Nossa Nenzinha

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Transcript of Nossa Nenzinha

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. ,., .,..,"I • . Ala Feminina

da Casa de Juvenal Galeno

Cândida Maria Santiago Galeno

Nossa Nenzinha,------~==~-------\

Organizado ra 'Gisela Paschen Schimmelpfeng

Fortaleza - Ce 1988

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GISELA PASCHEN SCHIMMELPFENG(ORGANIZADORA)

CÂNDIDA MARIA SANTIAGO GALENO

NOSSA NENZINHA

Direitos autorais reservados àALA FEMININA DA CASA DE JUVENAL GALENO.

FORTALEZA - CESECRETARIA DE CULTURA TURISMO E DESPORTO

1 988

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GISELA PASCHEN SCHIMMELPFENG (Organizadora)c. 1988

SECRETARIA DE CULTURA, TURISMO E DESPORTOAv. Presidente Castelo Branco, 255 - CentroFortaleza - Ceará - BrasilCEP - 60010

Impresso no Brasil / Printend in BrazilCatalogação na fonte: BPGMP

5335c Schimmclpfeng, Gisela Paschen - Org.

Cândida Maria Santiago Galeno; nossaNenzinha. Fortaleza, Secretaria de Cultura

Turismo e Desporto, 1988.

103 p.

1. Literatura Brasíleíra - Miscelânea.

2. Ga!eno, Cândida Maria Santiago - Bio-grafia. I. Títu!o.

CDD - B869.8

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DIRETORIA DA ALA FEMININA

Presidente de Honra: Cândida Maria Santiago GalenoPresidente: Gisela Paschen Schimmelpfeng1? Vice-Presidente: lone Arruda Gomes1? Secretária: Alayde de Sousa Lima2? Secretária: Maria de Lourdes AraújoTesoureira: Maria Orildes Sa!es Freitas

CONSELHO ADMINISTRATIVO

Risette Cabral FernandesCristina CabralSílvia Maria Adeodato MaiaAdísia Sá

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Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto:JOS~ MARIA BARROS DE PINHO

Presidente do Banco do Estado do Ceará:JOÃO BATISTA DOS SANTOS

Diretor-Presidente da Imprensa Oficial do Ceará:IRAPUAN DINIZ DE AGUIAR

A publicação desta obra tornou-se possível graças ao apoioda Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto, Banco do Estadodo Ceará e Imprensa Oficial do Ceará. GOVERNO TASSOJEREISSATI.

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APRESENTAÇAO

Joaryvar Macedo

Com este volume, as integrantes da Ala Feminina da Casade Juvenal Galeno prestam uma homenagem àquela que vemsendo, no defluir do tempo, a animadora dessa simpática cor-poração literária, a escritora Cândida Galeno, para os que comsla privam, simplesmente Nenzinha Galeno.

Trata-se de um florilégio, contendo depoimentos, algunsdeles em verso, a respeito dessa notável cearense, cuja exis-tência tem sido um magnífico exemplo de incondicional dedi-cação às letras e à cultura, como também à assistência social.Todo esse irrestrito devotamento, marca essencial de sua indi-vidualidade, tem como fulcro irradiado r precisamente a Casade Juvenal Galeno, instituição fundada por Henriqueta Galeno,filha do velho bardo, admirado por todo esse imenso Brasil, osentimental e inconfundível vate do cajueiro pequenino, da jan-gada de vela e de tantos outros poemas de cunho nitidamentepopular.

Ontem, fora Henriqueta a alma mesma do antigo solar,onde, por muitos anos, pontificara Juvenal Galeno, nome quese tornou símbolo da poesia popular brasileira. Hoje, é Nen-zínha a própria vida do histórico e lírico casarão do avô, sem-pre a serviço da poesia, da literatura em geral, e da cultura emterras cearenses. Eis por que todos os aplausos merece a ini-c.ativa da historiadora Gisela Paschen Schimmelpfeng, vice--presidente da Ala Feminina, ora no exercício da Presidência,a organização deste livro. De fato, se faz altamente louvávelesta coletânea - com a natural finalidade de divulgar - com-

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preendendo traços marcantes da personalidade e da atuaçãodessa mulher admirável, cujo nome honra a terra onde nasceu.

Efetivamente, perlustrando estas páginas, se nos deparamlances da vida de uma extraordinária figura, em quem excelema capacidade de trabalho, o espírito de abnegação e renúncia,e até mesmo de sacrifício, a tenacidade, a determinação. Tudoisso aliado a uma irresistível disponibilidade para servir.

Através desses depoimentos, repassados de afeto, amí-zade, admiração e reconhecimento, mas igualmente de vera-cidade, tributam suas companheiras preito singelo, é bem ver-dade, porém justíssimo e carinhoso, à mui benemérita CândidaGaleno, a nossa sempre querida Nenzinha. Além disso, docu-mentam-lhe o acervo das múltiplas realizações, que a tornamcapaz de figurar, com inteira eqüidade, numa galeria ou mes-mo num panteão cearense, por seus assinalados serviços, nãoapenas no âmbito da cultura, senão ainda na esfera da assis-tência social, em favor de uma terra e de um povo.

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AGRADECIMENTOS

- Ao Exmo. Sr. Dr. José Maria Barros de Pinho, Secretáriode Cultura, Turismo e Desporto, pelo apoio para a concre-tização deste livro.

A escritora Maria da Conceição Sousa, pela inestimávelajuda para a execução deste trabalho.

- A escritora Maria Orildes Sales Freitas, pela colaboraçãoincansável.

- A escritora lone Arruda, pela sugestão da elaboração destelivro.

"Um povo que tem consciência das suasorigens, que guarda suas tradições, quetraz o passado para o presente a fim deassegurar seu futuro, continuará sempredinâmico."

Pe. João Mendes Lira

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SUMÁRIOPág.

INTRODUÇÃO - Gisela Paschen Schimmelpfeng 13PERFIL DE UMA GRANDE MULER - Maria Orildes

Sales Freitas . . 15UMA LIÇÃO DE VIDA - Risette Cabral Fernandes 19UMA MULHER DE TALENTO - Dolores Aquino 22NENZINHA E "MULHERES DO BRASIL" - lone Arruda

Gomes. . 25A ILHA - Francilda Costa 29PERFIL DA NOSSA ALA - Marlete Leite . . . . . . . 31PARA UMA MENINA DE TRANÇAS - Glyce Salles

Alcântara . . . 33AGRADECIMENTO A NENZINHA - Alayde de Sousa

Lima. . . 35~ POR FALAR DE AMOR - Christina Cabral 37RESUMO CRONOLóGICO - Gisela Paschen Schimmel-

pfeng . . . 40CONHECENDO NENZINHA - Maryse Weyne Cunha 54A AUTENTICIDADE DE NENZINHA GALENO - Maria de

Lourdes de Araújo 58COMO CONHECI NENZINHA - Maria Luíza Motta de

Menezes. . . 60CÃNDIDA OU NENZINHA - Maria Parente Correia 62À NENZINHA - Maria Zenith Alves Feitosa 66LEMBRANÇAS - Julieta Faheina Chaves (Jufacha) .. 67MENSAGEM DE GRATIDÃO - Marlene Bastos 68O VALOR DE UMA FRASE - Matusahila de Sousa

Santiago . . 70HOMENAGEM À CÂNDIDA GALENO - Nazareth Serra. 72

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CÂNDIDA MARIA SANTIAGO GALENO: UM SíMBOLO DOCEARÁ - Neide Freire 73

A COLEGA IDEAL - Olga Monte Barroso 75SAUDAÇÂO - Sílvia Maia 76ECOS E REFLEXOS - Valdelice Aives Leite 77NENZINHA, O ENIGMA DE MULHER - Regina Cláudia

Amorim Gomes ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80FLOR DE CAJUEIRO - Rejane Monteiro Augusto Gon-

çalves . . 81UMA MENSAGEM ESPECIAL - Rosemary Jorge de Men-

donça . . 83OS CARISMAS DE NENZINHA - Laís Almeida Martins .. 8418 DE MARÇO: À NENZINHA GALENO - Juanita Maria

Golignac . . 87TEU NOME É PUREZA - Jane Vieíra 88COMO CONHECI NENZINHA GALENO - Haidê Setúbal

Oliveira . . . 89HOMENAGEM À NENZINHA GALENO - Giselda de Me-

deiros . . . 91TROVA - Clandyra Dias da Rocha 92NO DIA QUE NENZINHA VEIO AO MUNDO (Trova) -

Maria Consuelo Fernandes Távora 93NENZINHA GALENO E A CULTURA CEARENSE -

Francisca Maria Ximenes 94À NENZINHA GALENO - Inês Kaúla Santos Machado 97LIVROS PUBLICADOS PELA EDITORA HENRIQUETA GA-

LENO . . 99

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INTRODUÇÃO

"Um povo que conhece sua história, que não se envergo-nha dela, que sabe divulgá-Ia, torna-se forte e dinâmico".

Sempre ao ler estas palavras do historiador sobralense,Padre João Mendes Lira, lembro-me que também Cândida Ma-ria Santiago Galeno, nossa Nenzinha, é história. Como é histó-ria deve ser dlvulgada. E nada melhor que deixar sua vida docu-mentada num livro. Uma vida de tantos tesouros culturais, decaridade e ternura, amor e justiça.

Falar sobre Nenzinha, é contar sua dedicação e seu tra-balho ligado à Casa de Juvenal Galeno, à Ala Feminina e ou-tras instituições vinculadas à grande e tradicional casa decultura.

Falar de Nenzinha, é nosso dever.É esta mulher forte e enérgica que desde- o falecimento

de sua tia, Dra. Henriqueta Galeno em 10 de setembro de1964, dirige com dignidade e amor a Casa de Juvenal Galeno.

Consequiu levar à frente, nestes vinte e quatro anos, estacasa de cultura que tem o nome de seu avó, o grande poeta,Juvenal Galeno.

Conseguiu introduzir-se tão perfeitamente na vida dacultura cearense que se torna difícil falar em Fortaleza semmencionar o grande quartel cultural e a sua diretora, Nenzi-Ilha Galeno.

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Sempre atuante e enérgica, com um idealismo insuperá-vel, vem dando um impulso e grande desenvolvimento às letrascearenses.

Para que o 709 aniversário natalício de nossa Nenzinha ti-vesse uma comemoração toda especial, e que seja ela semprelembrada pela geração atual e também pelas futuras; nada me-lhor que reunir sua vida, através de trabalhos escritos por mem-bros da Ala Feminina, quando a consideramos monumento vivoda CASA que ela tanto ama.

Esperamos seja nosso objetivo de reverência, nesta datade 18 de março de 1988, um documento histórico.

Assim, pois, apresentando o livro "CÂNDIDA MARIA SAN-TIAGO GALENO - NOSSA NENZINHA", achamos cornpen-sado o nosso esforço de homenageá-Ia.

Receba pois, Nenzinha, amiga querida de todos que com-põem a Ala, nossos parabéns aliados aos votos de felicidades.

Este livro oferecemos-lhe como justa e merecida home-nagem aos seus méritos e dedicação prestados não somenteà Ala Feminina como à cultura cearense e, porque não dizer,brasileira.

Fortaleza, 18 de março de 1988.

••Gisela Paschen Schimmelpfeng

Presidente

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PERFIL DE UMA GRANDE MULHER

Maria Orildes Sales Freitas

Cândida Maria Santiago Galeno, ou simplesmente Nenzi-nha Galeno, nasceu em Russas - CE, no dia 18 de março, filhade Antônio Galeno da Costa e Silva e Cândida de SantiagoGaleno. Viveu parte de sua adolescência no interior do Ceará,acompanhando a trilha nas cidades nas quais o pai desempe-nhava o e'evado cargo de Juiz. O Colégio de Santa Tereza,do Crato, foi o primeiro pilar de sustentação a filmar a menteda pequena notável, para, em seguida, concluir, em 1936, ocurso Normal, no Colégio da lrnacu'ada Conceição, em For-taleza. Entre outros cursos, Nenzinha é Técnica de Educa-ção. Quis ela, porém, seguir novas pegadas, procurando darmaior expansão ao talento a aflorar da sua inteligência, for-mando-se em Assistente Social, no Instituto Social de Forta-leza. Forjada no desejo de amenizar a conflitante situação so-cial, encontrou a ponte onde a dor dos simples lhe tocou emo-cionalmente o qrandioso coração, como luz reluzente a for-mar novos caminhos. Argumentada no trabalho de AssistenteSocial, Nenzinha nos ensinou bela lição de humanidade, fa-zendo-nos sentir que palavras cativantes e acolhedoras trans-formam a fúria daqueles que aderem a selva da criminalidade.Refiro-me a Catanã, figura antes conhecida como "Terror doCrime", a quem ela dedicava grande carinho. Trazia Catanãgrande bagagem de sofrimento, de ódio e criminalidade; mas,diar.te dos desvelos de sua estrela-guia, conseguiu refrear osimpulsos violentos, deixando como troféu aos seus compa-

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nheiros de cela, antes de sua morte, o exemplo de regenera-ção, com ampla experiência de sua vida anteriormente san-grenta.

Essa extraordinária mulher, no entanto, caminhava emmuitas direções, e descobriu a seiva da grande árvore da cultu-ra que abrigou os grandes nomes exponenciais da literaturabrasileira, exemplificando os primos Capistrano de Abreu eClóvis Beviláqua.

Com o pseudônimo de "Branca de Castela", seguiu ela amesma trilha, a escrever com assiduidade nos jornais e revis-tas locais, colaborando, ainda, em revistas do Rio, São Paulo,Porto Alegre e Salvador. Dotada de invejáveis dons artísticosem apresentar a sua prosa nos mais diversos caminhos de pe-netração e motivações literárias, seus traba! hos são vazadosde beleza e forma na fluência de seu estilo pessoal e elegante.Domina com invulgar inteligência tudo que escreve.

Com a publicação do livro "Presença", Nenzinha conquis-tou o "Prêmio Rodolfo Teófilo", em 1954, nos concursos lite-rários da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Em seguida, par-ticipou em parceria, do livro "Naipes". Nenzinha também écontista, de sua lavra é o livro "Trevo de Quatro Folhas". Emoutros livros, como "Mulheres do Brasil" (ensaio), "AntologiaCearense", "Quinteto em Ritmo de Crônica" (parceria) e "Ri-tos Fúnebres no Interior do Ceará", a be!etrista nos faz debru-çar na janela do tempo e a caminhar pelas ruas, fazendo-nosconviver com sua intimidade.

Com a morte de sua tia Henriqueta Galeno, que com tan-tos tributos fez enriquecer a cultura cearense, Nenzinha dirigedesde setembro de 1964 a Casa de Juvenal Galeno que é hojeum Departamento da Secretaria de Cultura, editando livros deescritores do Ceará e de outros Estados brasileiros, na EditoraHenriqueta Galeno. Tem ela intensiva vida, marcada no campoliterário. Integrante da Comissão Cearense de Folclore; Di-retora da Casa de Juvenal Galeno; da União Brasileira de Tro-vadores; da Associação Cearense de Imprensa (Conselho Su-

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perior); da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil;da Associação Brasileira de Assistentes Sociais; da AcademiaFeminina de Letras do Rio Grande do Sul e da Academia Cea-rense de Letras, Cândida Maria Santiago Galeno tem o seu nomeinserido no Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo deMenezes, Edições Saraiva, São Paulo, 1969; na Antologia doFolclore Cearense, de Florival Seraine, e no Dicionário da Li-teratura Cearense, de Raimundo Girão e Maria da ConceiçãoSousa (do Instituto do Ceará).

Conheci Nenzinha quando a Cadeia Pública era localizadana Rua Senador Pompeu. Aquele pequeno mundo imaginá-rio, aglutinador de amontoados de ensamentos rebeldes, pa-recia uma ilha de fantasmas, pois o ser humano desconhecia aimportáncía da solidariedade, enquanto Nenzinha permaneciaao lado deles, levando a sua palavra confortadora e cheia deesperança, para um dia transformá-Ios em homens dignos ecivilizados. No infinito espaço do Serviço Social, CândidaMaria Santiago Galeno brilhantemente marcou a sua presençae deixou exemplos iluminando e transformando os caminhostortuosos dos que dominavam o universo do crime. Aposentadano cargo de Assistente Social, guarda imensa bagagem de tro-féus, cujas lembranças permanecem vivas em sua memória,como exemplo marcante de amor e dedicação.

