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Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização Informe Epidemiológico n°19/2019 – Vigilância da Influenza (Atualizado em 23 de agosto de 2019) Vigilância Universal da Influenza Os dados contidos neste informe são oriundos da vigilância universal de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que monitora os casos hospitalizados e óbitos com o objetivo de identificar o comportamento do vírus influenza, orientando os órgãos de saúde na tomada de decisão frente à ocorrência de casos graves de SRAG causados pelo vírus. Os dados são coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde por meio de formulários padronizados e inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe: SIVEP Gripe. As amostras laboratoriais são coletadas e encaminhadas para a análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC). As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as semanas epidemiológicas (SE) 01 a 34 de 2019, ou seja, casos com início de sintomas em 30/12/2018 até os registrados em 23/08/2019. A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) abrange casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da influenza do tipo A e B, ou bactérias, fungos e outros agentes. Perfil epidemiológico Vigilância universal de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Santa Catarina/SC De 30 de dezembro de 2018 a 23 de agosto de 2019 (SE 34), foram notificados 1.573 casos suspeitos de SRAG em Santa Catarina. Destes, 373 (23,7%) foram confirmados para influenza, sendo 295 (79,1%) pelo vírus A (H1N1) pdm09, 44 (11,8%) pelo vírus A (H3N2), 14 (3,8%) aguardando subtipagem, 19 (5,1%) pelo vírus Influenza B e 01 (0,3%) encerrada por vínculo epidemiológico. Outros 845 (53,7%) casos de SRAG tiveram resultado negativo para influenza A e B (SRAG não especificada), 329 (20,9%) casos de SRAG foram ocasionados por outro vírus respiratórios, 02 (0,1%) SRAG por outros agentes etiológicos e 24 (1,5%) casos se encontram em investigação, aguardando confirmação laboratorial, conforme a Tabela 1.

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Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde

Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica

Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização

Informe Epidemiológico n°19/2019 – Vigilância da Influenza

(Atualizado em 23 de agosto de 2019)

Vigilância Universal da Influenza

Os dados contidos neste informe são oriundos da vigilância universal de síndrome

respiratória aguda grave (SRAG), que monitora os casos hospitalizados e óbitos com o objetivo de

identificar o comportamento do vírus influenza, orientando os órgãos de saúde na tomada de

decisão frente à ocorrência de casos graves de SRAG causados pelo vírus.

Os dados são coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde por meio de formulários

padronizados e inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe: SIVEP

Gripe. As amostras laboratoriais são coletadas e encaminhadas para a análise no Laboratório Central

de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC).

As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as

semanas epidemiológicas (SE) 01 a 34 de 2019, ou seja, casos com início de sintomas em 30/12/2018

até os registrados em 23/08/2019.

A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) abrange casos de síndrome gripal que evoluem

com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem

outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da

influenza do tipo A e B, ou bactérias, fungos e outros agentes.

Perfil epidemiológico

Vigilância universal de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em

Santa Catarina/SC

De 30 de dezembro de 2018 a 23 de agosto de 2019 (SE 34), foram notificados 1.573 casos

suspeitos de SRAG em Santa Catarina. Destes, 373 (23,7%) foram confirmados para influenza, sendo

295 (79,1%) pelo vírus A (H1N1) pdm09, 44 (11,8%) pelo vírus A (H3N2), 14 (3,8%) aguardando

subtipagem, 19 (5,1%) pelo vírus Influenza B e 01 (0,3%) encerrada por vínculo epidemiológico.

Outros 845 (53,7%) casos de SRAG tiveram resultado negativo para influenza A e B (SRAG não

especificada), 329 (20,9%) casos de SRAG foram ocasionados por outro vírus respiratórios, 02 (0,1%)

SRAG por outros agentes etiológicos e 24 (1,5%) casos se encontram em investigação, aguardando

confirmação laboratorial, conforme a Tabela 1.

