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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CARLOS ERNESTO CAPPELINI MUNIZ ANÁLISE DO USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DO MODELO QCAT (INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ELABORADO POR KEN HORNBACK E BILL KEY): ESTUDO DE CASO DO PARQUE MUNICIPAL DA LAGOA DO PERI – FLORIANÓPOLIS: SC Balneário Camboriú 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CARLOS ERNESTO CAPPELINI MUNIZ

ANÁLISE DO USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DO MODELO

QCAT (INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ELABORADO POR KEN HORNBACK E BILL KEY): ESTUDO DE CASO DO

PARQUE MUNICIPAL DA LAGOA DO PERI – FLORIANÓPOLIS: SC

Balneário Camboriú 2006

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CARLOS ERNESTO CAPPELINI MUNIZ

ANÁLISE DO USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DO MODELO

QCAT (INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ELABORADO POR KEN HORNBACK E BILL KEY): ESTUDO DE CASO DO

PARQUE MUNICIPAL DA LAGOA DO PERI – FLORIANÓPOLIS: SC

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Prof. Dr. Paulo dos Santos Pires

Balneário Camboriú 2006

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CARLOS ERNESTO CAPPELINI MUNIZ

ANÁLISE DO USO PÚBLICO EM ÁREAS PROTEGIDAS ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DO MODELO

QCAT (INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ELABORADO POR KEN HORNBACK E BILL KEY): ESTUDO DE CASO DO

PARQUE MUNICIPAL DA LAGOA DO PERI – FLORIANÓPOLIS: SC

Esta dissertação foi julgada aprovada para obtenção do título de Mestre e aprovada pelo curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de concentração: 6.00.00.00-7 Ciências Sociais Aplicadas

Balneário Camboriú, 02 de fevereiro de 2006

Prof. Dr. Paulo dos Santos Pires UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Orientador

Prof. Dr. Marcus Polette UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Membro

Profa. Dra. Tereza Magro UNIVALI – CE de Balneário Camboriú

Membro

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Aos meus pais,

pelo apoio e pela confiança que sempre depositaram em mim.

A minha irmã,

pelo carinho incondicional.

Ao meu irmão,

pela alegria que transmite mesmo quando está distante.

As minhas tias Paula e Lia,

pelo apoio emocional e por estarem sempre presentes quando mais preciso delas.

A Tati,

pela sua paciência, seu apoio, sua compreensão e pelo amor que dedicou a mim.

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Paulo dos Santos Pires, mestre, orientador, pelo tempo investido, por todas as

considerações realizadas e pela sua contribuição para a minha formação científica.

Ao Prof. Dr. Sandré Granzotto Macedo pela assessoria estatística prestada na primeira fase da

pesquisa e pelas valiosas sugestões para o trabalho.

A Bruna Pierdona Portella pelo auxílio na coleta de dados e pelo apoio dispensado na primeira

etapa da pesquisa.

Ao Prof. Ph.D. Paul F. Eagles pela sua disposição em analisar as adaptações realizadas no

instrumento de coleta de dados.

Aos meus amigos e colegas do mestrado, pelas inúmeras trocas de idéias e pelo auxílio, de

diversas formas, prestado ao longo dos últimos 2 anos.

Aos professores e funcionários da UNIVALI pela atenção e pela colaboração direta ou indireta na

realização deste trabalho.

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RESUMO

O objetivo da pesquisa foi analisar a contribuição do perfil dos visitantes no processo de

planejamento do uso público das Áreas Protegidas. O presente estudo caracteriza-se como sendo

uma pesquisa aplicada que se utilizou da análise qualitativa para o tratamento das informações

coletadas. O raciocínio que se fez nesta pesquisa foi do tipo indutivo e partiu de um estudo de

caso realizado no Parque Municipal da Lagoa do Peri - PMLP, Florianópolis – Santa Catarina. A

coleta de dados foi realizada através da aplicação de 292 entrevistas, o que conferiu aos

resultados um o erro amostral de 5,7% e um nível de significância de 90%. Os dados foram

coletados através da aplicação do Questionnaire Catalogue – QCat, um Instrumento de Coleta

de Dados para Pesquisa com Visitantes de Parques elaborado por Ken Hornback e Bill Key que

até então havia sido aplicado apenas em AP´s de países da América do Norte. A adaptação e o

teste do instrumento consistiram em objetivos da pesquisa e contribuíram para a definição de um

instrumento de coleta de dados que poderá ser utilizado como modelo em diversas Unidades de

Conservação – UC´s do país. A análise dos dados coletados permitiu inicialmente definir o perfil

dos três grupos de indivíduos que frequentam o PMLP e a partir destes dados, foi possível

analisar a importância de se conhecer estas informações, uma vez que estas permitem prever

como deverá ocorrer o incremento do uso público nas AP´s; permitem embasar a ação que

determina a formulação dos objetivos do processo de planejamento do uso público das AP´s e

permitem também que sejam desenvolvidas ações visando ampliar a satisfação dos usuários e

eliminar ao máximo os problemas causados pela sua visitação.

Palavras-chave: Planejamento. Uso Público. Turismo. Áreas Protegidas. Unidades de

Conservação.

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ABSTRACT

The aim of this research was to analyze the contribution the visitors’ profiles make in the process

of planning the public use of the Protected Areas (PAs). The following study is characterized as

being an applied research which made use of qualitative analysis in the treatment of the data

gathered. The reasoning made in this research was of the inductive kind and departed from a

case study conducted at the Parque Municipal da Lagoa do Peri - PMLP, Florianópolis – Santa

Catarina. The data collection took place through the application of 292 interviews conferring the

results a sampling error of 5,7% and a significance level of 90%. The data were collected though

the application of the Questionnaire Catalogue – QCat, an Instrument of Data Collection for

Research with Park Visitors elaborated by Ken Hornback and Bill Key which so far had been

used solely in NPAs of North American countries. The research objectives were consisted of the

adaptation and testing of the instrument which contributed to the definition of a data collection

instrument which in the future may be used as a model in several PAs in the country. Initially, the

analysis of the data collected allowed the definition of the profile of the three groups of

individuals which frequent the PMLP and, from these data, it was possible to analyze the

importance of having access to these pieces of information once they allow the prediction of how

the increment of the public use of the PAs is going to occur; they lend support for the action that

determines the formulation of the objectives of the process of planning the public use of the PAs

and, finally, allow that actions be developed aiming at increasing the satisfaction of the users

and eliminating, as much as possible, the problems caused by their visitation.

Key words: Planning. Public use. Tourism. Protected Area.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. O processo de planejamento turístico ......................................... 22

Figura 02. Modelo do Sistema Turístico ..................................................... 25

Figura 03. Representação dos tipos de Uso Público em AP´s ............................. 31

Figura 04. Localização geográfica da Lagoa do Peri ......................................... 42

Figura 05. (E) Vista da vegetação no Sertão do Peri e ao fundo a Lagoa do Peri. (D) Vista de uma

propriedade rural no Sertão do Peri. ...................................................................... 43

Figura 06. Administração do Parque Municipal da Lagoa do Peri. Vistas internas e externa. 46

Figura 07. Fluxograma da aplicação do instrumento de coleta de dados .................. 52

Figura 08. Plano Fatorial Multidimensional ..................................................... 68

Figura 09. Plano Fatorial ............................................................................ 68

Figura 10. Dendograma: Distribuição condensada da amostra (número de indivíduos) entre os grupos

formados através da Análise de Clusters................................................................. 69

Figura 11. Definição final dos grupos de indivíduos ......................................... 69

Figura 12. Plotagem das variáveis ilustrativas Q6 (identificação da existência de alguma necessidade

especial), Q7 (tipo de necessidade), Q8 (local onde teve o acesso restrito) e Q17 (nacionalidade)71

Figura 13. Plotagem das variáveis Q1 (Idade) e Q16 (Sexo) ............................. 72

Figura 14. Plotagem das variáveis Q2 (nível educacional), Q18 (local de residência). 74

Figura 15. Plotagem das variáveis Q3 (situação de emprego), Q9 (renda familiar), Q10 (idiomas que

falam/ entendem com fluência) .............................................................................. 77

Figura 16. Plotagem das variáveis Q4 (ascendência), Q11 (tipo de trabalho que desempenha) 81

Figura 17. Plotagem das variáveis Q5 (tipo de grupo com o qual visita o parque), Q12 (estado civil), Q13

(situação de emprego do cônjuge), Q14 (tipo de trabalho do cônjuge) e Q15 (número de crianças e idosos

que fazem parte do grupo) .................................................................... 82

Figura 18. A identificação do perfil dos usuários no processo de planejamento do uso público de uma AP

................................................................................................................ 88

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Figura 19. Representação das relações entre os elementos do sistema de turismo (uso público) a partir de

uma AP .................................................................................................... 89

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Ocorrência das atividades realizadas nos parques nacionais - Em percentual 33

Tabela 02. Matriz simples utilizada para a tabulação dos dados coletados na pesquisa 66

Tabela 03. Contribuição das alternativas de resposta da Q1 (Idade) nos eixos X e Y do Plano fatorial .......................................................................................................................... 73

Tabela 04. Contribuição das alternativas de resposta da Q16 (Sexo) nos eixos X e Y do Plano fatorial .......................................................................................................................... 73

Tabela 05. Contribuição das alternativas de resposta da Q18 (cidade onde reside) nos eixos X e Y do Plano fatorial .............................................................................................................. 74

Tabela 06. Contribuição das alternativas de resposta da Q2 (nível educacional) nos eixos X e Y do Plano fatorial ................................................................................................. 75

Tabela 07. Contribuição das alternativas de resposta da Q3 (situação de emprego) nos eixos X e Y do Plano fatorial ................................................................................................. 76

Tabela 08. Contribuição das alternativas de resposta da Q9 (renda familiar) nos eixos X e Y do Plano fatorial ................................................................................................. 77

Tabela 09. Contribuição das alternativas de resposta da Q10 (Idiomas que fala/ entende com fluência) nos eixos X e Y do Plano fatorial .......................................................... 78

Tabela 10. Contribuição das alternativas de resposta da Q11 (Tipo de trabalho) nos eixos X e Y do Plano fatorial ................................................................................................. 78

Tabela 11. Contribuição das alternativas de resposta da Q4 (Ascendência) nos eixos X e Y do Plano fatorial .............................................................................................................. 79

Tabela 12. Contribuição das alternativas de resposta da Q12 (estado civil) nos eixos X e Y do Plano

fatorial .......................................................................................................................... 79

Tabela 13. Contribuição das alternativas de resposta da Q13 (situação de emprego do cônjuge) nos eixos

X e Y do Plano fatorial .................................................................................... 80

Tabela 14. Contribuição das alternativas de resposta da Q14 (tipo de trabalho exercido pelo cônjuge) nos

eixos X e Y do Plano fatorial ....................................................................... 80

Tabela 15. Contribuição das alternativas de resposta da Q15 (idade dos acompanhantes) nos eixos X e Y

do Plano fatorial ................................................................................................. 80

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01. Sinopse resumida das características dos métodos de planejamento em AP´s 38

Quadro 02. Relação dos formatos de entrevistas aplicados no PMLP, além dos modelos-base. 53

Quadro 03. Relação do número de questionários aplicados no PMLP, por formato 53

Quadro 04. Cronograma de aplicação do instrumento de pesquisa no PMLP ...... 56

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SUMÁRIO

Dedicatória ...................................................................................................... iii

Agradecimentos .......................................................................................... iv

Resumo ...................................................................................................... v

Abstract ...................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS ............................................................................... vii

LISTA DE TABELAS ............................................................................... viii

LISTA DE QUADROS ............................................................................... ix

I. INTRODUÇÃO ............................................................................... 12

1.1 O contexto da pesquisa ................................................................... 12

1.2 Problema de pesquisa ................................................................... 15

1.3 Objetivos ............................................................................... 16

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................... 16

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................... 16

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 18

2.1 Áreas Protegidas e turismo ....................................................... 18

2.2 Introdução ao planejamento turístico ........................................... 19

2.2.1 Abordagens contemporâneas para a o planejamento turístico ........ 23

2.3 Uso Público em Áreas Protegidas ........................................... 29

2.4 Planejamento do uso público em Áreas Protegidas ............................... 33

2.5 A Caracterização dos visitantes como etapa do processo de planejamento 39

III. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA E LEGAL

DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................... 42

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3.1 O Plano de Manejo e o zoneamento do PMLP ............................... 45

3.2 Caracterização sócio-espacial do distrito do Pântano do Sul ........ 47

IV. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................... 49

4.1 Método de pesquisa ................................................................... 49

4.2 Dimensionamento da coleta de dados e instrumentos de análise ........ 50

4.3 O pré-teste do instrumento de coleta de dados ............................... 57

4.4 Avaliação sobre a aplicação dos capítulos ............................... 58

4.5 Tabulação e adequação final do Instrumento de Coleta de Dados ....... 65

V. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ....... 67

5.1 Caracterização do perfil dos usuários do Parque Municipal da Lagoa do Peri através da

análise multivariada .......................................................................................... 67

5.1.1 O perfil dos usuários do grupo 1 ...................................................... 71

5.1.2 O perfil dos usuários do grupo 2 ...................................................... 81

5.1.3 O perfil dos usuários do grupo 3 ...................................................... 83

5.2 A contribuição dos resultados para o processo de planejamento do uso público em Áreas

Protegidas ......................................................................................... 84

VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................... 91

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 95

APÊNDICE ..................................................................................................... 99

ANEXO ..................................................................................................... 104

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I. INTRODUÇÃO

1.1 O contexto da pesquisa

O setor de viagens e turismo é considerado atualmente um dos maiores do mundo, principalmente

em relação á geração de receitas. Em 2001 o turismo gerou direta e indiretamente U$3,3 trilhões;

empregou 207 milhões de pessoas, ou seja, 8% da força de trabalho mundial, e aplicou U$630

bilhões em investimentos públicos e privados para o desenvolvimento de serviços, equipamentos

e infra-estrutura turística (WTTC, 2004; UNEP, 2002).

O crescimento do setor registrou uma taxa média de 4% a 5% na segunda metade do século XX e

possui uma previsão de crescimento entre 4,2% e 4,5% durante o período de 2000 á 2020 (OMT,

2003). Ao mesmo tempo, o Ecoturismo, uma modalidade alternativa de turismo, vem

apresentando taxas de crescimento médio de 20%, tendo sido responsável pela geração de U$154

bilhões no ano 2000 (UNEP, 2002).

O surgimento e o crescimento desta e de outras modalidades alternativas de turismo é devido a

uma série de acontecimentos desencadeados a partir da identificação de inúmeros problemas de

ordem econômica, social e ambiental gerados pela massificação do turismo. No início de 1970,

quando este processo atingiu o seu estágio mais agudo, deu-se início a uma série de

manifestações de descontentamento com esta situação e passou-se a discutir os custos e

benefícios do turismo para a economia, a sociedade e o ambiente, em eventos regionais e

internacionais, em publicações especializadas e o assunto passou a ser tratado também por

organizações internacionais (PIRES, 2002).

Inicialmente foi nos países periféricos do mundo que as críticas e manifestações em relação aos

problemas gerados pelo turismo se fizeram mais presentes. Foi também nos lugares mais exóticos

e distantes do mundo como: Caribe, Porto Rico e Polinésia Francesa que surgiram inicialmente

estas novas formas de turismo (Op. cit, 2002).

Segundo o mesmo autor, este processo, desencadeado a partir da luta contra os problemas

gerados pela massificação do turismo, foi fortalecido em função de toda uma conjuntura histórica

que se iniciou no período do pós-guerra e que se desencadeou em diversos tipos de manifestações

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e movimentos de libertação político-ideológicos, contra a sociedade tecnológico-industrial e

consumista que então já se verificava, e a favor das questões ecológicas e ambientalistas. Estes

movimentos emprestaram o seu caráter contestatório e inovador à luta por um “turismo

alternativo” em contraposição ao “turismo massificado” da época.

A partir destes acontecimentos e de eventos como a Conferência da Organização Mundial do

Turismo - OMT de 1980, em Manila; a Assembléia Geral das Nações Unidas de 1987 e; a

Conferência da Terra, mais conhecida como RIO-92, que resultou na elaboração da Agenda 21 –

Agenda de Ação para Atingir o Desenvolvimento Sustentável, foram disseminadas as novas

idéias de desenvolvimento turístico, não apenas entre estudiosos, mas á amplos segmentos da

sociedade (PIRES, 2002; OMT, 2003). Iniciou-se então um processo de conscientização social e

ambiental dos turistas de todo o mundo, os quais passaram a reconhecer a necessidade do

desenvolvimento de uma forma de turismo de baixo impacto e que não ameaçasse o meio

ambiente (EAGLES, McCOOL, HAYNES, 2002) e também as características sócio-culturais da

região visitada.

A confirmação deste processo de conscientização dos turistas pode ser percebida através do

registro do incremento do fluxo turístico em Áreas Protegidas – AP ao redor de todo o mundo e

das expectativas de crescimento da visitação em parques, projetadas para os próximos anos (Ibid,

2002; TAKAHASHI, 2004).

Ao mesmo tempo em que se verifica o crescimento do fluxo turístico nestas áreas, observa-se

também um incremento expressivo do número de AP´s em todo o planeta, devido á um processo

de criação de AP´s que tem início no final do século XIX e que atinge no ano de 2002, mais de

44 mil AP´s reconhecidas pela The World Conservation Union – IUCN (EAGLES, McCOOL,

HAYNES, 2002).

O objetivo da criação destas áreas decorre da necessidade de preservação da vida silvestre, do

meio ambiente, das paisagens naturais e também das heranças culturais, como as tradições, usos e

costumes das comunidades locais, fatores estes que passam a ser as principais motivações dos

turistas do final do século XX e início do século XXI. Estes turistas passam então a visitar as

AP´s para entender e apreciar os valores naturais e culturais que levaram a criação destas áreas.