Em meio a sua agitada vida literária, não recua em mo-mento algum, desenvolvendo os trabalhos e lembrando os mo-mentos marcantes registrados nos anais desse sodalício. Nen-zinha é um continente de cultura iluminada pelos valorosos no-mes de seus familiares, vivendo intensamente cada dia de suavida para o engrandecimento das letras cearenses. Essa tra.ns-bordante energia aplicada em sua jornada literária e plena derealizações abre caminhos para novos adeptos ao engajamentodessa seiva de inspiração, que é a Casa de Juvenal Galeno.Traz ela na alma a pureza de uma criança. Nenzinha fala poucoe sua característica maior é saber ouvir, tornando-se verda-deiro escudo. A consagrada escritora fez desse sodalício ver-dadeiro abrigo de várias associações culturais, mostrando os

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caminhos para os poetas e escritores se engajarem nessa acon-chegante árvore literária. Nenzinha é monumento vivo da lite-ratura cearense.

Cândida Maria Santiago Galeno é autêntica, sincera e lealamiga" Suas determinações são símbolos de diretrizes corre-tas, e sua constante preocupação é o momento, dando conti-nuidade à obra deixada pelo avô, o poeta maior Juvenal Galeno,o imortal. Entre as homenagens atribuídas, ela merece ser dís-tinguida pelo seu atuante trabalho literário, outorgando-se-Ihehonrarias, a exemplo de outros nomes que se destacaram com"Medalha Cidade de Fortaleza", "Medalha da Abolição" e ou-tras comendas capazes de marcar a sua grandiosa faina cultu-ral e o seu amor à terra cearense.

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UMA LiÇÃO DE VIDA

Risette Cabral Fernandes

Muito feliz a iniciativa da Escritora Gisela Paschen Schim-melpheng de documentar com o presente livro as atividadescuiturais de Cândida Maria Santiago Galeno, não só à frenteda Casa de Juvenal Galeno, que dirige com zelo e cornpetên-cia mas, dando a conhecer o trabalho que vem desenvolven-do anos seguidos, em favor da Literatura Cearense.

Os traços marcantes de sua personalidade, a renúncia ea coragem, a disponibilidade em servir, o desempenho des-compromissado das injunções políticas, as lutas do seu dia-a--dia no inarredável cumprimento do dever, transmitem o maiselevado sentido à sua vida, por todos esses títulos, edificante ebela.

"Realizar é atingir um alvo", diz Sérgio Milliet e, essealvo foi atingido por Cândida Galeno. na continuidade quesoube dar à obra de Henriqueta, cuja grandeza em ambas nãose comparam mas, são realmente de admirar, cada qual vistana sua época, no desempenho de uma tarefa difícil e a exigir--Ihes especial vocação.

Como escritora, o seu "eu" transborda na simplicidadeexpressiva de suas palavras, no estilo escorreito, na escolhado assunto cuja atualidade permanece no tempo, através dalúcida compreensão da verdade humana exposta com os maisDUros sentimentos fraternos. Sem veleidades nem esnobismos,observadora e discreta, jamais se deixou contaminar pela com-petição grosseira que desumaniza o nosso tempo, ocupandosomente o lugar que lhe foi destinado, aprimorando tudo o

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que faz, não visando apenas "ser" mas, conforme Ortega yGrasset, objetivando o "bem ser".

Uma vida laboriosa a do seu espírito, estendida aos queem torno de si se reúnem numa comunhão de idéias, numatomada de consciência do exercício intelectual, posto em ofi-cina de trabalho nas diversas instituições que abriga cuidado-samente na Casa.

E na culminância de suas atividades intelectuais em favordas letras, Cândida Galeno vai do pensamento à ação, fundan-do em 1964 a Editora Henriqueta Galeno como uma maneirade melhor divulgar a obra do escritor cearense. De trazer 'alume talentos que por absoluta falta de meios permaneciam noanonimato. Muitos autores foram beneficiados com a editora-ção de sua obra paga, quase sempre, parceladamente. Cadaoriginal recebido era um compromisso que ela assumia com oautor, acompanhando os trabalhos com dedicação e eficiên-cia. Da impressão à revisão, ela não perdia de vista o exem-plar, colecionando folhas e escoimando os erros, trabalho queela não abria mão, custasse o que custasse. Essa "luta ho-mérica", no dizer de Monteiro Lobato, contra o erro tipográ-fico, e justifica: "durante a revisão os erros se escondem, fa-zem-se positivamente invisíveis. Mas assim que o livro sai,tornam-se visibilíssimos. Verdadeiros sacis a nos botar a lín-gua em todas as páqinas. Trata-se de um mistério que a ciên-cia ainda não conseguiu decifrar" ...

E era nesse emaranhado que se envolvia Cândida Galenona sua Editora, embora contasse com a eficiência de OscarMoreira, que ajudou a levar adiante a empresa desde a suafundação.

Trabalho abnegado esse que ela soube enfrentar com ga-lhardia, mesmo nos momentos mais difíceis da alta do papel,da carência de mão-de-obra, permanecia serena e confiante,descobrindo sempre nas horas mais difíceis "um retalho azulde céu" para contemplar com grande encantamento.

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De minha convivência de mais de uma década como fun-cianária da Casa, foi esse, sem dúvida, um aspecto inesquecí-vel do seu jeito tranqüilo e confiante que me ficou como umasábia lição de vida, rica de espiritualidade e beleza!

Piracicaba, 27 de outubro de 1987.

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UMA MULHER DE TALENTO

Dotores Aquino

Neta de Juvenal Ga!eno da Costa e Silva, criador da poe-sia popular no Brasil, floresce, em meio a uma geração espon-tânea de literatas, a beletrista CÂNDIDA MARIA SANTIAGOGALENO, docilmente conhecida por NENZINHA. Nasceu nacidade de Russas, em 18 de março de 1918. Filha de Jurista,teve que viajar assiduamente pelo interior do Ceará, ondeiniciou seus estudos,concluindo o secundário no Colégio deSanta Tereza, na cidade de Crato. O Curso Normal contudo,teve seu término em 1936, já na cidade de Fortaleza, no con-ceituado Colégio da Imaculada Conceição.

No Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, concluiuo Curso Técnico de Educação, culminando seu aprendizadono Instituto Social de Fortaleza, onde obteve diploma de As-sistente Social.

Nenzinha desenvolveu sua profissão, com espírito hurna-nístico, na extinta Cadeia Pública do Estado, hoje EmpresaCearense de Turismo- (EMCETUR), dedicando-se à problemá-tica dos detentos, com carinho e esmero, destacando sua aten-ção ao presidiário conhecido por CATANÃ. Destemida, huma-na e de grande senso profissional, teve sua carreira laureadade brilho.

Sua vida literária iniciou-se com publicações no jornal"CETAMA", na cidade de Barbalha-CE. Participou, também,do jornal "O NORDESTE" em Fortaleza, usando o pseudônimo- BRANCA DE CASTELA. Dedicou-se à prosa de conteúdo le-

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ve, de estilo eloqüente e pessoal. Nenz.nha escreveu para aRevista "JANGADA" editada pela Ala Feminina da Casa deJuvenal Galeno.

A partir de 1953, começa a publicar livros. No gênero decrônicas, "Naipes" foi o primeiro, com parceria. No ano se-guinte, surge o concurso literário da Prefeitura Municipal deFortaleza, concedendo o Prêmio Rodolfo Teófilo, ao livro deNenzinha, intitulado "PRESENÇA". Em 1955, outra parceria,e a publicação de "Trevo de Quatro Folhas" (contos).

Com o desaparecimento da tia beletrista Henriqueta Ga-leno, em setembro de 1964, passa a dirigir a Casa de JuvenalGaleno. Nenzinha assume por inteiro a vida literária. No anoseguinte, funda com Oscar Moreira a Editora Henriqueta Ga-lono, homenageando sua tia.

Sua participação literária prossegue em 1957, no livro"Antologia Cearense" (H série da Academia Cearense deLetras). No ano de 1971, participa do I:vro "Mulheres do Bra-sír", Em parceria, "Quinteto em Ritmo de Crônica", em 1975e ainda do livro "Ritos Fúnebres no Interior do Ceará" (1977).Nenzinha tem o seu nome no Dicionário Literário Brasileiro,de Raimundo Menezes (1969) e em Antologia do Folclore Cea-rense, de Florival Seraine e, agora, no Dicionário da literatu-ra Cearense, de Raimundo Girão e Maria Conceição de Sousa.

Literalmente integra a Comissão Cearense de Folclore;União Brasileira de Trovadores (secção CE); Associação deJornalistas e Escritoras do Brasil; Associação Cearense deImprensa (ACI); Associação Brasileira de Assistentes Sociais;União Brasileira de Escritores (secção CE); Academia Femi-nina de Letras do Estado do Rio Grande do Sul; AssociaçãoCristã Feminina; Academia Cearense de Letras entre outras.

Cândida Maria Santiago Galeno não somente participa eintegra várias entidades culturais, mais acima de tudo é umaguardiã da cultura cearense, trazendo em seu bojo, uma vidainteira de dedicação às pessoas que a cercam, acatando,

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apoiando, incentivando, acreditando nos valores da terra, con-tribuindo assim, crescentemente, para o embasamento do nossocontexto literário e cultural.

Nenzinha foi a segunda mulher a ingressar na AcademiaCearense de Letras, no dia 18 de outubro de 1960. Antes dela,apenas, sua tia Henriqueta Galeno, fundadora da Ala Feminina,que alcançou a glória com o seu talento.

A essa pessoa simples e pura de sentimentos e emoção,mulher de grande sensibilidade artística e humanística, a nossagratidão maior. A esse talento de mulher, a nossa homenagempelo engrandecimento da cultura do Ceará.

Nenzinha, muito obrigada.

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NENZINHA E "MULHERES DO BRASIL"

lone Arruda Gomes

Quando em 1969 ingressei na Ala Feminina da Casa deJuvenal Galeno, havia uma grande movimentação por partedas sócias sobre o livro intitulado "MULHERES DO BRASIL".Na Casa de Cultura (que abriga várias instituições literárias)já se encontravam as escritoras: Lourdinha Araújo, Risette Ca-bral Fernandes, Eurídice Avelino Sidou, Aracy Martins e muitasoutras.

O livro em preparo estava sendo organizado por CândidaGaleno, continuadora de sua tia Henriqueta Galeno, fundadorada Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno. Uma das inova-ções de Henriqueta foi a instituição de cadeiras patrocinadaspor vultos brasileiros femininos, que se tivessem destacadotanto no campo da inteligência e da cultura, como da bene-merência e do patriotismo.

As sessões se prosseguiam, o assunto era palpitante emuitas das sócias fundadoras já haviam preparado os seustrabalhos. Nenzinha, (como é chamada a nossa Diretora daAla) teve a iniciativa de publicar em livro os elogios de pa-trona anteriormente preparados por sua tia Henriqueta e os queestavam sendo elaborados. E nesse ideal labor, ia citando no-mes, vultos célebres, incentivando e orientando às colegas,sobretudo as que se iam iniciando, ávidas por uma palavra deacolhimento.

Está aí minha admiração pelo trabalho incansável de Nen-zinha. A grande lição que nos dá, a sua dedicação e devoção

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lia Rodrigues, Prisciliana Duarte de Almeida, Leonete Oliveira,Ana Lima, Ana Amélia Oliveira, Edwirges de Sá Pereira, LeonorCastelano e Sílvia Celeste de Campos.

O grupo valoroso das mulheres de ação é constituído porElvira Pinho, Ana Néri, Rosa da Fonseca, Darcy Vargas, AnítaGaribaldi, Bárbara de Alencar, Eunice Weaver, Bárbara Helio-dora, Isabel, a Redentora, Jovita Feitosa, Maria Quitéria deJesus, Maria do Carmo Cabral Galeno e Irmã Apoline Simas.

As biógrafas das diversas personalidades femininas sãoas escritoras: Lígia Bulcão de Vasconcelos, Susana BarreiraAmaral, Olga de Lacerda Pinheiro Monteiro, Geraldina Amaral,Fernanda Brito, Ana Frota Mendes, Jandira Carvalho, Ruth deAlencar, Stelia Barbosa de Araújo, Maria de Lourdes HermesGondim, Hildené de Souza Campos, Cândida Maria SantiagoGaleno, Dolores Furtado, Rita de Lara, Maria Luísa Pinto deMendonça, Aracy Martins, Maria de Lourdes de Araújo, JulietaFaheina Chaves, Maria Parente Corrêa, Olga Monte Barroso,Teresinha Bedê Silva Aguiar, Maria Dutra Papaleo, CarmelitaSetúbal, Risette Cabral Fernandes, Adísia Sá, Doracy Sobreirade Mendonça, Maria Ivone de Alencar Ribeiro, lima de Oliveira,Marlete Leite, Nazareth Serra, Adalgisa Silveira, Anahíd An-drade e Maria de Lourdes Vasconcelos Pinto.

Após o lançamento, Nenzinha não mediu esforços, formougrupos e viajou de Norte a Sul do Brasil com a finalidade dedivulgar "MULHERES DO BRASIL". Muitas vezes participeidessas agradáveis caravanas.

Ao regressar das viagens, Nenzinha prosseguiu com a mes-ma pertinácia, estimulando as companheiras da Ala na esco-lha de novas Patronas a fim de partirem para o 39 volume de"MULHERES DO BRASIL". E o seu estímulo abrangeu mais16 beletristas que se empenharam com denodo e amor aosestudos de outras Patronas. O Dr. Joaryvar Macedo, então Se-cretário de Cultura e muito amigo da Casa de Juvenal Galenofavoreceu para que o livro fosse editado pela Secretaria deCultura e Desportos. Não obstante algumas dificuldades, Nen-zínha se manteve calma e confiante e, na data marcada, 24 de

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setembro de 1986 nos brindou desta vez com o 39 volume de"MULHERES DO BRASIL" com uma bela e solene apresenta-ção pelo Dr. Joaryvar Macedo, tendo ao lado vários compo-nentes à mesa; escritores e amigos da Casa de Juvenal Ga-leno.

Dr. Joaryvar fez um reiato de cada biografada que passoa citar os nomes: Carmem Cinira, Madre Maria José de Jesus,Madre Joana Angélica de Jesus, Maria Eugênia Celso, DoloresDuran, Carmem Miranda, Carmem de Araújo Lima, Maria Tho-másia, Emília de Freitas, Margarida Sabóia de Carvalho, AnaAmélia Queiroz Carneiro de Mendonça, Maria Firmina dosReis, Clarice Lispector, Júlia Galeno, Amélia de Freitas Bevi-láqua, Madre Ana Couto; sendo as respectivas biógrafas: Es-tefânia Rocha Bezerra, lone Arruda Gomes, Estefânia GasparBezerra de Menezes, Eurídice Ave!ino Sidou, Teresinha deJesus Lobo Parente, Lany Luzia Meio, Alayde de Sousa Lima,Gisela Paschen Schimmelpfeng, Maryse Weyne Cunha, MariaOrildes Sales Freitas, Maria de Lourdes F. Araújo, Maria deLourdes Ribeiro Brandão, Francilda Sidou Costa, Mary Ga-leno, Maria Luiza Motta de Menezes e Valdelice Alves Leite.(Valdelice foi a oradora do 39 Volume).

Foram, portanto, até aqui, 49 sócias acadêmicas que virampublicados no livro "MULHERES DO BRASIL", seus Elogios dePatrona, graças ao esforço, dedicação e intrepidez de Nenzi-nha Galeno .

. . . O barco da fraternidade prossegue com seu hábil ve-leiro nas ondas serenas da esperança, rumo a um porvir sem-pre promissor acolhendo cada viajor. Dileta e fiel companheirade jornada, Nenzinha Galeno continua sempre disponível, ecujo coração se propõe a dividir com todos que penetram nestesantuário do saber, ponte de amizade e proteção que é a Casade Juvenal Galeno.

(Casa de Juvenal Galeno, setembro de 1987).