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Tabela 1: Casos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2019.

Classificação Final Casos

N %

SRAG por Influenza 373 23,7

Influenza A(H1N1)pdm09 295 79,1

Influenza A(H3N2) 44 11,8

Influenza A (subtipagem em andamento) 14 3,8

Influenza B 19 5,1

Influenza A (encerrada por vínculo epidemiológico 1 0,3

SRAG não especificada 845 53,7

SRAG por outros vírus respiratórios 329 20,9

SRAG por outros agentes etiológicos 2 0,1

Em investigação 24 1,5

Total 1573 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Os municípios que apresentaram casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza foram:

Chapecó e Florianópolis com 31 casos cada; Blumenau com 28 casos; Joinville com 25 casos;

Balneário Camboriú com 16 casos; Tubarão com 14 casos; Brusque, São Bento do Sul e Treze de

Maio com 12 casos cada; São José com 11 casos; Criciúma e Lages com 9 casos cada; Jaraguá do

Sul, Pomerode e Sangão com 7 casos cada; Itajaí, Palhoça, São Joaquim e Videira com 6 casos cada;

Canoinhas, Laguna com 5 casos cada; Biguaçu, Braço do Norte, Camboriú e São Francisco do Sul com

4 casos cada; Araranguá, Balneário Barra do Sul, Coronel Freitas, Rio do Sul, Rio Negrinho e Tijucas

com 3 casos cada; Botuverá, Caçador, Campos Novos, Capivari de Baixo, Concórdia, Cunha Porã,

Curitibanos, Guaramirim, Luzerna, Mafra, Maravilha, Mondaí, Navegantes, Papanduva, Pescaria

Brava, São João Batista, Timbó e Turvo com 2 casos cada; Abelardo Luz, Alfredo Wagner, Apiúna,

Araquari, Armazém, Arvoredo, Descanso, Flor do Sertão, Fraiburgo, Galvão, Governador Celso

Ramos, Grão Pará, Guabiruba, Imbituba, Itaiópolis, Itapoá, Jacinto Machado, Joaçaba, Lauro Muller,

Luiz Alves, Modelo, Morro da Fumaça, Paial, Penha, Peritiba, Porto Belo, Rio das Antas, São Lourenço

do Oeste, São Miguel do Oeste, Seara, Siderópolis, Sombrio, Tangará, Tunápolis, e Urussanga com

1 caso cada e, 3 casos de pacientes residentes em outros estados, sendo 1 residente em São Paulo

e 2 no Paraná, como ilustra a Figura 1.

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Figura 1: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo município de residência. SC. 2019 Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Em relação à idade, os casos de SRAG confirmados por influenza acometeram indivíduos nas

faixas etárias menor de 2 anos (17 casos); de 2 a 4 anos (7 casos); de 5 a 9 anos (31 casos); de 10 a

19 (25 casos); de 20 a 29 anos (38 casos); de 30 a 39 anos (37 casos); de 40 a 49 anos (48 casos); de

50 a 59 (61 casos) e acima de 60 anos (109 casos), como se pode ver na Tabela 2.

Tabela 2: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC,

2019.

Faixa Etária

(em anos)

Influenza A (H1N1)pdm09

Influenza A (H3N2)