Com o incremento da visitação nas Áreas Protegidas, o turismo passa a gerar uma série de

benefícios econômicos (geração de emprego e renda, aumento da produção de artesanato,

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melhoria da qualidade de vida, aumento no recolhimento de impostos, etc), sócio-culturais

(promoção do entendimento intercultural, fortalecimento da cultura autóctone, melhoria no nível

educacional da comunidade, valorização da cultura local) e ambientais (proteção dos processos

ecológicos, conservação da biodiversidade, fortalecimento da conscientização ambiental entre os

povos, preservação ambiental, etc) (Ibid, 2002). Mas, ao mesmo tempo em que a atividade

promove a geração de inúmeros benefícios, percebe-se também uma série de riscos e impactos

negativos advindos do turismo nas AP´s, tanto de ordem econômica e financeira, como é o caso

do aumento de preços e elevação de taxas e impostos, como também de ordem sócio-cultural

(crimes, a aculturação e a aquisição de propriedades por investidores externos) e por fim, de

ordem ambiental, como é o caso da poluição, o vandalismo, os processos de erosão e os

distúrbios da vida animal (EAGLES, McCOOL, HAYNES, 2002).

É neste sentido que se verifica a necessidade de se planejar o desenvolvimento do turismo nas

AP´s, com o intuito de utilizar a visitação nestas áreas, a fim de promover o aumento dos

benefícios positivos gerados pelo turismo e minimizar os seus impactos negativos sobre o

ambiente natural e social.

Desta forma é necessário a identificação da demanda de visitação em AP´s, e ainda, conhecer as

características dos visitantes destas áreas, pois conforme Hornback e Eagles (1999 p. 03) a

ausência de informações globais sobre o uso público em Áreas Protegidas cria obstáculos para o

desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao tema. Segundo os mesmos autores, a falta

de instrumentos padronizados e de padrões para a coleta e tratamento dos dados sobre o uso

público em AP’s dificulta também a compreensão do tamanho do mercado mundial do turismo e

do uso público em AP’s.

Além do já citado verifica-se que as características dos visitantes são informações de extrema

importância para a elaboração de programas de uso público das AP´s. Segundo Takahashi (2004,

p. 06) para poder conciliar o desenvolvimento das atividades de recreação em contato com a

natureza, a educação ambiental, a interpretação ambiental e a conservação da biodiversidade das

AP’s é necessário que sejam desenvolvidos estudos de caracterização dos visitantes e dos tipos de

uso público que estes realizam, além dos impactos que cada um destes usos provoca na área

visitada. Segundo a mesma autora estas informações são também pré-requisitos para o

desenvolvimento de planos de manejo eficientes.

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Sendo o Plano de Manejo o documento que resulta do processo de planejamento de todas

atividades que ocorrem em uma AP, observa-se que o planejamento do uso público destas áreas

também está inserido neste contexto e possui papel fundamental para se atingir os objetivos

conservacionistas da área.

A partir destas averiguações, realizadas após uma revisão preliminar sobre a literatura que trata

do Uso Público em Áreas Protegidas (COLE e STANKEY, 1998; CROSBY e MOREDA, 1996;

EAGLES, McCOOL, HAYNES, 2002; HORNBACK e EAGLES, 1999; NEWSOME, MOORE,

DOWLING, 2002 e TAKAHASHI, 2004) decidiu-se por pesquisar este tema como contribuição,

entre outros objetivos, para a definição de um instrumento de coleta de dados padrão a ser

utilizado em todas as Unidades de Conservação brasileiras – UC’s e desta forma permitir um

avanço no processo de planejamento e gestão do uso público nestas áreas.

A pesquisa se limitou a revisão dos principais métodos utilizados para se planejar o uso público

em Áreas Protegidas de diversas partes do mundo, a partir dos anos 1980 e no plano empírico

buscou identificar o perfil dos usuários do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis,

Santa Catarina – Brasil, através da aplicação do Questionaire Catalogue – Qcat. Este instrumento

de coleta de dados foi elaborado por Ken Hornback e Bill Key, com o intuito de promover a

padronização das pesquisas realizadas pelo Serviço de Parques Nacionais nos Estados Unidos e

foi adotado como modelo para a coleta de dados em AP´s pela Comissão Mundial de Áreas

Protegidas (WCPA, abreviação em inglês).

A partir dos resultados desta pesquisa aplicada, discutiu-se a contribuição que o entendimento do

perfil dos visitantes das Áreas Protegidas traz para o processo de planejamento do uso público

destas áreas.

1.2 Problema de pesquisa

O Parque Municipal da Lagoa do Peri – PMLP, onde foi aplicada a presente pesquisa, recebe

anualmente um grande número de visitantes, principalmente durante os finais de semana da

temporada de verão. Nestes finais de semana chegam a circular pelo parque mais de 2 (duas) mil

pessoas, como pôde ser verificado durante a aplicação do instrumento de coleta de dados. Mas,

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apesar da grande demanda de visitantes e ainda que entre os objetivos da criação do parque

destaque-se o aproveitamento das “[...] condições peculiares de sua paisagem natural e cultural

para o adequado desenvolvimento de atividades educativas, de lazer e recreação (CMF, 1981)”,

entre outros, o parque ainda não possui um Plano de Manejo nem mesmo um Plano de Uso

Público o que tem permitido a utilização desordenada dos recursos do parque e desta forma

propiciado a geração de inúmeros impactos econômicos, sociais e ambientais na área de estudo e

em seu entorno.

Por acreditar que os problemas identificados na área de estudo estavam ligados a característica

dos usuários do parque e à utilização que os mesmos faziam desta área, buscou-se identificar o

perfil dos visitantes e desta forma dar início ao processo de Planejamento do Uso Público do

PMLP.

Para isso foi identificado um instrumento de coleta de dados amplamente utilizado no mundo,

principalmente nos países da América do Norte, chamado Questionnaire Catalogue - QCat, o

qual foi adotado no Parque Municipal da Lagoa do Peri, com o intuito de permitir a identificação

das características dos usuários do parque e desta forma iniciar o processo de planejamento do

uso público da área. Ao mesmo tempo a pesquisa poderá fomentar a utilização futura deste

mesmo instrumento nas demais Unidades de Conservação do país, principalmente nos Parques

Nacionais que já recebem algum tipo de visitação.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a contribuição do perfil dos visitantes para o processo de planejamento do uso público

das Áreas Protegidas, na categoria parques.

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1.3.2 Objetivos Específicos

• Reconhecer os principais métodos utilizados a partir dos anos 80 para se planejar o uso

público em Áreas Protegidas;

• Adaptar o Modelo de Coleta de Dados para Pesquisa com Visitantes de Parques – “QCat”,

elaborado por Ken Hornback e Bill Key;

• Identificar o perfil dos usuários do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis - Santa

Catarina através da aplicação do “QCat”;

• Contribuir para a definição de um modelo de instrumento de coleta de dados para as Áreas

Protegidas do país, através de um estudo empírico no Parque Municipal da Lagoa do Peri.

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II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Áreas Protegidas e turismo

Em várias regiões do mundo o termo Áreas Protegidas foi adotado como sinônimo das áreas

legalmente protegidas, as quais de acordo com a União Mundial para a Conservação da Natureza

- IUCN (sigla em inglês) são “[...] an area of land and/or sea especially dedicated to the

protection and maintenance of biological diversity, and of natural and associated cultural

resources, and managed through legal or other effective means. (IUCN, 2002 p. 01)1”.

No Brasil através da Lei 9.985 de julho de 2000 que criou o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação – SNUC, foi adotado como sinônimo do termo Áreas Protegidas, o termo Unidades

de Conservação, que segundo esta lei pode ser definido como:

o “[...] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído

pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob

regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de

proteção (IBAMA, 2000)”.

Devido à diferença de terminologia decidiu-se adotar no texto o termo Área Protegida - AP

quando o autor estiver se referindo a todas as AP´s e o termo Unidade de Conservação quando o

autor se referir especificamente as áreas protegidas do Brasil.

Segundo Pires (2002) e Takahashi (2004) o uso público em Áreas Protegidas tem sido

progressivamente percebido como uma das mais eficientes estratégias de geração de receita para

a proteção e manutenção destas áreas. O desenvolvimento do turismo na região onde as Unidades

de Conservação brasileiras estão inseridas tem feito com que elas se tornem núcleos receptivos de

turistas de todo o país, ainda que existam enormes problemas de regularização fundiária,

desestruturação e de ameaça à integridade territorial e ecológica de parte destas AP´s.

1 “[...] de terra e/ou mar especialmente dedicadas a proteção e manutenção da diversidade biológica e dos recursos naturais e culturais associados, e gerenciados através de leis ou outros meios efetivos (IUCN, 2002 p. 01 tradução do autor)”.

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Devido á constatação de que o número de visitantes nas Áreas Protegidas de todo o mundo deve

sofrer um incremento significativo nos próximos anos, em função de uma maior conscientização

social e ambiental dos visitantes, verifica-se a necessidade de se planejar o desenvolvimento

turístico destas áreas, de modo a promover a ampliação das oportunidades econômicas, proteger

as heranças naturais e culturais da região e melhorar a qualidade de vida de todos os envolvidos.

O sucesso do aproveitamento turístico e recreativo das Áreas Protegidas depende do

envolvimento comunitário; de políticas que possibilitem a utilização das receitas geradas pelo

turismo na AP para o investimento na própria área; da geração de receitas suficientes, advindas

do turismo, para a manutenção da área; do entendimento mútuo dos objetivos perseguidos por

diferentes envolvidos no processo de desenvolvimento do turismo; de mecanismos que integrem

o turismo público e o turismo privado e; da autorização, por parte das organizações de turismo e

das políticas de turismo, para que o turismo comercial se desenvolva em locais de acentuada

visitação (EAGLES, McCOOL, HAYNES, 2002).

Conseguir reunir todos estes aspectos a favor do processo de desenvolvimento turístico e

recreativo destas áreas é uma tarefa complexa e que exige uma abordagem abrangente dos

métodos de planejamento existentes. Desta forma, baseado nos textos de Crosby e Moreda

(1996); Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002); Hall (2001); Hornback e Eagles (2001); OMT

(2003); Sachs (1993); entre outros, pretende-se discutir três abordagens que se mostram

essenciais para o processo de planejamento do turismo: a visão sistêmica do turismo; a

sustentabilidade do turismo e; a integração entre o planejamento e a gestão do turismo e, a partir

desta discussão identificar, nos métodos mais utilizados de planejamento do uso público em AP,

a utilização destes três tipos de abordagem.

2.2 Introdução ao planejamento turístico

Segundo a OMT (2003 p. 41) e Inskeep (1991 p. 25) “Planejar é organizar o futuro de forma a

atingir certos objetivos”. Newsome, Moore e Dowling (2002 p. 147), definem o planejamento

como “[…] a process of setting goals and then developing the actions needed to achieve

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them”2. Mas são Eagles, McCool e Haynes (2002, p. 13) que conseguem descrever melhor o

planejamento, quando afirmam que este “[…] is a process that involves selecting a desirable

future out of a range of plausible alternatives, and implementing strategies and actions that will

achieve the desired outcome” 3.

Conforme comenta Inskeep (1991), o planejamento possui uma forte influência da

previsibilidade, já que tem como objetivo identificar como deve ser o futuro de uma determinada

área, atividade, empresa, atrativo ou outro elemento que está sendo estudado. A atividade de

planejamento é realizada em todos os níveis, seja o planejamento pessoal, realizado por um

determinado indivíduo, até os mais complexos níveis de planejamento, realizados em escala

regional e nacional, aos quais se acrescenta a escala de planejamento transnacional ou mesmo

global em função do processo de globalização da economia e a criação dos blocos econômicos

continentais formados na Europa, Ásia e Américas. Atualmente os tipos mais comuns de

planejamento englobam o planejamento econômico, o planejamento de uso da terra, o

planejamento de infra-estrutura básica, o planejamento de instalações para prestação de serviços

educacionais, médicos e recreativos, o planejamento de parques e de áreas de conservação, o

planejamento corporativo, até o planejamento urbano e regional. Este último é atualmente

conhecido como planejamento integrado e inclui todos os tipos de planejamento citados

anteriormente, excluindo-se o planejamento corporativo.

Tratando-se especificamente da atividade turística, Getz (1987 apud CROSBY e MOREDA,

1996 p. 65) define o planejamento como sendo “[...] un proceso basado en la investigación y la

evaluación, que trata de optimizar la contribución del turismo al bienestar social y a la calidad

ambiental”4. Para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2003 p. 40), “O planejamento do

turismo tem por objetivo trazer determinados benefícios econômicos para a sociedade, sem deixar

de manter a sustentabilidade do setor turístico através da proteção à natureza e à cultura local”.

2 “[…] um processo de estabelecimento de objetivos e desenvolvimento de ações para atingi-los (tradução do autor)”. 3 “[…] é um processo que envolve selecionar um futuro desejável entre uma série de alternativas possíveis e implementar estratégias e ações que vão atingir o resultado desejado (tradução do autor)”. 4 “[...] um processo baseado na pesquisa e avaliação, que trata de otimizar a contribuição do turismo para o bem-estar social e a qualidade ambiental (tradução do autor)”.

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Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) observam ainda que o planejamento amplo do turismo é

essencial para se garantir que o desenvolvimento turístico possa promover a concretização das

vantagens do turismo e reduzir as suas desvantagens e Inskeep (1991, p. 16) acrescenta que “The

tourism sector objectives can be achieved more effectively if carefully planned and integrated in

to the country´s total development plan and program” 5. Uma idéia que também é defendida pela

OMT/PNUMA (1992).

As definições apresentadas até aqui abordam quatro importantes aspectos do planejamento

turístico, o primeiro deles representado pela busca dos benefícios econômicos, evidenciado pelo

conceito apresentado pela OMT (2003). Este primeiro aspecto é complementado pelos conceitos

de Getz (1987 apud CROSBY e MOREDA, 1996) e da própria OMT (2003) que agregam, aos

benefícios econômicos, a necessidade de proteção ambiental e cultural. Finalmente, verifica-se a

inclusão de mais um fator essencial para o atual modelo ideal de planejamento, que segundo

Inskeep (1991) corresponde à necessidade de integração do planejamento turístico, aos planos e

programas de desenvolvimento nacionais.

Mas, os conceitos e discussões feitos até aqui ainda não estão completos, pois não fazem

qualquer referência a participação das comunidades atingidas no processo de planejamento

turístico. Por esta razão, é importante citar Crosby e Moreda (1996, p. 66) os quais afirmam que

“[...] para garantizar la rentabilidad de la actividad turística a largo plazo es necesario integrar

a los residentes en el proyecto turístico”6 , uma idéia que é defendida por Inskeep (1991, p.27) o

qual acrescenta que “This [participação da comunidade no processo de planejamento] is based in

the concept that planning is for the residents of an area, and they should be given the opportunity

5 “Os objetivos do setor turístico podem ser atingidos mais eficientemente se foram cuidadosamente planejados e integrados ao planejamento e so programa de desenvolvimento do país (tradução do autor)”. 6 “[...] para garantir a rentabilidade da atividade turística a longo prazo é necessário integrar os residentes no projeto turístico (tradução do autor)”.

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to participate in the planning of its future development and express their views on the type of

future community they want to live in”7.

As comunidades locais são os principais atores da atividade turística e por esta razão precisam

participar ativamente no processo do planejamento.

Além de tudo o que já foi citado, é importante ressaltar uma outra característica do planejamento,

a sua configuração como “[...] a process continuing over time (NEWSOME, MOORE &

HAYNES, 2001, p. 147).”8 Os mesmos autores (2001, p. 148) acrescentam: “Until

implementation has occured, planning is not completed” 9.

Na verdade o processo de planejamento é contínuo. Como já citado anteriormente por Getz (1987

apud CROSBY e MOREDA, 1996), este é um processo baseado na avaliação, ao qual

acrescenta-se aqui o termo: “contínua”. A cada nova fase do processo, é necessário avaliar os

resultados, identificar falhas, corrigir desvios e, mesmo após a implementação, o processo

continua, avaliando novas tendências, identificando novos mercados e planejando novas ações

(Figura 01).

7 “Isto [participação da comunidade no processo de planejamento] está baseado no conceito de que o planejamento é para os residentes da área e eles deveriam ter a oportunidade de participar do planejamento do seu futuro e expressar as suas visões sobre o tipo de futuro que a comunidade quer ter (tradução do autor)”. 8 “[...] um processo que continua ao longo do tempo (tradução do autor)”. 9 “Até que a implantação ocorra, o planejamento não está completa (tradução do autor)”

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Figura 1 - O processo de planejamento turístico

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de OMT (2003), Hall (2001) e Inskeep (1991)

2.2.1 Abordagens contemporâneas para a o planejamento turístico

O planejamento turístico tem evoluído ao longo das últimas décadas, visando atender as novas

exigências apresentadas pelo setor (INSKEEP, 1991; HALL, 2001). Inicialmente a grande ênfase

do planejamento estava direcionada á elaboração do Plano de Manejo, o qual era o estágio final

do planejamento. Apesar disso, acreditava-se que o Plano de Manejo fosse suficiente para guiar e

controlar o desenvolvimento turístico (INSKEEP, 1991).

Abordagens mais recentes colocaram em dúvida a eficiência deste método de planejamento, uma

vez que este era extremamente rígido e não levava em consideração as mudanças no estilo de

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vida, mudanças tecnológicas, entre outras, além de provarem a impossibilidade de se

implementar este tipo de abordagem de planejamento no longo prazo. Estas novas abordagens de

planejamento estão baseadas em um processo contínuo e flexível, e são dependentes das

mudanças circunstanciais, ainda que continuem visando atingir os objetivos básicos do

desenvolvimento turístico (Ibid, 1991).