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A ILHA

Francilda Costa

"O que torna belo o deserto é que ele esconde um poçonalgum lugar". A afirmação de Exupery suporta com muita pro-priedade o tema de minha crônica. No arquipélago da cidadeque cresce a galope, enegrecida pela dureza do esfalto e jáernpalidecendo no coinza de tantos prédios, uma ilha de pazonde estranhamente brota o verde-vida de velhas mangueirasavulta em meio ao burburinho do compra-e-vende, abrigandoem sombra e carinho os que ainda embalam, apesar do prag-matismo vigente, o sono da poesia no leito azul e infinito dasensibilidade e do sonho. Essa ilha cujo solo recebe a semen-te daquele que nela plantou e colhe, traz uma lira encimandoum amado território e é farol inestingüivel a mostrar o cami-nho do imponderável gesto de cantar. Eu, navegante sem ban-deira, carregava meus versos no porão do meu navio e buscavano mar agitado e frio da cidade, irmãos de sina que me ouvis-sem e amassem os pequenos recados latentes de sangue e devida. Aqui apartei numa ensombrada tarde no ar parado de umfim de domingo. Recolhi as velas e senti como todo marinheiromarcado pelo balanço de tantas travessias, que o porto eraamigo e a minha bandeira podia dançar livremente ao soprode um terno e duradouro vento de amizade. Lancei âncoras.Dei descanso ao meu barco. A rainha da ilha foi suave e boacomigo. Deixou-me ficar. Ela detém a força do sentimento e asegurança do dicernimento e da lucidez. Nenzinha Galeno,rainha da ilha, venho renovar o meu pedido de permanênciadefinitiva. Sei que me atraso às vezes nos impostos. Sei quenem sempre compareço nos dias marcados de tuas audiências

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tão preciosas. Mesmo assim resta o argumento de quem muitoama tua ilha e reconhece nela o único lugar onde gritamos semmedo ou timidez as nossas estórias, nem sempre épicas ougrandiosas, mas que lançadas entre as paredes do teu castelonos são devolvidas cheias do eco gratificante do aplauso e dopleno entendimento.

Hoje engalanei os mastros. Lavei o convés porque é dia defesta no meu navio. E' festa na ilha e no coração dos marinhei-ros da poesia. Reunidos te abraçamos desejando que o teureinado sobreviva aos tempos de bonança e tempestade, e quea ilha permaneça sólida e bela, enquanto o progresso frio eimplacável engole o verde e sufoca o já cançado coração dacidade.

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PERFIL DA NOSSA ALA

Marlete Leite

Relembrando o convrvio das nossas reuniões da Ala Fe-minina da Casa Juvenal Galeno, sob o comando da diretora,Cândida Maria Santiago Galeno (carinhosamente Nenzínha),venho, através desta página, recordar com muita saudade, avida na nossa gleba. Os segundos domingos de cada mês, umdia esperado com multa ânsia por todas nós, por ser dia deapresentação de trabalhos para constar na ata do mês. Lindaspeças literárias são lidas pelas autoras, falando de viagens deférias, belas crônicas, poesias, sonetos, eloqüentemente reci-tados por declamadoras elegantemente vesti.das. Todo essebrilho, concorre para uma grande festa lltero-rnusical, que men-salmente nos traz alegria e disposição espiritual. A Casa de Ju-venal Galeno, é uma instituição quase secular. Nunca parou suaprogramação mensal. Por mais forte que seja o motivo, não atin-ge a disciplina da casa. A direção administrativa da casa, temem primeiro lugar, respeito aos compromissos assumidos comCI sociedade que a prestigia. Este lema era ponto de vista daimortal Ora. Henriqueta Galeno, que sendo chamada para umamissão superior, legou o cargo à sócia Cândida Maria Santiago!Galeno, que com estoicismo dos fortes, vem conduzindo estetabernáculo de sabedoria e amor. Por amor às nossas artes emuito mais ao nosso labor edificante, dentro deste solar degrandeza e harmonia, resta-nos, dar todas as nossas forças,todo nosso afeto, amor e amizade em troca das amigas queaqui fizemos, das glórias que tivemos, do amor que demos eque recebemos.

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Nenzinha!, nós te cercamos com a mais positiva energia,força dos nossos pensamentos, dirigida a ti nesse momento deeterna gratidão.

Fort. 06/09/88

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PARA UMA MEN!NA DE TRAN'ÇAS

Glyce Salles Alcântara

Eu me lembro muito bem. Os olhos expressivamente gran-des, um repentino sorriso, e as tranças, negras e longas, comoas da princesa Rapunzel.

E me lembro também da voz. Uma voz que nunca se fan-tasiou nem usou gravata. E a casa, que continua a mesma, so-frendo embora, ao derredor, a agressão do moderno em nomedo progresso.

Há um acentuado contraste nessa geografia: Lá fora, osônibus arrastando a tremedeira dos ferros cansados e derra-mando gente na praça vizinha. Fumaça, calor, camelôs roucos,em insistentes apelos à boa fé dos passantes, apertos impre-cisos, encontrões programados, vendeões da sorte com suges-tões ultrapassadas e desgastantes, folia de cores e de preçosno infindável desalinhamento das barracas.

Aqui, dentro, as mangueiras, carregando o verde fardo dasconversas de ontem. Nelas um misterioso palpitar de coração.Nelas a pousada de tardes sonolentas e de noites com cantigasde lua que não acabam nunca. Ah! as mangueiras, resistindo,por amor aos pássaros e às pessoas.

Às vezes, em plena reunião literária, uma manga insistena queda e é como se dissesse: "eu sou a coisa mais naturalque ainda existe aqui".

Na Casa de Juvenal Galeno há lugar para todos. Poucos lu-gares oferecem tamanha sombra e tão líquida paz. A amizadese mostra por inteiro na porta sempre aberta, para que se possasentir o seu abraço maternal.

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A preocupação maior dessa menina, que agora vejo semtranças, sempre foi a de descobrir ta'entos. Seus braços se alon-garam para acolher artistas vindos dos mais distantes cami-nhos, das mais diversas estradas, das mais tímidas veredas.Assim também o fazia Henriqueta, sua tia.

A menina de tranças negras e sua tia, com o cabelo cor-tado "à lagarçonne", navegam num tempo que é meu.

Como tenho amado essa casa! Sua paisagem interior, oar poético circulando pelas salas, o palco e o auditório empermanentes diálogos. E o piano, inquieto coração que sedeixa acariciar pela saudade.

Gosto das varandas, em vigília constante, na calçada, edas jane!as, cismando longamente no tempo. As estátuas, bran-cas e brandas sentinelas libertam-se, de quando em vez, dogesso, em movimentos ilusórios quando a brisa simula ondu-lar suas túnicas leves de vestais. Rastros deslizam nos corre-dores e segredos agarram-se às paredes.

Tem-se a impressão de que vai surgir, à sombra das man-gueiras, uma velha contadeira de histórias que pondo a genteno colo, vai começando assim:

"Era uma vez um cajue'ro que não cresceu por falta deamor de um menino. Ele se foi para muito longe dos ventosda tarde que enfunavam as velas do Mucuripe e ..... "

Essa casa aí esta, há mais de 100 anos, viva como umacandeia serena, atraindo, abrigando, projetando.

Obrigada, menina - Nenzinha de tranças, pelo seu amorpela sua amizade, pela integridade da beleza que permaneceem você.

Deixe que eu continue amando o seu castelo encantadoe acreditando nas suas longas tranças de princesa.

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AGRADECIMENTO A NENZINHA

Alayde de Sousa Lima

Endosso tudo que foi escrito nas páginas deste livro de-dicado a você!

Com muito amor expresso nestas palavras simples, oquanto sou grata pela oportunidade que você me proporcio-nou, conhecer a cidade Gramado.

Na época, no ano de 1981, você exercia o cargo de Pre-sidente Nacional da Associação de Jornalistas e Escritorasdo Brasil, durante cinco anos e meses no Ceará.

Houve a transferência da Diretoria da AJEB - sede Cearápara o Estado do Rio Grande do Sul, instalando-se a nova sedepor ocasião da IV Assembléia Geral Nacional.

Um roteiro festivo se desenvolveu durante a estada 'daDelegação Cearense em Porto Alegre, inclusive a apresenta-ção do "O Livro da Ajebiana", idealizado e concatenado porvocê, Nenzinha!

Foram momentos inesquecíveis junto às gaúchas, ondeexperimentei de novas idéias e de extraordinárias amizades,especificando em primeiro plano, os seus primos, Martha Ga-leno e esposo Dr. João Carlos Rossler, médico em Cruz Alta- Rio Grande do Sul.

Estando em sua companhia fui agraciada pelo convitehonroso do casal, conhecer a Suíça Brasileira - Gramado.

Nunca esqueci! Perdura ainda hoje no meu subconscienteessa estada feliz com você e o casal anfitrião, qual uma fita.

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cinematográfica a exibir a paisagem exuberante, do coloridomulticor das rosas, hortênsias, jasmins e amores-perfeitos ...uma visão extremamente infinita!. ..

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É POR FALAR DE AMOR .

Christina Cabral

Numa noite de autógrafos, no clube Náutico, fui apresen-tada por Severino Fernandes Guerra à escritora e renomadapoetisa Risete Cabral Fernandes, presidente da Ala Femininada Casa de Juvenal Galeno. Falando-me com estusiasmo sobreo meu livro de crônicas "Comendo Pipocas", recentemente lan-çado, Risete convidou-me a comparecer a um encontro dasassociadas da Ala, quando uma homenagem me seria presta-da. Senti-me feliz com o convite e muito honrada com a sualembrança.

De fato, daí a algumas semanas fui recebida com carinhopelas componentes da Ala e por Cândida Maria Santiago Gale-no, a nossa querida Nenzinha, presidente daquela Casa de Cul-tura. Fui, entre as honrarias, convidada a pertencer àquela Ins-tituição feminina da qual nunca mais me separei, usufruindo detudo e da bondade que existe impregnada por lá.

Este preâmbulo histórico põe-me a gosto para falar so-bre Nenzinha, seu notável avô e sua acolhedora casa.

Vejo-me ainda menina, lá nos meus recantos de Bauru,Estado de São Paulo, onde nasci. Vejo-me encarapitada emuma árvore e, ao sabor do vento, do sol e da liberdade, ber-rando em plenos pulmões, a "Minha jangada de velas, quevento queres levar?"

Vejo-me no Grupo Escolar da minha cidade e, juntamentecom os outros alunos, cantando em coro:

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"Sou pobre mas ditosooh, meu Deus,ao lado da minha Rosacercado dos filhos meus."

As poesias populares de Juvenal Galeno criaram asase se espalharam pelo Brasil a fora, sendo musicadas e canta-das nas escolas das cidades e no interior. Minha mãe nos en-sinava suas cantigas e muitas delas inventadas ou adaptadaspor ela para que seus alunos apreciassem as poesias de Ju-venal Galeno. Como boa brasileira, filha de fazendeiros ecriada nos encantos e na simplicidade da vida rural, ela nostransmitia nos versos do poeta a riqueza e a beleza dos há-bitos e costumes populares.

Assim pois, entrar na casa onde viveu e morreu JuvenalGaleno, foi para mim motivo de grande emoção. Creio queminha mãe sentir-se-ia feliz com a minha oportunidade e nãocaberia em si de orgulho ao ver-me amiga de Nenzinha e pri-vando da intimidade do convívio em sua casa.

Nenzinha a gente não "conhece", a gente "reencontra".Tem-se a impressão de que sempre foi nossa, uma parentamuito querida para com quem não se tem segredos, nem fin-gimentos, nem rapapés; só ternura, admiração e respeito.

Apesar de ter herdado do avô e da Tia, Henriqueta Galeno,a veia poética e, por seus dotes literários, pertencer à Aca-demia Cearense de Letras e muitas outras Entidades Literá-rias, sendo reconhecida nacionalmente a sua arte, Nenzinhaé capaz do sacrifício de sufocá-Ia para atender as centenasde artistas e grupos literários que assíduari1ente, frequentama Casa de Juvenal Galeno.É admirável a sua dedicação, é in-crível a sua capacidade de doação, a sua disponibilidade ematender a todos, é fabuloso o seu trabalho persistente em fa-vor da cultura da sua terra.

O que nos causa admiração profunda é a sua simplicida-de, a sua modéstia que encobertam, com singeleza e naturali-

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CORRIGENDA

PAGINA UNHA ONDE SE L~ LEIA-SE

07 25 Vice-Presidente Presidente

09 09 sugestão na ajuda na

11 (sumário) 03 muler mulher

17 12 ensamentos pensamentos

19 04 Schimmelpheng Schimmelpfeng

29 06 esfalto asfalto

37 05 Risete Risette

37 08 Risete Risette

54 11 1966 1965

55 06 coligadas coligidas

85 05 Fosse fosse

94 13 Galeio Galeno

Ala Feminina da Casa de Juvenal GalenoRua General Sampaio, 1128CEP: 60020Fone: (.085) 231 .14.48

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dade, todas as honrarias que recebeu e das quais faz juz. Con-viver com Nenzinha é um aprender constante através dos seusexemplos, é usufruir da sua presença amiga, do calor huma-no que nos transmite.

Muitas escritoras e poetisas da nossa Ala Feminina da Casade Juvenal Galeno estarão mais capacitadas do que eu parafazer a biografia da nossa homenageada mas nenhuma mesuplantará em admiração e gratidão. Apesar de escritora vindado sul, estranha portanto ao meio literário do Ceará, fui rece-bida de braços abertos pelos membros da Casa. Senti-me deimediato acatada, acarínhada por todas, principalmente pelagenerosidade de Nenzinha.

Testemunhar as suas qualidades neste bem lembrado li-vro de homenagens é uma oportunidade magnífica da quallembrarei. para sempre com orgulho e imensa gratidâo.

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RESUMO CRONOLóGICO

Gisela Paschen Schimmelpteng

1918 - 18 de março: Nascimento de Cândida Maria SantiagoGaleno, nossa Nenzinha, em Russas-CE, filha do Juizde Direito Dr. Antônio Galeno da Costa e Silva, pri-mogênito do poeta Juvenal Galeno e de Cândida San-tiago Galeno.

1919 - 27 de setembro: Criação do Salão Juvenal Galeno,por Henriqueta Galeno, em Fortaleza-CE, Rua GeneralSampaio, 1128.

1926 - 19 de novembro: 709 aniversano natalício de Mariado Carmo, avó paterna de Cândida Galeno e Bodasde Ouro do casal Juvenal Galeno.

1931 - 7 de março: Falecimento de Juvenal Galeno (nascidoaos 27 de setembro de 1836) em Fortaleza-CE.

1936 - 15 de fevereiro: O Salão de Juvenal Galeno é conside-rado de utilidade pública.

- 27 de setembro: Criada por Henriqueta Galeno a Fa-lange Feminina.

- 6 de dezembro: Criação da Casa de Juvenal Galeno.

- 8 de dezembro: Cândida Galeno recebe o diploma deprofessora pelo Colégio da Imaculada Conceição, de

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Fortaleza. Seus primeiros estudos fez no Colégio deSanta Teresa, de Crato-CE. Como professora primá-ria exerceu por dez anos o magistério.

1939 - 25 de março: Falecimento do genitor de Cândida Ga-leno, Or. Antônio Ga!eno da Costa e Silva, em Lavrasda Mangabeira-CE. Nasceu em Fortaleza aos 22.5.1882.

1942 - 16 de abril: Falecimento da avó paterna de CândidaGaleno, Maria do Carmo Cabral de Meio, em Fortale-za. Nasceu aos 18.11.1856.

- 27 de setembro: reoganização da Ala Feminina daCasa de Juvenal Galeno que até esta data era conhe-cida por Falange Feminina.

1947 - 15 de maio: Cândida Galeno segue para o Rio de Jan-neiro com bolsa de estudos do Instituto Nacional deEstudos Pedagógicos.

1948 - 18 de abril: Regresso de Cândida Ga!eno, do Rio. Sau-dação da escritora Jandira Carvalho ("O Estado", 19maio) e poema de Estefânia Rocha Bezerra ("O Es-tado", 19 maio).

1949 - 5 de abril: Saudação de Cândida Galeno pelo apare-cimento de "TETRACOROE". Co-autoras: Jandira Car-valho, Stefânia Rocha Bezerra, Maria de Lourdes Vas-concellos Pinto e Fernanda Pinto, todas da Ala Femi-nina.