Influenza A (Sub em

andamento) Influenza B

Influenza A - Vínculo

Epidemiológico Total

N % N % N % N % N % N %

<2 14 3,75 2 0,5 0 0,0 1 0,3 0 0,0 17 4,6

2 a 4 4 1,1 2 0,5 0 0,0 1 0,3 0 0,0 7 1,9

5 a 9 26 7,0 0 0,0 0 0,0 5 1,3 0 0,0 31 8,3

10 a 19 16 4,3 5 1,3 1 0,3 3 0,8 0 0,0 25 6,7

20 a 29 26 7,0 6 1,6 2 0,5 4 1,1 0 0,0 38 10,2

30 a 39 29 7,8 2 0,5 3 0,8 3 0,8 0 0,0 37 9,9

40 a 49 44 11,8 2 0,5 0 0,0 1 0,3 1 0,0 48 12,9

50 a 59 50 13,4 5 1,3 6 1,6 0 0,0 0 0,0 61 16,4

>= 60 86 23,1 20 5,4 2 0,5 1 0,3 0 0,0 109 29,2

Total 295 79,1 44 12 14 4 19 5 1 0,3 373 100 Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Dos 373 casos de SRAG confirmados como influenza, 244 apresentaram pelo menos um fator de

risco para agravamento, com destaque para 109 (44,7%) adultos (acima de 60 anos); 68 (27,9%)

com doença cardiovascular crônica; 55 (22,5%) com Diabetes Melittus, como descreve a Tabela 3.

Desses, 293 evoluíram para a cura, 46 foram a óbito e 34 estão aguardando evolução do caso. Dos

pacientes que evoluíram para a cura, 166 fizeram uso do antiviral Oseltamivir (Tamiflu), em média

três dias após o início dos sintomas e 88 fizeram uso entre 4 e 124 dias após início dos sintomas de

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síndrome gripal (febre, tosse ou dor de garganta e, pelo menos, mais um dos sintomas: mialgia,

cefaleia ou artralgia) e 39 não fizeram uso do antiviral.

Tabela 3: Distribuição dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por Influenza segundo fator de risco e utilização de antiviral. SC, 2019.

Comorbidades Casos de SRAG por Influenza (n= 373)

N %

Sem fatores de risco 129 34,6

Com fatores de risco 244 65,4

Adulto ≥ 60 anos 109 44,7

Doença cardiovascular crônica 68 27,9

Diabetes mellitus 55 22,5

Pneumopatias crônicas 34 13,9

Asma 32 13,1

Imunodeficiência/Imunodepressão 23 9,4

Obesidade 20 8,2

Criança < 2 anos 17 7,0

Doença hematologica crônica 13 5,3

Doença renal crônica 11 4,5

Gestante 11 4,5

Doença neurológica crônica 6 2,5

Doença hepática crônica 4 1,6

Sindrome de Down 1 0,4

Puérpera (até 45 dias do parto) 1 0,4

Que utilizaram Antiviral (N=373) 316 84,7

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Perfil dos óbitos em Santa Catarina

Até o dia 23 de agosto de 2019, do total de casos de SRAG notificados, 179 evoluíram para

óbito. Destes, 46 (25,7%) foram confirmados por Influenza, sendo 38 (82,6%) pelo subtipo A (H1N1)

pdm09, 3 (6,5%) pelo subtipo A (H3N2), 3 (6,5%) não foram subtipados, 1 (2,2%) por influenza B e 1

(2,2%) encerrado por vínculo epidemiológico por ter tido contato com duas pessoas

laboratorialmente confirmadas com influenza.

Outros 119 (66,5%) óbitos tiveram resultado negativo para os vírus Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada e 14 (7,8%) por outros vírus respiratórios como mostram os dados da Tabela 4.

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Tabela 4: Óbitos de SRAG segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2019.

Classificação Final Óbitos

N %

SRAG por Influenza 46 25,7

Influenza A(H1N1)pdm09 38 82,6

Influenza A(H3N2) 3 6,5

Influenza A (encerrada por vínculo epidemiológico) 1 2,2

Influenza B 1 2,2

Influenza Não subtipado 3 6,5

SRAG não especificada 119 66,5

SRAG por outros vírus respiratórios 14 7,8

Em investigação 0 0,0

Total 179 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Os óbitos confirmados por SRAG Influenza acometeram pacientes residentes em: Joinville

com 6 casos, Jaraguá do Sul com 5 casos; Blumenau, Chapecó e Tubarão com 3 casos cada; Balneário

Camboriú, Palhoça e São Bento do Sul com 2 casos cada; Alfredo Wagner, Biguaçu, Brusque, Campos

Novos, Canoinhas, Criciúma, Descanso, Florianópolis, Fraiburgo, Guabiruba, Lages, Mafra,

Pomerode, Rio Negrinho, São Francisco do Sul, São João Batista, São Joaquim, São Lourenço do

Oeste, São Miguel do Oeste e Seara com 1 caso cada.