Tais abordagens enfatizam o monitoramento e avaliação contínua do processo de planejamento

através da análise dos efeitos gerados pelo desenvolvimento de cada uma das fases do

planejamento, além da identificação de novas tendências, que juntamente com a análise citada

anteriormente, irão influenciar a direção do novo estágio de desenvolvimento do planejamento

(Ibid, 1991).

No planejamento turístico estas novas abordagens estão diretamente ligadas ao ideal da

sustentabilidade, que atualmente é mais do que um chavão para o aumento da participação de

empresas no mercado consumidor, ela é, na verdade, uma busca pela conservação dos recursos

naturais, históricos, culturais, humanos, sociais e econômicos, de modo a permitir que as futuras

gerações também possam usufruir destes recursos. É baseado nessa afirmação que Inskeep (1991,

p.31) comenta: “[...] the approach of balancing economic, environmental, and social objectives

within the framework of maintaining sustainable development is the most appropriate one, but it

depends very much on the overall national, regional, and community objectives”10

Apesar de se verificar que a abordagem atual de planejamento turístico possui as características

anteriormente citadas, é importante notar que “[...] a forma e o método mais eficientes de

planejamento continuam sendo contestados (HALL, 2001, p. 41)”, mas acredita-se que existam

três aspectos que são fundamentais para o planejamento turístico. São eles: a visão sistêmica da

atividade turística; a busca da sustentabilidade da atividade, baseada nas cinco abordagens

descritas por Sachs (1993), as quais compreendem a sustentabilidade econômica, a

sustentabilidade social, a sustentabilidade cultural, a sustentabilidade espacial e a sustentabilidade

ecológica; e por fim, a integração entre o planejamento e a gestão do turismo.

10 “[...] a abordagem de balancear objetivos econômicos, ambientais e sociais dentro do modelo de desenvolvimento sustentável é o mais apropriado, mas depende muito dos objetivos nacionais, regionais e da comunidade (tradução do autor)”.

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Como já citado anteriormente, entende-se que o planejamento é um processo contínuo e que

reinicia a cada fase de implementação. A implementação do planejamento, e conseqüente gestão

do processo de desenvolvimento é apenas um estágio intermediário, dentro de um processo

sucessivo de etapas de planejamento e implementação que são desenvolvidas continuamente e

que, após a primeira etapa de implementação, passam a ser desenvolvidas inclusive

concomitantemente. A figura 1 representa uma tentativa deliberada deste autor de complementar

um entendimento referente ao processo de planejamento do turismo.

a. Visão sistêmica do turismo

Apesar da visão sistêmica ter sido utilizada inicialmente como ferramenta analítica em estudos de

biologia, ecologia e física, a sua aplicação a partir do século XX se disseminou entre diversas

outras ciências e passou a ser aplicada também em estudos relacionados à atividade turística

(HALL, 2001).

Atualmente percebe-se que a análise sistêmica da atividade turística é quase uma unanimidade,

sendo defendida por diversos autores e instituições (BENI, 2003; BOULLÓN, 1997; HALL,

2001; INSKEEP, 1991; OMT, 2003). Neste sentido Inskeep (1991 p. 22) comenta que “Although

complicated, cutting across sectoral categories, and fragmented, tourism is and should be viewed

as a single system comprised of interrelated parts” 11.

Conforme descreve Beni (2003, p. 23) o sistema é:

“[...] um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio; ou conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios, logicamente ordenados e coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo”.

Por ser entendido como um sistema, o turismo abrange um conjunto de elementos, um conjunto

de relacionamentos entre elementos e um conjunto de relacionamentos entre estes elementos

e o ambiente (HALL, 2001) no qual o sistema se situa. Esta idéia é ampliada por Beni (2003),

que acrescenta as partes constituintes do sistema: os atributos, que são as qualidades dos

11 “Apesar de ser complicado, compreender diversos setores e ser fragmentado, o turismo é e deveria ser visto como um sistema simples , compreendido por partes inter-relacionadas (tradução do autor)”.

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elementos que compõem o sistema; a realimentação, que é caracterizada como o processo de

controle capaz de manter o sistema em equilíbrio; e finalmente o modelo, que seria a

representação do sistema. A figura 2 representa uma tentativa (deliberada) do autor em propor

uma adaptação à representação do Sistema Turístico proposto por BENI (2003), uma vez que

insere no modelo a realimentação do sistema ou a mudança estrutural (CAPRA, 2002).

Figura 2. Modelo do Sistema Turístico

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de Beni (2003), Boullón (1997), Hall (2001) e Capra

(2002).

Da mesma forma como acontece com um sistema vivo, o sistema turístico está ligado

estruturalmente ao seu meio ambiente, estabelecendo interações com este, através das quais são

desencadeadas mudanças estruturais no sistema turístico, que passa a sofrer modificações e

evoluções, de modo a responder às influências ambientais (Ibid, 2002).

Conforme o mesmo autor (2002, p. 51), “[...] o sistema que se liga ao ambiente através de um

vínculo estrutural é um sistema que aprende [...]” e desta forma se adapta e evolui. No caso do

turismo, alguns elementos do sistema identificam as novas tendências de mercado, o surgimento

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de novos mercados e criam então novos serviços, atividades e instalações, capazes de atrair os

novos fluxos de turistas, oferecendo uma resposta às exigências do mercado.

b. Sustentabilidade do turismo

A herança cultural da sustentabilidade tem como ponto de partida o início do séc. XIX, mas, é no

século XX, em função da globalização do mundo que o desenvolvimento sustentável passa a ser

incorporado como objetivo do processo de desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais

integrada e preocupada com o desenvolvimento econômico e com a utilização racional do meio

ambiente (SACHS, 1993).

A elaboração do Relatório de Brundtland, também conhecido como “Nosso Futuro Comum”,

teve papel fundamental para o desenvolvimento de diversas ações em busca do desenvolvimento

sustentável, o qual foi conceituado, no próprio relatório como “[...] aquele que atende às

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às

próprias necessidades (OMT, 2003, p. 23)”.

Sachs (1993) faz uma grande contribuição ao entendimento do que seja o desenvolvimento

sustentável, pois defende que este tipo de desenvolvimento, ao qual conceitua como

Ecodesenvolvimento, deve buscar ainda a equidade sócio-econômica, diminuindo o abismo

existente entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento e promover a dispersão

dos benefícios econômicos por todas as regiões do território local, regional ou nacional.

Para tanto, Sachs (1993) identifica cinco dimensões do Ecodesenvolvimento:

A primeira delas é a Sustentabilidade Social, [...] entendida como a consolidação de um processo

de desenvolvimento baseado em outro tipo de crescimento e orientado por outra visão do que é a

boa sociedade (SACHS, 1993 p 24). A dimensão social diz respeito a valorização da comunidade

atingida, o respeito aos direitos e valores dos residentes e a inclusão destas pessoas no processo

de desenvolvimento. Esta é uma tarefa extremamente difícil quando diz respeito ao

desenvolvimento em áreas naturais, mas é também uma exigência para se atingir o

desenvolvimento sustentável (LANE, 2001).

A segunda dimensão é conhecida como Sustentabilidade Econômica, a qual

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[...] é possibilitada por uma alocação e gestão mais eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado. Uma condição fundamental para isso é superar as atuais condições externas, decorrentes de uma combinação de fatores negativos [...]: o ônus do serviço da dívida e do fluxo líquido de recursos financeiros do Sul para o Norte, as relações adversas de troca, as barreiras protecionistas ainda existentes nos países industrializados e finalmente, as limitações do acesso á ciência e tecnologia (SACHS, 1993 p 24)”.

A terceira dimensão do Ecodesenvolvimento proposta por Sachs (1993) é a Sustentabilidade

Ecológica, que discute a integração do processo de desenvolvimento com a preocupação pela

conservação da natureza, de modo a permitir o uso viável desses recursos no futuro.

Esta terceira dimensão do Ecodesenvolvimento está ligada diretamente a primeira dimensão

citada, pois conforme Stankey (1989) e Alcorn (1993 apud LANE, 2001) a conservação da

natureza só ocorre com a participação da comunidade.

A quarta dimensão refere-se á Sustentabilidade Espacial, [...] voltada a uma configuração rural-

urbana mais equilibrada e a uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos e

atividades econômicas, [...] (SACHS, 1993 p 24)”.

Por fim, a quinta dimensão do Ecodesenvolvimento aborda a Sustentabilidade Cultural,

[...] em busca das raízes endógenas dos modelos de modernização e dos sistemas rurais integrados de produção, privilegiando processos de mudança no seio da continuidade cultural e traduzindo o conceito normativo de ecodesenvolvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que respeitem as especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local (SACHS, 1993 p 24)”.

Pela complexidade do sistema turístico, é difícil afirmar que a atividade turística possa ser

realmente sustentável, inclusive porque Pearce, Barbier e Markandya (1998 apud HALL 2001)

observam que o desenvolvimento sustentável possui um prazo infinito e as decisões práticas

exigem a adoção de prazos finitos. Mas se for entendido que todo tipo de processo existente

dentro de um sistema provoca adaptações e evoluções, podemos entender que as mudanças

decorrentes do desenvolvimento turístico são, na verdade, as evoluções ocasionadas pelas

perturbações ou influências que o ambiente provoca no sistema turístico. Apenas os sistemas

fechados podem se manter inalterados. Assim, como o sistema turístico é um sistema aberto, a

discussão que parece ser mais pertinente refere-se á identificação de qual é o limite aceitável de

mudança que o desenvolvimento da atividade turística pode provocar no meio ambiente, na

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sociedade, na cultura, na economia e no território turístico, ao invés de se pensar que qualquer

tipo de mudança é indesejável.

Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) confirmam o que foi dito anteriormente, á medida que

defendem a necessidade de se definir o horizonte de tempo do processo de desenvolvimento

turístico, pois, apesar do mérito de programas que possam ser sustentáveis ad infinitum, tais

programas podem ter um custo extremamente elevado e exigir um período de tempo enorme para

serem implementados.

c. Integração entre o planejamento e a gestão do turismo

O planejamento turístico é um processo flexível e contínuo. Em cada uma das etapas do

desenvolvimento de um planejamento turístico é necessário haver um monitoramento e avaliação

do trabalho realizado, corrigindo possíveis erros ou desvios que já sejam perceptíveis no

desenvolvimento do processo. Além do mais, entende-se que o processo de planejamento não

esteja completo se não for atingida a etapa de implementação do planejamento, da mesma forma

como descrevem Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), Inskeep (1991), Newsome, Moore e

Dowling (2002) e OMT (2003).

Nesta etapa, todas as estratégias elaboradas durante a formulação do plano serão implementadas,

utilizando-se diversas técnicas, que deverão ser previstas durante o processo de planejamento

(INSKEEP, 1991). Por esta razão, o planejamento baseado neste tipo de abordagem possui um

nível de detalhamento e informação muito mais abrangente do que o planejamento convencional.

Conforme Lang (1985 apud LEBERMAN, MANSON 2002) o planejamento convencional separa

a etapa de planejamento da etapa de implementação, e ainda, é reativo ao invés de pró-ativo,

periódico ao invés de contínuo, e por fim, é desenvolvido sem levar em consideração os valores

dos indivíduos e das organizações envolvidas no processo.

Por haver esta ênfase na continuidade do processo, realizada através de técnicas de

monitoramento e avaliação, o planejamento passa a ser muito mais rico, fazendo ajustes para

corrigir problemas identificados, inclusive após a implementação do planejamento, ou ainda

reformulando pontos específicos do processo que possam ter ficado defasados devido à mudança

do perfil do mercado consumidor, ao desenvolvimento de novos segmentos de mercado, ou ainda

devido à identificação de novas tendências de mercado que surgem de tempos em tempos.

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2.3 Uso Público em Áreas Protegidas

As Áreas Protegidas foram inicialmente criadas pela realeza européia, durante os primeiros anos

da Renascença. O objetivo inicial para a criação destas áreas, foi estabelecer reservas de caça

para a nobreza. Com o passar do tempo, estas áreas foram abertas à visitação pública e a partir de

então, foram sendo criadas as bases para o desenvolvimento da recreação e do turismo nas AP´s

(EAGLES, McCOOL e HAYNES, 2002).

Mas, é somente em 1872 que foi criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o Yellowstone,

através de uma lei americana que o criava “[...] as a public park or pleasuring ground for the

benefit and enjoyment of the people (EAGLES, McCOOL, HAYNES, 2002, p. 6)”12

A partir do início do séc. XX, diversas AP´s foram criadas em todo o mundo, principalmente em

países como os Estados Unidos, Canadá e Austrália e mais tarde na África do Sul e Nova

Zelândia. Em 2002, o número total de AP´s, criadas de acordo com as categorias de AP´s da

União Mundial para a Natureza – IUCN (abreviação em inglês) ultrapassava as 44 mil unidades

(Ibid, 2002).

A criação das AP´s na segunda metade do século XX tem inicialmente o propósito de

conservação e preservação ambiental, mas, com o crescente interesse das pessoas em conhecerem

áreas naturais de rara beleza e importantes recursos culturais, presentes nestas áreas, houve uma

tendência de se criarem áreas destinadas ao uso público. Outro fator importante para o

estabelecimento destas áreas, voltadas para o uso público, foi devido ao impacto econômico que

estas atividades provocam, o que deve levar, em um futuro próximo, a um tratamento mais

adequado deste tipo de atividade em AP´s (EAGLES, McCOOL e HAYNES, 2002).

Dwyer e Edwards (2000) fazem uma importante consideração sobre o uso público nas AP´s, ao

considerarem que enquanto os recursos naturais de uma determinada área promovem a

oportunidade para o desenvolvimento de atividades recreativas, o turismo, nestas áreas, quando

bem planejado e, atingindo a etapa de implementação, pode propiciar os meios e os recursos

econômicos necessários para promover o desenvolvimento da atividade, ao mesmo tempo em que

permite a sustentabilidade dos recursos naturais da área.

12 “[...] como um parque público ou um espaço prazeroso para o benefício e usufruto das pessoas”. (tradução do autor)”.

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A partir da discussão realizada até este momento é importante conceituar o que se entende por

Uso Público. O Ministério do Meio Ambiente - MMA (2005) utiliza o termo visitação como

sinônimo de uso público e conceitua-a como sendo “[...] as atividades educativas, de lazer,

esportivas, recreativas, científicas e de interpretação ambiental, que propiciam ao visitante a

oportunidade de conhecer, entender e valorizar os recursos naturais e culturais existentes”.

Neste momento torna-se importante então identificar quais os tipos de uso público que ocorrem

nas AP’s, independentemente de estarem ou não ligados á atividade turística.

A partir da análise da macro-visão do turismo elaborada por Newsome, Moore e Dowling (2002),

foi possível identificar não apenas os diferentes tipos de turismo que podem ocorrer em uma AP,

mas todo e qualquer tipo de uso público presente na área.

Inicialmente percebe-se que os principais tipos de uso público dividem-se em 4 (quatro) grandes

categorias: 1) Lazer e recreação; 2) Turismo; 3) Educação; e 4) Ciência.

Tanto as atividades de lazer e recreação quanto as atividades turísticas poderão ser sub-divididas

em 2 (dois) outros grupos, quais sejam: atividades ‘de massa’ e aquelas de cunho alternativo

(Figura 03).

As atividades identificadas como atividades ‘de massa’ tem esse nome em função de uma

apropriação que o autor fez do termo ‘turismo de massa’ que representa o tipo de turismo

realizado por grandes grupos, que geralmente não possuem qualquer tipo de preocupação com o

ambiente visitado e com os impactos causados pela sua visitação.

O termo atividades ‘de massa’ foi utilizado ao perceber-se que esse tipo de comportamento não

está restrito aos turistas que visitam as AP´s, mas sim a qualquer tipo de visitante da área.

Já as atividades alternativas fazem parte de um tipo de uso público mais consciente e que possui

uma motivação específica que leva uma pessoa a visitar uma AP. Essa motivação pode estar

ligada á 4 (quatro) fatores principais:

a) Natural / Na natureza

Este tipo de motivação pode estar ligada a diversos tipos de interesse, entre eles:

• As atividades de aventura, onde o principal interesse está na prática propriamente dita da

atividade;

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• As atividades baseadas na natureza, onde o interesse se encontra na observação da flora,

da fauna e das paisagens cênicas;

• As atividades ecológicas, nesse caso ligadas ao conceito de ecoturismo, onde os

praticantes buscam além do contato com a natureza, o despertar de uma consciência ecológica

através de um contato mais profundo com as tradições, usos e costumes da comunidade local e a

manutenção das qualidades naturais da área;

• Entre outros.

Figura 3. Representação dos tipos de Uso Público em AP´s

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de Newsome, Moore e Dowling (2002).

b) Cultural

Este tipo de interesse está ligado ao contato com o patrimônio material (arquitetura civil e

religiosa, sítios arqueológicos, oficinas líticas e inscrições rupestres, entre outros) e imaterial

(usos, costumes e tradições locais).

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c) Eventos

Este tipo de interesse está ligado a participação ou acompanhamento de festivais artísticos e

eventos esportivos.

d) Outros

Outros tipos de interesse podem ser responsáveis por atrair visitantes as AP, entre eles aqueles

ligados as atividades acadêmico-educacionais e também as atividades científicas. Estas atividades

(acadêmico-educacionais e científicas) podem estar ligadas ao lazer dos visitantes, isto é, podem

ser atividades desenvolvidas pelos habitantes da região ou da própria comunidade em visita a AP

no seu momento de lazer (Ex.: Visitantes da comunidade podem participar de atividades de

limpeza de cursos d’água ou plantio de mudas e desta forma serem conscientizados da

importância da proteção dos recursos naturais).

Podem ser também o tipo de turismo realizado pelos visitantes, ou seja, os turistas podem estar se

deslocando do local de sua residência permanente para realizar atividades acadêmico-

educacionais e científicas (Ex.: Turistas europeus realizando turismo voluntário e desenvolvendo

atividades científicas na AP).