- 27 de setembro: eleita nova diretoria da Ala Feminina,com a seguinte constituição:

Presidente: Jandira CarvalhoVice-dito: Susana Amaral

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Secretária Geral: CÂNDIDA Maria Santiago GA-LENO1~ Secretária: Maria de Lourdes Vasconcelos Pinto2~ Secretária: Do.ores de Gonzaga CaracasTesoureira: Fernanda BritoBibliotecária: Marlete Leite

Desde 1942, foram Presidentes da Ala Feminina, res-pectivamente, Eurídice de Sales Pereira, Nair Fonte-nele Sampaio Xavier, Lígia Bulcão de Vasconcelos eCÂNDIDA Maria Santiago GALENO.

- 25 de dezembro: Circula o primeiro número da revista"JANGADA", da Ala Feminina. Direção-Geral: Cândi-da Galeno e Maria de Lourdes Vasconcelos Pinto.

1950 - 17 de julho: Sessão na Casa de Juvenal Galeno pre-sidida pelo Major José Rabelo. Saudação de CândidaGaleno. ("O Estado", 26 jul.)

1952 - 22 de janeiro: Publicação, no Diário Oficial do Esta-do, dos Estatutos da Ala Feminina. Também foramdivulgados na Revista "JANGADA" - Ano 1 - 19Trimestre 1950 - N9 2.

- 10 de agosto: Recepção da escritora Ana Amélia deOueírós Carneiro de Mendonça, na Casa de JuvenalGaleno, sessão presidida por Filgueira Lima. Sauda-ção de Cândida Galeno.

- 25 de outubro: Apresentação de "OS JANGADEIROS"do Padre Dourado. Saudações de Cândida Galeno edo Pe. Constantino Vieira.

1953 - 27 de setembro: Posse da nova diretoria da Ala Fe-minina assim constituída:

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Presidente: Cândida Maria Santiago GalenoVice-dito: Elisabeth Barbosa MonteiroSecretária-Geral: Ruth de Alencar1~ Secretária: Maria Glice Sa'es2~ Secretária: Odenisa Alves LimaTesoureira: Marlete LeiteBibliotecária: Nilza Costa BessaDiretora da revista "Jangada": Cândida GalenoRedatora: Jandira Carvalho

- 29 de novembro: Festa do livro "NAIPES" - crônicas- de autoria das escritoras Cândida Galeno, Helo-neide Studart, Evangelina Accioly e Maria de LourdesV. Pinto, todas cearenses. A sessão foi presidida porPaulo Avelar.

1954 - 20 de março: Sessão presidida por Gomes de Matos.Conferência "Educação de base para a Zona Rural"apresentada por Maria Gonçalves. Saudação de Cân-dida Galeno.

- 10 de maio: Homenagem ao General Humberto Cas-telo Branco. Saudações de Cândida Galeno e LeiteMaranhão. Henriqueta Galeno faz conferência sobre"A Primeira Mulher Soldado do Brasil".

- setembro: Fim da circulação da revista "Jangada".

- CÂNDIDA GALENO conquista com seu livro "Presen-ça" (inédito) o Prêmio Rodolfo Teófi!o no ConcursoLiterário da Prefeitura Municipal de Fortaleza.

1955 - Publicado o livro de contos "Trevo de Quatro Folhas"de autoria de Cândida Galeno, Geraldina Amaral, Otí-lia Franklin e Jandira Carvalho, todas pertencendo àAla Feminina.

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1956 - 6 de março: "Análise do TREVO DE QUATRO FO-LHAS", conferência de Saraiva Leão. Sessão presi-dida pelo Tenente Geraldo Colares, representante doGovernador.

- 16 de junho: Homenagem ao aniversariante poeta Car-Iyle Martins. Saudação de Cândida Galeno.

27 de setembro: 379 aniversário da Casa de JuvenalGaleno. Sessão presidida pelo Governador Paulo Sa-rasare. Aposíção na Galeria dos Poetas cearensesdos retratos de Demócrito Rocha e Hermes Carleial.Esta Galeria dos Poetas foi inaugurada em 27 de se-tembro de 1952. As telas a óleo são de autoria do pintore poeta Otacílio de Azevedo. São os seguintes: Ju-venal Galeno, Leonardo Mota, Álvaro Martins, Fiuzade Pontes, Rodrigues de Andrade, Mário da Silveira,Silveira Filho, Francisca Clotilde, úrsula Garcia, Car-los Gondim, Quintinho Cunha, Lívio Barreto, NapoleãoMenezes, Paula Ney, Antônio Furtado, Soares Bulcão,José Carvalho, Gil Amora, Tomaz Lopez, Rodolfo Teó-fí:o, José Albano, Pe. Antônio Tomaz, Bonfim Sobri-nho, Frota Pessoa, Vasco Benício, Temístocles Ma-chado e Barbosa de Freitas.A palavra "O Milagre da Casa de Juvenal Galeno",proferida por João Clímaco Bezerra, foi pubiicada nojornal "Unitário" de 30 de setembro. Cândida Ga-leno fez um apelo ao governador presente no sentidode que voltasse a circulação da revista "Jangada", noque foi atendida.

- 18 de novembro: Centenário de nascimento de Da.Mariquinha, esposa de Juvenal Galeno. Houve inau-guração de seu retrato, trabalho de Otacílio de Aze-vedo e a posse de CÂNDIDA GALENO na Cadeira n912, da Ala Feminina, sendo sua Patrona Dona Mari-quinha, "A Musa de Juvenal Galeno", elogio de Cân-

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dida Galeno. A sessão foi presidida pelo Corone! Mu-rilo Borges Moreira.

1957 - 6 de abril: "Aspectos e Costumes do Sertão Brasilei-ro", conferência de Néri Camelo. Saudação de Cân-dida Galeno, sessão presidida por Gervásio Noguei-ra, representante do Governador.

- Cândida Galeno figura em "Antologia Cearense", pá-gina 77 (1" série), organizada pela Academia Cea-rense de Letras, com introdução do historiador Raí-mundo Girão.

1958 - 22 de junho: Recepção à declamadora Magda Cane-do. "Conferência sobre o Oriente", por Faustino Nas-cimento. Saudação de Cândida Galeno.

- Criação da Biblioteca da Casa de Juvenal Galeno.

1960 - Cândida Galeno é titular da Academia Cearense deLetras, onde ocupa a Cadeira n9 35, que tem comoPatrono Tornaz Pompeu. Cândida Galeno foi secre-tária em vários períodos administrativos.

- 23 de julho: Recepção à poetisa cearense AugustaCampos, pelo lançamento de seu livro de estréia "Ron-dó". Saudações de Rita de Lara e Euclides César.Sessão presidida por Cândida Galeno.

- 27 de setembro: 419 aniversário da Casa de JuvenalGaleno. Sessão presidida pelo Governador ParsifalBarroso. Cândida Galeno fala sobre "Centenário de AMACHADA" (versos satíricos, escritos por Juvenal

Galeno). É inaugurada a Exposição de pinturas deLúcia Galeno, irmã de Cândida Galeno.

1964 - 10 de setembro: Falecimento de Henriqueta Galeno.Cândida Galeno ASSUME A DIREÇÃO DA CASA DEJUVENAL GALENO.

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1965 - Ê fundada a Editora Henriqueta Galeno. Juntamentecom Oscar Moreira, Cândida Galeno quis prestar umahomenagem à sua tia, Henriqueta Galeno, que promo-veu a cultura cearense durante toda sua vida. Poroutro, seguindo a trilha de seu avô, Juvenal Galeno"que dispunha de uma gráfica para publicar suas pró-prias poesias há cem anos, resolvi fundar uma edito-ra". (Diário do Nordeste, 24.4.1982).

1968 - Cândida Galeno figura em "Antologia do Folclore Cea-rense", de Floríval Seraine.

1.969 - Cândida Galeno figura juntamente com suas tias Hen-riqueta e Júlia Galeno em "Dicionário Literário Brasi-leiro". Vol. 111, de Raimundo de Menezes, Editora Sa-raiva, São Paulo.

1870 - 20 de janeiro: Falecimento de sua mãe, Da. CândidaSantiago (nascida 23.12.1892).

1971 - 19 de março: Por iniciativa de Cândida Galeno sãopublicados os primeiros dois volumes de "Mulheresdo Brasil". Com seu eloqío de Patrona "A Musa deJuvenal Galeno", ocupando a Cadeira n9 12 da AlaFeminina, figura no 19 Vol. nas páginas 301-326.

1974 - Reabertura da Biblioteca da Casa de Juvenal Galeno.

1975 - 13 de maio: Exposição de livros inéditos na Casa deJuvenal Galeno pela escritora Cândida Galeno (O Po-vo, 13.5.)

- Cândida Galeno figura em "A Academia de 1894" deRaimundo Girão.

1976 - 14 de novembro: Sessão ordinária, na Casa de Juve-nal Galeno da Associação de Jornalistas e Escritorasdo Brasil (AJEB), presidida por sua diretora CândidaGaleno. (Correio do Ceará, 19.11.)

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- 28 de novembro: Cândida Galeno, Olga Barroso e Gi-sela Paschen Schimmelpfeng, eleitas por unanimida-de sócias correspondentes da Academia Sobralensede Estudos e Letras, Sobral-CE (O Povo, 16.12.)

- Novembro: Cândida Galeno participa em Vitória-ESdas comemorações de aniversário da Associação Es-pírito-Santense de Imprensa e da inauguração do bus-to de seu Presidente, Nahum Prado. (Correio do Cea-rá, 16.12.)

- Cândida Galeno figura em "Literatura Cearense", pág.515, de Sânzio Azevedo.

- 26 de dezembro: Lançamento do livro de trovas "Tro-vadores Cearenses", Vol. I, de Cândida Galeno.

1977 - 18 de abril: Cândida Galeno é uma das organizadorasda "Feira do Livro de Autores Cearenses" na Casa deJuvenal Galeno (O Povo, 24.4.)

- 26 de julho: O jornal "O Povo" escreve: "A Casa de Ju-venal Galeno, fundada em 1919, e mantida há dez anospela escritora Cândida Galeno, é o cenáculo que man-tém viva a chama Intelectual do Ceará".

- 26 de setembro: O jornal "O Povo" escreve: "A Casade Juvenal Galeno completa amanhã 58 anos de exis-tência a serviço da cultura cearense. Fundada em 27de setembro de 1919 pela Ora. Henriqueta Galeno, fi-lha e secretária do criador da poesia popular brasi-leira, a Casa de Juvenal Galeno foi doada por mortede sua fundadora ao Estado, sendo hoje Departamen-to da Secretaria da Cultura, dirigida por Cândida Ga-leno com muita dedicação e amor."

- 27 de dezembro: No Natal dos Poetas, Cândida Ga-leno leu um soneto de autoria do Presidente da UBT,Dr. Vasques Filho.

- Cândida publica seu livro "Fúnebres no Interior doCeará".

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1978 - 16 de junho: Cândida Galeno convida em nome daCasa de Juvenal Galeno e da Ala Feminina para o lan-çamento do livro "Amor", de Se.ene de Medeiros.

- 27 de dezembro: Nos festejos do Natal dos Poetas,Cãndlda Galeno convida os poetas presentes a faze-rem uma "roda viva de poesias". (O Povo, 28.12.)

1979 - 20 de janeiro: Lançamento de "O Livro da Ajebiana",organização de Cândida Galeno. Na página 69 figuraseu trabalho com o título "A Mangueira da Vovó".

- 19 de setembro: No jornal O Povo, Silvestre Silva as-sim se manifesta: "Com o desaparecimento da fun-dadora assume a direção da entidade a sobrinha des-ta, escritora Cândida Galeno. E, embora os mauspresságios dos derrotistas, o fato é que a obra inicia-da por Henriqueta até hoje não sofreu solução de con-tinuidade. A Casa permanece de portas abertas aopúblico, verdadeiro cenáculo, para onde acorrem osamantes das letras e das artes entre nós."

- 27 de setembro: Sob a direção de Cândida Galeno sãocomemorados os 60 anos de existência da Casa Ju-venal Galeno. Nesta ocasião houve o lançamento dolivro "Meu Nome é Saudade", de Fernando Câncio deAraújo, e um debate dos Profs. Tavares, Artur Eduar-do Benevides e Otacílio Colares, juntamente com alu-nos do curso de Letras da UFC, sobre Juvenal Ga-leno.

1980 - Cândida Galeno figura no livro "Ajebianas do Para-ná e do Brasil", organização da Coordenadoria daAJEB - Paraná (Gestão 1976-1981), pág. 98 com umtrabalho que leva o título "Elvira Pinho".

1981 - 8 de maio: Cândida Galeno apresenta o livro "Schim-melpfeng, Família Brasileira de Origem Germânica:1280-1980", de Gisela Paschen Schimmelpfeng, naCasa de Juvenal Galeno.

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1982 - 26 de abril: O jornal Diário do Nordeste traz uma longareportagem sobre "Casa de Cultura Juvenal Galeno:63 anos dedicados à Cultura", onde Cândida Galenoconta algo sobre este casarão.

- 16 de maio: "O Povo" publica de Lauro Ruiz de Andra-,de "Os milagres da Editora Henriqueta Galeno".

1983 - 19 de janeiro: Cândida Galeno é eleita Secretária Ge-ral da Academia Cearense de Letras para o biênio de1983/85.

- 27 de setembro: Empossada a nova diretoria da AlaFeminina para o biênío 1983/85, eleita por unanimi-dade. É composta por Risette Cabral Fernandes ,pre-sidente), Mary Galeno (vice-presidente), FrancildaCosta (secretária geral), Alayde Sousa Lima (1l!- se-cretária), Jufacha (2l!- secretária), Cândida Galeno(1l!- tesoureira), Marlene Bastos (2? tesoureira) e loneArruda (relações públicas).

1984 - Setembro: A Ala Feminina volta a ter seu órgão depublicidade, por iniciativa de sua Presidente RisetteCabral Fernandes. Trata-se do jornal "ALA", sendo adiretora Cândida Galeno, Secretária Risette CabralFernandes e a tesoureira lone Arruda Gomes.

1985 - 5 de julho: Cândida Galeno figura no livro "Calendá-rio de Escritores Brasileiros", página 138, de JulietaFaheina Chaves.

- 18 de julho: Instalada na Casa de Juvenal Galeno aAcademia Brasileira de Letras Municipais, seção Cea-rá, sob a presidência da escritora Cândida Galeno (OEstado, 28.7.)

- 27 de setembro: A nova diretoria para o biênio 1985/87 é assim constituída: Risette Cabral Fernandes (pre-sidente), Gisela Paschen Schimmelpfeng (vice-presi-

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dente), Alayde de Souza Lima (secretária geral), Nei-de Freire (1" secretária), l.aís Almeida (2" secretária),Maria Orildes Sales Freitas (tesoureira), Christina

Cabral (relações públicas) e Cândida Galeno (Presi-dente de Honra).

1986 - 24 de fevereiro: O jornal O Povo traz reportagem so-bre os ·150 anos de nascimento de Juvenal Galeno eo jubileu de ouro da Ala Feminina que ocorrerá em 27de setembro. Cândida Galeno conta entre outros in-teressantes assuntos: "Só quando Henriqueta Galenofaleceu em 1964, é que eu assumia a direção da Ca-sa."

- 24 de setembro: Lançamento do livro "Mulheres doBrasil", 39 Vol., organização de Cândida Galeno emcomemoração aos 50 anos de existência da A;a Fe-minina da Casa de Juvenal Galeno.

1987 - 3 de abril: Cândida Galeno figura no "Dicionário deLiteratura Cearense", pág. 108, de Raimundo Girão eMaria da Conceição de Souza.

- 27 de setembro: Lançamento do livro "Trovadores Cea-renses", 29 Volume, de Cândida Ga!eno.

- Nesta mesma data é colocada na Casa de JuvenalGaleno uma placa com os dizeres:

HOMENAGEM À ESCRITORA CÂNDIDA MARIASANTIAGO GALENO

Pela relevante contribuição à comunidadecearense.

- Secretaria de Cultura Turismo e Desporto- Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno- União Brasileira de Escritores. UBE- Academia Cearense de Letras

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- Academia Cearense de Retórica- Academia Cearense de Língua Portuguesa- União Brasileira de Trovadores- Comissão Folclore

José Maria Barros de Pinho, Secretário

1988 - 18 de março: 709 aniversário natalício de CândidaGaleno.

