucas armas eficientes de que dispe a6umanidade em sua luta incessante contra os males que a afligem. Bo" o seu efeito a"remC

    se realmente chances inestim(veis para o +ito teraputico.>m dos reparos cl(ssicos feitos ao hipnotismo o de sua utiliza)o emdemonstraes p4"licas. 0 autor dste tra"alho, em"ora veterano na psican(lise epsiclogo em uma das maiores penitenci(rias, onde orienta em regime de recupera)omais de mil detentos, realizou centenas de demonstraes p4"licas e colheu as impressesmais autorizadas e insuspeitas, segundo as quais um espet(culo de hipnotismo pode sermais do que um mero espet(culo de curiosidade, divertido e interessante. Dem a propsitoo testemunho de dois eminentes educadores, respectivamente o &adre Eoe"mann, professorcatedr(tico da >niversidade atlica, e =uido de ;aforeschi, pseudnimo que escondeum pastor protestante e conhecido -ornalista de B)o &aulo

    4+m espet#culo que " uma li&o da nossa grandeza e ignorncia 5declara o primeiro, e continua 5 filsofo 6ant se e$tasiava com asmaravilhas do firmamento celeste como com as do 4firmamento7 daconsci8ncia ps9quico:moral do homem. 6arl ;eissmann levantou aos seusouvintes o v"u do nosso maravilhoso e to pouco conhecido psiquismo,abrindo horizontes< fazendo ver e sentir estas maravilhas7.

    B)o de =uido de ;aforeschi as palavras a"ai+o F

    4Not#vel o trabalho do prof. ;eissmann, agora no 3unicipal. ad=etivo no nos vem > mente seno ao t"rmino de seu trabalho

    de ontem. No que tenha havido qualquer reserva quanto > honestidade oumesmo quanto a qualquer m9nima circunstncia no processo de quanto l#se realiza. *udo claro, tudo evidente, tudo no m#$imo respeito da verdadecient9fica. Por isso mesmo " que se compreendeu ao fim, que essa obra doprofessor ;eissmann foge >qu8le sentido superficial e comum deespet#culo, de coisa para ver. ? coisa que sugere ser verdade, e que abre >mente curiosa todo um mundo ainda apenas entrevisto nos dom9nios dapsiquiatria e das investiga&@es para al"m nas veredas interiores do homem.E mais A naqueles convites ao inconsciente, para um bem:estar e uma pazinterior na solu&o dos problemas, aquilo penetra realmente os 9ntimosescaninhosB do paciente para um sentido de serenidade, de paz, decompenetra&o da vida.

    Not#vel, portanto, pelo sentido cient9fico e Ctil, o que ficou patente2

    aos olhos de quantos l# estiveram. s pacientes no foram apenaspacientes. )l"m de volunt>riamente dispostos >s e$peri8ncias, cremos quecolheram benef9cios dos trabalhos que a=udaram a realizar. No se tem ummero espet#culo de curiosidadeA tem:se uma e$posi&o de fatos s"rios e

    P1equeno compartimento em gaveta, cofre, armrio, etc.L ;bertoU ;cess"velU ClaroU &vidente.

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    suscet9veis de produzir benef9cios no equil9brio da personalidade7.

    As transcries acima n)o tm por finalidade destacar qualidades pessoais doautor, sen)o /nicamente dei+ar patente que o hipnotismo de palco em si n)o constituinecessriamente um desservio para a cincia, desde que se lhe eleve o n3vel e que se o

    apresente de forma sincera, transmitindo ao p4"lico um sentido de "eleza e de verdade.Gespertando a curiosidade e o intersse p4"licos, espet(culos desta natureza contri"uempara uma difus)o mais ampla dos aspectos cient3ficos dsse ramo leg3timo da psicologia. !n)o /nicamente as massas populares, sen)o tam"m as classes acadmicas costumam"eneficiarCse com sse gnero de divers)o.

    este pa3s cou"e ao autor dste tra"alho a responsa"ilidade de ter ministrado osprimeiros cursos de hipnotismo e suas tcnicas a turmas de mdicos e dentistas, muitos dosquais vm empregando essas tcnicas com grande proveito para a cincia mdica eodontolgica. ! n)o foram as conferncias ou pu"licaes cient3ficas, mas, sim, asdemonstraes p4"licas, realizadas em teatros e 9Ds, que inspiraram a no"re iniciativa.

    Aos que ainda insistem em propalarHque a hipnose mdica nada ou quase nada temem comum com o hipnotismo de palco e da televis)o e que sse 4ltimo desfiguranecessriamente a verdadeira natureza dos fenmenos hipnticos e que s consegueimpressionar e convencer a ignorantes, opomos o testemunho do prprio Ir e u d F

    JKuando ainda estudante L declara Ireud em sua auto"iografia Lassisti a uma demonstra)o p4"lica do JmagnetizadorM 6 a n s e n. oteicomo um dos Jsu-ets*NJ adquiriu palidez cadavrica ao entrar na rigidezcatalptica**. ! a palidez perdurou durante todo o transe. Ioi o queconsolidou, de uma vez por tdas, minha convic)o em rela)o legitimidadedos fenmenos hipnticos.M #$%

    egar ao hipnotismo sua adequa)o ao palco desconhecerClhe a naturezaessencialmente dram(tica. 0 hipnotismo , por defini)o, dramatiza)o, anima)o eativa)o de idias. teatro por e+celncia, conforme veremos mais adiante. &or outrolado, a hipnose uma tcnica no contrle das condies psicossom(ticas, e das maiseficientes, o que equivale a dizer que uma chance teraputica nada desprez3vel. Oastariaconsiderar que P7Q das doenas consideradas at ho-e org8nicas, s)o na realidade deorigem emocional #funcional%. &ortanto, suscet3veis de tratamento hipnoter(pico. ! temosde considerar ainda a aplica)o da hipnose na vida cotidiana em situaes n)oespecRficamente teraputicas.

    0s maiores e+poentes*1do hipnotismo cient3fico contempor8neo recomendam, porisso, uma cola"ora)o mais estreita entre os hipnotistas leigos e os hipnotistas mdicos,visando uma mais ampla e e+ata compreens)o do fenmeno em apro *2.

    0 o"-etivo dste livro mostrar o que a hipnose, luz dos nossos conhecimentosa respeito at a data presente, realando seu valor e import8ncia cient3ficosS indicar a suaaplica)o e, na medida do poss3vel, ensinar a hipnotizar.

    K !ornar pblicoU DivulgarU 1ropagar.+V 1essoa a ser (ipnotizadaU 1acienteU Cliente.++ >elativo a, ou atacado de catalepsia) &stado em que se observa rigidez dos msculos, permanecendo o

    paciente na posio em que colocado.*# * $ Aigmund Wreud) Aelbstdarstellung, A. +L, =mago 1ublis(ing C:.

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    !+cusado*5 ser( dizer que cada um dsses trs o"-etivos faria -us a um volume aparte, comportando o 4ltimo ainda algumas aulas pr(ticas, -( que a capacidadepsicolgica e o desem"arao necess(rio para uma eficiente hipnotiza)o n)o se adquiremfcilmente atravs de simples leitura.

    &or outro lado, ca"e no caso a pondera)o, segundo a qual os e+pedientes

    hipnticos dominam, em"ora de forma Jn)oCsistem(ticaM, toda nossa vida social,domstica e profissional. 0 leitor, qualquer que le se-a, -( e+perimentou e e+erce, emgrau maior ou menor, a tcnica hipntica no conv3vio cotidiano com os seus semelhantes.! muitos s)o autnticos hipnotizadores avant la lettre, a e+emplo do personagem da peade ;olliTre, que, -( velho, casualmente, em conversa com um professor, desco"riu quedurante tda sua vida fizera JprosaM sem o sa"er.

    a parte tcnica, o livro necessriamente um tanto repetitivo e montono. ste,no entanto, um aspecto inerente aos processos de aprendizado em geral e ao tratamentohipntico em particular. >m dos fatres hipnotizantes mais decisivos , conforme veremos,a monotonia, a monotonia nos motivos sugeridos e so"retudo na maneira de suger3Clos,incluindo a monotonia do olhar, da voz e dos gestos. Ge um modo geral, as coisas setornam hipnticas pela monotonia e montonas pela repeti)o. !m compensa)o, o leitorter( na parte tericos aspectos mais variados e menos mon'tonamente instrutivos.

    +E&scusado) =ntilU Desnecessrio.

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    = =A!X>=; D: =18:!=AB:

    1>F-=A!X>=;

    ; prtica do (ipnotismo , sabidamente, vel(a. Mel(a como a prpria umanidade,conforme o provam os ac(ados arqueolgicos e ind"cios psicolgicos pre(istricos. &m suaorigem, o (ipnotismo aparece envolto num manto de mistrios e supersti/es. :sfenSmenos (ipnticos no eram admitidos como tais. Aeus praticantes freqYentemente sediziamsimplesinstrumentos da vontade misteriosa dos cus. &nviados diretos de Deus oude Aatans. &ram feiticeiros e bru'os,shamans e medicinemen. Auas curas eram levadas

    invarivelmente conta dos milagres. &mbora o (ipnotismo tivesse abandonado 3sseterreno, ingressado cada vez mais no campo das atividades cient"ficas, tornando-se matriade compet3ncia psicolgica, ainda aparecem, em intervalos irregulares, em todos osquadrantes da terra, (ipnotistas do tipo pre(istrico, a realizar 5curas ine'plicveis6 e a dartrabal(o s autoridades.

    Dei'ando de lado a parte sibilina e supersticiosa, os fenSmenos produzidos pelatcnica (ipntica 2 eram observados como tais, na vel(a civilizao babilSnica, na 4rcia ena >oma antigas. 8o &gito e'istiam os 5!emplos dos Aon(os6, onde se aplicavam aos5pacientes6 sugest/es terap3uticas enquanto dormiam. 0m papiro de nada menos que tr3smil anos contm instru/es tcnicas de (ipnotizao, muito semel(antes s queencontramos nos mtodos contempor%neos. =nmeras gravuras daquela poca mostram

    sacerdotes-mdicos colocando em transe (ipntico presum"veis pacientes. :s gregosrealizavam peregrina/es a &pidaurus, onde se encontrava o templo do Deus da Bedicina,&sculpio. ;li, os peregrinos eram submetidos (ipnose pelos sacerdotes, os quaisinvocavam alucinatriamente a presena de sua divindade a indicar os poss"veise'pedientes de cura. ;s sacerdotisas de Zsis, postas em estado de transe, manifestavam odom da clarivid3nciaU (ipnotizadas, revelavam ao Wara fatos distantes ou fatos ainda aocorrer. Aemel(antemente, os orculos e as sibilas articulavam suas profecias sob o efeitodo transe auto-(ipntico. 1ela auto-(ipnose se e'plica tambm a anestesia dos mrtires, quese submetiam s maiores torturas, sem dar o menor sinal de sofrimento. :s sacerdotes deCaem recorriam (ipnose em massa para mitigar+Ios descontentamentos coletivos.