Por fim, podem ser o objetivo em si da visita, isto é, estudantes, pesquisadores e cientistas podem

estar desenvolvendo atividades acadêmico-educacionais e científicas no local.

Em recente documento elaborado pelo MMA (200_) são apresentadas as principais atividades

desenvolvidas pelos visitantes dos Parques Nacionais no Brasil que recebem visitação (P. N. do

Iguaçu – PR, P. N. da Tijuca – RJ, P. N. de Brasília – DF, P. N. de Itatiaia - RJ/SP, P. N. da

Chapada dos Guimarães – MT, P. N. da Serra dos Órgãos – RJ, P. N. Marinho de Fernando de

Noronha- PE, P. N. de Caparaó - MG/ES, P. N. de Aparados da Serra – RS, P. N. Marinho de

Abrolhos – BA, P. N. do Jaú – AM, P. N. de Ubajara – CE, P. N. de Sete Cidades – PI, P. N. das

Emas – GO, P. N. da Serra Geral – RS, P. N. da Serra do Cipó – MG, P. N. da Serra da Canastra

– MG, P. N. da Chapada dos Veadeiros – GO, P. N. Serra da Capivara – PI). O resultado do

documento demonstrou que as principais atividades desenvolvidas nestes parques são a

caminhada de um dia (22,41%); seguida do banho (18,97%); e do ciclismo e caminhada com

pernoite, ambos com 7,76% (Tabela 01).

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Dentre as 19 atividades identificadas no documento elaborado pelo MMA verifica-se que apenas

uma delas (pesquisa em cavernas) refere-se a um tipo de uso público dissociado do turismo, lazer

e recreação, qual seja o interesse científico. As demais atividades identificadas estão todas ligadas

ao turismo, lazer e recreação e nenhuma delas ligadas a motivação ou interesse pedagógico/

educacional. Este fato leva a crer que em função da falta de planejamento e infra-estrutura nas

AP´s brasileiras, o uso público nestas áreas ainda não se desenvolveu de forma adequada e não

utiliza todo o potencial da área como forma de gerar benefícios econômicos, sociais, culturais e

ambientais para a região.

Tabela 01. Ocorrência das atividades realizadas nos parques nacionais - Em percentual

Atividade %Caminhada de um dia 22,41Banho 18,97Ciclismo 7,76Caminhada com pernoite 7,76Escalada 5,17Descida de cachoeira - cachoeirismo 4,31Canoagem 3,45Mergulho 3,45Visita a caverna 3,45Asa Delta 3,45Calvagada 2,59Boiacross 2,59Ratfing 2,59Parapente 2,59Ultraleve 1,72Paraquedismo 0,87Motocross 0,86Travessia em cavernas 0,86Pesquisa em cavernas 0,86

Fonte: MMA (200_).

2.4 Planejamento do uso público em Áreas Protegidas

Devido ao aumento significativo do número de visitantes em AP´s de todo o mundo, nas últimas

décadas do século passado, passou a ser fundamental que se planejasse detalhadamente o uso

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público nestas áreas, pois somente assim o turismo e a recreação poderão ser gerenciados de

modo eficaz e eficiente (NEWSOME, MOORE e DOWLING. 2002).

Como já discutido anteriormente, o planejamento nada mais é do que um processo que envolve o

estabelecimento de um futuro almejado e o desenvolvimento de estratégias e ações para alcançar

o objetivo esperado. No caso do planejamento de AP´s pode-se dizer que “[...] it allows managers

to define what experiences visitors will have, the experiences they want to produce, the visitors

they want to attract, and the limits to environmental modification deemed acceptable (Ibid. 2002,

p. 147)” 13

Apesar do grande número de AP´s em todo o mundo e do reconhecimento de que o planejamento

destas áreas é fundamental para a conservação de suas diversidades biológicas e paisagens

cênicas, apenas uma pequena parcela destas áreas foram contempladas com processos integrados

de planejamento do uso público.

A maior parte dos recursos financeiros, humanos e políticos investidos em uma AP são

direcionados ao processo de aquisição e estabelecimento da área como uma AP, mas, devido

principalmente aos recursos financeiros e humanos limitados e ainda, em razão do

desconhecimento sobre as recentes abordagens para o planejamento do uso público destas áreas,

pouco tem sido feito nesta direção (Ibid. 2002). Por esta razão os mesmos autores destacam a

necessidade de se aumentar a divulgação sobre a existência destes métodos e incentivar o uso

deles pelos gestores das AP´s.

Ainda segundo Newsome, Moore e Dowling (2002), um importante aliado para o fomento do

planejamento nestas áreas são as legislações ambientais e de conservação e gestão da terra,

adotadas em muitos países, as quais geralmente incluem a gestão dos visitantes.

O grande desafio para o planejamento destas áreas é promover a integração das três abordagens

citadas anteriormente, de modo a promover a conservação da área e da cultura local, ao mesmo

tempo em que busque fomentar a participação da comunidade no processo de planejamento e

gestão da AP, conciliando a proteção do espaço, com a manutenção das atividades tradicionais e

ainda promover o desenvolvimento econômico e social eqüitativo. 13 “[...] ele permite que os gerentes definam quais experiências que os visitantes terão, as experiências que eles desejam produzir, os visitantes que eles querem atrair e os limites de modificação ambiental que consideram aceitável (tradução do autor)”.

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Conforme Eagles, McCool e Haynes (2002 p. 41) “[…] in the distant past, protected area

management planning tended to be ad hoc: often individual developments took place without an

overall policy structure or goal” 14

A partir da verificação de que estes planos eram extremamente restritos, passou-se então a

desenvolver planos muito mais abrangentes, conhecidos como Plano Mestre e posteriormente

passou-se a buscar uma concepção mais facilitada, com a apresentação de objetivos, políticas e

ações e, finalmente em 1990, o processo de planejamento tornou-se ainda mais reduzido, sendo

apresentado como políticas de desenvolvimento para as AP´s (Ibid, 2002).

Por considerarem a decisão sobre os métodos e processos de planejamento e gestão das AP´s,

uma tarefa bastante complexa, Eagles, McCool e Haynes (2002) e Newsome, Moore e Dowling

(2002) expressam a necessidade de que todos os envolvidos no processo de desenvolvimento

turístico nas AP´s participem do processo de planejamento – população local, visitantes,

operadores turísticos locais, cientistas -, além, é claro, dos administradores da área. Além disso,

os mesmos autores (2002), reforçam a necessidade de, ao planejar o uso público nas AP´s, serem

adotados procedimentos que sejam compreensíveis e possíveis de serem defendidos, através do

quais as decisões possam ser seguidas e os valores utilizados para julgamento de cada uma das

etapas do processo possam ser divulgados.

Durante muitos anos, o conceito de capacidade de carga foi identificado como uma das bases

essenciais para o desenvolvimento do planejamento do uso público em AP´s. A capacidade de

carga é conceituada como “[...] the maximum level of use an area can sustain as determined by

natural factors such as food, shelter and water (e.g. three sheep per hectare) (NEWSOME,

MOORE & DOWLING, 2002, p. 153) 15”.

Mas, conforme Cole e Stankey (1998), após diversos estudos, a capacidade de carga se mostrou

ineficiente para o planejamento destas áreas, pois enfatizava o estabelecimento de um limite para

o uso público nas AP´s, ao invés de desenvolver ações gerenciais para lidar com problemas

causados pela visitação. De acordo com McCool e Cole (1998), com freqüência os

14 “[...] num passado distante o planejamento de Áreas Protegidas era desenvolvido em função de um propósito específico: com freqüência o desenvolvimento de áreas individuais foram realizados sem seguir uma política geral ou objetivo geral (tradução do autor)”. 15 [...] o nível máximo de uso que uma área pode suportar, determinado por fatores naturais como comida, abrigo ou água (ex.: três ovelhas por hectare) (tradução do autor)”.

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administradores de parques enfatizam a ação ao invés da compreensão de um determinado

problema, como acontece no caso da capacidade de carga, onde a maior parte dos

administradores visam a determinação de um ‘número’ que representa o limite de uso máximo de

uma área, sem se preocuparem se esse número representa realmente a compreensão das

condições, tendências destas condições e as ações necessárias para manter estas condições dentro

de limites aceitáveis.

A partir da identificação da ineficácia da capacidade de carga como método de planejamento do

uso público em AP´s, diversas novas estruturas de planejamento foram elaboradas e

implementadas em maior ou menor grau em diversas partes do mundo.

Entre as estruturas mais utilizadas destacam-se: Recreational Opportunity Spectrum – ROS,

Limits of Acceptable Chang – LAC e, Visitor Impact Managemen - VIM, aplicadas principalmente

em áreas individuais e mais recentemente o Tourism Optimisation Management Model – TOMM,

aplicado em Áreas Protegidas individualmente e também em grupos de áreas naturais.

Outras estruturas de planejamento criadas para substituir a Capacidade de Carga foram o Visitor

Activity Management Process – VAMP e o Visitor Experience Resource Protection Process –

VERP, desenvolvidos respectivamente no Canadá e Estados Unidos, mas que tiveram pouca ou

nenhuma aplicação prática, mesmo em seus países de origem.

Todos as estruturas citadas acima são evoluções de métodos de planejamento, apresentando

inclusive, em alguns casos, parte de um método inserido em outro método de planejamento, como

acontece entre o LAC e o ROS (NEWSOME, MOORE e DOWLING, 2002). Além disso,. todas

as estruturas de planejamento citadas seguem o processo de planejamento flexível e contínuo, já

discutido anteriormente, que é caracterizado pela identificação de objetivos, a coleta de dados, a

análise e síntese, o desenvolvimento de alternativas, a elaboração do plano final e ainda, a ênfase

na fase de implementação do planejamento (HALL, 2000 apud NEWSOME, MOORE e

DOWLING, 2002).

Por esta razão, não existe uma estrutura que possa ser identificada como a melhor entre todas as

outras, existem sim estruturas que podem ser melhor implementadas em uma determinada

situação (NEWSOME, MOORE e DOWLING, 2002) (Ver Tabela 02). Assim, ROS, VERP,

VAMP e TOMM são mais indicados para a implementação em um planejamento regional ou para

grupos de AP´s. Já o LAC e o VIM, são mais indicados para áreas individuais (Ibid, 2002).

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Da mesma forma, se existe necessidade de se identificar o impacto do uso público para a

implementação das ações gerenciais, LAC, VIM, VERP e TOMM são os mais indicados. No

caso da necessidade de envolvimento de todos os envolvidos com a área no processo de

planejamento do uso público, o LAC apresenta-se como o mais indicado, já que foi desenvolvido

justamente para atingir este objetivo (Ibid, 2002).

Com relação ao nível de responsabilidade dos gerentes das AP´s pelas ações do planejamento,

pode-se dizer que o TOMM é o modelo que delega a maior responsabilidade para os gerentes. Já

o VAMP e o VERP são os dois que delegam menos responsabilidades, ficando quase todas elas

com os planejadores (Ibid, 2002).

Por estes e outros fatores analisados por Newsome, Moore e Dowling (2002), estes autores

comentam que o TOMM e o LAC são os modelos de planejamento mais adequados para AP´s,

desde que as características das áreas e os resultados esperados estejam de acordo com aquilo que

propõe estes modelos e ratificam “There is no ‘best’ framework (Ibid, 2002, p. 182)16”.

Se forem tomados como exemplo, portanto, os dois métodos de planejamento avaliados por

Newsome, Moore e Dowling (2002), como os mais adequados para aplicação em AP, ver-se-á

que ambos os métodos estão baseados nas três abordagens contemporâneas do planejamento

turístico.

O LAC, que é um dos métodos mais aplicados em todo o mundo, faz uso da análise sistêmica

para identificar as relações entre cada um dos elementos do sistema turístico e também entre estes

elementos e o meio ambiente, de modo a indicar os limites de mudança aceitáveis para o

desenvolvimento do turismo ou do uso recreativo na área.

Ao estabelecer os limites de mudança aceitáveis, são criados, nada menos do que, os indicadores

da sustentabilidade, sejam eles indicadores sociais, ambientais, econômicos, espaciais ou

culturais.

Quando estes limites são ultrapassados ou quando estes estão próximos de serem atingidos, são

elaboradas ações estratégicas para avaliar os impactos, as causas e os efeitos destes impactos e,

desta maneira verificar quais medidas serão tomadas para solucionar o problema identificado.

16 “Não há uma abordagem melhor do que as demais (tradução do autor)”.

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O processo é desenvolvido através de 11 etapas, as quais não são modelos fixos, mas sim

encaminhamentos capazes de direcionar o desenvolvimento do processo de forma ordenada, a

fim de atingir o estágio final do processo, a implementação, a partir da qual, um novo processo

terá início.

Processo similar acontece com o TOMM, o qual também está baseado em um processo, neste

caso formado por 3 etapas consecutivas. A primeira etapa baseia-se em uma análise da situação

atual, através da identificação de cada um dos elementos formadores do sistema turístico. A

segunda etapa está baseada na elaboração de indicadores, limites aceitáveis para as mudanças e o

monitoramento dos indicadores. A fase final está ligada à identificação da performance dos

indicadores, a análise das causas da má performance de determinados indicadores e finalmente a

implantação de ações visando melhorar a situação atual.

Do mesmo modo como acontece com o LAC, o TOMM também se baseia na sustentabilidade

(limites aceitáveis para a mudança) do turismo; está organizado em um processo formado por

diferentes etapas consecutivas e utiliza a etapa de implementação como uma etapa intermediária

entre cada um dos ciclos de planejamento, os quais são contínuos e flexíveis.

O Quadro 01 apresenta uma sinopse resumida das características dos métodos de planejamento

em AP´s discutido no presente capítulo.

Método Aplicados Aplicados Pouca ou Seguem o implementação em Áreas identificar Envolver todos Nível de

em áreas em grupos nenhuma processo planejamento Individuais impacto do uso os atores responsabilidade

individuais de áreas aplicação planejamento regional dos gerentes

naturais prática contínuo e flexível ou para grupos

ROS (+-)

LAC (+-)

VIM (+-)

TOMM Delega +VAMP Delega -VERP Delega -

Indicados para: Necessidade de:

Quadro 01. Sinopse resumida das características dos métodos de planejamento em AP´s

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de Newsome, Moore e Dowling (2002).

No Brasil verifica-se que as UC’s vem sendo estabelecidas, em sua grande maioria, sem um

planejamento adequado (TAKAHASHI, 1997 apud TAKAHASHI, 1998). Por esta razão, o uso

público nestas áreas vem ocorrendo de forma desorganizada, contribuindo para a geração de

impactos ambientais, culturais e sociais.

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Com o intuito de diminuir a ocorrência deste tipo de problema causado pela falta de planejamento

nas UC’s, o MMA através da Diretoria de Áreas Protegidas estava desenvolvendo, durante a

realização da presente pesquisa, um documento que trata das Diretrizes para o planejamento e

gestão da visitação em Unidades de Conservação. O documento, que no momento da elaboração

deste trabalho encontrava-se em processo de consulta pública, tem como objetivos (MMA, 2005,

p. 06):

- Estabelecer linhas orientadoras que deverão ser observadas e adotadas nas ações de

planejamento, gestão e implementação das atividades de visitação em Unidades de Conservação;

- Promover um marco institucional para que as atividades de visitação sejam compreendidas e

inseridas efetivamente nas ações de gestão das UC;

- Facilitar a gestão da visitação nas Unidades de Conservação, além de representar um

instrumento fundamental de ordenamento destas atividades.

As diretrizes estabelecidas no documento abordam, desde temas gerais, até aqueles ligados à

segurança durante a visitação; a interpretação ambiental; a participação das comunidades locais e

populações tradicionais na gestão da visitação em UC; a integração da visitação com o

desenvolvimento local e regional; as atividades realizadas por portadores de necessidades

especiais; as atividades comerciais e a concessão de serviços para a visitação; a condução de

visitantes; as atividades específicas (caminhada, mergulho, vôo livre, etc); e por fim as

recomendações para a prática responsável das atividades de visitação e recomendações gerais

para o visitante.

2.5 A Caracterização dos visitantes como etapa do processo de planejamento

Apesar da verificação de que a caracterização dos usuários das Áreas Protegidas possui um papel

fundamental na elaboração de políticas e no planejamento do uso público destas áreas

(HORNBACK e EAGLES, 1999 e TAKAHASHI, 2004), verifica-se através da análise de

diversos textos (COLE, STANKEY 1998; NEWSOME, MOORE e DOWLING 2002; McCOOL

e COLE, 1998; McCOOL, 199_) que o processo de caracterização dos usuários não faz parte dos

principais métodos de planejamento do uso público das AP´s.

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McCool (1999) cita a importância de se identificar a intensidade do uso público, o tamanho dos

grupos, a estação na qual se dá a maior concentração de visitantes, entre outros, como sendo parte

de um dos princípios que regem o processo de aplicação do método LAC em AP´s. Apesar disso,

não existe qualquer referência a caracterização dos usuários das AP´s em nenhuma das 9 (nove)

etapas que descrevem este método.

Newsome, Moore e Dowling (2002) ao descreverem os métodos LAC e TOMM não fazem

também qualquer referência a necessidade de caracterização dos usuários como parte de cada um

dos métodos de planejamento. Ao descreverem o método VAMP, citam como sendo uma das

etapas do processo, a identificação das atividades desenvolvidas pelos visitantes das AP´s, o

mesmo acontecendo em relação ao método VERP.

Com relação ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo MMA (2005), verifica-se que a

identificação das características do visitante faz parte das diretrizes gerais do documento, a qual

cita no artigo 1.23:

- Estabelecer um sistema de registro de visitantes e realizar pesquisas periódicas para identificar o

perfil, a opinião e a satisfação dos visitantes com relação às oportunidades de visitação oferecidas

nas Unidades de Conservação.