Cândida Galeno faz parte:

1 - Comissão Cearense de Folclore2 - Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno3 - União Brasileira de Trovadores, Seção de

Fortaleza4 - Associação Cearense de Imprensa5 - Associação Brasileira de Assistentes Sociais6 - Academia Sobralense de Estudos e Letras7 - Academia Feminina de Letras do Rio Gran-

de do Sul8 - Associação de Jornalistas e Escritoras do

Brasil - AJEB9 - Associação Cristã Feminina

10 - Academia Cearense de Letras11 - Academia Brasileira de Letras Municipais,

seção Ceará

Cândida Galeno tem os seguintes cursos e cargos:

1 - Colégio Imaculada Conceição de Fortaleza(Normalista)

2 - Técnica de Educação, curso feito no Insti-tuto Nacional de Estudos Pedagógicos(INEP), do Rio de Janeiro, exerceu até apo-sentar-se o cargo de Secretária da Educa-ção do Ceará.

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3 - Assistente Social formada pela Escola deServiço Social de Fortaleza

4 - Professora de Introdução ao Serviço Social5 - Assistente Social do Tribunal de Justiça do

Ceará, com atuação junto às Varas Crimi-nais.

Muito cedo começou a escrever artigos para o jor-nal "CETAMA", de Barbalha-CE, e para "O NORDES-TE", Fortaleza, com o pseudônimo de Branca de Cas-

tela.

Mudando-se para Fortaleza, "passou a colaborar comassiduidade nos jornais e revistas locais, e, tambémem revistas do Rio, São Paulo, Porto Alegre e Bahia.Das primeiras destaca-se "Jangada", revista da qualé diretora e que pertence à Ala Feminina da Casa deJuvenal Galeno. A sua prosa, que se distingue pelabeleza da forma e delicadeza em que é vazada, excedepelo brilho e fluência do estilo, sempre muito pessoale elegante, através do qual se revê ágil escritora, do-tada de brilhantes dons artísticos e literários". (CruzFilho) ".

Página 108 "Dicionário da Literatura Cearense",1987, de Raimundo Girão e Maria da Conceição Sousa.

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FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

1 - "AJEBIANAS DO PARANÁ E DO BRASIL" - Organiza-ção da Coordenadoria da AJEB-Paraná (gestão 1976-1981)

2 - "Dicionário da Literatura Cearense" de Raimundo Girãoe Maria da Conceição Sousa, 1987 - Imprensa Oficialdo Ceará - laCE - 1987

3 _. "Famílias de Fortaleza" de Raimundo Girão - ImprensaUniversitária da Universidade Federal do Ceará, 1975

4 - "Mulheres do Brasii" - 19 Volume - Editora HenriquetaGaleno, Fortaleza, 1971

5 - "O Livro da Ajebiana" - Editora Henriqueta Galenó, For-taleza, 1979

6 - Em diversos jornais editados em Fortaleza como: "Cor-reio do Ceará", "O Povo", "O Estado", "Tribuna do Cea-rá" etc,

7 - "Ao redor de Juvenal Galeno" de Wilson Bóia - Edi-ções laCE - Fortaleza, 1986.

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CONHECENDO NENZINHA

Maryse Weyne Cunha

CÂNDIDA MARIA SANTIAGO GALENO, filha do Juiz de Di-reito Dr. Antônio Galeno da Costa e Silva e de Cândida San-tiago Galeno; neta, pelo lado paterno, do conhecido poeta Ju-venal Galeno.

Faz parte da Academia de Letras (Fortaleza-CE) ondeocupa a Cadeira n9 35. Dirige desde setembro de 1964, pormorte de sua tia e fundadora, Henriqueta Galeno, a Casa deJuvenal Ga'eno e sua Ala Feminina. Fundou com Oscar Mo-reira, em 1966, a Editora e Gráfica Henriqueta Galeno. Partici-pa da Comissão Cearense de Folclore, da Associação Brasi-leira de Assistentes Sociais, Seção do Ceará, da União Brasi-leira, de Trovadores, Seção do Ceará, da Associação Cearen-se de Imprensa, da Associação de Jornalistas e Escritoras doBrasil (AJEB) e da Academia de Letras Municipais do Brasil(S. Paulo). da qual é Diretora aqui no Ceará.

Com seu livro "PRESENÇA" conquistou em 1954 o "Prê-mio Rodolfo Teófilo" no Concurso Literário da Prefeitura Muni-cipal de Fortaleza.

Nenzinha, assim conhecida por todos, faz parte de trêslivros publicados pela ALA: "NAIPES" (crônicas - 1953);"TREVO DE QUATRO FOLHAS" (contos - 1955); "O LIVRODA AJEBIANA" - (crônicas - 1979); participa também dolivro "AJEBIANAS DO PARANA E DO BRASIL", composto eimpresso em Curitíba-Paraná: contando ainda com seu livroindividual: "RITOS FÚNEBRES NO INTERIOR DO CEARA".

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Conheci Nenzinha em uma tarde dorninqueira do PasseioPúblico, em setembro de 1973. Acompanhada de seu sócio, osenhor Oscar Moreira (da Editora Henriqueta Galeno). Ela mefoi apresentada por minha irmã Margarida, hoje falecida. Aosaber que o meu pai, Alfredo Nunes Weyne, falecido em ja-neiro daquele ano havia deixado suas memórias, coligadas ecoordenadas por mim, convidou-me a comparecer ao salão li-terário da Casa de Juvenal Galeno onde, às tardes dos segun-dos domingos de cada mês, reuniam-se as associadas da AlaFeminina.

Confesso que o amável convite veio ao encontro de minhavontade porque, além de desejar ouvir a opinião de pessoasgabaritadas a respeito do meu trabalho, eu sentia vivo inte-resse em participar de ambientes culturais, embora não meconsiderasse à altura, evidentemente, uma vez que não traziacomigo nenhum diploma de habilitação científica ou literária.[nfelizmente a vida nos prega peças das quais nos lamentamosmais tarde. Eu, pelo menos, que desde o primeiro ano primá-rio vinha frequentando o Colégio das Irmãs Dorotéias, resolvi,tão jóvem ainda, interromper os estudos no curso ginasial, oque lamentei anos mais tarde, e o que lamentou meu pai, nãocom a veemência que seria necessária para reativar o meu in-teresse e obrigar-me assim a desistir daquele intento, ele, cujoideal seria ver-me triunfar na advocacia, profissão na qualconseguira sobressair-se.

E foi um tanto insegura que ingressei na Ala Feminina daCasa de Juvenal Galeno naquela tarde do segundo domingodo mês de novembro do ano de 1973.

Em dezembro de 1979 apresentava eu em nossa reuniãouma pequena crônica publicada no jornal Correio do Ceará nodia 29, era um agradecimento sincero e intitulava-se: "MENSA-GEM À ALA": "Hoje, nesta alegre tarde em que reunidas noAuditório Nenzinha Gaieno, da Casa de Juvenal Galeno, feste-jamos o nosso Natal entre comes e bebes, cantos e crônicas,vou agradecendo a Deus a ventura de participar da Ala Femi-

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nina, onde me sinto feliz, realizada. Quando aqui fiz o meuingresso, em fins de 1973, trazia alguns trabalhos escritos numcaderninho, muita esperança no coração, mas, devo confessar,embora não o demonstrasse, forte receio de não agradar metolhia os gestos. Logo, porém, vim a compreender o ambientesaudável, proveitoso que me cercava, pelos trabalhos apresen-tados por cada uma de vocês, nos quais encontrei verdades,ensinamentos, pelo carinho com o qual fui recebida, pelafranqueza amiga de nossa querida Nenzinha. Tudo isso, trans-mitindo-me tranquilidade naquele momento, tem me sido umincentivo, proporcionando-me até hoje, não somente seguran-ça, mas uma firme vontade de vencer. Desejando registrar osmeus agradecimentos pelo muito que me concederam, alémde amizade e compreensão, faço votos de um Natal feliz e umpróspero Ano Novo a todas vocês (e a mim também, é claro),a quem aprendi a amar e admirar. Um Ano Novo cheínho deinspirações e publicações."

Daí, pode-se compreender a satisfação e confiança queme proporcionou a querida entidade na pessoa de Nenzinha,sua Diretora. E, jamais esquecerei suas palavras francas since-ras, ao ouvir-me confessar-lhe minha timidez em meio aquelasdoutoras: "- De que adiantam títulos quando não se sabe con-tar uma história? E você sabe." Obrigada, Nenzinha, você, esti-mulando minha vontade, emprestou-me força e coragem paraem 30 de outubro de 1977 passar a Titular, ocupando a Cadei-ra n9 42 da Ala Feminina, quando apresentei o ensaio biográ-fico de minha Patrona, Emília de Freitas. Foi ainda você quemme pediu trabalhos para o "O LIVRO DA AJEBIANA", publica-do através da Editora Henriqueta Galeno no ano de 1979, e noano seguinte novamente solicitou minha participação em "AJE-BIANAS DO PARANA E DO BRASIL", outro livro, cuja publi-cação deve-se a Curitiba. E, foi ainda você que, com o seu di-namismo, organizou e participou de uma excursão pelo Nortedo Brasil, da qual também fazia parte um grupo de escritoras

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da Ala Feminina, em 1979: Risette Cabral Fernandes; Maria deLourdes Araújo, Hilma Montenegro, Orildes Freitas e eu, Ma-ryse Weyne Cunha.

Visitamos Belém, S. Luis e Teresina, apresentando "O LI-VRO DA AJEBIANA", tendo sido muito bem recebidas nas Aca-demias de Letras daquelas capitais.

Em 1986, enfrentando corajosamente obstáculos financei-ros, conseguiu, após longos anos, através da Secretaria deCultura, a publicação do 39 volume de "Mulheres do Brasil", doqual constam ensaios biográficos das Patronas de 16 escrito-ras.

Nenzinha querida, de coração, agradeço a você o quehoje sou no mundo dos livros.

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A AUTENTICIDADE EM NENZINHA GALENO

Maria de Lourdes de Araújo

"FELIZ O QUE TRAZ SEMPRENO CORAÇÃO DEUS, IDEAL,BONDADE, BEM." (Pasteur)

CÃNDIDA MARIA SANTIAGO GALENO para todos, NEN-ZINHA GALENO.

Viver para muitas pessoas é renovação constante. É estara caminho, em busca de uma contínua realização. Viver não ésimplesmente lutar, é também amar e amar é doar-se. É ver nodia-a-dia, não os insucessos, porém, sentir com entusiasmo oaroma das flores que desabrocham, cônscias de suas belezase frescor e não olhar para as folhas caídas no outono. É so-mar todas as horas alegres e deixar diluírem-se as tristezas.Pois como diz o adágio popular: "Tristezas não pagam dívidas."Por isso é bom contar com pessoas que sabem valorizar umaamizade. E Nenzinha encarna esse tipo ideal assim conside-rado por alguém: sou "o que sou, na alegria de viver, porqueem minha existência o calor da amizade nunca me faltou".

Em junho de 1958 fui admitida na ALA FEMININA. Foimeu primeiro contato com Nenzinha. A Presidente Magnaera a Dra. Henriqueta Galeno e fundadora desta insti-tuição com o fim de congregar e alíciar mulheres que se de-dicam às Letras e ao Jornalismo. Cândida Maria Santiago Ga-leno, a nossa Nenzinha Galeno era sua exímia assessora eaté o presente seu braço forte. Com o passar dos anos tornei-me assídua frequentadora da Casa de Juvenal Galeno o que

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me deu ensejo de conhecê-Ia melhor, bem como apreciar overdadeiro caráter de Nenzinha. Descobri que debaixo de urnaüsíonornta às vezes austera concentravam-se virtudes nemsempre reveladas. Acontece porém que em dadas ocasiões,quem a vê pela primeira vez pode julgá-Ia fria, indiferente,puro engano, debaixo da máscara pulsa um grande coração,um manancial de bondade, solicitude, desprendimento. Per-tencendo a família tradicional onde os costumes eram pauta-dos dentro da Moral cristã. Eis a sua razão de ser, com re-ferência à sinceridade, à verdade, pois jamais soube dissimu-lar quando contrariada ou questionada. Entretanto ninguémmais sensível e acolhedora a ponto de sensibilizar-se dianteda fraqueza de um inveterado ladrão que na qualidade de As-sistente Social lhe fora confiado. Embora descendente de poe-ta e magistrados, sua pena brilhante, tendo conquistado prê-mios, é demasiada simples, procurando ver nas pessoas o hu-mano e não apenas títulos ou posição social. É amiga de todosquando a procuramos neste sodalício de Cultura que é a Casade Juvenal Galeno.

Apesar dê ultimamente não ter gozado relativamente de boasaúde, jamais licenciou-se de seu mister de guardiã da "CASA"empenhando-se na divulgação e no lançamento de livros atra-vés da Editora Henriqueta Galeno. Devemos ao seu incansá-vel labor, além de outros, o lançamento padronizado de "Tro-vadores Cearenses", 1976, "Trovadores Cearenses", 1987, bemcomo a Coletânea "Mulheres do Brasil", agora perfazendo oseu terceiro volume.

Como se vê Nenzinha é um manancial inexaurível que bro-ta sem cessar e sua luz jamais se apagará.

Nenzinha hábil escritoraAssistente SocialSemente germinadoraDa Casa de Juvenal.

Fortaleza, 12 de setembro de 1987.

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COMO CONHECI NENZINHA

Maria Luíza Moita de Menezes

Estávamos no ano de 1979.

o tempo havia escapado - dias, semanas, meses e anosnos calendários que meus olhos perderam nos passados

dias de tantos anos. Como Jacob que esperou Rachei por 7anos, também passei 7 longos anos debruçada em papéis an-tigos - inventários e testamentos - viagens e pesquisas paratérmino do meu ideal concretizado no meu livro de genealogia,memória dos meus antepassados.

Meu primeiro livro "José Francisco de Miranda Osório eseus descendentes", estava pronto. Mas o impacto da minhapouca experiência, fez-me encontrar barreiras na sua publi-cação ..

Uma amiga aconselhou-me visitar a Casa de Juvenal Ga-feno (Casa de Cultura).

No aconchegante ambiente daquela mansão amiga, umafigura de Madona a todos acolhia com igual carinho.

Nenzinha, que me recebeu de braços abertos e o coraçãoem festa, como se mais uma ave batesse asas e pousasse nosantuário daquele templo de luzes, explodindo em versos e crô-nicas dos seus poetas e escritores.

E aquela doce mulher que vive de poesia, pois traz no san-gue e na alma o legado nobre de seu imortal avô Juvenal Ga-leno, de amparar os que necessitam evoluir nas letras e artes.

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Os seus traços fisionômicos se confundem com o tempo,como se este mesmo tempo não passasse por ela. É eterna edivina. Só a neve de seus cabelos, denunciam que o tempopassa feito de lembranças e silêncios, tecendo figuras de so-nhos nas páginas dos livros que suas mãos de fada manuseiamsempre com infinita bondade.

E meu livro passou por seus olhos e suas operosas mãos.Leu atenciosamente e me respondeu com grande incentivo:"pode publicar que está ótimo".

A alegria que senti nesse dia, jamais esquecerei.Existem pessoas que nascem predestinadas para distri-

buir alegria e bondade e foi esse destino de Nenzinha, doar-se completamente às causas nobres, feitas de sonhos e poesia,tecido de luares e auroras luminosas. Sempre estará ela pre-sente com seu semblante calmo e sereno, com a sinceridadeque lhe é peculiar.

Extraordinária mulher, cujo destino traçado, não foi deum marinheiro, navegando em mares e terras distantes comoela sonhou um dia; mas de uma nobre missão, cujo sonho maiorfoi passar os seus dias navegando na nau da esperança feitade poesia e palavras na harmoniosa paz do seu retiro. E assimpassa a sua vida cuja simplicidade é a característica dos seusdias. Cada ano que passa deixa um pouco de sua substânciaem sua existência, tão repleta de bons sentimentos.

Falar de sua cultura e capacidade de liderança é indis-pensável dizer que, atravessando os anos se antepõe a umaépoca. De sua a.ma lírica de poeta que sabe cantar as mágoasna sinfonia imortal de uma canção: "Que queres tu de mim!" ...