    Dentre os grandes (omens, sbios, filsofos e l"deres religiosos, que se dedicaram

    ao (ipnotismo, figura ;vicena, no sculo [U 1aracelso, no sculo [M=, e muitos outros. &mplena =dade Bdia, >ic(ard Biddleto\n #>icardo Bdia-Mila$, disc"pulo de Ao 9oaMentura, elaborou um tratado alentado+J sSbre os fenSmenos que mais tarderecon(ecer"amos como (ipnticos.

    : oriente, ainda mais do que o :cidente, vem mantendo uma tradio ininterruptana prtica (ipntica. :s mtodos ]ogas so considerados dignos de ateno cient"fica at

    +I;brandarU ;mansarU AuavizarU ;liviar.+JMalenteU ;vanta2adoU Molumoso.

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    os nossos dias. Dentre os (indus, mongis, persas, c(ineses e tibetanos, a (ipnose vemsendo e'ercida ( mil3nios, ainda que preponderantemente+Ppara fins religiosos, no sesabendo ao certo at que ponto sua verdadeira natureza ali est sendo con(ecida.

    : 1;D>& 4;AA8&>8a segunda metade do sculo [M===, na ;leman(a do Aul, apareceu um padre

    2esu"ta, de nome 4assner. &ra um padre um tanto teatral. >ealizava curas espetacularesnuma dezena de mil(ares de pessoas. ; fim de assegurar-se a aprovao da =gre2a,e'plicava seus mtodos como um processo de e'orcismo. Consoante+La crena comum dapoca, os doentes eram simplesmente possu"dos pelo demSnio. & os que se sentiam com odiabo no corpo vin(am ao padre para que 3le o e'pulsasse. & o padre aparecia suaclientela, todo de pr3to, de braos estendidos, segurando um crucifi'o crave2ado dediamantes frente dos pacientes. 0sava ambiente escuro, decora/es lgubres. Walava emlatim e com voz cava. 0m mdico que assistiu a uma sesso dessas com uma 2ovemcamponesa, nos descreve 3sse mtodo fantstico )

    5&ntrando de maneira dramtica no aposento, o 1e. 4assner tocou a 2ovem com ocrucifi'o, e essa, como que fulminada, caiu ao c(o em estado de desmaio. Walando-l(e emlatim, a paciente reagiu inst%ntaneamente. Q ordem 5Agitatur "racium sinistrum6, o braoesquerdo da 2ovem comeou a mover-se num crescendo de velocidade. & ao comandotonitroante 5Cesset76, o brao se imobilizara, voltando posio anterior. ;to cont"nuo, opadre sugere que est louca, e a 2ovem, com o rosto (orr^velmente desfigurado, correfuriosamente pela sala, manifestando todos os sintomas caracter"sticos da loucura. 9astou aordem enrgica 51acet76 para que ela se aquietasse como se nada (ouvesse ocorrido deanormal. : padre 4assner nesta altura l(e ordena falar em latim, e a 2ovem pronuncia oidioma que normalmente l(e descon(ecido. Winalmente, 4assner ordena moa umareduo nas batidas do corao. & o mdico presente constata uma diminuio na pulsao.;o comando contrrio, o pulso se acelera, c(egando a +V pulsa/es por minuto. &mseguida, a 2ovem, estendida no c(o, recebe a sugesto de que suas pulsa/es iriam reduzircada vez mais, at cessarem completamente. Aeus msculos se iriam rela'ando totalmente eela morreria, ainda que apenas temporriamente. & o mdico, espantado, no percebendosequer vest"gios de pulso ou de respirao, declara a 2ovem morta7 : padre 4assner sorriconfiantemente. 9astou uma ordem sua para que a 2ovem tornasse gradativamente vida. &com o demSnio devidamente e'pulso de seu corpo, a moa, sentindo-se como nascida denovo, desperta e agradece sorridente ao padre o milagre de sua cura.6

    8o resta dvida que o padre 4assner era um perito (ipnotista e um grandepsiclogo. o2e taman(a teatralidade constituiria uma afronta dignidade cultural demuitos pacientes. O no temos que recorrer ao latim, podendo (ipnotizar na l"ngua do pa"s.Contudo, o mtodo do padre 4assner, ligeiramente modificado, ainda surtiria efeito emmuita gente.

    +P!endo maior peso, ou mais influ3ncia, ou import%ncia.+LConformeU Aegundo.

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    B &AB &>

    F uso ainda fazer remontar (ist_ricamente o com3o do (ipnotismo cient"fico aoaparecimento de Wranz ;nton Besmer. &studioso da ;stronomia, Besmer deu uma versono menos fantstica e rom%ntica aos fenSmenos (ipnticos do que o padre 4assner. &m

    lugar de responsabilizar o demSnio pelas enfermidades, responsabilizava os astros. 8opodia (aver nada mais lison2eiro s nossas pretens/es do que isso de ligar o (umildedestino (umano ao glorioso destino astral. &ducado para seguir a carreira eclesistica,Besmer teve suas primeiras instru/es num convento, tendo aos +I anos ingressado numcolgio de 2esu"tas em Dillingen. !odavia, interessando-se muito pela f"sica, pelamatemtica e, sobretudo, pela astronomia, resolveu trocar a carreira religiosa pelamedicina. &ntrou na universidade de Miena, onde se doutorou com uma tese intitulada )JGe &lanetarium

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    convulses teraputicas. Bais tarde produzia essas mesmas crises com a imposio dasmos e passes, e'pediente 3sse que vem de data imemorial e que at (o2e est sendo usadopelos ocultistas.

    8o fim, 2 no podendo atender individualmente numerosa clientela, recorreu magnetizao indireta, dispensando o toque pessoal ao paciente. :s pacientes, em nmero

    de trinta a quarenta, assentavam-se em volta de uma tina circular, contendo garrafas comgua magnetizada, sa"ndo de cada gargalo uma vara metlica. &stabelecendo contato comessas varas, num recinto escurecido e ouvindo uma msica suave, os pacientes eramacometidos das convulses teraputicas. 0m mtodo realmente engen(oso de (ipnotizaopor sugesto indireta.

    8o obstante as demonstra/es bem sucedidas, as idias de Besmer no eram bemrecebidas pelos c"rculos mdicos de Miena. =ntimado pelas autoridades a descartar-se de seumtodo terap3utico to e'travagante, Besmer, desgostoso, mudou-se para 1aris.

    &m 1aris, a fama de Besmer espol(ou-se rpidamente. : 5mesmerismo6 tornou-semoda na aristocracia francesa. &ra o assunto de todos os sal/es. Tuem quer que se prezasse,tin(a de ser mesmerisado. ;s 5curas coletivas6 assumiram em 1aris propor/es muito maisespetaculares do que em Miena.

    Deleuze, em sua 5istria Cr"tica do Bagnetismo ;nimal6, descreveu uma dessascenas)

    58um dos compartimentos, sob a influ3ncia das varetas, que sa"am degarrafas contendo gua magnetizada, e aplicadas s diversas partes do corpo,ocorriam diriamente as cenas mais e'traordinrias. 4argal(adas sardSnicasE,gemidos lancinantesIe crises de pranto se alternavam. =ndiv"duos atirando-separa trs a contorcer-se em convuls/es espasmdicas. >espira/es semel(antesaos estertoresJde moribundos e outros sintomas (orr"veis se viam por tSdaparte. A`bitamente 3sses estran(os atores atiravam-se uns nos braos dos outrosou ento se repeliam com e'press/es de (orror. &nquanto isso, num outrocompartimento, com as paredes devidamente forradas, apresentava-se outroespetculo. ;li mul(eres batiam com as mos contra as paredes ou rolavamsSbre o assoal(o coberto de almofadas, com acessos de sufocao. 8o meiodessa multido arfante e agitada, Besmer, envergando um casaco lils, movia-se soberanamente, parando, de vez em quando, diante de uma das pacientesmais e'citadas. Witando-l(e firmemente os ol(os, enquanto l(e segurava ambasas mos, estabelecia contato imediato por meio de seu dedo indicador. Doutrafeita operava fortes correntes, abrindo as mos e esticando os dedos, enquantocom movimentos ultra-rpidos cruzava e descruzava os braos, para e'ecutar ospasses finais.6 # * $

    Aemel(ante sucesso no se e'erce impunemente. Bais uma vez a medicinaortodo'aPmoveu a Besmer um processo de perseguio. &m +PLE,

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    investigar a natureza do fenSmeno mesmeriano. ; comisso era composta das tr3s figurasmais eminentes da ci3ncia daquele tempo, T0A D& 10]AF40>

    Dentre os disc"pulos de Besmer que fizeram reviver a ci3ncia que estava por cairem esquecimento com a morte de seu fundador, figurava uma personalidade influente ) omarqu3s de 1usgur.

    1usgur continuava a empregar os mtodos do mestre at o dia em que, por meracasualidade, magnetizou um 2ovem campon3s de nome MictorV,que sofria de uma afecopulmonar, verificou que o e'pediente magntico podia produzir um estado de sono erepouso, em lugar das clssicas crises de convuls/es. & o paciente do marqu3s no sedetin(a no sono ) dormindo, movia os lbios e falava, mais inteligentemente do que noestado normal. C(egou mesmo a indicar um tratamento para a sua prpria enfermidade,tratamento 3sse que obteve pleno 3'ito, valendo-l(e o completo restabelecimento. 8esseestado de sono, Mictor parecia reproduzir pensamentos al(eios, muito superiores suacultura rudimentar. 8o mais o paciente se conduzia como um son%mbulo. 1usgur estavadiante de um fenSmeno que no (esitou em rotular de JBonam"ulismo artificialM.

    1usgur percebeu de um relance a transcend3ncia d3sse fenSmeno (ipntico queainda se considerava magntico, e passou a e'plor-lo sistemticamente. &nquanto o mestreL=lesos.K;fastamento da vida social, intelectual, etc.VMictor >ace, mordomo do Barqu3s de 1usgur.

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    provocava crises nervosas, convuls/es (istricas, prantos e desmaios, o disc"pulo agia emsentido contrrio, sugerindo aos pacientes paz, repouso, aus3ncia de dor e um estado post-(ipntico agradvel. 0ma norma que se iria perpetuar na prtica (ipntica da" em diante.

    &mbora continuasse a usar passes, con2untamente com a sugesto, na induo dotranse, 1usgur deu um impulso decisivo ao (ipnotismo cient"fico. ; 3le se devem os

    primeiros critrios psicol_gicamente corretos de (ipnose e suscetibilidade (ipntica, o queno impediu que depois d3le outros fenSmenos (ipnticos fSssem registrados.: marqu3s de 1usgur observou em muitos dos seus 5su2ets6 fenSmenos

    telepticos e clarividentes. 0ma repulsa, de certo modo convencional, para com taisaspectos do (ipnotismo, f3z com que muitos dos autores contempor%neos mais ortodo'os seinsurgissem+ sistemticamente contra semel(antes possibilidades. ; maioria d3ssesltimos no (esita em desmerecer a important"ssima contribuio de 1usgur s_mente por3sse motivo # * $ .