Em relação à faixa etária, houve 1 caso de 5 a 9 anos; 1 caso de 20 a 29 anos; 3 casos de 30

a 39 anos; 6 casos em pessoa de 40 a 49 anos; 14 casos entre 50 a 59 anos e 21 casos em pessoas

acima de 60 anos, de acordo com a Tabela 5.

Tabela 5: Óbitos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2019.

Faixa Etária

(em anos)

Influenza A(H1N1)

Influenza A(H3N2)

Influenza B Influenza A

não subtipado

Influenza A - Vínculo

Epidemiológico Total

n % n % n % n % n % n %

<2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

2 a 4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

5 a 9 0 0,0 0 0,0 1 100,0 0 0,0 0 0,0 1 2,2

10 a 19 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

20 a 29 1 2,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,2

30 a 39 2 5,3 0 0,0 0 0,0 1 33,3 0 0,0 3 6,5

40 a 49 5 13,2 1 33,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 13,0

50 a 59 12 31,6 0 0,0 0 0,0 2 66,7 0 0,0 14 30,4

>= 60 18 47,4 2 66,7 0 0,0 0 0,0 1 2,2 21 45,7

Total 38 82,6 3 6,5 1 100,0 3 6,5 1 2,2 46 100

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

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Dentre os indivíduos que evoluíram para óbito por influenza (46 óbitos), 36 (78,3%) apresentaram pelo menos um fator de risco para agravamento, destacando-se: 21 (58,3%), adulto > 60 anos, 17 (47,2%) com doença cardiovascular crônica e 10 (27,8%) com diabetes mellitus.

Tabela 6: Óbitos confirmados de SRAG por influenza segundo fatores de risco. SC, 2019.

Comorbidades Óbitos de SRAG por Influenza (n= 46)

N %

Sem fatores de risco 10 21,7

Com fatores de risco 36 78,3

Adulto ≥ 60 anos 21 58,3

Doença cardiovascular crônica 17 47,2

Diabetes mellitus 10 27,8

Pneumopatias crônicas 8 22,2

Obesidade 5 13,9

Doença renal crônica 4 11,1

Imunodeficiência/Imunodepressão 4 11,1

Asma 4 11,1

Doença hematologica crônica 2 5,6

Doença hepática 1 2,8

Doença neurológica crônica 1 2,8

Que utilizaram Antiviral (N=45) 37 80,4

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Do total de óbitos, 37 pacientes fizeram uso de Oseltamivir, sendo vinte até 4 dias após o

início dos sintomas, dezessete entre 6 e 16 dias e nove não fizeram uso do medicamento.

Comparação de casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza 2016-2019 O monitoramento dos casos de SRAG confirmados por influenza, por meio do SINAN Influenza

Web, indica que, em 2016, houve um aumento no número de casos confirmados de SRAG por

influenza a partir da SE 9 (28/2 a 5/3), com um pico na SE 14 (3 a 9/4), logo após, verifica-se uma

queda no número de casos até a SE 21 (22 a 28/5). Em 2017, até a SE 52, os casos apresentados

permaneceram dentro do esperado para o período. Em 2018, os casos seguiram a mesma tendência

de 2017, e houve uma cocirculação de ambos os vírus Influenza tipo A, observa-se, ainda, a partir

da SE 24 (10 a 16/06), um aumento de casos que decaem a partir da SE 29. Em 2019, até o momento

a circulação do vírus está dentro do esperado para o período, com predomínio do vírus Influenza A

(H1N1) pdm09.