Todos já disseram tudo de Nenzinha. E eu aqui querendodizer algo diferente dessa mulher-símbolo, cujo coração é umsacrário onde o amor existe em constante ebulição, jorrandofluidos de bondade aos que dela se acercam.

Abençoada és mulher-divina, cujas mãos, beijo com pro-fundo sentimento de amizade.

Obrigada Nenziiha, por existires e por eu ter te conhe-cido.

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CÂNDIDA OU NENZINHA

Maria Parente Correia

o nome encerra meiguice de mimos infantis. Se é purezapelo primeiro é doçura pelo apelido com que a tratamos. É oseu nome de guerra nas letras a que sempre amou. A possui-dora do nome é o fulcro em torno do qual giram diversos meca-nismos da literatura e das artes. É o núcleo energético da gi-gantesca célula do saber que é a Casa de Juvenal Galeno, doCeará que é Diretora desde 1964.

Rebento valoroso da casa de Juvenal Galeno, depois deJulínha e Ora. Henriqueta, Nenzinha, a neta paterna, há de-monstrado o seu valor quer literário, quer administrativo, so-cial e carismático. Porque os tempos atuais diferem muito da-queles do começo do nosso século, quando a sociedade sedivertia melhormente assistindo a recitais, teatros, óperas. Emtorno de um artista, de um poeta ou escritor girava o mundointelectual de Fortaleza, ainda desprovida da vida noturna, doscinemas ou televisão. Hoje são múltiplas as opções e a juven-tude, na sua maior parte sem preparo nas escolas para as coi-sas sadias do corpo e da mente, dísperdíça o seu preciosotempo em noitadas horrorosas e ensurdecedoras. A televisãoe também o perigo de acidentes, assaltos e outros nos pren-dem em casa e só nas ocasiões mais marcantes é que arrisca-mos dar nossa presença à noite. Bem que gostaria, a classeda sociedade mais esclarecida, de poder participar de reuniõesconstantes, mas os tempos mudaram ...

Mas se os tempos mudaram a Casa de Juvenal Galeno, po-rém, continua sempre aberta, como um templo, a receber no

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seu interior, como se fosse o coração pulsante daquela geraçãosecular, todos que ali ingressam à procura do desenvolvimentoi.ntelectual, quer nas crônicas, nos poemas, nas trovas, no fol-c.ore, na Literatura, nas informações sobre os Municípios cea-renses e nas artes em geral. O peso das responsabilidadescresceu, naquela casa, mas Nenzinha está segura no leme. Or-ganiza festas, distribui convites, telefona, viaja prestigiandocolegas do interior, em fim contribuindo com seu gesto, poderou carisma para o estímulo, segurança das letras do Ceará.

Lembro-me de um de seus trabalhos, se não me engano,publicado no livro Quinteto com a participação também de Car-melita Setúbal, Maria de Lourdes de Araújo, Olga Barroso e Ri-sette Cabral Fernandes. No trabalho, Nenzinha se revela e diz:"Nasci com alma de marinheiro. Não casei para não fundearno porto seguro do matrimônio. Viajar, correr terras, convivercom outros povos era o meu destino.

Morre minha tia Henriqueta e, com sua morte, amarro-meirreversivelmente ao porto seguro da Casa de Juvenal Galeno.

E era uma vez uma criatura com alma de marinheiro, quenão pretendia ancorar em nenhum porto ... "

Assim tem sido a vida de Nenzinha em dedicação pere-ne aos que ingressam no grande barco literário e artístico,com seus vários departamentos ou instituições que vai sin-grando as águas da cultura, tal qual a jangada em busca dopescado, vai veiejando com ondas agitadas ou calmas e quan-do volta à praia tem sempre um êxito obtido.

Falando-se de jangada lembrei-me da nossa revista e que-ro referir-me a alguns de seus trabalhos ali publicados, entreeles "Dílação em torno de um besouro". em que Cândida Ma-ria. Santiago Galeno diz: "Nascemos e vivemos felizes com oque somos e o que possuímos. Não temos problemas, não am-bicionamos tesouros, não almejamos glórias, senão quando,um belo dia nos encontramos com uma vidraça bonita, clarea-da pelos reflexos de uns raios de sol! Estamos diante do sa-

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ber!!!! Ficamos curiosos, desejosos de possul-lo, ansiosos porconquistá-Io. .. deixamos precipitadamente a amplitude da-quele espaço imenso da ignorância, em que vivíamos para en-cerrar-nos na vidraça bonita do estudo, dentro do qual pode-mos conquistar o saber".

É assim a vida do intelectual. Nesses rodopios em frenteà vidraça encantada o tempo passa sem que nos aperceba-

mos.

Tenho ainda a mencionar o seu meigo e enternecedor tra-balho "A mangueira da Vovó". Sente-se nele toda ternura daneta para a avó querida, daquela \I1Jesempre povoou seus so-nhos juvenís, a musa de Juvenal Galeno, que tocava piano eentre as óperas, tocava sempre para Juvenal ouvir, a "Forçado Destino" de Verdi.

No livro de Florival Serraine, Antologia do folclore Cea-rense 1968, Nenzinha apresenta "Ritos Fúnebres no InteriorCearense". É um trabalho de grande fóiego. A cena descritase dá na Fazenda Canto Grande, no município de São Gonçalodo Amarante, em 1956. O enterro é descrito com muita rique-za de detalhes que a qente se sente participando da cena.

Em referência ao seu desejo de não atracar em porto al-gum, Deus lhe destinou um porto mui aprazível onde atracou, eatracou com amor, com todas as responsabilidades de uma famí-lia numerosa que lhe exige sacrifícios a toda hora. Hoje elatem casa (e como é movimentada!) e numerosos irmãos dasletras e das artes que a estimam como se fossem de verdadeirmãos consanguíneos de uma família unida.

Será este trabalho em homenagem à Nenzinha por oca-sião do seu septuagésimo aniversário. Dizem que idade nãose diz, mas Nenzínha é de uma sinceridade marcante e devesentir, como eu sinto, um prazer imenso em galgar o cume damontanha e daquelas alturas lançar o olhar e ver o caminhopercorrido, entre altos e baixos, mas vencidos.

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Neste momento quero deixar bem patente minha admira-ção por Nenzinha ou escritora Cândida Maria Santiago Galenopela dedicação à cultura de nossa Terra. Seu nome com muitajustiça deve passar à posteridade, junto à Ora. Henriqueta eJuvenal Galeno.

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A NENZINHA

Maria Zênith Feitosa

~s um belo momento de idealismo

de Deus! ... E, no transcurso da existência

plasmada em nobres gestos de altruísmo,

- és generosidade em quintessência!

Tua alma é Arte; o coração, Lirismo ...

E em torno a ti esparzes refulgência!

Trazes no próprio nome simbolismo

de singular e rara transcendência!

"CÂNDIDA", sim! Teu nome é singeleza,

relicário de Paz e de Beleza

que esbanjas com grandeza espiritual!

Inteligências apascentas... Banhas

de luz e, em luz de proporções tamanhas,

- fulge a OBRA de HENRIQUETA E JUVENAL! ...

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LEMBRANÇAS À Nezinha Galeno

Jufacha

Contemplo a tarde. Escuto os passarinhos

nas árvores frondosas, sempre erguidas,

pelas lembranças que nos meus caminhos

encontro tantos de mãos estendidas.

Nestas lembranças, vejo meus carinhos

que são frutos, mimando nossas lidas,

para esquecermos todos os espinhos

que ferem lentamente, as nossas vidas ...

E antes que estas lembranças tão saudosas

fugissem, eu vi, numa tarde antiga,

tua imagem colhendo lindas rosas!

E espero que este mundo todo, diga

que as lembranças me foram venturosas,

com a imagem de minha grande amiga!

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MENSAGEM DE GRATIDÃO

Marlene Bastos

Há momentos na vida em que nos fogem as palavras, opensamento voa desperso e encontramos dificuldades em ex-pressar tudo aquilo de que estamos repletos e que transborda-mos em nosso próprio coração.

Haja vista a indizível satisfação gue agora sinto, a alegriade que está cheio o meu íntimo ao tentar homenagear estagrande criatura.

Falar dos grandes benefícios gue ela presta à CASA DEJUVENAL GALENO e às pessoas que dela se acercam, nãosomos capazes ... Eles são tantos, tantos gue nos emudecem,mas esta mudez ocasionada pela emoção, fala por si mesma.

Não sei se o sol brilhava, se a noite estava orvalhada, sen-tindo gotas de luar, ou se o tempo estava nublado, sei, e isto éverdade que o dia era lindo, e ali naquele aconchego de lar,surgia uma estrela, dando estrada na vida, trazendo um pa-trimônio de beleza universal, a beleza da ternura, da paciência,do bom senso, da responsabilidade e a grandeza de um cora-ção consolador.

Com amor foi recebida, com amor foi cuidada. Se fez jo-vem e se fez mulher. Mulher maravilhosa, que desprezando osprazeres do mundo, sem ter que sair dele, para nenhuma clau-sura, se deu inteira aos marginalizados, e foi aí que praticoutodos os atos de fé, de esperança e de caridade.

Sua estrada palmilhada de bons sentimentos e gloriososfeitos, está indelevelmente gravada no espírito e nos momentosde todos que tiveram a dádiva de cruzar o seu caminho.

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Quando comecei a fazer parte desta extraordinária casaera uma pessoa carregada de dúvidas e incertezas que consti-tuiram para mim sérias barreiras, empanando-me a beleza davida. dificultando-me a alegria de viver.

Aqui deparei-me não somente com amigos, afetos, segu-rança, calor humano etc. .. Mas sobretudo com a paz que euprocurava e que julgava impossível encontrar.

E tudo isso devo às pessoas amigas que para aqui meconduziram, estando entre elas a minha querida NENZINHAGALENO.

Portanto, minha cara amiga, num gesto simples de amorgostaria de saudá-Ia derramando em seus dias vindouros, go-tas de perfume, raios brilhantes de sol, pétalas aveludadas derosas e os mais transparentes gotejos de luar!!!

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o VALOR DE UMA FRASE

Matusahila Santiago

Era adolescente. Sempre que ouvia falar em Casa de Ju-venal Galeno, eu ficava extasiada.

Para mim, era algo tão inacessível tal qual uma estrela acintilar encantando-nos, mas sem jamais podermos alcançá-Ia.

Assim, era a Casa de Juvenal Galeno para mim.

Passou o tempo. Casei-me. Fui morar no Rio.

Lá fiz vários cursos, inclusive um de Desinibição e Ora-tória, pois só assim criei coragem para enfrentar meu sonho eparadoxalmente - meu Bicho-papão.

Regressei para Fortaleza e um certo dia, resolvi terminarcom meu suplício de Tántalo-tão perto e tão distante.

Lembro até do vestido que usava. "Meu vestido inesque-cível".

Transpus o umbral daquele templo literário com o cora-ção aos pulos.

Decidida, porém.

Olhei aquelas belas estátuas que ladeiam a entrada. Asmesmas pareciam prescrutar-me da cabeça aos pés.

Cheguei na soleira da porta principal e parei. Com o olharprocurava a pessoa com a qual desejava falar. Eu não a co-nhecia, contudo sabia que seu nome era Nenzinha.

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- Boa tarde.

- Boa tarde.

- Gostaria de falar com dona Nenzinha Galeno, diretoradesta casa.

- Sou eu. Quem é você e o que deseja?

- Meu nome é Matusahila, e quero ingressar na Ala Fe-mtnína Juvenal Galeno.

- Você escreve Prosa ou Verso? Qual é seu gênero?- Prosa ou Verso - eu nem sabia direito o que era, eu

queria era ingressar.

- Pois venha no próximo domingo e traga um trabalhopara ser avaliado, (secamente falou).

Assim, terminou nosso diálogo. Eu estava trêmula e desa-pontada, pois Nenzinha com o jeito que lhe é peculiar, (semarrodeios, sem confetes, seco mesmo, no entanto extrema-mente sincero) desarmou-me, achei desencorajador.

Saí daquela sala quase chorando e com o firme propósitode jamais retornar.

Já ia transpondo pela primeira estátua quando ouvi a vozforte e decidida de Nenzinha, todavia com um misto de ternurae simpatia, dizer: "Matusahila, volte. Domingo eu lhe espero."

E eu voltei.

Voltei e fiquei feliz de privar de sua amizade sincera eacolhedora. Posso falar de cátedra porque realmente num mo-mento de revés da vida, eu contei com seu apoio fraternal eamigo.

Hoje, pertenço orgulhosamente à ALA FEMININA DE JU-VENAL GALENO, e devo este mérito exclusivamente ao valorde uma frase:

"Matusahila, volte. Domingo eu lhe espero",

Obrigada, Nenzinha, por aquela frase e pela dedicação quevocê tem por mim e por todos que privam de sua amizade des-pojada de bajulações mas repleta de sinceridade.

De uma cousa tenha certeza, a recíproca é verdadeira.

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HOMENAGEM A CÂNDIDA GALENO(NENZINHA)

Nazareth Serra

Inteligência, força e dinamismo;Com fino trato e com olhar sereno,Num grande amor e bem forte humanismoEla comanda a "Casa de Galeno" .

Moça prendada cheia de otimismo,Levando avante com sorriso amenoEsta batalha, em rasgo de heroismo,Vence o trabalho, grande ou se pequeno.

~ grande a luta que lhe vem à frente,E o dia-a-dia no tenaz batenteExecutando tudo que promove.

Já festejou da "Casa", o aniversário.Que completava seu cinqüentenárioFoi em setembro de setenta e nove.

Fort. 08/11/87

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CANDIDA MARIA SANTIAGO GALENO: UM SIMBOLO DOCEARÁ - (Nenzinha Gateno)

Neide Freire

o nome de Nezinha Galeno faz parte daqueles que admiroe que a meu ver são como a representação viva de qualidadessociais e humanas a cada dia mais escassas.

Nenzinha Galeno é uma dessas personalidades invulga-res, donas do prodigioso condão de deixar indelevelmentemarcado o toque indisfarçável de sua presença o que, porcerto, condensa todo encanto, toda graça de seu bem fazer.

Certa vez, em uma entrevista, Nenzinha declarou que umadas palavras bonitas da língua portuguesa é SOLIDARIEDADEe um de seus gostos é a FAMíLIA.

SOLIDARIEDADE-FAMíLIA este binômío, resposta a pergun-tas inteiramente desarticuladas entre si, todavia se encaixamaravilhosamente para definir NENZINHA GALENO.

Não fôra o gosto pela tradicional e ilustrada família da qualé membro, talvez não tivesse desabrochado em seu coraçãode jovem culta e sonhadora a flor delicada e perfumosa dasolidariedade afetiva que numa década preconceituosa e for-malista dedicou aos desgarrados, aos desertores da lei na ten-tativa de auxíllá-los no retorno ao seio da sociedade.

Ainda a esse gosto por família, talvez devamos o congraça-mento cultural que se aninha na Casa de Juvenal Galeno, sem-pre de portas abertas a oferecer apoio aos que amam as le-tras, as musas, as ciências, enaltecendo e projetando no cená-rio nacional e além fronteiras o nome da Terra da Luz.

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Nenzinha Galeno, a cronista de "Naipes", "Trevo de Qua-tro Folhas", "Quinteto em Ritmo de Crônicas" e mais outrasapreciadas obras de inegável valor literário como o livro iné-dito "Presença" que conquistou o prêmio "Rodolfo Teófilo"nos concursos literários da Prefeitura Municipal de Fortaleza,figura, para exaltação intelectual de nossa terra, juntamentecom Henriqueta e Júlia Ga!eno nas páginas do DICIONÁRIODE MULHERES CÉLEBRES (publicado em Portugal) compondouma constelação de radiantes astros das letras femininas cea-renses a espargir em outros espaços o brilho de suas privile-giadas inteligências. Nenzinha Galeno, acadêmica, escritora,foJclorista, uma vida dedicada às letras e à cultura porém muitomais que apenas uma beletrista, um SíMBOLO DO CEARÁ.

Fortaleza, setembro de 1987.