    : ;9;D& W;>=;

    8o mesmo ano em que faleceu Besmer, apareceu em 1aris um monge portugu3s, o1e. Oos Custdio de Waria, mais con(ecido sob o nome de ;bade Waria graas ao famosoromance de ;le'andre Dumas 5: Conde de Bonte Cristo6. &'cusado ser dizer que a vidaagitada do padre portugu3s era na realidade bem diversa da que nos apresentou o ficcionistados 5!r3s Bosqueteiros6. 8ascido e criado nos arredores de 4oa, nas Zndias 1ortugu3sas, oabade Waria, segundo nos informam seus bigrafos, descende de uma fam"lia de br%manes(indus, convertida ao cristianismo no sculo [M=. &m 1aris, em plena >evoluo, o 2ovempadre portugu3s travou rela/es com o marqu3s de 1usgur. &stimulado pelo marqu3s, o2ovem abade Waria #que na realidade nunca foi abade$ entregou-se de corpo e alma carreira do (ipnotismo, 2 tendo anteriormente adquirido con(ecimentos bsicos da matriano :riente e na sua terra natal. : ;bade adiantou-se cint^ficamente em muitos pontos a1usgur. Aeu mtodo 2 era prticamente o nosso. Woi o primeiro a lanar a doutrina dasugesto. !ambm o primeiro a mostrar que (ipnose no era sinSnimo de sono, logo nonascedouro dessa confuso. >ecomendava o rela'amento muscular ao 5su2et6, fitava-l(efirmemente os ol(os e em seguida ordenava em voz alta ) 5D0>B;76 ; ordem era vriasv3zes repetida. & consoante as e'peri3ncias modernas, os elementos mais suscet"veisentravam imediatamente em transe (ipntico. 8o obstante ordenar o sono, o abade Wariacontribuiu poderosamente no desenvolvimento daquilo que, sculo e meio mais tarde, sec(amaria de Jhipnose acordadaM. Woi o primeiro (ipnotista na acepo cient"fica dapalavra. : primeiro a recon(ecer o lado sub2etivo do fenSmeno em tSda sua e'tenso. :primeiro a propagar que a (ipnose se produzia e se e'plicava em funo do 5su2et6. :transe estava no prprio 5su2et6 e no era devido a nen(uma influ3ncia magntica do(ipnotizador. Auas teorias 2 eram as atuais, despidas de tSda inger3ncia m"stica ousobrenaturalista. 8ada de eflvios misteriosos. 8ada de fSras invis"veis. !udo umaquesto de sugesto, psicologia ou pouco mais.

    +>ebelassemU =nsubordinassem.*# * $ : autor, nas mil(ares de pessSas que (ipnotizou, teve um caso de clarivid3ncia e inmeros casos deincid3ncia teleptica, indiscut^velmente provados.;to ou efeito de ingerir #-se$U =nterveno.&manao #/es$ de um fluido.

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    8o obstante sua sinceridade e ob2etividade cient"ficas, o padre Waria era um tipo depersonalidade um tanto quanto teatral. C(amava a ateno pelo seu aparato, suasvestimentas e suas maneiras um tanto e'travagantes. F esta, no entanto, de certo modo, ataos nossos dias, parte integrante do e'pediente psicolgico da (ipnotizao.

    O no princ"pio do sculo [=[ o nome do abade Waria era muito popular em 1aris.

    Aua figura era vista com freqY3ncia nos sal/es da nobreza e da alta sociedade parisiense. ;e'emplo de todos os e'poentes do (ipnotismo antes e depois d3le, viveu ao mesmo tempo(oras de glria e de oprbrioE. :fereceram-l(e uma cadeira de Wilosofia na ;cademia deBarsel(a, e sem nunca ter estudado medicina foi proclamado membro da :rdem dosBdicos.

    &m 1aris, onde desfrutava de enorme prest"gio, o padre Waria abriu uma escola demagnetismo, depois que a pol"cia l(e proibira as e'peri3ncias de (ipnotismo em 8imes.&'plicando a verdade sSbre o (ipnotismo, o padre Waria no escapou perseguiomaliciosa de seus contempor%neos. Aeus inimigos recorreram a um dos e'pedientes maisestpidos #ainda muito usado$ para desacredit-lo diante da opinio pblica ) contrataramum ator para simular (ipnose e na (ora oportuna abrir os ol(os e gritar ) 5&mbuste76 :golpe, no obstante irracional, no dei'ou de surtir o efeito alme2ado. 1or incr"vel quepossa parecer, o abade Waria ficou desmoralizado devido a um engano, o qual poderiaocorrer ao mais e'periente e confiante dos (ipnotizadores modernos. & at (o2e, muitos(ipnotistas de palco caem v"tima dessa cilada maliciosa e des(onesta . 8a min(a prpriaprtica uso aparar 3sse golpe com um simples aviso ) 5;s pessoas que se apresentarem compropsitos de simulao daro prova de ser, entre outras coisas, portadoras de doenamental ou tara caracterolgica.6

    Contudo, o abade Waria, envolvido nas agita/es da >evoluo Wrancesa, sofreumais perseguio pol"tica do que cient"fica. Aegundo um livro publicado ( mais de umsculo, da autoria de um antigo funcionrio da pol"cia parisiense, descrevendo o casoverdadeiro que serviria de fonte inspiradora a ;le'andre Dumas, o abade Waria teriamorrido em uma priso de &sterel, onde fSra lanado por motivos pol"ticos, tendo dei'adotSda sua fortuna a um dos seus compan(eiros de priso, condenado devido a uma dennciafalsa, fortuna essa calculada naquele tempo em quatro bil(/es. Wadado assim a tornar-sepersonagem de uma das mais famosas obras de fico, o padre Waria, (eri de BonteCristo, no dei'ou de vingar como pesquisador e cientista, recon(ecido pela posteridade.5: padre Waria declarou recentemente o doutor &gas Boniz, 1r3mio 8obel de Bedicinae um dos maiores e'poentes da psiquiatria contempor%nea viu o problema da (ipnoseem suas prprias bases com uma grande preciso e com clareza. Woi 3le o primeiro a marcar (ipnose os seus limites naturais

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    o Dr. Oo(n &llioston, eminente mdico ingl3s e uma das figuras mais eminentes da (istriamdica brit%nica. 1rofessor de Bedicina na 0niversidade de oalBedical Aociet, era o (omem que introduziu o estetoscpio na =nglaterra, alm dosmtodos de e'aminar o corao e o pulmo, ainda em uso. : Dr. &llioston foi o primeiro ausar a (ipnose #ainda no con(ecida por 3sse nome$ no tratamento da (isteria. & comeou a

    introduzir o 5sono magntico6 na prtica (ospitalar, tanto para fins cirrgicos como para ose'pedientes psiquitricos.:s mtodos to pouco ortodo'os do Dr. &llioston no tardaram em criar uma onda

    de oposio. & o consel(o da 0niversidade acabou por proibir o uso do mesmerismo no(ospital. &llioston, em virtude disso, pediu sua demisso, dei'ando a famosa declarao )5; 0niversidade foi estabelecida para o descobrimento e a difuso da verdade. !Sdas asoutras considera/es so secundrias. 8s devemos orientar o pblico e no dei'ar-nosorientar pelo pblico. ; nica questo saber se a coisa ou no verdadeira.6 &lliostonfundou posteriormente o ;esmeric 6ospitalem

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    pacientes que (aviam sido comprados para simular a aus3ncia de dor. ;s publica/esmdicas recusavam-se a aceitar as comunica/es do cirurgio escoc3s. Conta &sdaileusava-se ainda o argumento b"blico. Deus institu"ra a dor como uma condio (umana.1ortanto, era sacr"lega a ao anestsica do magnetizador. # * $

    &m +LI+, &sdaile teve que fec(ar seu (ospital. Moltou &sccia completamente

    desacreditado. Budou-se posteriormente para a =nglaterra, onde no teve mel(or sorte. ;

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    sol, para desenvolver a fra do olhar.8o responsabilizemos, porm, 9raid por essas prticas ignorantes. : que 9raid

    procurou demonstrar o fato de o transe assemel(ar-se a um estado de sono que podia serinduzido por agente f"sico. 9aseando o processo (ipntico num princ"pio on"ricoEV,nos deua palavra h i p n o t i s m o, derivada do vocbulo grego hUpnos, significando sono.

    !odavia, o sono (ipntico no se confundia com o sono fisiolgico, ou se2a, o sono normal.Consoante seus conceitos neuro-fisiolgicos, o transe (ipntico era descrito como Js o n on e r v o s o M#8ervous Aleep$.

    O quase no fim de sua carreira, 9raid descartou-se em parte do mtodo do cansaovisual e do da fascinao, pois descobriu que podia (ipnotizar cegos ou pessoas em recintosobscurecidos. Dessa observao em diante passou a dar maior import%ncia sugestoverbal. Mencida esta fase, no tardou em descobrir que tambm o sono no era necessrio.1ara produzir os fenSmenos (ipnticos, tais como a anestesia, a amnsia, a catalepsia e asalucina/es sensoriais, no era preciso submergir o 5su2et6 na inconsci3ncia on"rica.Tuando, porm, 9raid se capacitou de que a (ipnose no era sono, a palavrah i p n o t i s m o 2 estava cun(ada. &, certo ou errado, o nome que vigora at osnossos dias.

    &m +LE, 9raid publicou seu livro intitulado eurUpnologU, or the Vationale ofervous Bleep, no qual e'p/e seus mtodos para o tratamento de enfermidades nervosas.

    BalgradoE+ a sua "ndole anti-c(arlatanesca, 9raid no escapou s campan(asmaliciosas da classe mdica, embora essas fSssem muito mais brandas do que as movidascontra seus antecessores mesmerianos. Consoante o provrbio segundo o qual ningum profeta em sua terraE, as publica/es cient"ficas de 9raid encontraram mel(or aceitao naWrana e em outros pa"ses do que no seu torro natal.

    9&>!>;8D

    1ara efeitos (istricos, 9raid considerado o pai do (ipnotismo. !odavia, o adgioE

    latino que conclui com o& a t e r s e m p e r i n c e r t u m, se aplica com muito maisrazo s paternidades cient"ficas. Aabemos que muito antes de 9raid, o abade Waria tin(asuas idias modernas e psicol_gicamente corretas sSbre o fenSmeno (ipntico, e'plicadopor 3le como fenSmeno sub2etivo. & antes do ;bade, o mesmerista ;le'ander 9etrand, em+LV, 2 apontava no estado (ipnaggico uma causa psicolgica. !udo, dizia, era sugestoaplicada. &screveu a propsito 1ierre Oanet ) 59etrand antecipou-se ao abade Waria e a9raid. Woi o primeiro a afirmar francamente que o sonambulismo artificial podia e'plicar-se simplesmente base das leis da imaginao. 0 Jsu-etM dorme simplesmente porquepensa em dormir e acorda porque pensa em acordar. ;s obras do abade Waria, do general8oizet, na Wrana, e as de 9raid, na =nglaterra, s contribuiram com uma formulao maisclara d3stes conceitos, desenvolvendo esta interpretao psicolgica em forma mais

    EV>elativo ; Aon(os.E+8o obstanteU ;pesar de.E1rovrbio b"blico, encontrado nos evangel(os de Bateus +)IPb #s em sua prpria terra e em sua prpriacasa que um profeta no tem (onra.$U Barcos J)E #s em sua prpria terra, entre seus parentes e em sua

    prpria casa, que um profeta no tem (onra.$U

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    precisa.6 # * $:s (istoriadores da psicologia mdica consideram 9ertrand como um ponto de

    transio entre o magnetismo e o (ipnotismo.