Com relação aos métodos empregados na caracterização do perfil do usuário das UC´s do Brasil,

a análise de estudos oficiais (NOBRE, 1997) e estudos científicos (NIEFER, DA SILVA,

AMEND, 2000; NIEFER, 2004 e TAKAHASHI, 1998) realizados para identificar o perfil de

visitantes de Áreas Protegidas e o relato de profissionais que atuam na Diretoria de Áreas

Protegidas do Ministério do Meio Ambiente demonstram que atualmente não existe no Brasil um

modelo nacionalmente utilizado para se caracterizar o perfil dos visitantes das Unidades de

Conservação, o mesmo acontecendo com as informações relacionadas à caracterização das

visitas, do tipo de viagem realizada pelos visitantes entre outros.

Segundo Rorigues17 cada gestor das Unidades de Conservação do Brasil utiliza o seu próprio

instrumento de coleta de dados. Por esta razão o Ministério do Meio Ambiente, através da

Diretoria de Áreas Protegidas elaborou um instrumento padrão (Anexo 01) que está sendo

17 Camila Rorigues é técnica especializada da Diretoria de Áreas Protegidas / Ministério do Meio Ambiente. As informações foram colhidas com Rodrigues, durante a realização da 7ª edição da Adventure Sports Fair - SP.

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utilizado no ESTUDO DA DINÂMICA DA VISITAÇÃO EM UNIDADES DE

CONSERVAÇÃO (RODRIGUES, 200_) o qual possivelmente possa vir a ser adotado como

instrumento modelo a ser aplicado em UC´s de todo o país.

O referido estudo está sendo realizado em diversos parques estaduais e nacionais, entre eles:

Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Parque

Nacional do Caparó (MG), Parque Estadual da Serra do Mar (SP), Parque Estadual da Serra do

Tabuleiro (SC), Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT), Parque Estadual da Terra

Ronca (GO) e visa “traçar um cenário aproximado da abrangência dos efeitos da visitação na

gestão de unidade de conservação, como também seu efeito multiplicador na economia local e

regional (RODRIGUES, 2000)”.

Com este mesmo objetivo, de propor um instrumento de coleta de dados a ser utilizado em todo o

território nacional, o autor da presente pesquisa adaptou o Q-Cat (Questionnaire Catalogue)

Modelo de Instrumento de Coleta de Dados para Pesquisa com Visitantes de Parques, um

instrumento de referência em nível mundial (Anexo 02) e aplicou em um parque de Santa

Catarina, com o intuito de testar a viabilidade de aplicação do instrumento, e desta forma poder

sugerir a sua utilização como Modelo Oficial para Instrumentalizar a Coleta de Dados para

Pesquisa com Visitantes de Parques, pelo órgão gestor das Unidades de Conservação brasileiras.

Esta atitude poderá permitir que as estatísticas, particularmente do impacto econômico, a

terminologia, os métodos de medição e o relatório da visitação nos parques brasileiros sejam

padronizados de acordo com o modelo utilizado pelas Nações Unidas - NU e desta forma estes

dados poderão ser utilizados, por essa entidade, para o cálculo dos impactos globais do turismo.

Com isso, além de inserir o Brasil nas discussões e estudos mundiais sobre o Turismo em

Parques, o presente estudo poderá propiciar um melhor entendimento por parte do poder público,

da iniciativa privada e das comunidades locais, aonde o Modelo for aplicado, sobre o poder

econômico desta atividade. Isto poderá incentivar maiores aportes financeiros tanto por parte do

governo, quanto do empresariado, e poderá ainda criar uma maior conscientização da população

sobre os benefícios da preservação e utilização destas áreas para fins recreativos e turísticos.

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III. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA E LEGAL DA

ÁREA DE ESTUDO

O Parque Municipal da Lagoa do Peri está localizado na região sudeste da Ilha de Santa Catarina,

Distrito do Pântano do Sul, Estado de Santa Catarina, a aproximadamente 19km do centro da

cidade (Figura 4). Sua localização geográfica é determinada pela longitude 48º 32’10” e latitude

27º 44’30” (PMF, 2003).

O Distrito do Pântano do Sul originou-se a partir da Lei nº 1042/66 de 12/08/1966 e foi instalado

em 10/12/1967. Sua área é 47,68 Km2 e engloba as seguintes localidades: Praia da Solidão, Praia

do Saquinho, Praia do Pântano do Sul, Lagoinha do Leste, Praia do Matadeiro, Praia da Armação,

Lagoa do Peri e Costa de Dentro (IPUF, 2004).

O Parque foi criado pela Lei Municipal N.o 1828/81 e regulamentado pelo Decreto Municipal N.o

091/82, que foi publicado no Diário Oficial do Estado N.o 12.038, em agosto de 1982. Esta lei

protege todos os bens naturais presentes na Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri, além dos bens

culturais presentes no interior da área, no ato de sua regulamentação (Ibid, 2003).

A área total do parque é de 2.030ha e abriga, em seu interior, a maior lagoa de água doce da costa

catarinense, com aproximadamente 5km2, a qual empresta o nome ao parque (Ibid, 2003).

Figura 4. Localização geográfica da Lagoa do Peri

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 45: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Segundo Cabral (1999), a Lagoa do Peri é um ecossistema único e extremamente vulnerável,

devido a sua reduzida extensão territorial e as complexas interações entre essa e os diversos

elementos componentes do meio ambiente (relevo, clima, vegetação, hidrografia e o homem).

O entorno do parque encontra-se em processo de desenvolvimento acelerado, principalmente no

bairro do Morro das Pedras, que se localiza ao norte do parque e, em menor grau, na Armação do

Pântano do Sul, onde percebe-se também um processo de desenvolvimento imobiliário intenso.

Já na região do Sertão do Peri e áreas adjacentes, localizadas à oeste do parque, verifica-se que o

processo desenvolvimentista ainda não se estabeleceu e, portanto, é possível encontrar áreas

bastante conservadas (Figura 5). O acesso a esta região é realizado através de uma estrada não

pavimentada, dificultando o trânsito de pessoas e inibindo o desenvolvimento da área, que abriga

diversas propriedades rurais.

Figura 05. (E) Vista da vegetação no Sertão do Peri e ao fundo a Lagoa do Peri. (D) Vista de uma

propriedade rural no Sertão do Peri.

Conforme ocorre em toda a Ilha de Santa Catarina, a Bacia da Lagoa do Peri é formada pelo

complexo cristalino pré-cambriano e por depósitos sedimentares quaternários (SCHEIBE e

TEIXEIRA, 1970 apud CABRAL, 1999). Cabral (1999, p. 10) complementa, ressaltando que “O

substrato cristalino forma as vertentes norte, oeste e sul, enquanto os sedimentos recentes se

estendem pela faixa de restinga, à leste da bacia”.

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O clima do local segue, obviamente, as características climáticas da região de Florianópolis, as

quais segundo a classificação de Köpen, são do tipo Cfa: clima mesotérmico úmido, sem estação

seca definida e com verão quente (CABRAL, 1999).

Segundo o mesmo autor (1999), este tipo de clima surge do movimento e da sazonalidade das

massas Tropical Atlântica (mTa) e Polar Atlântica (mPa).

A vegetação presente na Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri é constituída por dois tipos

principais de cobertura vegetal, as quais estão associadas à estrutura geológica local. O primeiro

tipo de vegetação é a Floresta Pluvial da Encosta Atlântica, a qual cobre o embasamento

cristalino e possui no clima o seu elemento determinante. Já o segundo tipo de cobertura vegetal é

a Vegetação Litorânea, a qual ocupa a área de restinga e possui no solo o seu elemento

determinante, tendo o clima um papel secundário (CABRAL, 1999; PENTEADO, 2002).

Atualmente, a maior parte da vegetação do parque encontra-se em processo de regeneração

(vegetação secundária), principalmente nos estágios de capoeirões e mata secundária, os quais

são os estágios finais de regeneração da vegetação, além de possíveis remanescentes de mata

primária (PENTEADO, 2002).

Penteado (2002) observa também que, na porção leste do parque, existe uma área de restinga em

estágio inicial de regeneração (capoeirinha e capoeira) e, também uma pequena parcela de área

reflorestada com pinus e eucaliptos, a partir do início da década de 80, que está sendo novamente

reflorestada, porém desta vez estão sendo eliminadas as árvores exóticas e sendo inseridas plantas

nativas.

A fauna presente no parque é diversificada e confirma a constatação de Blaber e Blaber (1980

apud SILVA, 2000), de que os ambientes lagunares tendem a abrigar uma rica variedade de

espécies.

Segundo Ribeiro e Marcon (1999 apud SILVA, 2000), foram identificados no ambiente lagunar

do parque, 12 famílias e 13 espécies de peixes e crustáceos, entre os quais: manjubão, sardinha,

traíra, jundiá, tainha, peixe-rei, barrigudinha, robalo, carapicú, cará, tilápia, e maria da toca

(nome popular).

Além dos peixes e crustáceos, o parque abriga ainda algumas variedades de mamíferos,

ocasionalmente avistados, entre os quais: quatis, gambás, pacas, cotias, macacos prego e a lontra

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(Lutra Longicaudis) (KUERTEN, 1998 apud SILVA, 2000), a qual é considerada por

CARVALHO (1999 apud SILVA, 2000) como sendo uma espécie natural daquele habitat.

3.1 O Plano de Manejo e o zoneamento do PMLP

O PMLP não possui um Plano de Manejo, apenas o Plano Diretor que foi instituído junto a

criação do Parque pela Lei Nº 1828/81. Este fato se assemelha

“[...] à realidade de alguns parques nacionais que recebem um fluxo

considerável de visitantes, mesmo não apresentando Plano de Manejo e infra-

estrutura básica e de recursos humanos, como é o caso do Parque Nacional da

Chapada Diamantina, que não está oficialmente aberto à visitação, mas

representa um dos principais destinos turísticos do País. Este fato pode estar

associado a alguns aspectos, tais como: facilidade de acesso, divulgação de

atrativos situados no entorno das unidades de conservação, estratégias de

desenvolvimento do turismo regionais, entres outros (MMA, 200_)”.

De acordo com a Lei No 1828/81 o território do PMLP foi subdividido em três áreas:

I – Área de Reserva Biológica;

II – Área de Paisagem Cultural;

III – Área de Lazer.

A Área de Reserva Biológica é constituída pela porção do território do Parque que detém,

em seu estado natural ou processo de regeneração, a cobertura vegetal denominada Mata

Pluvial Atlântica.

A Área de Paisagem Cultural é constituída pela porção do território do Parque onde se

localizam os assentamentos e atividades humanas tradicionais e, por último, a Área de

Lazer é constituída pela Lagoa do Peri e a formação de sedimentos arenosos e sedimentos

recentes, que a separam do mar.

Segundo a mesma Lei, a Área de Reserva Biológica destina-se à preservação integral e

permanente do ecossistema e de seus recursos tendo em vista, especialmente, a reserva

genética da flora e fauna para fins científicos, educacionais e/ou culturais.

Os usos e atividades permitidos na Área de Reserva Biológica são:

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I – Estudos científicos, mantendo-se intactos todos os elementos naturais;

II – Recomposição da flora e fauna nativas;

III – Delimitação física das áreas;

IV – Fiscalização e sinalização.

A Área de Paisagem Cultural destina-se ao desenvolvimento social da população residente,

à proteção da fauna, flora e seu substrato, ao lado da conservação da paisagem resultante

das atividades tradicionais na área.

Nesta área são permitidos somente os usos públicos de interesse social e as atividades

agrícolas, zootécnicas e de transformação artesanal tradicionais, compatíveis com a

preservação do ambiente natural.

Por fim, a Área de Lazer destina-se a resguardar os atributos excepcionais da natureza,

conciliando a preservação com a utilização para objetivos científicos, educacionais, de lazer

e recreação.

Nesta área é permitida apenas a construção dos equipamentos públicos necessários à

consecução dos objetos do Parque.

Os usos e atividades permitidos na Área de Lazer são:

I – Estudos científicos, mantendo-se intactos todos os elementos naturais;

II – Atividades de lazer e recreação, lanchonete ou restaurante de pequeno porte, sendo

vedada qualquer forma de hospedagem;

III – Pesca de subsistência para a população residente, e pesca de recreação de superfície,

respeitadas as normas e restrições especificas dos setores de fiscalização pesqueira e da

administração do Parque;

IV – Esporte aquático não motorizado;

V – Centro de Piscicultura;

VI – Administração do Parque (Figura 06).

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Figura 06. Administração do Parque Municipal da Lagoa do Peri. Vistas internas e externa.

3.2 Breve caracterização sócio-espacial do distrito do Pântano do Sul

Até o fim do século XIX, a Ilha de Santa Catarina e em particular a vila do Pântano do Sul,

mantinham sua economia voltada à produção agrícola e a pesca artesanal. Aos poucos a ilha foi

fortalecendo o seu status de centro administrativo e metrópole estadual que se concretizou

definitivamente em 1894, logo após a mudança do nome de Desterro para Florianópolis

(CEAG/SC, 1980; PELUSO, 1991).

Este período foi marcado pelo retorno à caça da baleia, uma atividade econômica que havia sido

quase extinta no início do século XIX, em função da concorrência com os pescadores

estrangeiros, mas que no Pântano do Sul perdurou até a década de 1950, ainda que acordos

internacionais houvessem proibido a caça, já na década de 1930 (PBF, 2004).

A década de 1950 foi marcada pela queda da produtividade pesqueira, a qual ocorreu

principalmente em função do processo de urbanização da ilha, o desenvolvimento industrial da

região e a valorização das paisagens marinhas devido ao turismo (LAGO, 2000). Apenas a pesca

artesanal sobreviveu, devido principalmente as condições naturais da costa, formada por

enseadas, costões e ilhas, que dificultavam o acesso das embarcações de maior porte (PEREIRA,

2003).

Os últimos 50 anos do século XX foram marcados pelo desenvolvimento de novas estruturas

econômicas e por uma nova forma de utilização do espaço litorâneo, no qual teve papel de

destaque a implantação do trecho catarinense da BR-101, concluído em 1971. (Ibid).

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Neste período o turismo começou a se desenvolver e a agricultura passou a dar lugar ao processo

de desenvolvimento urbano. A pesca comercial que estava em crise, passou a fornecer a sua

produção para os turistas, que passaram a gerar uma demanda crescente por frutos do mar. Mas,

ao mesmo tempo, o desenvolvimento desordenado da cidade e a falta de infra-estrutura do

município criaram diversos problemas de ordem ambiental e social, que gradativamente vão

promovendo a diminuição da qualidade da água, a degradação da cobertura vegetal do município,

a destruição de manguezais, os quais, em conjunto, promoverão a redução dos estoques marinhos

(LAGO, 2000).

Com o crescimento da atividade turística, principalmente a partir do último quarto do século XX,

viu-se crescer o número de estabelecimentos comerciais e de serviços voltados a atender a

demanda de turistas que se deslocam para Florianópolis. Ao mesmo tempo percebe-se um

processo contínuo de desenvolvimento urbano e um aumento considerável no número de casas

construídas para servirem como segunda-residência ou ainda para abrigarem os turistas que se

deslocam para o município.

No sul da Ilha, e em especial no Distrito do Pântano do Sul, a atividade turística só iniciou o seu

estabelecimento em escala comercial a partir de 1983, quando foi asfaltada a maior parte dos 27

quilômetros que separam o distrito da região central.

À distância do centro da cidade, o relevo da região, marcado pela presença de diversos morros,

pontais e dunas e o estabelecimento de dois (2) parques municipais – Parque Municipal da Lagoa

do Peri e Parque Municipal da Lagoinha do Leste e um (1) parque estadual – Parque Estadual da

Serra do Tabuleiro - entre a metade da década de 1970 e o início da década de 1990, contribuíram

para a manutenção das características naturais da região e para a contenção do crescimento

demográfico do distrito. Enquanto os distritos do Norte da ilha possuem uma população de 9 à 11

mil pessoas, segundo dados do Censo 2000/ IBGE, o Distrito do Pântano do Sul, registra apenas

5.294, dentre as quais 2.055 residem na Armação, 2.074 no Pântano do Sul e 504 no bairro dos

Açores. Os demais bairros do distrito possuem juntos 661 habitantes (PMF, 2004b).

A estrutura econômica do distrito continua baseada na produção pesqueira, organizada através de

cooperativas e associações de pescadores que, além de atuarem na pesca, estão inseridos também

na atividade turística, pois transportam os turistas para a Ilha do Campeche e fornecem os

pescados aos hotéis e restaurantes da região.

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Além da pesca verifica-se uma pequena produção rural e um comércio incipiente na região. As

atividades que mais têm se estruturado aos longos dos anos são o turismo, baseado

principalmente nas casas de veraneio e no turismo de natureza e nos últimos anos a construção

civil, em função dos novos loteamentos que estão sendo feitos na região.

O ambiente natural encontra-se em bom estado de conservação, sendo utilizado como recurso

turístico, principalmente para a prática de atividades desportivas, como a caminhada, o mountain-

bike, a prática de surfe e também para as atividades de contemplação da natureza, como a

observação de pássaros e a observação de baleias.

Apesar da crescente demanda turística na região, pouco tem sido feito para ampliar a infra-

estrutura local o que acaba favorecendo a degradação ambiental e queda na qualidade da

experiência que o turista pode ter.

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IV. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Método de pesquisa

O presente estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa aplicada (MARCONI e LAKATOS,

1999 p. 21)) que se utilizou da análise qualitativa para o tratamento das informações coletadas.

O método científico utilizado foi o indutivo, o qual segundo Marconi e Lakatos (2000 p. 53) “[...]

é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente

constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas”.