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A COLEGA IDEAL

Olga Monte Barroso

Década de trinta. Colégio da Imaculada Conceição. Alunasbem comportadas, estudiosas preparavam-se para o exame deadmissão ao curso secundário.

Não hesito em afirmar ter sido a nossa Cândida Galenouma das principais a conquistar os primeiros lugares na classe.Assim numa convivência fraterna e bem estruturada, passamossete anos estudando juntas, até que em 1936 conquistamos oDiploma de Professora.

As admiráveis Irmãs de Caridade, tendo como Superior avirtuosa francesa Irmã Mahieu, depois substituída pela notá-vel portuguesa Irmã Simas, muito se interessavam pela forma-ção moral das alunas daquele privilegiado celeiro abençoadopela Virgem Imaculada "A Minha Nossa Senhora" como diziao Professor Mozart Pinto.

Ensinamentos maravilhosos lá recebíamos; bons eram osprofessores, como o nosso querido Luís Sucupira e os de sau-dosas memórias João Otávio Lobo, João Saraiva Leão, MozartPinto e outros.

A prática religiosa e a recitação do Evangelho de Cristoeram valores que representavam uma quintessência dos ensi-namentos que o colégio nos proporcionava.

Hoje continuamos colegas na Ala Feminina da Casa deJuvenal Galeno e a minha admiração por Nenzinha continuasempre se avolumando na crescente amizade que nos une.

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SAUDAÇÃO

SILVIA MAlA

A Aia Feminina e os trovadoresHoje se encontram reunidosCom belos versos cheios de louvoresPara saudar os aniversariantes queridos.

São tantas trovas e também poesiaBelas canções vamos todos cantarFalando de Paz, de Amor e AlegriaNesta homenagem que vamos lhe prestar

Os violeiros hoje cantam em serestaSuas toadas e saudosas modinhasA Casa de Juvenal Galeno está em festaÉ o aniversário da Nenzinha

E nesta data tão alvissareiraNenzinha nós queremos lhe abraçarPorque você merece companheiraEsta homenagem da Silvia e do Mayar.

CASA DE JUVENAL GALENO, 19 de março de 1985.

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ECOS E REFLEXOS

Valdelíce Alves Leite

Há épocas memoráveis na história da humanidade, em queecos e reflexos se reproduzem com intensidade, e vão esplen-dorosamente esparzindo benesses no povoamento e ascensãodo mundo. As grandes vidas, os gênios da ciência, da música,da escultura, das artes em geral, têm deixado o eco de seusbrados de vitória e espalhado reflexos benfazejos alumiando arota dos destinos.

Assim é que temos notícia do primeiro viajante do mundo,Marco Polo. Hoje em dia, quase sete séculos passados, aindaparece ouvirmos o blaterar dos camelos, os relinchos e mugi-dos provenientes dos mercados poeirentos por onde ele per-lustrou. Ouvirmos o eco das línguas faladas pelos árabes, tur-cos ou chineses, que se assemelhavam, diz a história, "aossons docímbalo ou ao tanger das cordas da citra".

Marco Polo através de seus atos refletia o seu íntimo, queainda hoje transparece e esplende em toda a sua força, enco-rajando os ousados.

Há uma auréola de admiração envolvendo a figura extra-ordinária de Helen Keller. Cega, surda e muda desde os pri-meiros anos da infância, conseguiu, com o auxílio de sua de-dicada professora Anne Sullivan superar algumas de suas ca-rências, inclusive a da fala. No dizer de outra sua professorada Escola de Surdos Mudos de Boston, Sarah Fuller, depoisde muitas tentativas, Helen conseguiu emitir um som tão seme-lhante ao seu que parecia um eco. À princípio num tom cavo

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E'l frouxo, mas daí por diante, esse eco repercutiu mundo afora,refletindo a doçura quase musical do falar de Helen Kel!er. Osreflexos da força moral de Helen, entusiasmam os deficientesesperançosos.

Seria cansativo, se bem que interessante, enumerar osefeitos dos ecos e dos reflexos na história dos povos. Falemosentretanto, dos ecos e dos reflexos próximos do nosso atuan-te convívio:

A partir da despedida do poeta Juvenal Galeno para entrarna eternidade, num sábado, 7 de março de 1931, aos noventa equatro anos e seis meses de idade, o eco de suas canções elendas repercute pelo Brasil afora. Os reflexos de seu espíritoiluminado continuam a se projetar na sociedade através deseus descendentes e dos seguidores de seus ideais. A lira for-mada de flores que foi colocada sobre o seu túmulo, símbolodo lirísmo de sua alma pura, ainda continua dedilhada pelospoetas que volteiam no ambiente de sonho e melodias imor-tais: o solar de Juvenal Galeno. Ele, o inesquecível, deixou-nosverdadeiros símbolos nas pessoas de suas filhas Julinha e Hen-riqueta, que já se foram, e de sua neta Cândida Maria (Nenzi-nha), cuja projeção se reflete na profusão de inteligências porela atraídas e esta casa, e que esplendem em perspectivas erealizações admiráveis. Aqui podemos constatar que a nossaterra é um manancial de cultura incontestável e disso nosorgulhamos sobremodo.O eco dos saudosos saráus lítero-musicais ainda ressoa naabóbada do antigo salão e os reflexos de espíritos iluminadosaclaram as atuais inteligências que evoluem.

Assim é que a Ala Feminina, fundada há 50 anos por Hen-ríqueta Galeno, dá provas de que a arte de escrever requer ta-lento tanto quanto a arte de viver. Há os que escrevem numcintilante artesanato dialogal cativando os leitores, elevan-do-Ihes o "astral" cultivam a alegria de viver. Outros, depres-sivos e pessimistas, incutem tristezas e desesperanças; suasmensagens desativam o prazer da vida.

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Sejamos portanto, conscientes de que, ao escrever, pre--cisamos afastar o peso dos dissabores, incentivar a ansiedadee a determinação de acertar e vencer sempre.

É bem verdade que há uma montanha de obstáculos impe-dindo a expansão da literatura em nosso país. Entretanto, a AlaFeminina da Casa de Juvenal Galeno se expande enaltecendo ainteligência e a criatividade da mulher cearense sobretudo, eisso significa glória.

Paremos um pouco e ouçamos o eco da mensagem deGandhi:

"Não seria capaz de viver neste mundo se ele não esti-vesse destinado a se tornar um mundo unido".

Nesta perspectiva e com esta mesma esperança, é que de-sejo exprimir a satisfação em mostrar aos que me escutam oulêem, que é possível haver essa compreensão recíproca entreas pessoas, provinda do respeito e da vontade de ser-vir uns aos outros. Nos moldes de uma solidariedade crescen-te. nós, componentes da Ala Feminina, aproveitemos todas aspossibilidades que nos são oferecidas para colocar em práticao mandamento do Amor, num uno coração. Deste mandamentopregado por Cristo há séculos, é que escutamos constartemen-te, os ecos de Sua Mensagem: "arnaí-vos uns aos outros" e re-cebemos os reflexos daquela luz que brilhou no Cenáculo nadescida do Espírito Santo.

Essa luz divina, desde então se propala a nós de boa von-tade que, felizmente, somos muitas.

Fortaleza, outubro de 1987.

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"NENZINHA, o ENIGMA DE MULHER"

Regina Cláudia Arnorim Gomes

Cândida Maria Santiago Galeno, carinhosamente chamadade Nenzinha.

E ar que começo a embaraçar minha mente. Nem sei se techame de mãe ou de musa!

Mistura de mãe (como uma mãe) com um manto ínvísívela proteger suas filhas da Ala Feminina.

Uma amiga precisa de todas as horas, que tem nos olhoso brilho das estrelas e nas mãos a suavidade de uma pluma.Seus cabelos brancos representam marcas de uma experiênciaamadurecida.

Nenzinha, o enigma de Mulher, que nem mesmo o poetasaberia descrever.

Por que acima de tudo és mulher. A ti tudo devo. Contigoaprendi a viver e a declamar os poemas feitos por mim nosmaiores delírios da inspiração.

És doce como o favo do jati.

'És pura como as áquas transparentes do riacho.

O que sinto por ti é respeito, admiração e amor. .. amorde filha do coração, a poetisa caçula.

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Page 79: Nossa Nenzinha

FLOR DE CAJUEIRO

Rejane Monteiro Augusto Gonçalves

Por detrás desses anosum cajueiro nasceue cresceu no tempo, na vida,adubado, bem cuidado,carregadinho de flor.Do alto, da eternidadevinha-lhe a força, a coragem, a esperançae o inverno dessa bênção encontrou-o floridodepois de muitos outonos e primaveras.Suas tranças de florescintilantes de orvalho,douradas de ilusões,desmanchadas eram fios ondulados, sensuais,a emoldurar a bela face juvenil.Na escuridão dos corações,os presidiáriosfuracão, ciclone, vendavalaos seus pés caíam qual onda feito espuma na praia.Era o caminho do Amor, do apoio e orientaçãoque ela ensinava;era seu caminho na Assistência Social.Cajueiro frondoso, florido,a aninhar poetas que cantam a vidaqual os passarinhos;o próprio gorjear, o passarinho,nas árvores mais altas, nas Academias Literárias.

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Moral sem mácula,Personalidade admirável,Alma pura,qual flor de cajueiro perfumada,Cândida Galeno, és imortal,até que exista inverno a vivificar sementes,a florescer os camposde cuja flor nascerá um versouma prosa,uma canção.

Fortaleza, setembro de 1987

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UMA MENSAGEM ESPECIAL

Rosemary Jorge de Mendonça

Queria fazer-te uma homenagem diferente. Algo original,simples e sintético. Sem erros, sem rasuras e sem ruídos. Semnenhuma lágrima de tristeza molhando o papel.

A minha mensagem deveria chegar em um dia nublado etriste, para que depois de lê-Ia, tu pudesse ver o sol nascendono meio da chuva.

Queria que a minha mensagem fosse um sonho, um dese ..jo especial concretizado. E que ela representasse um canto quete acordasse na hora certa e te adormecesse durante a noite.

A minha mensaqern seria para deixar-te emocionada. Ecaso surgisse uma lágrima em teus olhos, não seria de tris-teza, garanto. Seria de emoção.

Eu idealizei uma mensagem especial para ti, Nenzinha.Não sei se conseguirei escrever as palavras nas dimen-

sões certas. Mas pode acreditar que ela será sempre muitosincera e que enfrentará contigo todas as situações que delatu necessitares.

Ela será a minha amizade.

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OS CARISMAS DE NENZINHA

Laís A!meida Martins

Qual o vivente que na terra não teve uma missão a cum-prir, uma vocação a realizar?

É certo que existem os chamados e dentre eles, os esco-lhidos, aqueles que revestidos de dons, graças e virtudes, sãoungidos para missão especial junto à sociedade.

A Bíblia é rica de exemplos, destacando-se Moisés, de-signado por Deus para libertar o povo hebreu do jugo egípcioe conduzí-lo à terra prometida; Abraão, escolhido para ser paide grandes nações através de sua descendência; o próprio Fi-lho de Deus que recebeu do Pai a rn.ssão redentora da huma-nidade; a Virgem Maria, que atendia ao chamado divino no:"Faça-se em mim segundo a Sua Vontade"; João Batista, oprecursor de Jesus, de quem falou o profeta Isaías: "Eis queenvio meu mensageiro diante de ti para preparar o caminho"e ainda os apóstolos Pedro, Paulo e outros.

Em nossos dias, creditamos ao Presidente Tancredo amissão histórica de fazer a transição da ditadura brasileirapara a democracia. São Ilustrações que servem para corrobo-rar o ponto de vista ao qual me apego para falar da vocação deNenzinha Galeno e o seu destino a uma grande missão terrena.

Nascida Cândida Maria Santiago Galeno de uma estirpeprivilegiada de grandes intelectuais, não poderia ela fugir àregra familiar, já que esteve sempre identificada com suasorigens. Neta do imortal poeta Juvenal Galeno e sobrinha danão menos imortal Ora. Henriqueta Galeno, recebia a famíliamais uma unção na pessoa de Nenzinha Galeno.

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Page 83: Nossa Nenzinha

Quando ainda jovem foi despertada para a ação social,Nenzinha demonstraria, a priori. sua vocação maior: o doar-sede si mesma em função do outro, o que aconteceria dando as-sistência aos presidiários na cadeia pública de Fortaleza.

Não Fosse Nenzinha de uma excessiva modéstia, terí~mosoportunidade de ouvir relatos de sua convivência com a comu-nidade da então rua Senador Jaguaribe, quando se sabe de suaabnegação e amor ao próximo.

Mas Nenzinha é muito mais escuta. Embora atenta aoque se passa ao seu redor, só fala nos momentos precisos. Oque chegou até nós, são contribuições expontâneas que sóenaltecem a sua eficiência, o seu agir público, ora facilitandoaos acadêmicos de Direito o contato com os encarcerados,ora, ela própria, mediando através do diálogo.

Sua extraordinária capacidade de convenção se compro-varia quando nos idos dos anos cinqüenta, foi a única pessoaà qual se curvou Catanã, um famoso pistoleíro da época, au-tor de muitas mortes e outras façanhas. Ele próprio declarariaisto de público.

Porém a vocação de Nenzinha não se restringia ao cam-po da assistência social. Sua verdadeira missão ela exerceriaa partir de ... como guardiã da cultura cearense. A sacerdoti-sa de Vesta teria seu templo centrado na Casa de Juvenal Ga-leno, onde dirige os vários segmentos intelectuais que aliatuam.

Desde então, sua consagração tem sido total. Pertencen-do também à Academia Cearense de Letras, tem trânsito livrepelos centros culturais de todo o Brasil e seu prestígio é reco-nhecido nacionalmente.

E nós, da Ala Feminina da Casa de Juveial Galeno, só te-mos motivos de orgulho do convívio e da orientação de tão sá-bia Mestra.

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Page 84: Nossa Nenzinha

Na expressão deste relato que fazemos por absoluto írr.-perativo de justiça, prestamos a homenagem devida, a estapessoa tão querida que é a carismática Nenzinha SantiagoGaleno.

Fortaleza, 17 de maio de 1987.

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Page 85: Nossa Nenzinha

19 DE MARÇO A NezinhaGaleno

Juanita Golignac

N uma pétala orvalhada

E u sorrindo te encontrei

N esta data tão lembrada

Zombei do tédio e cantei ...

I rmanadas felicidades.

H ei de te sentir de verdade

A bençoada por Deus.

Garanto que és feliz

A mor e muito carinho

L he daremos na "UBT",

E nquanto eu fico a tocar

N este teu divino lar

O rgulho eu sinto em te ver.

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Page 86: Nossa Nenzinha

HOMENAGEM À CÂNDIDA GALENO PELA PASSAGEM DESEU ANIVERSÁRIO

Jane Vieira

TEU NOME É PUREZA

Ritmo - samba

Letra e melodia: Jane Vieira

o teu nome é pureza

Simplicidade também.

O teu ser irradia

Tudo isto que tens.

Este nome de Cândida,

Te assentua tão bem.

E hoje colhes uma rosa,

Entre as amigas que tens.

Parabéns, parabéns.

Deus repita esta data

No próximo ano que vem.

)

) bis

)

. 88

Page 87: Nossa Nenzinha

COMO CONHECI NENZINHA GALENO:

Haide Setúbal

Em uma bela tarde no Terraço das Mangueiras no ano de1962, tive o prazer de conhecer Nenzinha Galeno. Foi o meuprimeiro dia na Ala Juvenal Galeno. Como colaboradora pre-parei uma crônica com o título "Retrato de uma cidade"; todosgostaram, fui aplaudida e aceita.

(Eu me realizo também na poesia em momentos de inspira-ção.)

Volvi os oihos cheios de ansiedade para todos, principal-mente para a nossa dirigente do grupo Nenzinha Santiago Ga-leno. Observei-a atentamente. Gostei da sua simplicidade. Tra-java-se com discrição, muito sincera e autêntica na sua ma-neira de ser. Sua palavra, um incentivo, levou-me a descobrir olado belo e criativo da arte de escrever.

Discernir a face maravilhosa da vida é saber sintetizar ocolorido da alma. Ser poeta e ser pensador é voar alto. Trans-por os horizontes da sabedoria é dado somente àqueles quepossuem este dom divino.