    E E

    &m +LJE, um e'emplar da obra de 9raid caiu nas mos de

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    Conforme se infere do prprio t"tulo de sua obra principal, C:!

    ConcomitantementeEL com a escola de 8anc, representada por

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    (ipnotizados, no passando o estado de (ipnose de um estado de (isteria.Concomitantemente com essa premissa, formulou sua teoria dos tr3s estgios (ipnticos ) aletargia, a catalepsia e o sonam"ulismo. : primeiro estgio, que se podia produzirfec(ando simplesmente os ol(os do 5su2et6, caracterizava-se pela mudez e pela surdezU osegundo estgio, os ol(os 2 abertos, era marcado por um misto de rigidez e fle'ibilidade

    dos membros, 3stes permanecendo na posio em que o (ipnotista os largasse. : terceiroestgio, o sonambulismo, se produziria fricionando enrgicamente a parte superior dacabea do 5su2et6. 1or sua vez a escola da 5Aalpetrire6 procurou reabilitar a aomagntica. C(arcot tentou convencer os disc"pulos que, aplicando um im em determinadomembro, 3ste se paralizava.

    Aeria de estran(ar que um (omem daquela reputao e responsabilidade cient"ficastivesse idias to retrgradas e mesmo rid"culas. 9ern(eim apontou a C(arcot os erros,mostrando-l(e que as caracter"sticas por 3le consideradas como critrio de (ipnose podiamser provocadas artificialmente por mera sugesto. 8asceu da" a (istrica controvrsia entreas duas escolas, a da 5Aalpetrire6 e a de 8anc. >ecorrendo a um delicado eufemismo EK,osdirigentes desta ltima, classificaram o (ipnotismo daquela de 5(ipnotismo cultivado6, cu2ovalor em relao ao (ipnotismo de verdade se comparava ao da prola cultivada emconfronto com a prola natural.

    C(arcot tin(a ainda uma teoria metlica relacionada ao (ipnotismo. Aegundo essateoria, a cura de certas doenas dependia to s_mente do uso correto dos metais. Conta-se apropsito dessa metaloterapia lembrada `nicamente a t"tulo de curiosidade (istrica um episdio pitoresco ) 0m grupo de alunos de proced3ncia estrangeira estava discutindosSbre a diversidade dos sintomas nervosos dentre os diversos povos, enquanto percorriamem compan(ia do mestre as diversas depend3ncias da 5Aalpetrire6. C(arcot aproveitou oense2o para provar aos forasteiros a universalidade do fenSmeno anestsico. =ria mostrarque a perda da sensibilidade de uma determinada parte do corpo era rigorosamente amesma em todos os quadrantes da terra. !odavia, ao espetar a agul(a no brao de umpaciente, 3ste gritou. ; reao inesperada causou um misto de desiluso e de (ilaridadeentre os disc"pulos. : mestre, no entanto, no tardou em desvendar-l(es o mistrio. 8olocal mesmo teria sido informado de que, durante a sua aus3ncia, um dos seus assistentes, oDr. 9urcq, colocara uma placa de ouro no brao do doente. & foi em virtude disso que oenf3rmo recuperou a sensibilidade

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    e dar-l(e impulso cient"fico-terap3utico. & no apenas o (ipnotismo mdico, seno tambmo (ipnotismo recreativo, proporcionava s platias daqueles tempos soberbos espetculos.4randes (ipnotizadores de palco como D o n a t o e a n s e n arrebatavam asmultid/es com suas demonstra/es pblicas.

    W>&0D

    &, no entanto, ocorreu um coc(ilo, um per"odo de esquecimento de trinta e maisanos no mundo das atividades (ipnticas. Como responsvel por 3sse eclipse os(istoriadores apontam a popularidade da psicanlise e a pessoa de seu fundador, AigmundWreud, que re2eitou o (ipnotismo em seu mtodo terap3utico. ;contece que o (omemdestinado a assestarIVao (ipnotismo semel(ante golpe se tornou posteriormente responsvelpela sua ressurreio. O se disse que a volta triunfal do (ipnotismo em bases psicolgicasmodernas largamente devida psicanlise. Tuanto s suas tcnicas modernas, so umaconseqY3ncia direta da orientao e penetrao psicanal"ticas. Wazendo nossas as palavrasde ilboorg, ningum duvida atualmente de que a influ3ncia e os efeitos do magnetizadorou (ipnotizador se fundam essencialmente, seno e'clusivamente, nas profundas rea/esinconscientes do 5su2et6. & o conceito do inconsciente ainda era descon(ecido na poca de9raid e coube a 3ste formular de uma maneira puramente descritiva o que sentiaintuitivamente. &m outro cap"tulo tornaremos a falar na contribuio da psicanlise moderna (ipnoterapia, e na figura de Wreud como personagem na (istria do (ipnotismo.

    IV;pontarU Dirigir.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    == T0& F ; =18:A&h

    0B W&8B &8: D& 1>:O&GH: ;>!& & C=8C=;

    1ara as pessoas que ignoram os mecanismos psicolgicos que presidem aofenSmeno da (ipnose e para todos aqu3les que acreditam no 5poder (ipntico6, a (ipnoseresulta da ao direta de uma vontade mais forte, ou se2a, a vontade do (ipnotista, sSbreuma vontade mais fraca, ou se2a, a vontade do 5su2et6. ;o menos enquanto dura o transe,3le, 5su2et6, considerado escravo de uma vontade mais forte do que a sua. 8a realidade, o5su2et6 sucumbe sua prpria vontade, que se confunde ou entra em c(oque com a idia ou

    a imaginao do (ipnotista. ;ssim, a monotonia, que um dos fatSres tcnicos maisdecisivos na induo (ipntica, para produzir efeito, tem de basear-se na reciprocidade. ;monotonia e+terna, ou se2a, a monotonia do (ipnotizador, tem de refletir, de certo modo, amonotonia interna, ou se2a, a monotonia do paciente. : 5su2et6, sem dar-seconscientemente conta do fato, pro2eta sSbre a pessoa do (ipnotizador os efeitos (ipnticosde sua prpria monotonia, assim como pro2eta sSbre o mesmo seus prprios dese2os defazer milagres e suas prprias fantasias de onipot3ncia. 1elo lado psicolgico,indiscut^velmente o lado mais importante, a (ipnose e'plica-se, entre outras coisas, comoum fenSmeno de pro2eo. ;o menos em grande parte, o 5su2et6 vencido pelas suasprprias armas, armas essas que o (ipnotista tem de saber selecionar e utilizaradequadamente. 8o percamos de mente que tSda sugesto , em ltima anlise,

    largamente auto-sugesto, tSda (ipnose, em ltima anlise, largamente auto-(ipnose, e todom3do, no fundo, m3do de si mesmo.Contrriamente ao que ensinam os livros populares, a f inabalvel no (ipnotismo e

    a vontade forteno constituem os atributos fundamentais e diretos do (ipnotizador, mas,sim, do 5su2et6. ; e'peri3ncia mostra que os mel(ores pacientes so precisamente os tiposimpulsivos, os voluntariosos, em suma, as pessoas de muita vontade ou de vontade forte.

    :s livros do tipo JKuerer &oderM nos quais os autores se comprazem emconfundir a simples vontade de poder com o poder da vontade t3m contribu"dolargamente para formar timos 5su2ets6 e pssimos (ipnotistas. ; notria escassez de bons(ipnotizadores pode ser atribu"da em grande parte a 3sse g3nero de literatura sSbre oassunto.

    Do que se acaba de e'por no se infere que o (ipnotizador no deva ter vontade, ouque se2a, necessriamente, dotado de pouca vontade ou de uma vontade dbil. le tambmtem a sua vontade, e de certo, uma dessas vontades respeitveis ou 5invenc"veis6, s_menteno a utiliza de maneira irracional, ou se2a, de forma direta. le no comete a ingenuidadede confundir a simples vontade de poder com o poder -( concretizado, ou se2a, com opoder da prpria vontade. Dizia 8ietzsc(e ) 5!odos os nossos movimentos no passam desintomas. !ambm todos os nossos pensamentos no passam de sintomas. ;trs de cadasintoma esconde-se um apetite. & o apetitefundamental a vontade de poder.6 F esta uma

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    frmula que se aplica atividade (umana #e no s_mente (umana$ em geral e atividade(ipntica em particular. : 3'ito (ipntico presume a e'ist3ncia de apetites, ou se2a,disposio, a qual, por sua vez, no prescinde de est"mulos desta ou daquela natureza. ;(ipnose representa para o operador a ao da vontade aplicada racional, ou mel(or diremos,indiretamente. : que equivale a dizer que o (ipnotista no t3m de fazer fra com a sua

    vontade. 1ara todos os efeitos, 3le tem desa"ere no apenas querer hipnotizar. : segr3dodo 5poder (ipntico6, como de qualquer outro poder e'ercido pelo (omem, reduz-se, maiscedo ou mais tarde, ao con(ecimento. 8esse sentido, a prpria arte tende a transformar-seem tcnica e ci3ncia e vice-versa.

    8o podemos, por isso, negar import%ncia prtica s diversas teorias sSbre(ipnotismo que comeamos a e'por. 8en(uma delas satisfaz isoladamente, contendo cadauma apenas uma parcela maior ou menor da verdade U mas, aproveitadas em con2unto,contribuem decididamente para aprimorar o con(ecimento e o contrSle sSbre a natureza(umana.

    ; (ipnose um fenSmeno muito mais comple'o do que uma simples irradiaocerebral ou manifestao direta da fSra da vontade. 8o se afirma categ_ricamente queno possa ser tambm um pouco disso. : que se pode afirmar o fato de ser muito mais doque isso. Aarbin v3 na (ipnose uma das manifesta/es mais generalizveis docomportamento social, e @olberg declara que as variantes interpessoais inerentes aofenSmeno (ipntico so to comple'as, que nem sequer podemos determinar-l(es asmedidas. & 2 sabemos que o fenSmeno em apr3o transcende em sua comple'idade aoslimites da prpria espcie.

    ; &M&>AH: D:A &W&=!:A

    8uma sesso de (ipnotismo observa-se um impacto, no precisamente entre duasvontades, uma mais forte e outra mais fraca, mas, sim, um impacto entre a vontade,geralmente violenta, do 5su2et6 e a imaginao ou a idias do (ipnotista. Tuanto mais forteaquela, tanto mais vitoriosa esta ltima. F a lei da revers)o dos efeitosde &mile Cou )58um impacto entre a vontade e a idia, vence invarivelmente a idia.6

    Dentre os e'emplos mais t"picos dessa lei, ocorre-nos citar a sistemtica dificuldadeque e'perimentamos quando, de sbito, queremos lembrar um nome. Oustamente nomomento em que mais precisamos do nome, 3le no vem tona. &st, como se dizpopularmente, na ponta da l3ngua. Tuanto maior a nossa pressa, quanto mais nosesforamos, maiores as dificuldades. F o impacto da idia do esquecimento contra avontadeimperiosa da lembrana a "loqueara memria. : nome invocado vem mente medida em que renunciamos ou moderamos a vontade da lembrana.