A forma de indução utilizada na pesquisa foi do tipo “incompleta” ou “científica” a qual permitiu

induzir apartir de uma só observação, aquilo que o autor desejava afirmar (MARCONI e

LAKATOS 2000 p. 56), ou seja, a pesquisa partiu de um estudo de caso realizado no Parque

Municipal da Lagoa do Peri - PMLP, Florianópolis – Santa Catarina e buscou identificar quais as

contribuições que a identificação das características dos visitantes das Áreas Protegidas promove

no processo de planejamento sustentável do uso público destas áreas.

Para tanto foram utilizadas como linhas gerais de pensamento: a abordagem sistêmica do

planejamento turístico (BENI, 2003; BOULLÓN, 1997; HALL, 2001; INSKEEP, 1991; OMT,

2003) a partir do modelo de sistema de Capra ( 2002); a abordagem da sustentabilidade do

turismo (LANE, 2001; OMT, 2003; PEARCE, BARBIER e MARKANDYA, 1998 apud HALL

2001) segundo o conceito de Sachs (1993) e por fim o enfoque da integração entre o

planejamento e a gestão do turismo (GOELDNER, RITCHIE, MCINTOSH, 2002; INSKEEP,

1991; NEWSOME, MOORE, DOWLING, 2002 e OMT, 2003).

O uso público e o processo de planejamento do uso público em AP´s foram discutidos a partir da

revisão dos textos de Cole e Stankey (1998); Dwyer e Edwards (2000); Eagles, McCool, Haynes

(2002); Hall (2000); Magro, Dale, Vasconcellos, (2003); McCool e Cole (1998); Newsome,

Moore e Dowling (2002); Niefer, Da Silva, Amend (2000); Niefer (2004); Nobre (1997); Pires

(2002); Priskin (2003); Ryan e Sterling (2003) e Takahashi (2004).

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4.2 Dimensionamento da coleta de dados e instrumentos de análise

O acesso a área onde foi realizada a pesquisa, foi permitido através de uma autorização oficial

emitida pela Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Autorização No 075/2004-

DO) no dia 03/12/2004 pelo então Diretor Superintendente e.e. e Diretor de Operações da

referida Fundação (Anexo 03). A autorização permitia ao pesquisador aplicar o QCat -

Instrumento de coleta de dados para pesquisa com visitantes de parques, no Parque Municipal da

Lagoa do Peri, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2005.

A pesquisa faz parte de um projeto de longo prazo cuja primeira fase representou a adaptação de

um Modelo Internacional de Coleta de Dados para Pesquisa com Visitantes de Parques para a

realidade brasileira. Esta etapa da pesquisa foi realizada através do Programa Integrado Pós-

Graduação e Graduação – PIPG Edital 05/2004 da Universidade do Vale do Itajaí – Campus

Balneário Camboriú, sob o título “Adaptação e teste do Q-Cat em Áreas Protegidas: uma

contribuição ao planejamento do turismo em parques”.

O instrumento utilizado nesta primeira fase da pesquisa (Q-Cat) foi composto por 9 capítulos,

quais sejam:

− CAPÍTULO I: CARACTERÍSTICA DOS VISITANTES. Identifica a característica do

visitante das AP, entre elas: idade, nível educacional, situação civil, profissão entre outros.

− CAPÍTULO II: CARACTERÍSTICAS DA VIAGEM. Identifica informações relacionadas a

viagem realizada pelo visitante da AP, tais como: tipo de acomodação utilizada, forma de

transporte utilizada para chegar até a AP, motivação da viagem, entre outras.

− CAPÍTULO III: CARACTERÍSTICA DA VISITA. Identifica as atividades realizadas dentro

da AP, a satisfação obtida em cada atividade, o horário em que o visitante desempenhou cada

atividade, entre outras.

− CAPÍTULO IV: AVALIAÇÕES. Realiza diversas avaliações sobre as atividades que o

visitante desejava realizar e não pôde em função de algum motivo. Identifica também a

freqüência com a qual o visitante percebeu alguma modificação causada pelo uso público nas

AP´s, entre outras.

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− CAPÍTULO V: ECONOMIA. Identifica os gastos dos visitantes dentro e fora da AP, o

montante que o visitante estaria disposto a pagar para que a AP fosse preservada, entre outros.

− CAPÍTULO VI: AGLOMERAÇÃO/ CONFLITO. Busca identificar como o visitante se sente

em relação a um maior ou menor número de pessoas dentro da AP e ainda identificar qual a

melhor forma de se controlar a visitação nestas áreas.

− CAPÍTULO VII: VALORES. Busca, de forma bastante subjetiva, identificar quais são os

valores pessoais de cada visitante.

− CAPÍTULO VIII: ESTÍLO DE VIDA RECREACIONAL – PESQUISA DE MERCADO.

Identifica qual o estilo do visitante em seus momentos de fruição do lazer, isto é, o tipo e

freqüência de atividade realizada nestes momentos, o quanto o visitante geralmente gasta com

refeições durante suas viagens, entre outros.

− CAPÍTULO IX: ATITUDES E PERCEPÇÕES AMBIENTAIS (Interferência na

comunidade). Por fim, este capítulo busca identificar a interferência que a visitação na AP

promove na comunidade local e ainda o sentimento da comunidade em relação a natureza.

A segunda parte da pesquisa foi estruturada em duas fases distintas: A primeira fase se

caracterizou em uma coleta de informações em fontes de papel, através da pesquisa documental e

da pesquisa bibliográfica (DENCKER, 1998) e a segunda fase da pesquisa foi realizada através

da coleta de dados em fonte primária, através da aplicação de entrevistas estruturadas com os

visitantes do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Santa Catarina – Brasil (Figura 07).

A aplicação do questionário previa, inicialmente, que, para cada respondente fossem aplicados os

capítulos I, III, IV e VI do Questionnaire Catalogue – Q-Cat, elaborado por Hornback e Key

(HORNBACK e EAGLES, 1999). Com esta configuração a entrevista totalizaria 212 itens, o que

corresponderia a aproximadamente 103 questões.

Já na aplicação do pré-teste da pesquisa foi percebido que isto não seria possível de se realizar,

uma vez que os respondentes apresentavam sinais de desinteresse quando a entrevista

ultrapassava cinco (5) ou, no máximo, dez (10) minutos de duração.

Por esta razão, e como havia também o interesse de que o instrumento de coleta de dados fosse

aplicado para uma amostra de 384 respondentes, visando fazer com que a pesquisa tivesse um

erro amostral de apenas 5% e um nível de significância de 90%, adotou-se como modelo padrão

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para a aplicação da entrevista o instrumento de coleta de dados formado pelos Capítulos I e II ou

I e III. Isto se deu devido ao fato do Capítulo I identificar as informações sobre o respondente,

o Capítulo II identificar as características da viagem do turista/visitante e o Capítulo III

identificar a característica da visita do respondente na área objeto de estudo. Além disso, levou-

se em consideração o fato destes três capítulos identificarem informações relevantes para

caracterização do visitante e ainda, o fato de serem formados por um número reduzido de

questões.

Figura 07. Fluxograma da aplicação do instrumento de coleta de dados.

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Desta forma, foi estabelecido como questionário base para a pesquisa as duas combinações

apresentadas acima (Capítulo I e II ou Capítulo I e III), sendo que diariamente e de modo

aleatório tentou-se aplicar entrevistas com formatos diferentes dos modelos-base. Estes outros

formatos de entrevistas foram compostos pela seguinte combinação de capítulos: (Quadro 02)

1. Capítulo I e IV;2. Capítulo I e V;3. Capítulo I e VI;4. Capítulo I e VII;5. Capítulo I e VIII; 6. Capítulo I e IX.

Quadro 02. Relação dos formatos de entrevistas aplicados no PMLP, além dos modelos-base.

A aplicação destes outros formatos de entrevista visaram testar de forma complementar cada um

dos capítulos do QCat, de forma a propor a sua utilização completa em outra oportunidade e em

outra Unidade de Conservação brasileira.

Ao final da pesquisa foram aplicados 292 entrevistas, ao invés de 384 que era a meta pré-

estabelecida, o que elevou o erro amostral para 5,7%, apesar de manter o nível de significância

em 90%. Estas entrevistas foram distribuídas da seguinte maneira (Quadro 03):

Formato 1. Capítulo I e II – 107 entrevistas;Formato 2. Capítulo I e III – 129 entrevistas;

Formato 3. Capítulo I e IV – 10 entrevistas; Formato 4. Capítulo I e V – 9 entrevistas; Formato 5. Capítulo I e VI – 10 entrevistas; Formato 6. Capítulo I e VII – 10 entrevistas; Formato 7. Capítulo I e VIII – 8 entrevistas; Formato 8. Capítulo I e IX - 9 entrevistas.

Quadro 03. Relação do número de questionários aplicados no PMLP, por formato.

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Desta maneira é possível perceber que o Capítulo I foi aplicado para todos os respondentes (292

indivíduos) enquanto os demais capítulos foram aplicados entre 9 (nove) e 129 (cento e vinte e

nove) vezes.

Tal resultado fez com que fosse decidido utilizar na pesquisa apenas os resultados colhidos com o

Capítulo I do instrumento de coleta de dados enquanto que a aplicação dos demais capítulos

permitiu ao pesquisador avaliar a aplicabilidade do instrumento de coleta dados.

Os demais dados coletados foram tabulados e podem ser solicitados18 por pesquisadores

interessados em dar continuidade ao trabalho iniciado pela presente pesquisa.

A amostra da pesquisa pode ser classificada como uma amostra não-probabilística ou também

uma amostra simples casual, a qual “[...] implies that everyone in the sampling frame has a

known and equal opportunity to be selected (SMITH, 1995 p. 46)19”.

De acordo com Hornback & Eagles (1999), este tipo de amostra é a mais indicada para as

pesquisas realizadas em Áreas Protegidas, devido a diversos tipos de limitações que sofrem os

gerentes destas áreas, entre elas: disponibilidade de tempo da equipe, número de colaboradores

do parque e o clima em determinadas épocas do ano.

A partir do acima exposto, a seleção da amostra se deu através da utilização de uma lista

telefônica, a qual determinou, na verdade, o calendário de aplicação da pesquisa, isto é, os dias e

períodos nos quais a aplicação do instrumento de coleta de dados deveria ser realizada (Quadro

02). Desta forma, a amostra da pesquisa consistiu em todos os respondentes que foram

abordados, durante o período correspondente, em cada um dos dias selecionados. A abordagem

dos respondentes ocorreu de modo aleatório, sendo selecionada uma pessoa de cada um dos

grupos de visitantes presentes no parque. O procedimento utilizado para a elaboração do

calendário da pesquisa seguiu os seguintes passos:

a. Inicialmente foram selecionadas quatro semanas do mês de janeiro de 2005, nas quais deveria

ser realizada a aplicação do instrumento de coleta de dados.

18 Interessados em ter acesso aos dados devem solicitar o material através do endereço de e-mail: [email protected]. 19 [...] implica que todos os indivíduos do universo da pesquisa têm uma conhecida e igual oportunidade de ser selecionado (tradução do autor)”.

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b. O passo seguinte foi dividir cada um dos dias, dessas quatro semanas, em três períodos de

tempo, cada qual com a mesma duração. No caso da pesquisa em questão, os horários estipulados

foram: das 8h às 11h20, das 11h20 às 14h40 e das 14h40 às 18h.

c. Com o auxílio de uma lista telefônica foram, então, selecionados, os dias e períodos nos quais

o instrumento de coleta de dados seria aplicado. Para tanto a lista telefônica foi aberta em uma

página qualquer e foi selecionado um número telefônico qualquer na primeira coluna da página.

A seleção dos dias seguiu o seguinte princípio:

Se o último algarismo do número telefônico selecionado fosse igual a qualquer último dígito da

data de um dos domingos do calendário de aplicação do instrumento de coleta de dados, este seria

um dia de aplicação do questionário e o período de aplicação seria o primeiro do dia (8h às

11h20).

O exercício continuou nas colunas seguintes até terem sido determinados os três domingos e os

três períodos nos quais o instrumento de coleta de dados seria aplicado. No segundo domingo

selecionado, a aplicação do instrumento de coleta de dados foi realizada no segundo período do

dia (11h20 às 14h40) e assim sucessivamente. O mesmo exercício foi feito então para selecionar

os horários de aplicação do instrumento de coleta de dados nos demais dias da semana.

Ao final da seleção foi dimensionada uma amostra aleatória correspondente à quantidade de

visitantes entrevistados no período total de 63 horas que representam todos os visitantes daquele

mês ou daquela temporada (HORNBACK & EAGLES, 1999).

A amostra é representada, desta maneira, pelos visitantes que são entrevistados durante as três

horas diárias de aplicação do instrumento de coleta de dados, de cada um dos vinte e um dias do

calendário elaborado.

Para ser aplicado no PMLP o Questionnaire Catalogue - QCAT foi adaptado, visando respeitar as

características sócio-econômicas da população local e dos visitantes.

A aplicação do instrumento de coleta de dados foi realizada por dois pesquisadores que

estabeleceram diariamente o setor de atuação de cada um deles, na área próxima a sede do

parque. Os pesquisadores, durante este período, abordaram uma pessoa de cada grupo que

encontraram na área determinada e aplicaram um dos formatos da entrevista, juntamente com o

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1) que foi assinado por cada um dos

respondentes.

Com o intuito de tornar a seleção da amostra a mais aleatória possível, ao abordar os grupos de

visitantes os pesquisadores solicitaram que dentre os membros do grupo respondesse aquele cujo

aniversário fosse o mais próximo da data em que o instrumento de coleta de dados estava sendo

aplicado. Desta forma, como observa Smith (1995), foi possível selecionar uma amostra

representativa de homens e mulheres, ao mesmo tempo em que permitiu selecionar de modo

objetivo e aleatório o membro do grupo a ser entrevistado.

Dom Seg Ter Qua Qui Sex SabDias 2 3 4 5 6 7 8 Horário de aplicação

08h00 as 11h2011h20 as 14h4014h40 as 18h00

Dias 9 10 11 12 13 14 15 Horário de aplicação08h00 as 11h2011h20 as 14h4014h40 as 18h00

Dias 16 17 18 19 20 21 22 Horário de aplicação08h00 as 11h2011h20 as 14h4014h40 as 18h00

Dias 23 24 25 26 27 28 29 Horário de aplicação08h00 as 11h2011h20 as 14h4014h40 as 18h00

Dias 30 31 1 2 3 4 5 Horário de aplicação08h00 as 11h2011h20 as 14h4014h40 as 18h00

JANEIRO FEVEREIRO

JANEIRO

Quadro 04. Cronograma de aplicação do instrumento de pesquisa no PMLP

Os dados coletados através da aplicação do instrumento de pesquisa foram tabulados com o

auxílio da Planilha Eletrônica EXCEL e processados estatisticamente através da técnica de

Análise Fatorial de Correspondência Múltipla - ACM, com o auxílio do programa SPAD.

Segundo Cunha Jr. (1997 p.21)

Page 60: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

“[...] a A(F)CM, possui a propriedade de representar graficamente não apenas categorias de variáveis, mas, também, os indivíduos que compõem a amostra, pois a aplicação da ACM permite que sejam criadas medidas de similaridade (proximidades a partir da distância euclidiana20 entre os indivíduos).

Trata-se de um tipo de análise multivariada que pode ser definida como “[...] qualquer abordagem

analítica que considere o comportamento de muitas variáveis simultaneamente (PEREIRA, 2001

p. 102)”, como justamente ocorre com a análise em questão, onde 292 indivíduos formam a

amostra que é submetida a uma entrevista composta por 19 variáveis (questões).

Com o intuito de facilitar o processo de identificação e análise das informações geradas pela

técnica de ACM, foi utilizada também a Análise de Cluster. Conforme Da Cunha Jr. (1997, p. 29):

“[...] o processo de Análise de Agrupamento (Cluster) [...] agrupa indivíduos com pequena variância intragrupo, maximizando a variância intergrupos, a partir de dados provenientes de proximidades (similaridades) mensuráveis entre os indivíduos. Pereira (2001 p. 110) observa que “Neste tipo de análise, as distâncias entre os objetos estudados dentro do espaço multiplano constituído por eixos de todas as medidas realizadas (variáveis) são calculadas e, a seguir, os objetos são agrupados conforme a proximidade entre eles”.

4.3 O pré-teste do instrumento de coleta de dados

A coleta de dados da segunda fase da pesquisa teve início com a aplicação do pré-teste do

instrumento de coleta de dados, visando identificar possíveis falhas desse instrumento. Esse pré-

teste permitiu que fossem feitas alterações e correções em diversas questões de cada um dos

capítulos do questionário.

No capítulo 1 do questionário foi identificada a necessidade de inserção de uma nova alternativa

de resposta para a questão Q10., qual seja: 6) Não falo outras línguas.

No capítulo 2 foram alteradas as respostas da questão Q10, quais sejam: A resposta da alternativa

1) passou a ser: “1” e a resposta da alternativa 2) passou a ser “2”.

20 “A distância euclidiana é a distância existente entre dois pontos, medida pelo Teorema de Pitágoras. Dist.=sqr[(X0-X1)^2-(Y0-Y1)^2] (DA CUNHA Jr., 1997 p. 21).”

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No capítulo 3 foi adicionada mais uma alternativa de resposta para as questões Q25 e Q26. A

nova alternativa de resposta é: item 6) “Nenhuma”.

Outra alteração feita nas respostas dessas duas questões foi realizada no item 4) o qual passou a

ser redigido da seguinte maneira: 4) de 6 a 10 pessoas.

O Capítulo 4 não sofreu alteração.

No Capítulo 5 foi inserido um novo texto na alternativa de resposta “2” da questão Q13, pois esta

está ligada a questão Q17. O novo texto passou a ser redigido da seguinte maneira: (2) Sim. Se

sim, não responder Q17.