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Figura 2: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo Semana Epidemiológica (SE) do início dos sintomas. SC, 2016-2019. *

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52

2016 0 1 0 0 2 1 6 2 3 6 15 28 84 71 88 56 42 47 46 32 28 16 24 28 20 18 16 10 11 5 5 3 2 2 2 2 4 4 0 3 2 3 2 3 1 6 2 3 0 0 0 0

2017 0 0 0 0 1 0 2 0 2 1 3 4 3 8 4 13 12 22 23 23 20 21 23 20 12 14 7 7 9 6 5 5 1 4 4 2 1 2 0 4 2 4 2 1 2 1 1 2 0 0 0 0

2018 1 1 1 0 1 1 0 0 2 0 2 3 0 7 12 10 18 24 15 17 14 16 20 30 31 33 41 28 35 11 12 11 13 7 12 7 5 6 3 1 2 2 1 1 0 2 2 0 0 0 0 0

2019 1 0 0 3 3 0 0 0 0 0 2 2 3 4 1 12 13 12 13 27 20 25 29 22 25 16 23 35 31 14 17 10 8 2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

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Os meses de janeiro a abril sempre foram meses de baixa circulação do vírus influenza em Santa

Catarina, tendo sido confirmados, nesse período, 8 casos em 2012, 21 casos em 2013, 7 casos em 2014

e 6 casos em 2015. Em 2016, nesse período, foram confirmados 404 casos de SRAG por influenza, uma

ocorrência atípica para esse tipo de vírus. Os meses de maio a agosto são aqueles em que,

historicamente, há maior circulação do vírus influenza, e a ocorrência de casos em 2016 acompanhou a

tendência histórica. Em 2017, os números acompanham as tendências apresentadas até o ano de 2015

e, a partir do mês de agosto, registramos historicamente nova queda no número de casos pela

diminuição da circulação do vírus. Em 2018, os números ficaram dentro do limite histórico esperado para

o período, com um aumento concentrado a partir do mês de junho e a partir de agosto há a tendência

de diminuição do número de casos. Em 2019, os casos estão dentro do esperado para o período, de

acordo com a Tabela 7.

Tabela 7: Casos confirmados de SRAG por influenza de acordo com o mês de início dos sintomas. SC, 2012-2019.

Mês 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Janeiro 2 2 2 2 1 0 4 5

Fevereiro 1 1 0 1 11 5 2 2

Marco 0 3 2 0 111 9 6 5

Abril 5 15 3 3 281 42 53 24

Maio 186 61 14 31 159 97 79 85

Junho 463 84 35 16 93 77 115 98

Julho 89 175 44 30 51 31 120 121

Agosto 4 108 37 9 11 17 49 33

Setembro 0 35 26 9 11 6 22

Outubro 0 11 4 12 11 13 6

Novembro 0 6 2 5 13 6 5

Dezembro 0 1 3 1 5 0 0

Total 750 502 172 119 758 303 461 373 Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

Em relação aos tipos de vírus influenza predominantes em Santa Catarina, em 2012 houve o

predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09, com 722 casos e 75 óbitos. Em 2013, o vírus influenza A

(H1N1) pdm09 também predominou, com 229 casos e 34 óbitos; no entanto, os casos de influenza A

(H3N2) também foram significativos, apresentando 133 casos e 6 óbitos. Em 2014, ocorreu um

predomínio na circulação do vírus influenza A (H3N2), com 146 casos e 9 óbitos. Em 2015, ocorreu uma

baixa circulação de ambos os vírus. Em 2016, houve o predomínio do vírus influenza A (H1N1) pdm09,

com 722 casos e 114 óbitos. Em 2017, o vírus que circulou foi o A (H3N2). Em 2018, os vírus que

circularam foram os da Influenza A (H3N2), Influenza A (H1N1) pdm09 e Influenza B. Em 2019, até o

momento, estão circulando são influenza A H1N1 e H3N2, como se pode ver na Tabela 8.