    8as sess/es de (ipnotismo, essa reverso de efeitos se produz artificialmente pelaintensa e sbita mobilizao da vontade no 5su2et6. Dizemos ao 5su2et6 que 3le incapaz delembrar-se de seu prprio nome. & 3le reage desesperadamente nossa sugesto, ou se2a, nossa idia #no fundo vontade$ de provocar o fenSmeno, porm em vo.

    Aemel(antemente, sugere-se que 3le no consegue articular uma determinadapalavra, que est pr3so na cadeira, que no consegue abrir os ol(os etc., etc., e o efeito, oumel(or, a reverso de efeitos, a produzir os resultados espetaculares que todos con(ecemosdas demonstra/es de (ipnotismo que realizamos ou s quais assistimos.

    Aubentende-se, entretanto, que a lei que acabamos de citar no se p/e em ao com

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    a mesma simplicidade com que se p/e a funcionar um engen(o mec%nico, isto , ligandouma c(ave ou apertando um comutador.

    1ara que a referida lei funcione preciso que o 5su2et6 este2a convencido daautenticidade da e'peri3ncia e, subsidiriamenteI+, tambm das vantagens que se l(eprop/em. & para tanto, preciso que o (ipnotista convena. 8o fSra assim e qualquer

    pessoa, sem nen(uma (abilitao, em qualquer circunst%ncia, poderia (ipnotizar qualquerindiv"duo. 9astaria proferir uma sugesto para ser obedecido, o que, sabidamente, noacontece.

    Misto sob 3ste aspecto, o (ipnotismo, ao menos por enquanto, no apenas umaci3ncia. F tambm uma arte. F a arte de convencer. ipnotizar convencer. & convencer sugestionar. A sugestiona quem convence. & s quem convence (ipnotiza.

    Com um m"nimo de no/es, um indiv"duo ignorante pode (ipnotizar perfeitamente,desde que as circunst%ncias l(e se2am favorveis e desde que convena. :s indiv"duosvitoriosos na pol"tica, nas profiss/es liberais, no comrcio, na indstria, nas carreirasart"sticas e em tudo mais, usam, que o saibam ou no, as tcnicas (ipnticas. Ao(ipnotizadores potenciais. & note-se que em matria de (ipnotismo, o artista, no raro, levavantagens sSbre o cientista. Desde os primrdios da civilizao at a poca de Besmer, o(ipnotizador agia intuitivamente, baseado em premissas cient"ficas inteiramente falsas. &ainda em nossos dias o 3'ito (ipntico vem freqYentemente associado a uma espantosaignor%ncia em relao s leis psicolgicas que presidem 3ste fenSmeno.

    ; capacidade (ipntica, antes adquirida de forma emp"rica e intuitiva, (o2e, graasaos con(ecimentos tcnico-cient"ficos, suscet"vel de aquisio e desenvolvimento. ; artetende a transformar-se, como dissemos ( pouco, em tcnica e ci3ncia, e, inversamente, atcnica e a ci3ncia se convertem em uma verdadeira arte.

    I+Aecundariamente.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    === =18:A& F A04&A!H:

    8o e'iste uma teoria abrangente e definitiva sSbre (ipnose. ; definio que nos dum dos mais acatados dicionrios de t3rmos psicolgicos, oGictionarU of &sUchologU, deXarren, a seguinte) J6ipnose, um estado artificialmente induzido, s vzes semelhanteao sono, porm sempre fisiol'gicamente distinto do mesmo, tendente a aguar asugesti"ilidade, acarretando modificaes sensoriais e motoras, alm de alteraes dememriaM.0m estado tendente a aguar a sugestibilidade. &quivale quase a dizer que(ipnose , antes de mais nada, do princ"pio ao fim, sugesto. F sugestibilidade aumentadaou generalizada, na teoria de ull.

    Com efeito, tSdas as teorias e conceitos sSbre (ipnose, se2a qual for a parcela deverdade que conten(am e o grau de sua import%ncia prtica, no valem seno na medida emque elucidam as motiva/es e os mecanismos d3sse fenSmeno eminentemente psicolgicoque a sugesto, nas suas mais diversas gradua/es. uma tend3ncia de desmerecer ofenSmeno da (ipnose com o argumento de que tudo n)o passa de sugest)o. Como se asugesto fSsse necessriamente coisa superficial, desprez"vel e sem maior import%ncia paraa nossa vida. ;contece que a sugesto representa uma das fSras din%micas maisponderveis da comunidade (umana, fSra essa que transcende aos limites da prpriaespcie, atuando sob a forma de refle'o condicionado, no prprio (ipnotismo animal. 8oacarreta `nicamente altera/es sensoriais e modifica/es de memria, podendo afetar tSdasas fun/es vitais do organismo, tanto no sentido positivo como no sentido negativo dessa

    palavra. ; sugestibilidade, embora su2eita a varia/es de grau e de natureza, umfenSmeno rigorosamente geral. !odos somos mais ou menos sugestionveis e poss"velque todos ou quase todos fSssemos (ipnotizveis se dispusssemos de mtodos adequadosde induo. 8o fSra a sugesto uma fSra de efici3ncia social incomparvel e no se2ustificaria a mais abrangente de tSdas as indstrias modernas, que a indstria publicitria,isto , os anncios, que ocupam duas t3ras partes de quase todos os rgos de imprensa,alm dos dispendiosos patroc"nios de rdio e televiso. Com efeito, 2 e'istem sistemas depublicidade, sobretudo a c(amada 5publicidade indireta6, capaz de criar no %nimo dosconsumidores, um dese2o irresist"vel, e, s vezes, inconsciente, de adquirir determinadosprodutos, dei'ando-os amiudoInum estado que se avizin(a bastante da (ipnose. Dissemosno cap"tulo precedente que hipnotizar convencer. 8otemos que no mundo das atividades

    comerciais, convencer, por sua vez, sinSnimo de vender. F dif"cil encontrar e'emplosmais convincentes da eficcia do poder da sugesto e de sua transcend3ncia, do que os quenos fornece o hipnotismo comercial, consubstanciado nos modernos processospublicitrios. # * $

    I>epetidas vezes.*# * $ 8o momento em que 3ste livro est sendo organizado. surge nos &stados 0nidos um tipo de

    publicidade que faz 2s ao t"tulo de 5ipnotismo Comercial6. !rata-se de uma nova entidade publicitriac(amada JBu"liminal &ro-ection ompanU

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    ; quase totalidade das pessoas veste-se de acSrdo com as sugest/es da moda, ingeremedicamentos em bases sugestivas. Ae, por omisso voluntria ou involuntria, olaboratrio dei'a de agregar o elemento medicamentoso droga, o efeito terap3utico ser omesmo, salvo rar"ssimas e'ce/es. : mesmo ocorre na aquisio de ob2etos, muitas v3zessuprfluos. 0m simples engano na marcao de preos numa vitrina, e as pessoas compram

    o ob2eto barato como se fSsse caro e vice-versa.; sugesto do meio faz com que uma pessoa se assimile ao mesmo tempo em que assimilada. Cedendo, por necessidade e em seu prprio benef"cio, ao sugestiva de umnovo ambiente, o indiv"duo no admitir que sucumbiu ao mesmo, ao contrrio, dir que oconquistou, uma vez que voluntria e ativamente cooperou para a sua prpria mudana.

    &m relao fSra da sugesto, o critrio de derrota e de vitria reside largamentenos fatSres vantagem e desvantagem, distribuidos respectivamente entre (ipnotista #ouagente sugestivo$ e o paciente.

    : passarin(o, que, na verso popular do (ipnotismo animal, cai nas garras do gatoesfaimado, e o sapo, que, segundo a mesma verso, se dei'a atrair (ipn_ticamente pelaserpente,sucum"emliteralmente (ipnose. : 5gato6 ou a 5serpente6 (umanos atraem seu5passarin(o6 a fim de e'trair-l(e um dente sem dor, para submet3-lo a uma intervenomais profunda sem anestesia qu"mica, para livr-lo de alguma neurose ou proporcionar umespetculo aos demais. & o 5passarin(o6 (umano no devorado. ;o contrrio, beneficiado. &m lugar de oferecer sua prpria carne, paga na forma convencional do(onorrio mdico. Tuanto 5serpente6, vai ingerir as subst%ncias necessrias suamanuteno no seio pac"fico de sua fam"lia ou nalgum restaurante. & no se pode dizer queo 5rptil6 no caso ten(a atra3doo 5passarin(o6 a fim de e'trair-l(e os emolumentosI atrSco do servio prestado, uma vez que o 5passarin(o6 veio de moto prprio#muitas v3zes2 sugestionado e atra"do pela fama$ ao (ipnotista, sugerindo-l(e a (ipnose e aceitando-l(eas condi/es, antes de serem por 3le sugeridas.

    1ara compreender a natureza da sugesto, o seu modus operandie ainda as suaspossibilidades prticas, preciso um con(ecimento razovel das rea/es psicolgicas e umentendimento mais profundo da alma (umana, na sua tr"plice diviso em onsciente,

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    1or sugesto entendemos comumente a tend3ncia que o indiv"duo tem de agir sob o mandoou a influ3ncia de outrem, quer por meio de uma ordem ou instruo direta, quer por outrosmeios quaisquer.

    Definiu-se tambm a sugesto como sendo 5a tend3ncia a criar na pessoa umaatitude, fazendo com que ela aceite coisas imaginrias como se fSssem reais6.

    :utro dicionrio define a sugesto como 5uma idia, crena ou impulso apresentado mente6.1ara BcDougall, 5 um processo de comunicao que resulta na aceitao convicta

    de idias, crenas ou impulsos, sem necessidade de fundamento lgico6.: 2 citado Dicionrio de !3rmos 1sicolgicos de @arren define a sugesto como

    sendo 5a induo ou tentativa de induo de uma idia, crena, deciso ou ato, realizada napessoa al(eia, por meio de est"mulos verbais ou outros est"mulos, base de umaargumentao e'clusivista6U e continua ) 5F um est"mulo, geralmente de natureza verbal,por cu2o intermdio intentamos levar uma pessoa a agir independentemente das suasfun/es cr"ticas e integradoras6.

    &sta definio omite um dos aspectos mais caracter"sticos do fenSmeno, a saber, aposs"vel ao pro2etiva ou refle'iva da sugesto, ou se2a, o carter auto-sugestivo. Fverdade que, para efeitos prticos e e'ecutivos, o princ"pio psicolgico, segundo o qualtSda sugesto auto-sugesto, de certo modo se inverte. ;contece que a sugesto, pela suacomple'idade psicolgica, dific"lima de definir.