No Capítulo 6 foi percebido que o texto de apresentação das questões Q34 à Q40 estava

incorreto. Este texto fazia referência a alternativa “3” da questão anterior, ao invés da alternativa

“4” que seria a correta. Por esta razão foi feita uma alteração no texto, através da qual trocou-se o

número “3” pelo número “4”. O novo texto foi redigido da seguinte maneira:

Se você selecionou (4) ou mais na última questão, o que na presença das outras pessoas, fez você

sentir a aglomeração?

O Capítulo 7 não sofreu alteração. Apenas foi percebido que a questão Q45 possui duas formas

de preenchimento. Na área chamada Itens agrupados o respondente deve selecionar apenas um

item de cada grupo de sentenças (2 itens). Já na área chamada Itens não-agrupados, o

respondente deve classificar as respostas de acordo com o código utilizado nas questões Q21 à

Q44.

O Capítulo 8 e 9 não sofreram alteração.

4.4 Avaliação sobre a aplicação dos capítulos

• Capítulo I

A aplicação do Capítulo I do Q-Cat no Parque Municipal da Lagoa do Peri ocorreu de forma

adequada e permitiu verificar que este modelo de questionário elaborado para identificar as

características dos visitantes de Áreas Protegidas - AP de todo o mundo está adequado para ser

utilizado no PMLP e possivelmente em qualquer outra AP do país.

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As observações que podem ser feitas, em relação a este capítulo do Q-Cat, referem-se à uma

alteração da Q10 e a possibilidade de inclusão de mais duas perguntas, às vintes questões

existentes, visando permitir um maior detalhamento do visitante.

Na Q10 deveria ser criada uma nova possibilidade de resposta, no caso específico do PMLP, mas

que também poderia ser agregada aos questionários aplicados em outras AP. Esta resposta seria:

(5) Alemão e (6) Outro. Qual?

Com relação às novas perguntas, a primeira questão seria: Q21. Qual a cidade aonde você possui

residência permanente? A segunda pergunta seria uma continuidade da pergunta anterior: Q22.

Qual o Estado?

Ainda que a pergunta Q22 possa parecer óbvia, em muitos casos os visitantes destas áreas são de

pequenas cidades localizadas em diversos estados do país, as quais, muitas vezes, são

desconhecidas pelos pesquisadores.

Finalmente sugere-se a exclusão da pergunta Q4 que identifica a ascendência étnica do

entrevistado, haja vista que no Brasil ocorre uma grande miscigenação de raças e portanto acaba

sendo inócuo o resultado das informações coletadas com esta questão.

• Capítulo II

Da mesma forma como ocorreu com o Capítulo I, a aplicação deste Capítulo também ocorreu de

forma adequada, porém, devido a este ser um capítulo voltado a identificar as características da

viagem dos visitantes/ turistas, o resultado colhido ficou um pouco prejudicado. Isto ocorreu

devido às características do visitante do PMLP.

Como pôde ser observado durante a aplicação do questionário, a grande maioria dos visitantes do

PMLP residem na Grande Florianópolis e desta forma, utilizam o parque como um espaço de

lazer e não como um atrativo turístico. Assim, a Q5 - Que outras áreas (naturais) você está

planejando visitar nesta viagem? – ficou prejudicada, pois foi elaborada, inicialmente, para ser

aplicada a pessoas que se deslocam de regiões distantes em atividade de turismo.

O mesmo ocorreu com as questões Q6, Q7 e Q12, ambas voltadas para a aplicação com turistas.

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Além do acima exposto, percebeu-se a necessidade de inclusão de mais uma alternativa de

resposta na Q14. Quando você planejou esta visita? – a qual seria: (1) No dia anterior a visita.

Apesar do inconveniente destacado em função das características dos visitantes, o questionário

foi aplicado na íntegra e as questões Q5, Q6, Q7 e Q12 foram respondidas por todos os

respondentes, inclusive os visitantes residentes da região, aos quais adaptou-se as questões, de

modo que eles pudessem responder sem causar um problema para a avaliação dos resultados.

• Capítulo III

O resultado da aplicação do Capítulo 3: Característica da Visita ficou limitado em função das

características dos visitantes do PMLP. A grande maioria dos entrevistados utiliza a área apenas

para tomar banho de sol ou banho na lagoa e também para o descanso. Poucas são as pessoas que

desenvolvem outro tipo de atividade no PMLP e menos ainda são aqueles que visitam outras

áreas do parque, além da área em frente a lagoa, próximo a sede do parque.

Por esta razão, diversos itens que identificavam a atividade, o horário em que os visitantes

praticavam determinada atividade e a satisfação dos visitantes em relação à atividade, deixaram

de ser respondidos.

Além disso, como o parque não cobra entrada dos visitantes, parte das perguntas não se aplicava

ao PMLP. Por fim, em função do parque não dar ênfase para o serviço de visita as trilhas, com o

acompanhamento dos guias (estagiários) do parque, outras três questões deixaram de ser

respondidas, pois diziam respeito à trilha guiada, feita pelos visitantes.

Com relação a estruturação do questionário, foi percebido que algumas questões exigem

pequenas alterações para melhorar a dinâmica do questionário, e a ordem das questões devem ser

modificadas, visando dar uma maior fluência ao desenvolvimento da entrevista.

Por fim, foi percebido que a questão Q27. Você dormiu no parque ou em uma área próxima ao

parque durante esta visita? – é muito similar à Q2. do Capítulo II, podendo assim ser eliminada

do questionário.

A análise da aplicação deste capítulo nos leva a propor as seguintes modificações:

Page 64: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

− A Q21. O que você fez enquanto esperou pela visita guiada? – deveria ser modificada, de

modo a identificar, inicialmente, quais as pessoas que fizeram a trilha guiada. Posteriormente

seria feita outra pergunta, questionando sobre o que o respondente fez, enquanto aguardou a

visita guiada. A nova formatação seria a seguite: Q21. Vc participou da trilha guiada? (1) Sim (2)

Não (Passe para Q25).

− Q22. O que você fez enquanto esperou pela visita guiada?

− Com a alteração acima, a Q30 passa a ser Q23. Quanto tempo você gastou para conseguir o

ticket da trilha guiada? e a Q31 passa a ser Q24. Quanto tempo levou desde a sua chegada até o

início de sua trilha guiada?

− Devido as alterações acima, as demais questões devem ser re-enumeradas.

Apesar da aplicação deste capítulo do questionário ter sido prejudicada, devido as característica

dos visitantes do PMLP, percebe-se que com as alterações propostas o capítulo encontra-se

completamente adequado para ser aplicado em AP´s de todo o país, independentemente das

características dos visitantes, já que da mesma forma como ocorreu no PMLP algumas perguntas

podem ser excluídas ou então não respondidas pelos usuários do parque.

• Capítulo IV

A aplicação do Capítulo IV: Avaliações, ocorreu de forma razoável sendo que, novamente, a

característica do visitante do PMLP concorreu para impedir a utilização de todo o potencial desta

parte do Q-Cat.

Como a grande maioria dos visitantes não desenvolve outras atividades, fora as já citadas

anteriormente, poucos acabaram demonstrando alguma insatisfação pela falta de diversidade de

atividades e serviços oferecidos no parque.

Apesar disso, de modo geral a aplicação do questionário ocorreu de modo satisfatório e desta

maneira percebe-se que o modelo poderia ser adotado em outras AP´s do país.

Com relação à estruturação do Capítulo, verifica-se a necessidade de alterar a ordem de algumas

questões, de modo a dar uma maior dinâmica à aplicação do questionário.

Page 65: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Neste sentido, é importante alterar a posição da Q95, a qual deve passar a ser a Q66. Ao mesmo

tempo, a Q96. deve ser re-posicionada, passando a ser a Q67.

Em função destas alterações, as demais questões, posteriores a Q67 devem ser re-enumeradas.

• Capítulo V

A aplicação do Capítulo V: Economia, do Q-Cat, ocorreu de modo satisfatório. Através da

aplicação deste capítulo pode-se perceber que a estruturação do questionário foi realizada de

modo correto e assim foi possível conduzir a pesquisa sem qualquer tipo de contratempo. Mas,

visando analisar os dados coletados através do método de Análise Fatorial de Correspondência

Múltipla, a estruturação do questionário deveria ser modificada em relação a algumas questões,

conforme descrito a seguir:

− As questões Q2 e Q3 devem ser desmembradas em quatro questões cada uma, as quais

seriam na verdade quatro itens relacionados a mesma questão;

− A questão Q4 deve ser desmembrada em vinte e seis questões/ itens;

− A questão Q5 deve ser transformada em Q36 e deve ter uma de suas respostas alteradas para

a seguinte redação: (1) Eu paguei meus gastos e de (X) outras pessoas;

− As demais questões devem ser re-enumeradas;

− A questão Q13 (antiga) deve ter a sua redação alterada para: Você estaria disposto a pagar

alguma quantia para comprar um PASSE ANUAL para visitar o parque?; e

− A redação da Q15 (antiga) deve ter sua redação alterada para: Qual é o máximo montante de

dinheiro, de sua renda familiar, que você estaria disposto a pagar para garantir a preservação

deste parque? O montante pode ser referente a um Passe Anual ou uma doação particular.

O maior problema relacionado a este capítulo foi devido, mais uma vez, a característica do

visitante do PMLP. Por serem provenientes principalmente da região da Grande Florianópolis

não se pode utilizar todo o potencial do instrumento de pesquisa. Caso o questionário tivesse sido

aplicado a um maior número de turistas (pessoas de outras cidades e estados do país, que

estivessem visitando Florianópolis), os dados coletados com esta parte da entrevista teriam sido

mais consistentes.

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• Capítulo VI

O Capítulo VI: Aglomeração/ Conflito é um capítulo indicado para parques e demais AP nas

quais exista um movimento considerável de pessoas que desenvolvem atividades ligadas à

natureza, tais como trilhas, descida de rios em barcos, prática de caiaque, canyoning, entre outras.

No caso do PMLP isto não ocorre e, por esta razão, não foi possível extrair todo o potencial do

capítulo, pois grande parte dos visitantes não conhece as outras áreas mais preservadas do parque.

De qualquer modo, foi possível avaliar a aplicabilidade deste capítulo específico do Q-Cat, o qual

se mostrou adequado em relação a sua estruturação, além de completo em relação às avaliações

que objetiva fazer.

A alteração que pode ser feita, em relação ao conteúdo do questionário é acrescentar a Q1. uma

conceituação do que se entende por ‘Zona Primitiva’, o qual é um termo utilizado pelo autor para

traduzir a palavra backcountry. Neste caso, a nova redação da questão deveria ser: Você acampou

na zona primitiva do parque*? * “Área primitiva ou selvagem que é acessível principalmente

através de trilhas, barcos, ou a cavalo (NPS, 2003)”.

• Capítulo VII

O Capítulo VII: Valores é um capítulo extremamente complexo e extenso. Devido a sua

complexidade e a dificuldade de compreensão das subjetividades intrínsecas em certos

questionamentos, foram feitas algumas adaptações em relação à versão original, com o aval de

um dos diretores da Força Tarefa de Turismo da Comissão Mundial de Áreas Protegidas, o Prof.

Dr. Paul F. Eagles, visando permitir que este capítulo pudesse ser aplicado a qualquer tipo de

visitante, independentemente de seu nível educacional.

Em razão das adaptações feitas, o questionário foi reduzido sobremaneira, apresentando-se

mesmo após as adaptações, com um total de 75 itens a serem respondidos.

O tempo médio para a aplicação deste questionário ultrapassou os 30 minutos, chegando a mais

de 40 minutos, dependendo do respondente, o que fez com que muitos deles apresentassem sinais

claros de desinteresse e inclusive impaciência, durante a aplicação do questionário.

Apesar dos problemas citados, a aplicação se deu de maneira satisfatória e o resultado da coleta

dos dados mostra a profundidade e amplitude das informações coletadas com este capítulo.

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Com relação a estruturação do questionário, percebe-se que algumas alterações podem ser feitas

visando permitir a sua análise através do método de Análise Fatorial de Correspondência

Múltipla, conforme descrito a seguir:

− A questão Q19 deve ser desmembrada em treze itens de dupla possibilidade de resposta:

(1) Sim e (2) Não;

− A Q45. deve ser dividida em duas partes. A primeira delas seria desmembrada em 5

questões com dupla possibilidade de escolha. A segunda parte seria desmembrada em 11

itens, cada qual com dupla possibilidade de resposta: (1) Sim e (2) Não;

• Capítulo VIII

A aplicação do Capítulo VIII do Q-Cat – Estilo de Vida Recreacional: Pesquisa de Mercado

demonstrou que algumas alterações são necessárias na estruturação do questionário, caso seja

utilizada a metodologia de Análise Fatorial de Correspondência Múltipla para se analisar os

dados coletados. A maneira como foram elaborados os itens Q11 à Q23 dificultam esse tipo de

análise, mas demonstram-se adequadas para análises uni-variadas.

Para a Análise Fatorial de Correspondência Múltipla, observa-se que as referidas questões

deveriam ser desmembradas em 3 questões diferentes conforme modelo apresentado abaixo:

Q11. Por favor indique o seu nível de envolvimento com cada uma das seguintes atividades

(listar atividades) em seu local favorito, durante o último ano. (Freqüência)

(1) Freqüentemente

(2) Algumas vezes

(3) Nunca

(4) Não disponível

Q12. Quão importantes seriam as seguintes atividades (listar atividades), para a sua decisão de

visitar o parque? (Importância)

(1) Extremamente importante

(2) Importante

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(3) Neutro

(4) Pouco importante

(5) Sem importância alguma

(6) Não sei

Q13. Nós gostaríamos de saber sobre sua participação em atividades recreativas durante os

últimos 12 meses. Por favor veja a lista (listar atividades) e diga em quais atividades você

participou durante os últimos 12 meses, incluindo esta viagem. (Tão rápido quanto a atividade é

mencionada, pergunte:) Quantos dias diferentes você participou desta atividade nos últimos 12

meses? (Número de dias)

De maneira geral, a coleta de dados através deste capítulo do questionário é feita de modo

adequado e permite identificar informações importantes sobre os respondentes.

• Capítulo IX

O Capítulo IX: Atitudes e Percepções Ambientais possui a primeira parte do documento

estruturada para a aplicação com visitantes que sejam membros da comunidade. Como o

questionário foi aplicado de modo aleatório a qualquer visitante, em muitos casos a aplicação de

tal capítulo foi feita para visitantes que não se enquadravam na condição acima, o que acabou

impedindo a aplicação desta parte do documento.

Apesar do acima exposto, a aplicação do Capítulo IX ocorreu de forma a permitir a identificação

de dados à respeito das percepções e atitudes dos respondentes.

Com relação a estruturação da entrevista, foi percebido que existem duas questões similares na

primeira parte da entrevista. São elas as questões: Q4. Custo para a compra de imóveis e Q27.

Valores dos imóveis. Por esta razão acredita-se ser correto eliminar o item Q27.

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4.5 Tabulação e adequação final do Instrumento de Coleta de Dados

A organização dos dados na Panilha Eletrônica Excel foi realizada através de uma matriz simples,

onde as linhas representam os indivíduos entrevistados e cada uma das colunas refere-se a uma

variável/questão do questionário (Tabela 04). Esta forma de tabulação permite que os dados dos

indivíduos não sejam perdidos, isto é, que seja possível a qualquer momento identificar qual a

resposta de um determinado indivíduo, para uma determinada questão.

Como o objetivo da pesquisa foi analisar os dados através da Análise Fatorial de

Correspondência Múltipla, foi necessária a realização de alguns ajustes nos dados coletados.

Inicialmente todas as perguntas que não obtiveram respostas receberam um código numérico que

representa a ‘não resposta’. Este código foi estabelecido de modo a representar o último valor

numérico (maior valor), para cada um das categorias de respostas de cada questão. Assim, nas

questões que possuem 5 possibilidades de resposta, a ‘não resposta’ foi representada pelo valor

“6” e assim por diante. As categorias de respostas também sofreram algumas alterações.

Apesar da entrevista já trazer uma categorização para as respostas das perguntas fechadas,

representadas por valores numéricos (1-9) agregados a cada uma das possibilidades de respostas,

após o lançamento desses dados na Planilha Eletrônica os mesmos foram re-definidos de modo a

fazer com que a resposta mais importante com relação ao enfoque da pesquisa, ou seja, a que foi

identificada como ‘mais importante’ para cada pergunta, recebesse o número 1 e a menos

importante recebesse o maior número da categorização, podendo ser até o número 9.

Neste momento foi necessária mais uma alteração na categorização das respostas de cada

pergunta, visando criar categorias que representassem pelos menos 5% do total de respostas.

Assim, por exemplo, no caso de perguntas com 7 (sete) categorias, das quais 2 ou 3 destas

categorias não atingiram um total de 5% de respondentes, as mesmas foram agrupadas e em

função deste agrupamento foi necessário re-definir novamente as categorias de respostas.

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Tabela 02. Matriz simples utilizada para a tabulação dos dados coletados na pesquisa

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão (n)Indivíduo 1Indivíduo 2Indivíduo 3Indivíduo 4Indivíduo 5Indivíduo 6Indivíduo 7Indivíduo 8Indivíduo 9Indivíduo 10Indivíduo 11Indivíduo 12Indivíduo 13Indivíduo 14Indivíduo (n)

Finalmente, devido a pouca representatividade dos dados coletados com as questões Q15 à Q18

os resultados destas questões foram agrupados em uma única questão que passou a ser a nova

Q15.

Ao final das adequações e correções feitas no instrumento de coleta de dados, o mesmo passou a

apresentar-se conforme demonstra o Apêndice 2. Esta nova apresentação do instrumento foi

utilizada apenas para permitir uma maior facilidade no processo de análise dos dados coletados,

não representando de maneira alguma uma proposta de modificação do instrumento.

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V. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

5.1 Caracterização do perfil dos usuários do Parque Municipal da Lagoa do Peri através da

análise multivariada

Após proceder a tabulação e adequação dos dados coletados com a entrevista, estes foram

exportados para o programa SPAD, aonde se deu início à Análise Fatorial de Correspondência

Múltipla – AFCM dos dados.