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Tabela 8: Casos confirmados de SRAG por influenza segundo classificação final. SC, 2012-2019. *

Fonte: SIVEP GRIPE (Atualizado em: 23/08/2019). * Dados sujeitos a alterações.

*A notificação de Influenza encerrada por vínculo epidemiológico, se refere a um paciente de Jaraguá do Sul com todos os sinais e sintomas de síndrome respiratória aguda grave, o qual não foi possível coletar a amostra clínica para diagnóstico laboratorial, porém, foi contato domiciliar com dois casos (óbitos) laboratorialmente confirmados por Influenza A (H1N1).

Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos

750 75 499 42 174 13 119 20 758 117 303 39 461 58 373 46

722 75 229 34 21 4 54 16 722 114 1 0 196 35 295 38

5 0 133 6 146 9 47 2 1 0 233 29 223 20 44 3

0 0 2 0 0 0 0 0 8 0 2 0 11 1 14 3

23 0 135 2 7 0 18 2 27 3 67 10 30 2 19 1

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

2015 2016

Influenza A encerrada por Vínculo

Epidemiológico*

20192018

Influenza B

SRAG por influenza

2017

Influenza A (H1N1)pdm09

Influenza A (H3N2)

Influenza A (subtipagem em andamento)

Classificação Final2012 2013 2014

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Vigilância sentinela da influenza

A vigilância da influenza, no Brasil, é composta pela sentinela de síndrome gripal (SG), de síndrome

respiratória aguda grave (SRAG) em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e pela

vigilância universal de SRAG.

A vigilância sentinela conta com uma rede de unidades distribuídas em todas as regiões geográficas

do país e tem como objetivo principal identificar os vírus circulantes, além de permitir o monitoramento

da demanda de atendimento por essa doença. Os dados são coletados por meio de formulários

padronizados e inseridos no sistema de informação online SIVEP-GRIPE. Atualmente, estão ativas 252

Unidades Sentinelas, sendo 140 de SG, 112 de SRAG em UTI e 17 sentinelas mistas de ambos os tipos.

Em Santa Catarina, temos 7 Unidades Sentinelas em três municípios:

● Joinville: 2 Unidades Sentinelas de SRAG (Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e Hospital Jeser

Amarante Faria) e 1 unidade de SG (UPA 24h. Aventureiro);

● Florianópolis: 2 Unidades Sentinelas de SRAG (Hospital Nereu Ramos e Hospital Infantil Joana de

Gusmão) e 1 de SG (UPA Sul da Ilha);

● São José: 1 Unidade de SG no Hospital Regional Homero de Miranda Gomes.

Considerações Finais Em 2019, até o momento, os registros de casos de Influenza estão dentro do esperado para o período.

Pelos dados notificados verifica-se, a circulação predominante do vírus influenza A (H1N1)pdm 09 e em

menor número o vírus influenza A H3N2.

O perfil de casos mostra a importância de a população procurar o serviço de saúde mais próximo da

residência aos primeiros sinais e sintomas de gripe para o tratamento adequado, em especial os

portadores de fatores de risco para agravamento e óbito (idosos, crianças, doentes crônicos etc.), pois

estes têm maior probabilidade de apresentar complicações quando infectados pelo vírus Influenza.

Apesar de o vírus influenza intensificar-se no período de maio a agosto (inverno), ele circula todos os

meses do ano, portanto, devem ser reforçadas as medidas de prevenção, principalmente lavar as mãos

com frequência e evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Também é necessário

manter superfícies e objetos que entram em contato frequente com as mãos, como mesas, teclados,

maçanetas e corrimãos, limpos com álcool, e não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e

talheres.