    =nsistem certos autores que sugesto ainda no se2a (ipnose. 1odemos estar certos,entretanto, de que tSda e qualquer (ipnose comea pela sugesto, ainda que a sugestofSsse veiculada por vias telepticas. : estado de (ipnose , sabidamente, o estado em que asugesto atinge sua ao mais poderosa. Aeus efeitos raiam, s v3zes, ao inacreditvel, aoine'plicvel e mesmo ao maravil(oso, embora, de um modo geral, a (ipnose no ten(a 3ssecarter espetacular que popularmente se l(e atribui. 1ode-se eventualmente concordar emque a (ipnose no se2a apenas sugesto, ou sugesto pura, mesmo porque a sugestibilidadeno representa uma condio an"micaIEisolada.

    A04&A!H: & 1>&A!Z4=:

    Comeamos a nossa srie de defini/es de sugesto com Ja tendncia que a pessoatem de agir so" o mando ou influncia de outremM

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    (ipnotista resultaria, portanto, de uma confuso inconsciente da pessoa do (ipnotizadorcom 5papai6 ou 5mame6. Consoante essa teoria, as escolas alems passaram a dividirrespectivamente as tcnicas (ipnticas em hipnose materna e hipnose paterna #Butter-pnose e Mater-pnose$. Buitos dos autores modernos refutam 3sses pontos de vistapsicanal"ticos, alegando que nesse caso os (ipnotistas femininos s conseguiriam (ipnotizar

    5su2ets6 dominados pela autoridade materna, enquanto os (ipnotizadores masculinos sinduziriam indiv"duos (abituados ao mando do pai, fenSmeno 3sse que na realidade nemsempre se confirma. Conven(amos, porm, que o fato de um "om Jsu-etMser (ipnotizvel,prticamente por qualquer (ipnotista, independentemente das suas emo/es preformadas,no c(ega a invalidar a teoria que acabamos de e'por, levando em conta que o fatorprest"gio no se forma e'clusivamente base da e'peri3ncia infantil da autoridade parental.

    ; A04&A!H: =D&:B :!:>;

    &'cusado ser dizer, entretanto, que a sugesto (ipntica no se reduze'clusivamente ao fator prest"gio. &'istem tambm as sugestes ideomotoras. &stas seformam, not_riamente, base de tend3ncias preservativas e estados de e'pectativascomuns, independentes dos fatSres familiares e sociais que regem emocionalmente apersonalidade. ; teoria ideomotora, preconizada por ull, define a (ipnose como umestado de sugestibilidade generalizada, resultante da atitude passiva do 5su2et6 em faze daspalavras proferidas pelo (ipnotizador. ; sabedoria popular tem a intuio da efici3nciad3sse processo sugestivo, quando diz ) 5gua mole em pedra dura tanto d at que fura.6sse estado de sugestibilidade generalizada, que a (ipnose, na definio do autormencionado acima, coad2uvado, entre outras coisas, pela recomendao feita ao paciente,no sentido de rela'ar os msculos e de pensar `nicamente no repouso e no sono. F docon(ecimento geral que o rela'amento muscular aumenta a sugestibilidade. : descansof"sico predisp/e a mente a estados imaginativos e a locubra/es fantsticas. sse requisitof"sico, no entanto, no constitui um conditio sine qua nonda induo (ipntica. F poss"vel(ipnotizar pessoas em p, portanto, sem estarem muscularmente rela'adas, desde que se2amsuficientemente sens"veis.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    =M =18:A& & A:8:

    ;inda no se c(egou a um acSrdo quanto relao e'ata entre a (ipnose e o sono.8o tempo de Besmer, o (ipnotista ainda no era o homem que faz dormir, embora o fSsseem pocas anteriores.

    8os primrdios do (ipnotismo cient"fico, o primeiro a associar o estado de (ipnoseao estado on"rico foi o marqu3s de 1usgur, em +PLE, com sua 2 citada teoria dosonam"ulismo artificial. 1usgur tin(a, sem dvida, sua parcela de razo. ;t (o2erecon(ecemos nos indiv"duos son%mbulos timos 5su2ets6. & at (o2e o estgio maisprofundo de (ipnose acertadamente denominado ) est(gio sonam"4lico.

    : primeiro a intentar uma discriminao mais acurada entre o sono natural e o5sono (ipntico6 foi, como 2 sabemos, 9raid, com a sua teoria do neurohipnotismo. 9raidc(amou o estado de (ipnose desono nervoso#nervous sleep$. ; (ipnose passou a ser sonoou uma espcie de sono, para quase toda a totalidade dos pesquisadores ulteriores, dentre osquais se apontam

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    psicolgica dos son(os. ; linguagem dos sonhos caracteriza-se not_riamente peloanacronismoIPde e'presso e pela simbologia arcaica. WenSmeno igualmente observado emrelao aos elementos (ipnotizados.

    Com todos 3sses e outros pontos de contato, que e'istem entre o estado (ipntico eo estado on"rico, a (ipnose ainda no pode ser considerada como uma perfeita paralela do

    sono. 1ois, no obstante os muitos pontos em comum, os dois estados ainda apresentamnotveis diferenas. &'iste, conforme sabemos desde 9 r a i d , uma srie de efeitose'traordinrios tais como a rigidez catalptica, a anestesia, a amnsia post-(ipntica, eisso sem falarmos dos efeitos sugestivos de um modo geral que so prprios da (ipnose,no ocorrendo no sono fisiolgico. ; pessoa fisiol_gicamente adormecida no reage aosest"mulos sensoriais da mesma forma pela qual reage o indiv"duo (ipnotizado. Dirigindo-nos a uma pessoa submersa em sono natural, no obteremos resposta, a no ser queten(amos convertido adredemente o sono natural em 5sono (ipntico6, ou que se trate deum son%mbulo. &nquanto o indiv"duo (ipnotizado atenta no mais leve sussurro, criaturaadormecida temos de falar alto ou mesmo gritar, para nos fazer ouvir.

    F muito acatado o conceito segundo o qual a (ipnose corresponde 5modorraIL5, ouse2a, ao breve momento que medeia entre o estado de vig"lia e o sono. sse breve momentoseria artificialmente induzido e prolongado pelo (ipnotizador. F esta a e'plicao que secostuma dar ao paciente ao condicion-lo para a (ipnotizao.

    ; (ipnose um estado que s v3zes se assemel(a ao sono, mas que sempre sedistingue fisiol_gicamente do mesmo. 1ara provar a diferena fisiolgica entre o estado de(ipnose e o estado de sono, tem-se feito tSda uma srie de testes. :bservou-se, entre outros,o refle'o psico-galv%nico. ;notou-se cuidadosamente o aparel(o respiratrio, assim como osistema circulatrio e a circulao cerebral. !odos 3sses testes indicam que o estado de(ipnose se assemel(a mais ao estado de vig"lia do que pr_priamente ao estado de sono.;ssim tambm o eletroencefalograma, feito em laboratrios psicolgicos, mostra que oindiv"duo (ipnotizado se assemel(a mais ao indiv"duo acordado do que ao fisiol_gicamenteadormecido. Ae, entretanto, insistirmos durante o transe (ipntico na sugesto espec"fica dosono, o eletroencefalograma passar a igualar-se ao da pessoa submersa em sono normal.!udo indica que nesse estado de sugestibilidade aguada ou generalizada, que a (ipnose,conforme veremos ainda adianta, a sugesto do sono encontra um clima particularmentepropenso, ao ponto de dispensar, em muit"ssimos casos, uma formulao verbal. mtodos modernos de 5(ipnose acordada6 e outros em que se evita deliberadamente oempr3go da palavra 5sono6, e, no obstante, essa concomitante clssica da (ipnose #o sono$s vezes se apresenta inopinadamente. Ao freqYentes os casos nos quais o 5su2et6 no sedetm no 5sonambulismo artificial6, no 5sono parcial6, ou no 5sono nervoso6, passandoespont%neamente do transe para o sono natural, sono 3sse em que todos os efeitos inerentes (ipnose desaparecem.

    ; distino entre o transe (ipntico e o sono, sutil e imcompleta que se2a sob certosaspectos, tem o seu valor prtico, tanto para o (ipnotista como para o paciente. Tuando 3steltimo declara quele que n)o dormiue que se lembra de tudo, 2 no invalida o resultadoda induo. O no desaponta, nem decepciona. :bter simplesmente a e'plicao de quehipnose n)o sono e que no transe ligeiro e mdio, nos quais ainda no se produz ofenSmeno da amnsia post-(ipntica, o indiv"duo conserva plena consci3ncia de tudo o queIPConfuso de data quanto a acontecimentos ou pessoas.IL &stado intermedirio entre o estar 5acordado6 e 5dormindo6U 1rostrao mrbida, ou sonol3ncia, ou

    preguia.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    se passa, podendo ter e dar a impresso de que nem sequer esteve (ipnotizado.&'cetuando alguns mtodos modernos, recomendados em casos especiais, na

    tcnica (ipntica corrente ainda se recorre sugesto espec"fica do sono para efeito de(ipnotizao, conforme veremos mais adiante. &'. ) 5M. vai sentir sono

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    ; imobilidade e certa palidez caracterizam, s mais das v3zes, o transe

    profundo . : paciente se as semel(a a u ma figura de c3ra.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    M ;=;A A9>& =18:A&; =18:A& C:B : &8!>&4; ;B :>:A;

    : paralelo freqYentemente traado entre a (ipnose e o apai'onamento no se2ustifica `nicamente base da motivao etiolgicaIKdo fenSmeno.

    1ouco antes de abandonar a tcnica (ipntica, Wreud formulou sua teoria. Aegundoesta, o estado de (ipnose corresponderia a uma entrega amorosa. &m sua auto-biografia,conta de como uma 2ovem o abraou ao sair do transe. Concluiu Wreud que a (ipnose traium certo grau de masoquismo, ou se2a, necessidade instintiva de submisso, envolvendouma gratificao de carter libidinalJV. Com efeito, as rea/es e a prpria e'presso

    fisionSmica de muitos pacientes femininos indicam vis^velmente estados dessa natureza.Buitos, ao despertarem, conquanto no c(eguem a abraar o (ipnotista, declaram-l(e queac(aram a e'peri3ncia 5muito gostosa6. :utros, t3m uma crise de pranto. &ssas rea/estraduzem, respectivamente, aprovao e arrependimento pelo que acabaram dee'perimentar.

    !ais manifesta/es, no raro, assustam e despertam a suspeita de dissimulaoJ+,principalmente quando se trata de um (ipnotizador ine'periente e que no possui em graubastante o poder de que mais necessita ) o poder sSbre si mesmo, oriundoJde um profundocon(ecimento de suas prprias tend3ncias e pai'/es.

    ; 5B ;B ;D&=>;6 =18X!=C;

    &m seus aspectos meta-psicolgicos, a (ipnose se identifica freqYentemente com ae'peri3ncia infantil da lactao.

    : paciente em transe, cu2as fronteiras do &go se dissolveram, agarra-se s palavrasdo (ipnotizador, mais ou menos como a criana se apega ao seio materno, considerado porela como parte de seu prprio corpo. 8aquele momento, o seio materno pertence-l(eorg%nicamente, ou mel(or, quase to org%nicamente como os prprios ps e mos.