Nenzinha Galeno é neta do inesquecível poeta JuvenalGaleno, que soube tão bem cantar as belezas de nossa terranatal, o Ceará!

Minha jangada de velas,Que ventos queres levarDe dia vento da terra,De noite, vento do mar

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Page 88: Nossa Nenzinha

o nome de Nenzinha Galeno é e será sempre um baluartenas letras cearenses, e que ele permaneça no coração de todabeletrista da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno.

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HOMENAGEM A NENZINHA GALENO

Giselda Medeiros

o meu verso, de amor, pleno

Se veste de exaltação,

Para, Nenzinha Galeno,

Louvar com muita emoção.

Apascentando talentos,

Iluminando caminhos,

Nenzinha é rosa-dos-ventos,

Que não nos deixa sozinhos.

Nenzinha, és pastora eterna

Do rebanho da Poesia;

~s a mágica lanterna

Que Deus nos deu como guia.

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TROVA

Clandyra Dias da Rocha

Nossa Nenzinha Galeno

Que nos dá tanta guarida

Merece por todos nós

Ser sempre muito querida.

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TROVA

NO DIA QUE NENZINHA VEIO AO MUNDO

Maria Consuêlo Fernandes Távora

o sol nasceu mais brilhante

A lua mais linda ficou,

Uma estrela incandescente

No ceu da vida brilhou.

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Page 92: Nossa Nenzinha

NENZINHA GALENO E A CULTURA CEARENSE

Francisca Maria Ximenes de Souza

Vivemos num mundo onde a insensibilidade impera, o or-gulho domina, o poder esmaga.

E todo esse clima conflitante, nos leva aos caminhos daindiferença com olhares voltados para dentro de nós mesmos,sem dar margem à penetração em nosso íntimo do sentimentode solidariedade.

Mas, em meio a esse império de individualismo, aindaexistem pessoas cujo coração se molda à força do amor,abrindo espaço, estendendo as mãos ao encontro da frater-nidade.

E Nenzinha Galeio com seu ar quieto, coração impregna-do de bondade, não exitou em ultrapassar a barreira do ego-ísmo, para de braços abertos, socorrer àqueles que necessi-tam de apoio, necessitam de amparo.

Munida do sentimento de justiça escolheu a profissão deAssistente Social para melhor poder compreender a problemá-tica que envolve a humanidade.

Travou, ainda jovem, uma feroz e árdua luta na tentativade recuperação de presos na antiga Cadeia Pública.

Tinha muito zelo e amor pelo trabalho que desempenhava.

Se para muitos aquele tipo de atividade era desagradá-vel, para ela, que a todo custo auxiliava os que aií estavam,era gratificante.

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Page 93: Nossa Nenzinha

Antes de exercer a profissão de Assistente Social foi pro-fessora primária do Grupo Escolar de Lavras da Mangabeira.E mais uma vez jorrava em seu íntimo o sentimento de solída-riedade, ao dividir com alguém, os seus conhecimentos.

Mas Nenzinha, com todo dinamismo e coragem que lhe épeculiar, se dedicava ainda a literatura. E hoje, muito deve-sea ela em termos de cultura cearense.

Serviu de elo de ligação entre Juvenal Galeno, Henrique-ta Galeno e a cultura atual.

Desde 1964, com a morte de sua tia Henriqueta, dirige aCasa de Juveial Galeno e sua Ala Feminina.

Numa tema onde a arte é esquecida, ela, de maneira bri-lhante, conseguiu manter a tradição daquela casa que hojeserve de abrigo a várias instituições literárias.

Nasceu na cidade do Vale Jaguaribano de S. Bernardodas Russas, filha do Juiz de Direito Dr. Antonio Galeno da Cos-ta e Silva e Cândida Santiago Galeno, sendo neta, pelo ladopaterno de Juvenal Galeno.

É membro da Academia Cearense de Letras, onde ocupaa cadeira de n9 ~5. Faz parte da União Brasileira dos Escrito-res, Associação Cearense de Imprensa e outras instituiçõesliterárias de renome.

Com seu livro "Presença" conquistou em 1954 o prêmioRociolfo Teófilo.

É uma pessoa simples, mas possuidora de grande talento,de grande inteligência.

Quando a conheci, achegava-me a passos tímidos à Casade ,Juvenal Galeno, para fazer parte do Clube dos Poetas Cea-rense composto de jovens cheios de ideais literários.

Sem nenhum preconceito, ela nos abrigou sob aqueletradicional teto.

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Se solicitávamos a sua presença, ela logo nos prestigia-va sem se importar se ali estava um grupo de poetas principi-

antes, ou se a nata da literatura da terra.A contribuição de Nenzinha Galeno para a nossa cultura

não pode deixar de ser registrada na história da literatura cea-rense.

Parabéns Nenzinha, por todos esses anos de luta em prolde duas causas justas: o homem e a cultura.

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À NENZINHA GAlENO

Inês Kaúla S. Machado

"Casar para fundear no porto seguro do matrimônio - Jamais -""Alma de marinheiro" "Viajar, correr terras"

Nada de monotonia. Tantos planos! Tantos sonhos!Deus, porém é isondável. O homem põe, Ele dispõe.Inteligência, almas, corações, seriam tuas viagensOoar-se à Casa de Juvenal Galeno, o teu destinoAlmas, muitas fundearam, no teu coração.

Mulher extraordinária! Não te traumatizouA irrealidade do sonho desfeitoRealizou-se no que realmente era a tua missãoImortalizada - imortalizas pessoas -

"Alma de marinheiro" a navegar nas vagas das letras.

Silencias no coração tuas saudades,Amas em segredo teus sonhos do passadoNa esperança de que um dia, em outras galáxiasTu possas navegar nesse espaçoIlimitado do pensamento, atéAlcançares a plenitude.

"Gaivota de vôos altíssimosObviamente, voas à velocidade da luz ... "

Girando em torno de ti, busca minhaAlma ávida das maravilhas do saberleal amiga - dádiva de Deus -

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Esta moça que não queria o matrimônioNos abriga com amor de mãe, em mar serenoOnde na jangada de Juvenal velejamos nas brumas dos

sonhos.

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LIVROS PUBLICADOS PELA EDITORAHENRIQUETA GALENO

1. A ESCOLA DECLAMA - Risette Cabral Fernandes, 19682. A CIDADE DO PAJEÚ - Raimundo Girão, 19823. AGORA OS MEUS OLHOS TE VÊEM - Helenice Vieira

Leite, 19864. ÂNGULO INDEFINIDO - José Gomes Moreira, 19765. A NOIVA DO TEMPO - Florival Seraine, 19716. A SABEDORIA DESTE MUNDO É LOUCURA DIANTE DE

DEUS - José Arimatéria Fonteneles, 19827. A ROSA DA NEGRINA - Ofélia Mendonça, 19788. A PONTA DA SERRA MÁGIA - Jesus José Rocha Cam-

pos, 19849. A VINHA DE NABOT - Baby Paes Fontenelle, 1978

1D. A PALAVRA E O TEMPO - Ernando Uchoa Lima, 197711. AMOR - Selene de Medeiros - (36 sonetos)12. AMÉLlA DE FREITAS BEVILÁQUA - Maria Luíza Motta

de Menezes, 198213. AVIVANDO RETALHOS - Antenor Gomes de Barros

Leal, 198314. A PESSOA HUMANA E A DIMENSÃO SOCIAL DA COMU-

NIDADE - Zilda Maia, 196715. AS ACÁCIAS ESTÃO FLORINDO - Yolanda Gadelha

Theóphilo, 197716. ANTOLOGIA DE FOLCLORE CEARENSE - Florival Se-

raine, 196817. BARNABÉ - R. Batista Aragão, 197518. BRONZES E CRISTAIS - Vasques Filho, 197519. CREPúSCULO ILUMINADO - Júlia Galeno, 1969

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Page 98: Nossa Nenzinha

20. CARMEM DE ARAúJO LIMA - Alayde de Sousa Lima,1977

21. CENAS POPULARES - Juvenal Galeno, 196922. CAPITANIAS HEREDIT.ÁRIAS ou DISSERTAÇÕES SINTÉ-

TICAS DE UM HISTóRICO GEOGRÁFICO - Guarino AI-ves, 1977

23. CONTOS CHINESES - Lauro Ruiz de Andrade, 198224. CONTOS DA VIDA REAL - Mozart Monteiro, s/d25. CAMINHOS DO AGRESTE - João Sobreira, 198026. CAMINHOS E SONHOS - Adriana F. Castelo Branco,

198027. CAMINHOS SEM FIM - Vasques Filho, 198428. CANTIGAS POPULARES - Juvenal Galeno, 196829. CANTIGAS DO MEU OUTONO - Francisco Ferreira No-

bre, 197930. CANTIGAS DO MEU VERÃO - José Gomes Moreira, 197931. CRIANÇA, UMA HISTóRIA DE AMOR - Jonas Luz, 197932. CRôNICAS DE UM CENTENÁRIO - Maria de Lourdes

Ribeiro Brandão, 198033. CISNE TRISTE - Maria Paolielio Cavalcanti, 198034. DÉCIMO CONGRESSO EUCARíSTICO NACIONAL - Jo-

nas Luz, 198035. DOIS POEMAS DE JUVENAL GALENO - Ribeiro Sim as,

197736. DIVINA INSPIRAÇÃO - Terezinha Bedê Silva Aguiar,

196737. DO CALCINADO AGRESTE AO INFERNO VERDE - Cân-

dido Carvalho Guerra, 197738. ENQUANTO ESPERO AS ROSAS - Marítita Pozzoli, 196939. ERNESTO PASCHEN, CENTENÁRIO DO SEU NASCIMEN-

TO (1882 -1982) - Gisela P. Schírnrnelpfenq, 198240. EU SOU A MINHA VOZ - Mary Ann Karan Leitão, 198041. ENTRE EXCELÊNCIAS E MAJESTADES - Valdemar AI-

ves Pereira, 198142. ETERNA FLAMA - Aracy Martins

100

Page 99: Nossa Nenzinha

43. FANATICOS E CANGACEIROS - Abelardo F. Montene-gro, 1973

44. FELICIDADE, PROCURA-SE - Claudete Lima, 198145. FOLHAS REUNIDAS - Lourdes F. Araújo, 197946. FRAGMENTOS DE POEIRA - João Damasceno Vascon-

celos, 198547. FOLHETINS DE SILVANUS E MACHADADA - Juvenal

Galeno, 196948. HISTóRIAS DE TRANCOSO - José de Cruz Filho49. HISTORIA DE SOBRAL - D. José Tupinambá da Frota,

197450. HISTóRIAS DA VIDA REAL - Mozart Monteiro, s/d51. HUMANISMO TELÚRICO DO NORDESTE - Francisco

Alves de Andrade e Cândida Maria S. Galeno, 197152. íNTIMO UNIVERSO - Durval Mendonça, 198053. INHAMUNS (Terra e Homens) - Antônio G. de Freitas,

197354. IMAGENS DO CEARA - Herman Lima, 197755 JÚLlA GALENO - Mary Galeno, 198256. JOSÉ FRANCISCO DE MIRANDA OSÓRIO - Maria Luíza

Motta de Menezes, 198057. LANTEJOULAS - Rita de Lara58. MULHERES DO BRASIL - (29 vol.) , 197159. MARAJAIG - Lauro Ruiz de Andrade, 197660. MARIA THOMAZIA, O AMOR À LIBERDADE - Gisela

Paschen Schimmelpfeng, 198061. MENSAGENS E ACONTECÊNCIAS - Valdelice A'ves

Leite, 198362. MULHERES ADMIRAVEIS - Henriqueta Galeno, s/d63. MEMORIAL ANA ALVARES CaUTO - 198464. MEU LIMÃO, MEU LIMOEIRO - Cleóbulo Maia, 198465. MÚSICA INTERIOR - Ibiapina Gomes66. MEDICINA CASEIRA - Juvenal Galeno, 196967. MEU NOME É SAUDADE - Fernando Câncio Araújo, 197968. MISCELÃNEA DE MOTES E GLOSAS - José Maria do

Nascimento, 1976

101

Page 100: Nossa Nenzinha

69. NO MUNDO DO FOLCLORE - José de Alencar Bezerra,1979

70. NOVELAS DA VIDA REAL - Mozart Monteiro, 197671. NOS DESVÁOS DO ALTO ITAPICURU - J. S. dos Reis

Júnior, 198072. O LIVRO DA AJEBIANA - 197973. O CAJUEIRO DO FAGUNDES - Araripe Júnior, 197574. O MONTE DELLY - Guarino Alves, 197775. O POETA E A NOITE - Antônio Carneiro Portela. 197576. O SIMAS - Papi Júnior, 197577. O CORONEL JOÃO MARTINS DA JAÇANÁ - F. Maga-

lhães Martins, 197778. ORóS - Meirismar Augusto Paulino, 198179. OS IMIGRANDES - Adolfo Poii Monjardim, 197880 OS NOVOS POETAS DO CEARÁ - Antônio Carneiro Por-

tela, 1970 e 197281. PELOS CAMINHOS DO NORTE - Fernando Câncio Araú-

jo, 198482. PÁGINAS JURíDICAS - Manoel Albano Amora, 197883. PACATUBA GEOGRAFIA SENTIMENTAL - Manoel A.

Amora, 197284. PARACURU CONTA REZA E SONHA - Diná Albuquer-

que, 197985. POESIA - José Maria Mendes, 198486. POESIA - Lany Luzia Meio, 197987. POETAS DO CEARÁ - Raimundo Araújo, 198388. POÇAS DA LUA - Marilita Pozzoli, 198189. POÇA D'ÁGUA - lone Arruda Gomes, 198190. QUANDO O SOL BRILHAR NOVAMENTE - Cleusa Bar-

bosa, 198391. QUINTETO EM RITMO DE CRôNICA - 197592. ROSAS DO MEU SONHAR - Julieta Faheina Chaves,

197093. RITOS FúNEBRES NO INTERIOR CEARENSE - Cândida

Galeno, 197794. REGIÃO METROPOLITANA - Aroldo Mata, 198095. ROSA NA - Ana Frota, 1974

102

Page 101: Nossa Nenzinha

96 . RETALHOS - Alayde de Sousa Lima, 198497. SEM CHORO NEM VELA, MUITO MENOS FITA AMARE-

LA - Adail Ferreira Gomes, 198498. SCHIMMELPFENG, FAM1L1A BRASILEIRA DE ORIGEM

GERMÂNICA: 1280 -1980 - Gisela Paschen Schimmel-pfeng, 1981

99. SOMBRAS DA VIDA - Agripino Souza, 1979100. SOB O VÉU DE ISIS - Adolfo Poli Monjardim, 1978101. SAGA DO NORDESTE - René da Silva Velho, 1985102. TROVADORES CEARENSES - Cândida Galeno, 1976103. TETRACORDE -104. TREVO DE QUATRO FOLHAS - 1955105. TEMPOS DE VERSOS - Pádua & Portela Carneiro Lima,

1971106. TRÁGICOS DESTINOS - Antenor Gomes de Barros Leal,

1981107. UM SUPER-SANTO CHAMADO ANTôNIO - Mozart Mon-

teiro, 1973108. UMA SAUDADE A MAIS - Fernando Câncio, 1984109. UMA VIDA ... DOIS PEDAÇOS - Nabuco Azevedo. 1970110. VÁRZEA ALEGRE, MINHA TERRA MINHA GENTE - J.

Ferrei ra, 1985111. VERSOS BUCóLlCOS - F. L. Serra Azul, 1978

Dados fornecidos por Gisela P. Schimmelpfeng e do livro"Em Torno de Juvenal", de Wilson Bóia.

103

Page 102: Nossa Nenzinha

CORRIGENDA

PAGINA LINHA ONDE SE LÊ LEIA-SE

07 25 Vice-Presidente Presidente

09 09 sugestão na ajuda na

11 (sumário) 03 muler mulher

17 12 ensamentos pensamentos

19 04 Schimmelpheng Sch!mmelpfeng

29 06 esfalto asfalto

37 05 Risete Risette

37 08 Risete Risette

54 11 1966 1965

55 06 coligadas coligidas

85 05 Fosse fosse

94 13 Galeio Galeno

Ala Feminina da Casa de Juvenal GalenoRua General Sampaio, 1128CEP: 60020Fone: (085) 231.14.48