Os serviços de saúde devem estar sempre preparados para promover o atendimento adequado aos

casos de Síndrome Gripal, reforçando as medidas de manejo clínico dos casos. O uso do antiviral

(Oseltamivir) está indicado para todos os casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para

complicações e de síndrome respiratória aguda grave, independentemente da situação vacinal ou da

confirmação laboratorial. Nos pacientes com síndrome gripal sem condições e fatores de risco para

complicações, a indicação do antiviral deve ser baseada em julgamento clínico, recomenda-se o

tratamento ser iniciado nas primeiras 48 horas após o início da doença.

A terapêutica precoce reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da infecção pelos

vírus da influenza, tanto em pacientes com condições e fatores de risco para complicações bem como

naqueles com síndrome respiratória aguda grave. O antiviral apresenta benefícios mesmo se

administrado após 48 horas do início dos sintomas.

A gripe causada pelo vírus influenza é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há

muitos séculos. É transmitida a partir das secreções respiratórias, podendo também sobreviver de

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minutos a horas no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. A partir do contato

com um doente ou superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, causando lesão

que pode ser grave e até fatal, se não tratada a tempo.

A 21ª Campanha de Vacinação contra Influenza exclusiva para os grupos prioritários acabou no dia

31 de maio. A partir do dia 3 de junho, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação para todas as

faixas etárias devido à baixa cobertura vacinal, não houve envio de novas doses de vacina aos estados.

As doses utilizadas foram as que restaram da Campanha de Vacinação.

O público-alvo da campanha em 2019 compreendeu: crianças entre 6 meses e 6 anos; gestantes;

puérperas – até 45 dias após o parto; indivíduos com 60 anos ou mais; trabalhadores da saúde;

professores do ensino infantil, fundamental e médio de escolas públicas e privadas e do ensino superior

público e privado; povos indígenas; grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras

condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas;

população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional; e policiais civis, militares, bombeiros

e forças armadas da ativa. Salienta-se a importância da vacinação para prevenir o agravamento dos casos

e a não disseminação para a população de risco.

A cobertura vacinal do estado até o momento é de 87,27%, e a meta é de 90%, esses dados ainda

podem ser alterados pois os municípios ainda podem inserir as doses no sistema de informação SIPNI.

Quando se estratifica a cobertura verifica-se que foi atingida a cobertura nos idosos que é uma das

categorias que mais tem risco de adoecerem pela influenza, abaixo a cobertura vacinal com as

porcentagens alcançadas.

A vacinação contra influenza mostra-se como uma das medidas mais efetivas para a prevenção da

influenza grave e de suas complicações. As vacinas utilizadas nas campanhas nacionais de vacinação

contra a influenza do PNI são trivalentes que contêm os antígenos purificados de duas cepas do tipo A e

uma B, sem adição de adjuvantes e sua composição é determinada pela OMS para o hemisfério sul, de

acordo com as informações da vigilância epidemiológica.

Cobertura Vacinal Influenza - 2019

Grupos Prioritários %

Crianças (6 meses a menores de 6 anos) 81,64

Gestantes 75,34

Trabalhadores da saúde 81,13

Mães até 45 dias após o parto 93,97

Povos indígenas 90,44

Idosos com 60 anos ou mais de idade 101,96

Professores 98,61

Portadores de doenças crônicas ... 76,2

População privada de liberdade 88,33

Funcionários do sistema prisional 82,40

Profissionais das forças de Segurança... 41,36

COBERTURA SC 87,27

Fonte: SIPNI - Dados sujeitos a alterações

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OUTRAS INFORMAÇÕES

Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) – Vigilância de gripe em Santa Catarina: http://www.gripe.sc.gov.br

Protocolo de tratamento de influenza, 2017: http:// www.gripe.sc.gov.br/include/documentos/ProtocoloTratamentoInfluenza.pdf

Síndrome gripal/SRAG – Classificação de risco e manejo do paciente: http:// http://www.gripe.sc.gov.br/include/documentos/fluxograma_gripe_novo.pdf