    1esquisas psicolgicas provaram que a (ipnotizao pela sugesto verbal troca-seno inconsciente freqYentemente pelo processo da amamentao. : paciente verbalmenteamamentado pelo (ipnotizador, cu2as palavras montonas, constantes, e fluentes atuam

    como um substitutivo simblico do leite materno. Desta forma, a prpria voz do (ipnotista um dos elementos not_riamente importantes no trabal(o de induo se incorpora ao&go do paciente, em sua dormente monotonia.

    ; 5mamadeira6 a alimentar o transe so as palavras suaves e montonas do

    IK1arte da medicina que trata das causas das doenas.JV#

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    (ipnotizador. Buitos dos meus pacientes, segundo declara/es feitas a mim ou a outraspessoas, tiveram a impresso de que, entre outras coisas, eu os fizera 5mamar6 durante otranse. & note-se que, dentre as pessoas mais (ipnotizveis, figuram os c(amados 5tiposorais6, ou se2am aqu3les indiv"duos 5mal desmamados6, que se fi'aram em sua evoluoinstintiva fase pr-genital, denominada a 5fase oral6, que o primeiro dos tr3s estgios

    marcantes da evoluo libidinal para a genitalidade madura e adulta.De acSrdo com as teorias psicanal"ticas mais modernas, a (ipnose reproduz osprocessos normais do desenvolvimento do &go infantil. F uma recapitulao da prpriainf%ncia.

    ; =18:A& C:B : 48&>: D>;B !=C:

    ; (ipnose representa como diria Aarbin uma forma de comportamentopsicolgico social mais generalizada do que a simples entrega amorosa ou oapai'onamento ) dramatizao, 5rol-plaing6 ou 5rol-taing6. : 5su2et6 seria, antes demais nada, um artista animado pelo dese2o de representar um papel ) o papel do indiv"duo(ipnotizado. k esta uma teoria que confere com a impresso popular, segundo a qual o5su2et6 est fingindo o estado de (ipnose, quer pelo prazer de representar 3sse papelespec"fico, quer para agradar ao (ipnotista. &, no entanto, essa teoria no indica,necessriamente, ceticismo quanto autenticidade dos fenSmenos (ipnticos e nemtampouco compromete a idoneidade dos 5atSres6. : dese2o de representar e o de cooperarcom o (ipnotista e obedecer-l(e, desde que no contrarie os inter3sses vitais, constitui umacaracter"stica inerente (ipnose. F uma manifestao daquilo que designamos pelo nomede 5rapport6. Aem estar (ipn_ticamente afetado, o 5su2et6 no se disp/e a 5colaborar6 comtanta docilidade, nem 5representa6 o papel do (ipnotizado de forma to perfeita econvincente. Airva-nos de e'emplo o paralelo da into'icao et"lica. 8ingum p/e emdvida a realidade da into'icao alcolica ao descobrir que o brioJno assim porquebebe, mas bebe precisamente por ser assim. & no se duvida, tampouco, da influ3ncia dolcool pelo fato de o indiv"duo conservar a lembrana parcial ou total do que ocorreuenquanto influenciado pela bebida. ;contece que o 5su2et6 representa o papel do indiv"duo(ipnotizado da mesma forma como o alcolatra representa o papel do brio. ;ssim como3ste, a fim de poder representar convincentemente seu papel predileto, de recorrer aolcool, aqu3le tambm no dispensa as condi/es inerentes ao transe para poderdesincumbir-se devidamente de sua funo. Contudo, os cticos acreditam no lcool eduvidam da (ipnose.

    Dentre 3sses cticos incluem-se pessoas de grau acad3mico e muitos eminentesprofessSres universitrios. De acSrdo com uma comunicao publicada recentemente, umrenomado psiclogo da 0niversidade de arvard, a e'emplo de tantos outros, partiuing3nuamente do princ"pio segundo o qual um indiv"duo que, (ipnotizado, regride inf%ncia e, por conseguinte, abstraiJE tSda evoluo posterior #como se isso fSsse psico-fisiol_gicamente imaginvel$, deve, necessriamente, comportar-se como criana emquaisquer circunst%ncias, ao menos enquanto durar o transe (ipntico, principalmentequando se l(e pede que desen(e ou quando submetido ao teste de Vorschach.

    J93badoU &mbriagadoU 9eberro.JE8o leva em contaU ;l(ea-se.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    &m sua ing3nua suposio de que o 5su2et6 se torna criana no duro, como se diriana linguagem popular, sem vest"gios ou resqu"cios de influ3ncia de sua evoluo adultaulterior, o referido professor, numa srie de e'peri3ncias, nas quais colocou sob transeprofundo diversos indiv"duos, sugerindo-l(es que tin(am seis anos de idade e que estavamna escola, f3-los desen(ar e escrever e submeteu-os ainda ao teste de Vorschach. Conforme

    seria de esperar, nas interpreta/es, nas garatu2as

    JI

    e nos desen(os infantis, a madurez aindase traduzia por detal(es vis"veis aos ol(os de um psiclogo e'perimentado. ; evoluo dapersonalidade podia ser mais ou menos entrevista no resultado final. 0m dos 5su2ets6 aquem o renomado psiclogo solicitou que desen(asse uma rvore, f3-lo com os traos deingenuidade prprios de criana de seis anos, mas no se esqueceu das ra"zes. : que naopinio do professor revelava estgio superior idade sugerida. ; outro perguntou pela(ora, e o paciente, automticamente, consultou seu relgio de pulso, outro gesto que no secoadunaJJcom a idade infantil em questo. O me aconteceu em uma demonstrao pblicamuito concorrida o seguinte ) um 5su2et6 de nacionalidade alem, que na idade de dois anosignorava o portugu3s, continuava a usar essa l"ngua, adquirida posteriormente, durante aregresso (ipntica. Diversos espectadores que con(eciam a inf%ncia do paci3nteestran(aram o fato. 9astaria adverti-lo do 3rro para que imediatamente falasse no idioma desua origem.

    8o concluamos da" com os cticos, que o (ipnotizado blefa, emborainconscientemente, para poder mais que depressa obedecer ordem de quem l(e controla avontade. 9asta considerar que o paciente, no obstante (ipnotizado, um indiv"duoanatSmica e fisiol_gicamente adulto ao 5representar6, (ipn_ticamente falando, o papel deuma criana de seis anos. Dissemos ( pouco que a pessoa (ipn_ticamente regressadaremonta a n"veis pre(istricos da prpria organizao mental, porm sem eliminarcompletamente as aquisi/es psico-fisiolgicas ulteriores. ; regresso pela (ipnose tem-selevado at estgios intra-uterinos #nada alm disso$. & o paciente, encol(endo-se, assumeposio de feto. ;o perguntar-se-l(e onde est, responder provvelmente ) em um lugar aomesmo tempo escuro e iluminado. Ailencioso e c(eio de estran(os ru"dos, etc.1oss^velmente descrever os batidos card"acos da me e poder reviver o traumatismo doprprio nascimento. Diro ) 5F farsa. 0m feto no fala.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    ver com o sistema nervoso. &, repito, para blefar ou 5representar6 inconsciente econvincentemente o papel que l(e sugerido, preciso que o indiv"duo este2a ainda esempre sob o efeito do transe.

    : simples dese2o de representar o papel do indiv"duo (ipnotizado, por e'emplo, noser o bastante para que uma pessoa sofra uma dor sria, como entre outras, uma e'trao

    de dentes sem anestesia. ;dmitamos que o paciente no este2a anestesiado no sentidoprprio da palavra e que, no fundo, participe ativamente da dor a que submetido. : fato que em estado normal 3le no consegue assumir essa atitude de quem resolveu no tomarcon(ecimento do sofrimento f"sico, fingindo simplesmente ignor-lo. =sso no obsta que seve2a ainda nesses casos um sacrif"cio feito ao mero dese2o de representar e de impressionaros outros. :s pacientes de &sdaile, que sofriam as interven/es cirrgicas mais severas,inclusive amputa/es, eram apontados pelos adversrios do (ipnotismo daquele tempocomo 5um grupo de endurecidos e renitentes impostores6.

    & as bSl(as de queimadura que se produzem por efeito de sugesto (ipnticah7Conven(amos que a (ipnose um g3nero dramtico, uma farsa ou um esfSro de simulaotodo especial.

    Oamais me esquecerei da e'presso de pasmo de um tenente do Corpo debombeiros, do Aervio de Aegurana, no !eatro 4lria, do >io de Oaneiro, onde realizeidemonstra/es pblicas. : soldado do fogo, que nunca (avia visto um espetculo de(ipnotismo e que, de certo, pouqu"ssimo sabia a respeito, estava sinceramente convencidode que se tratava de uma pea teatral, na qual, com e'ceo da min(a pessoa, todos os5atSres6 estavam representando de ol(os fec(ados. Q sua pergunta ) 5Tue pea essa,doutorh6, meu assistente respondeu ) 5F a pea do (ipnotismo.6 & o (omem, admirado,observou) 5;(7 8o con(ecia 3sse g3nero7 Bas como 3les representam bem76

    ; =18:A& C:B : D=AA:C=;GH:

    0ma das teorias mais populares sSbre (ipnose a da dissociao da personalidade.&ssa teoria tem inspirado a literatura e o drama e responsvel por muitas fic/es. 1artindodo fato, cient^ficamente estabelecido, segundo o qual a (ipnose um meio de acesso aoinconsciente, os autores responsveis pela teoria mencionada concluiram que, abrindo asportas do inconsciente, a (ipnose devia, 5ipso facto6, fec(ar as do consciente. : 5su2et6 nose recordava dos incidentes ocorridos durante o transe, nem dos papis que desempen(aranesse estado, porque seu consciente estava fec(ado ou 5adormecido6 e s o inconsciente,por assim dizer, 5acordado6. sse fenSmeno da dissociao opera base da e'pectativa doprprio 5su2et6. ste espera que, medida em que entra em transe, seu consciente se apaguee seu inconsciente se manifeste. F parte fundamental e convencional do papel do indiv"duo(ipnotizado e o 5su2et6 instintivamente se esfora por corresponder a 3sse imperativocategrico do transe (ipntico. ;o acordar, apressa-se em declarar no se recordar de nadado que ocorreu, quando, s v3zes, com algum esfSro, poderia recordar-se, ao menos emparte, do que se passou. 9asta esclarecer aos pacientes que o clssico estado deinconsci3ncia e conseqYente amnsia post-(ipntica no so essenciais e que 2 noconstituem requisito e critrio de (ipnose, para obtermos uma notvel reduo domecanismo dissociativo. ; amnsia e outros fenSmenos decorrentes da dissociao, so, decerto modo, impostos por sugesto, o que equivale a dizer que so mais artificiais do quereais. ; conseqY3ncia moral continua alerta no estado (ipntico. De um modo geral, o

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    paciente aceita o que l(e convm e re2eita o que no l(e convm. &m outro cap"tulotornaremos a abordar essa situao.

    : que se acaba de dizer no invalida completamente a teoria da dissociao, a qual,de certo modo, est de acSrdo com a diviso psicanal"tica da personalidade em consciente,inconscientee conscincia. ; (ipnose efetivamente inibe as fun/es do consciente #o &go$,

    liberta, ainda que condicionalmente, o inconsciente #o =d$, mas no tem poder sSbre aconsci3ncia #o Auper-&go$. &sta ltima a pol"cia interior, que continua vigilante no maisprofundo transe (ipntico.

    ;prendemos, entretanto, que os tr3s aspectos da personalidade que acabamos decitar no representam compartimentos estanquesJK, logo o Auper-&go no to vigilantequanto geralmente se pensa, nem o &go to inconsciente quanto se sup/e.

    ;lm do fenSmeno da amnsia, apontam-se dissid3ncias e desarmonias intra-ps"quicas como resultantes dissociativos. ipn_ticamente divididas, uma parte dapersonalidade pode entrar em conflito com a outra. F 3ste, porm, um aspecto comum psico-din%mica. F a clssica falta de unidade de propsitos que Wreud assinalou como sendouma das caracter"sticas fundamentais dos indiv"duos neurticos. Ao as pessoas que vivemem dissid3ncia consigo mesmas, num conflito permanente entre os deveres e os dese2os.BcDougall levou ao e'tremo essas teorias de dissociao. ;creditava que os fenSmenosmotores e sensoriais da (ipnose acarretavam uma dissociao funcional do prprio sistemanervoso.

    ; !&:>=; D:A !>A W;!>&A

    Dentre as teorias que insistem nas bases neuro-fisiolgicas do fenSmeno dasugestibilidade em geral d do da dissociao (ipntica em particular, destaca-se pela suaatualidade a teoria dos trs fatres, de @eitzen(offer. :s tr3s fatSres determinantes dasugestibilidade como da prpria (ipnose, seriam, respectivamente ) a homoa)o, ou se2a, aforma corrente do aprendizado U a heteroa)o, correspondente 2 a um e'pedientemodificado de treinamento, e a dissocia)o, pr_priamente dita, responsvel peloestreitamento do campo da percepo. ; (omoao se verifica no incremento dasugestibilidade e no seu contgio, culminando na sugestibilidade generalizada,particularmente manifesta nas indu/es (ipnticas em demonstra/es pblicas. O a(eteroao viria como efeito sugestivo ulterior, de tipo diferente. ; e'emplo deBcDougall, @eitzen(offer procurou basear suas teorias em princ"pios fisiolgicos. ;(ipnotizabilidade dependeria de certas propriedades dos nervos e dos msculos. &ssaspropriedades devem ser de dif"cil verificao, presumindo-se que nem todo mundo as temsuficientemente desenvolvidas para os fins a que se prop/e a (ipnotizao. 1ara efeitosprticos, o (ipnotizador no tem de preocupar-se muito com os nervos e os msculos, aindaque a compreenso das repercuss/es fisiolgicas da (ipnose requeira algum con(ecimentodo sistema nervoso. 8o sugerindo alucina/es sensoriais e motoras e'travagantes, a parteneurofisiolgica no se afeta, salvo em pacientes 2 psictica e f^sicamente comprometidos.

    JKAem fenda#s$ ou abertura#s$U Aem comunicao#/es$.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    ; =18:A& F 0B &A!;D: 1A=C:B ; < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    Dentre os sinais f"sicos, indicativos de estado de (ipnose, destaca-se a posio dosol(os.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    M= &A!4=:A D& =18:A&

    1ara efeitos prticos, ainda dividimos a (ipnose em tr3s estgios, a saber ) a hipnoseligeira, a hipnose mdiae a hipnose profunda. 8a (ipnose ligeira, ou superficial, o 5su2et6tem plena consci3ncia de tudo que acontece. Dar e ter, inclusive, a impresso de que nemsequer est (ipnotizado. 8a (ipnose mdia a pessoa conserva uma lembrana parcial #oumesmo total$ do que se passou durante o transe. 8o ter duvida, porm, quanto ao estadode (ipnose que e'perimentou. 8a (ipnose profunda, tambm c(amada estado sonam"4lico,costuma ocorrer, entre outras coisas, a amnsia postChipntica. ;o acordar, o 5su2et6declara no se recordar de nada do que se passou.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    &'perimenta um estado de al(eamento, embora conserve ainda plena consci3ncia de tudoque se passa ao redor. &ntre outros sintomas, apresenta-se a catalepsia ocular, a catalepsiados membros e a rigidez catalptica. : 5su2et6 demonstra pouca inclinao a falar. !em atend3ncia de responder s perguntas que se l(e faz, positiva ou negativamente, por meio demovimentos com a cabea ou com a mo. O no quer mover-se ou mudar de posio. 8o

    tosse. &, no obstante as situa/es rid"culas em que o operador o possa colocar, mantem-sesrio, como se 2 no estivesse cr^ticamente afetado. ; respirao mais lenta e, ao queparece, mais profunda. 83ste estgio o 5su2et6 obedecer s sugest/es mais simples,oferecendo, todavia, resist3ncia s sugest/es mais complicadas.

    5. 9ranse mdio.

    83ste estgio, embora conserve alguma consci3ncia do que se passa, o 5su2et6 estefetivamente (ipnotizado. O no oferece resist3ncia s sugest/es, salvo quando estascontrariam seu cdigo moral ou seus inter3sses vitais. 8esta altura se produzem a catalepsiacompleta dos membros e do corpo, a amnsia parcial, alucina/es motoras, alucina/espositivas e negativas dos sentidos, a completa inibio muscular e alucina/escinestticasP+.8o transe mdio 2 se conseguem efeitos analgsicos e mesmo anestsicoslocais, razo por que se o indica para pequenas cirurgias. F n3ste estgio que se estabeleceo rapport entre o 5su2et6 e o (ipnotista, notando-se ainda uma (iperacuidade Pem relaos condi/es atmosfricas.

    7. 9ranse profundo #est(gio sonam"4lico%.

    F 3ste o transe no sentido superlativoPdo t3rmo. 8este estado o 5su2et6 aceita assugest/es post-(ipnticas mais bizarras. F o estgio que se caracteriza, entre outras coisas,pela possibilidade de mandar o paciente abrir os ol(os sem afetar-l(e o transe. ;bertos, osol(os do 5su2et6 apresentam uma e'presso impressionantemente fi'a, estando as pupilasvis^velmente dilatadas. ; apar3ncia do 5su2et6 a de quem est submerso num sonoprofundo, ainda que rea2a com maior ou menor presteza s sugest/es proferidas pelo(ipnotista. 8este estgio, o operador pode assumir o contrSle das fun/es org%nicas,influindo, por meio de sugest/es diretas ou indiretas, no ritmo das pulsa/es card"acas,alterando ainda a presso arterial, os processos metablicos, etc. ; (ipermnsia, a regressode idade as alucina/es visuais e auditivas, negativas e positivas, post-(ipnticas, sooutros tantos atributos do transe sonamblico. ; isso temos que acrescentar a anestesia e, oque mais importante, a anestesia post-(ipntica. :s pacientes submetidos ao transeprofundo podem ser anestesiados post-(ipn_ticamente. : (ipnotizador, indicando ao5su2et6 a regio a ser anestesiada, determina as condi/es espec"ficas #dia, (ora ou local$nas quais a anestesia deve produzir efeito. & o paciente poder ser submetido interveno,independentemente de novo transe e na aus3ncia do (ipnotista. ; anestesia completa, que uma das caracter"sticas mais convincentes do transe profundo, com razo apontada comoum dos fenSmenos cl^nicamente importantes, pois possibilita qualquer tipo de operaosem anestesia qu"mica, inclusive amputa/es.

    8ormalmente, a induo do transe profundo e'ige de trinta minutos a uma (ora deP+>elativo ao#s$ movimento#s$ mec%nico#s$ do#s$ corpo#s$.PAuper agudeza de percepoU ;ltamente perspicaz.PTue e'prime uma qualidade em grau muito mais alto, ou no mais alto grau.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    trabal(o ininterrupto. Bas 2 se disse que a (ipnose um fenSmeno que se e'plica eproduz, antes de mais nada, em funo do paciente. F pelas rea/es do 5su2et6 que o(ipnotista avalia a autenticidade e a profundidade do transe. pacientes que t3m de sertreinados, alcanando os estgios mais profundos no transcurso de vrias sess/es. osque entram em transe profundo quase que instant%neamente. &scusado ser acrescentar que,

    para efeitos de contrSle, o transe sonamblico e'ige por parte do (ipnotista con(ecimentosmais profundos das rea/es psicolgicas. :s (ipnotizadores ine'perientes e ignorantes emmatria de psicologia podem acarretar situa/es um tanto quanto embaraosas, tanto para sicomo para os (ipnotizados.

    A lgum as Mu dan as is io lg icas

    Dentre as mudanas fisiolgicas que se produzem em conseqY3ncia do transe, figurageralmente uma bai'a na pulsao, ocorrendo quedas mais ou menos acentuadas na pressoarterial. ;o iniciar-se o transe costuma (aver uma vaso-constrio e a esta segue-se umavaso-dilatao que se vai prorrogando at o momento de acordar. &quivale a dizer que nocom3o a presso pode subir um pouco, mas, medida em que o transe se aprofunda, tendea cair. :bservamos concomitantemente uma mudana na temperatura perifrica. ;umentode calor na superf"cie e frio nas e'tremidades. ; pessoa bem (ipnotizada caracteriza-sequase sempre pelas e'tremidades frias #as mos geladas$, conservando-as geralmente assimdurante todo o transe.

    8o ser preciso acentuar que essas mudanas fisiolgicas durante a (ipnosedecorrem largamente das modifica/es que se produzem no estado de esp"rito e no estadoemocional do indiv"duo. ;s diferenas de rea/es nesse particular obedecem a fatoresmuito sutis, que, dada a sua comple'idade, podem escapar, inclusive, ao contrSle dosmaiores peritos em matria de psicologia.

    &AC;:8 9:>D&;0[

    =nsuscet"vel ;us3ncia de toda e qualquer reao

    ipnoidal + >ela'amento W"sico ;parente sonol3ncia

    !remor das plpebras

    E Wec(amento dos ol(osI >ela'amento mental e letargiaPEmental parcial

    J Bembros pesados!ranse

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    +V >espirao mais lenta e mais profunda++ igidez e inibio nos movimentos

    K : desaparecimento e a apro'imao da voz do operador.

    PI#&sgazeado$) Diz-se dos ol(os inquietos, com e'presso de espanto ou desvairamento.

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    ? ; > < @ & = A A B ; 8 8 : = 1 8 : ! = A B :

    EV ContrSle das fun/es org%nicas, pulsao do corao,presso sangu"nea, digesto, etc.

    E+ ipermnsia #lembrar coisas esquecidas$

    E >egresso de idadeE ;lucina/es visuais positivas post-(ipnticas

    EE ;lucina/es visuais negativas post-(ipnticasEI ;lucina/es auditivas positivas post-(ipnticas

    EJ ;lucina/es auditivas negativas post-(ipnticas

    EP &stimulao de son(os #em transe ou post-(ipn_ticamente no sono normal$