O processo de análise dos dados teve início com a identificação das variáveis ativas21 e

ilustrativas22, as quais foram classificadas da seguinte maneira:

Variáveis ativas: Q1, Q2, Q3. Q4, Q5, Q9, Q10, Q11, Q12, Q13, Q14, Q15, Q16, Q18 e Q19.

Variáveis ilustrativas: Q6, Q7, Q8 e Q17.

A determinação das variáveis entre ativas e ilustrativas se deu em função da análise da

contribuição de cada uma destas variáveis para a diferenciação dos indivíduos no plano fatorial23

(Figura 08). No caso das variáveis ilustrativas percebeu-se que estas não seriam capazes de

diferenciar os indivíduos, haja vista que mais de 93% das respostas dadas em cada uma das

questões foram iguais para todos os indivíduos (Ex.: 97,5% dos indivíduos eram brasileiros).

Após este processo de identificação das variáveis, foi gerada uma ilustração que representa cada

uma das variáveis e também os indivíduos utilizados na pesquisa (Figura 09).

Analisando-se preliminarmente este plano fatorial, foi possível perceber a formação de quatro

grupos. O primeiro grupo está bastante nítido e encontra-se distribuído entre o quadrante superior

direito e o quadrante inferior direito. O segundo grupo é formado pelos indivíduos localizados no

quadrante superior esquerdo e parte do quadrante inferior esquerdo, o terceiro grupo localiza-se

no quadrante inferior esquerdo e o quarto grupo localiza-se quase totalmente no quadrante

inferior esquerdo.

21 Variáveis ativas são aquelas que de alguma forma corroboram para a diferenciação dos indivíduos. 22 Variáveis ilustrativas não exercem influência para diferenciar os indivíduos. 23 Plano Fatorial é a representação ilustrativa dos dados (variáveis e indivíduos) em um plano bidimensional (dois eixos), a partir da análise destes dados em um plano multidimensional (‘n’ eixos).

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Figura 08. Representação de um Plano Fatorial Multidimensional

Com o intuito de se confirmar a ocorrência desses quatro grupos foi elaborado com o auxílio do

programa SPAD, a Análise de Cluster. A partir desta análise foram identificados seis grupos de

indivíduos (Figura 10) que se mostraram muito semelhantes aos quatro grupos que haviam sido

identificados inicialmente através da Análise Fatorial de Correspondência Múltipla.

Figura 09. Plano Fatorial

Page 73: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Apesar disso, estes seis grupos não foram aceitos definitivamente em função da pouca

representatividade dos grupos G1, G2, G3 e G5 que possuíam apenas 18, 22, 17 e 21 indivíduos

respectivamente e também pelo fato de, em alguns casos, os grupos identificados através da

Análise de Cluster estarem situados dentro de outros grupos.

Figura 10. Dendograma : Distribuição condensada da amostra (número de indivíduos) entre os grupos

formados através da Análise de Clusters

Em função do acima exposto, estes seis grupos foram reagrupados de modo a criar três grandes

grupos representativos e que possuíssem características bastante evidentes (Figura 11).

Figura 11. Definição final dos grupos de indivíduos

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A partir da identificação destes três grupos, passou-se então a exploração do conteúdo dos dados

de cada um deles, de modo a se identificar a característica dos mesmos.

Foram então examinadas as contribuições de cada uma das variáveis24 em cada um dos cinco

principais eixos25 que permitiram a representação dos dados no plano fatorial.

Através desta análise pode-se identificar quais são as variáveis que exerceram maior contribuição

para a criação dos três grupos identificados pelo autor. Desta forma deu-se continuidade ao

processo de análise de modo a caracterizar cada um dos grupos.

Inicialmente verificou-se que as variáveis ilustrativas – Q6, Q7, Q8 e Q17 - não contribuíram

para diversificação dos grupos de indivíduos, uma vez que a grande maioria dos respondentes

selecionou o mesmo tipo de resposta para estas variáveis. Isto pode ser confirmado através da

análise da localização das variáveis no plano fatorial, onde se percebe que estas variáveis

encontram-se muito próximas a intersecção entre os eixos X e Y do gráfico (Figura 12). Tal fato

demonstra a falta de contribuição das referidas variáveis, haja vista que quanto mais a variável

contribui para a diferenciação de um grupo ou indivíduo, mais ela se distancia da área de

intersecção dos eixos.

Desta forma pode-se concluir que, de modo geral, os indivíduos entrevistados não possuem

necessidades especiais (representada pela variável Q6), sendo que apenas um pequeno número de

indivíduos do Grupo 1, apresentou algum tipo de necessidade (auditiva, visual, aprendizado,

mobilidade e mental – representadas pela variável Q7) e apontou a sede do parque, a área das

churrasqueiras e os banheiros, como os locais onde tiveram a maior dificuldade de acesso

(representada pela variável Q8). É importante notar que a não identificação de portadores de

necessidades especiais no PMLP pode demonstrar justamente a falta de estrutura adaptada para

este público, o que poderia estar resultando na escolha deliberada de não freqüentar o parque.

Ainda segundo a análise das variáveis ilustrativas, percebeu-se que quase a totalidade dos

respondentes é de nacionalidade brasileira (representada pela variável Q17), com uma

insignificante parcela dos visitantes do parque sendo turistas estrangeiros.

24 Variáveis são cada uma das questões que compuseram o instrumento de coleta de dados. 25 Para cada uma das variáveis de uma entrevista existe um eixo ou plano correspondente que é utilizado para fazer a representação daquela variável dentro do processo de Análise Fatorial de Correspondência Múltipla. Na ilustração elaborada pelo programa SPAD é possível identificar visualmente apenas 2 eixos (x,y) os quais são identificados pelo programa como sendo, dentre todos os eixos, aqueles que apresentam uma maior contribuição de informações de todas as variáveis da pesquisa.

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Figura 12. Plotagem das variáveis ilustrativas Q6 (identificação da existência de alguma necessidade especial), Q7 (tipo de necessidade), Q8 (local onde teve o acesso restrito) e Q17 (nacionalidade)

Através da análise realizada a partir dos parâmetros descritos anteriormente, foi possível então

caracterizar o perfil de três grupos de indivíduos que visitam o PMLP.

5.1.1 O perfil dos usuários do grupo 1

O Grupo 1 é o grupo mais representativo entre os três grupos identificados na pesquisa. Este

grupo é formado por indivíduos com idade que varia entre 31 à 40 anos, com equilíbrio entre

aqueles do sexo feminino e os do sexo masculino (Figura 13).

A análise das características de cada um dos grupos é uma tarefa extremamente complexa, não se

restringindo de forma alguma a leitura direta da ilustração apresentada nas figuras que se seguem.

Para poder chegar à conclusão, por exemplo, de qual o perfil etário dos componentes do Grupo

01, foi necessário analisar a contribuição de cada uma das alternativas de resposta (Ex.: até 20

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anos; 21 a 30 anos; 31 a 40 anos; 41 a 50 anos; ou mais de 50 anos) em relação aos cinco

principais eixos utilizados para representar o Plano Fatorial e em especial os eixos X e Y (Tabela

03).

Figura 13.

Plotagem das variáveis Q1 (Idade) e Q16 (Sexo)

Ao observarmos a Figura 12, percebemos que o Grupo 01, representado anteriormente na Figura

10, possui próximo a sua área de abrangência, duas (2) alternativas de resposta relacionadas a

variável 1, são elas: R2 (31 a 40 anos) e R4 (Mais de 50 anos). Analisando-se a Tabela 03,

verifica-se que nos dois casos a contribuição de cada uma das possibilidades de respostas é maior

no Eixo X do quer no eixo Y, representado respectivamente pelos valores 1,4 e 0,5. Isto nos

permite concluir que, apesar das duas possibilidades de respostas estarem muito próximas aos

indivíduos do Grupo 01, é a alternativa R2 , ou seja 31 a 40 anos que contribuiu mais para que,

em relação a esta variável específica, os indivíduos do grupo se agrupassem desta forma, pois

teve o valor mais elevado 1,4. Assim sendo pode-se dizer que o perfil etário do Grupo 1 é dado

pela faixa entre 31 a 40 anos, ainda que no grupo existam pessoas com mais de 40 ou menos do

que 31 anos.

Com relação a análise do perfil sexual do grupo, verifica-se através da análise da contribuição das

alternativas de resposta R1 (sexo feminino) e R2 (sexo masculino) que existe um equilíbrio entre

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as alternativas tanto no eixo X – ambas apresentando valor 0,1 – quanto no eixo Y, onde a

alternativa 1 (feminino) apresentou valor 0,7 e a alternativa 2 (masculino), apresentou valor 1,0

(Tabela 04).

Tabela 03. Contribuição das alternativas de resposta da Q1 (Idade) nos eixos X e Y do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q1 1 21 a 30 0.3 0.7

2 31 a 40 1.4 0.53 41 a 50 0.0 3.04 mais de 50 0.5 0.05 até 20 4.4 6.4

Contribuição

O equilíbrio entre o sexo dos entrevistados, identificado no Grupo 1, assemelha-se ao resultado

obtido por Nobre (1997) na pesquisa sobre o perfil dos visitantes do Parque Nacional de

Abrolhos, onde constatou-se que 55% dos entrevistados eram do sexo masculino e 45% do sexo

feminino. Ao mesmo tempo o resultado difere-se sobremaneira do resultado que o mesmo autor

teve nas pesquisas realizadas no Parque Nacional da Serra do Caparaó e no Parque Nacional de

Aparados da Serra, onde constatou-se que respectivamente 74% e 64% dos entrevistados eram do

sexo masculino e 26% e 36% eram do sexo feminino.

Tabela 04. Contribuição das alternativas de resposta da Q16 (Sexo) nos eixos X e Y do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q16 1 Feminino 0.1 0.7

2 Masculino 0.1 1.0

Contribuição

Quanto ao local de residência, verificou-se que, em sua maioria, os indivíduos do grupo 1

residem na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Alto Vale. Esta observação é confirmadapela

análise da Tabela 05 que demonstra que entre as alternativas de resposta que estão próximas aos

indivíduos do grupo, isto é, a R1 (Florianópolis), a R2 (Grande Florianópolis) e a R6 (sul, serra e

oeste de Santa Catarina), é esta segunda (R2) que possui a maior contribuição em ambos os eixos

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do Plano Fatorial. Este fato demonstra que a R2 é a responsável pela caracterização do grupo em

função de provocar um maior distanciamento dos indivíduos deste grupo nos eixos X e Y (Figura

14).

Figura 14. Plotagem das variáveis Q2 (nível educacional), Q18 (local de residência)

Segundo Roggenbuck & Lucas (1987 apud TAKAHASHI, 1998) a alta freqüência de visitantes

que residem nas áreas próximas aos parques é uma tendência observada na grande maioria das

Áreas Protegidas dos EUA. Este fato foi confirmado por Takahashi (1998) em estudo realizado

no Parque Estadual Pico do Marumbi, onde verificou-se que 88% dos visitantes residiam em

Curitiba, localizada a 65km de distância do parque.

Page 79: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Tabela 05. Contribuição das alternativas de resposta da Q18 (cidade onde reside) nos eixos X e Y do

Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q18 1 Florianópolis 0.4 0.7

2 Gde FLN, Vale Itajaí e Alto Vale 0.6 1.83 Gde SÃO e Campinas 0.8 0.34 Curitiba e outras cidades PR 0.0 0.55 POA, CXS, Novo Hamburgo, Sta Maria e outras RS 1.0 0.16 Sul, Serra e Oeste de SC 0.3 0.07 Outros estados, países e cidades de SP, SC 2.0 7.7

Contribuição

Os indivíduos do grupo 1 possuem como nível educacional, a educação fundamental, conforme

pode ser observado pela análise da Figura 13, onde percebe-se a proximidade do grupo com a

alternativa de resposta R1 (educação fundamental) e também através da Tabela 06, onde verifica-

se que a contribuição da R1 em ambos os eixos (X e Y) é de 1,9 e a alternativa de resposta R2

(ensino médio/ técnico), que também está próxima ao grupo, registra respectivamente 0,1 e 1,2.

Isto demonstra que a R1 é que está sendo responsável pelo distanciamento dos indivíduos deste

grupo tanto no sentido vertical (para o alto) quanto no sentido horizontal (à direita).

Tabela 06. Contribuição das alternativas de resposta da Q2 (nível educacional) nos eixos X e Y do Plano

fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q2 1 Educação fundamental 1.9 1.9

2 Ensino médio / técnico 0.1 1.23 Graduação 1.2 4.04 Pós-graduação, doutorado e correlatos 0.0 3.7

Contribuição

Com relação ao nível educacional dos entrevistados, percebe-se que existe uma grande

diferenciação entre o perfil deste grupo e o resultado encontrado por Nobre (1997) nos três

parques nacionais onde foi realizada a sua pesquisa. Nos três casos identificados pelo autor,

menos de 20% dos entrevistados possuíam a educação fundamental, chegando a registrar apenas

3% no caso dos visitantes do Parque Nacional da Serra do Caparaó.

Esta informação nos leva a crer que, devido às características mais singelas do PMLP, em relação

a Parques Nacionais brasileiros, a área seja vista principalmente como um importante espaço de

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lazer da população mais carente que não possui recursos para serem gastos em atividades de lazer

mais onerosas. Ao mesmo tempo, o visitante (turista) não se sente tão atraído pelo parque, pois

apesar da área possuir características bastante peculiares (Ex.: O PMLP é a maior lagoa de água

doce do Estado de Santa Catarina; abriga uma grande quantidade e variedade de pássaros e

mamíferos, com destaque para o macaco prego e a lontra; e ainda possui uma enorme área

preservada onde encontra-se além da natureza protegida, uma série de construções históricas em

ruínas), tais características não se destacam em relação a outros parques e demais atrativos

naturais que se encontram em outras regiões do estado e também nas demais unidades da

federação.

Os integrantes deste grupo caracterizam-se por trabalharem em tempo integral ou ainda por serem

donas do lar e desempregados. Esta afirmação pode ser realizada analisando-se novamente a

localização das alternativas de resposta da Q3 (situação de emprego) no Plano Fatorial, onde

percebe-se que a R1 (tempo integral) e R5 (do lar e desempregados) estão bastante próximas do

grupo 1 e ainda, analisando-se a contribuição destas alternativas na Tabela 07. Nesta tabela

percebe-se que ambas as alternativas possuem uma contribuição semelhante no eixo Y, que neste

caso é o eixo determinante, pois registra as maiores contribuições para quase todas as variáveis e

que no caso da R2 e R5 registra respectivamente os valores 3,2 e 3,5.

Tabela 07. Contribuição das alternativas de resposta da Q3 (situação de emprego) nos eixos X e Y do

Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q3 1 Empregado, tempo integral 0.4 3.2

2 Empregado, tempo parcial 0.7 0.33 Estudante 4.2 5.44 Aposentado e outros 0.0 0.15 Do lar ou desempregado 0.9 3.5

Contribuição

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Possuem renda média familiar que varia entre dois e cinco salários-mínimos26 (Figura 15). A

análise da Tabela 08 demonstra que a alternativa de resposta R5 (2 a 3 s.m.) contribui para que o

grupo se distancie no sentido vertical (para o alto) pois registrou o valor 1,5, ao mesmo tempo, a

alternativa R4 (3 a 5 s.m.) contribui para que os indivíduos se distanciem no sentido horizontal (à

direita) em função de registrar o valor 0,4 (o maior valor em relação as alternativas de resposta

que se encontram próximas ao grupo 1).

Tabela 08. Contribuição das alternativas de resposta da Q9 (renda familiar) nos eixos X e Y do Plano

fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q9 1 Mais de 20 s.m. 0.5 0.4

2 Mais de 10 à 20 s.m. 0.2 2.73 Mais de 5 à 10 s.m. 0.0 0.04 Mais de 3 à 5 s.m. 0.4 0.25 Mais de 2 à 3 s.m. 0.1 1.56 Até 2 sm 0.0 0.6

Contribuição

O resultado obtido com a análise da renda familiar deste grupo é semelhante ao resultado

encontrado por Nobre (1997) nas pesquisas realizadas no Parque Nacional da Serra do Caparaó e

Parque Nacional de Aparados da Serra, onde respectivamente 30% e 34% dos entrevistados

possuem renda entre U$501,00 e U$1.000,00 (R$1.142,00 e R$2.280,00 na cotação de agosto de

2005).

26 O salário-mínimo na época do desenvolvimento da pesquisa era de R$300,00 e a cotação do dólar variava entre R$2,28 e R$2,50.

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Figura 15. Plotagem das variáveis Q3 (situação de emprego), Q9 (renda familiar), Q10 (idiomas que

falam/ entendem com fluência)

Além de possuírem baixo nível educacional, os indivíduos deste grupo não falam outros idiomas,

como pode ser observado pela localização da alternativa de resposta R4 (Outros ou nenhum) da

Q10 (idioma que o visitante fala/ entende fluentemente), que neste caso identifica que os

integrantes do Grupo 1 não falam nenhum idioma além do português. Isto pode ser verificado

pois entre as alternativas de resposta que encontram-se próximas ao grupo 1, apenas a R4 (outros

ou nenhum) possui alguma contribuição nos eixos X e Y (Tabela 09).

Tabela 09. Contribuição das alternativas de resposta da Q10 (Idiomas que fala/ entende com fluência) nos

eixos X e Y do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q10 1 Inglês 0.5 0.1

2 Espanhol, Italiano, Francês e Alemão 0.0 0.03 Inglês + outras línguas 1.5 7.74 Outros ou nenhum 0.3 0.8

Contribuição

Page 83: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

O trabalho desenvolvido por estes indivíduos está ligado à área de produção, artesanato e reparo e

parte do grupo não desempenha trabalho algum. Este resultado pode ser observado através da

análise da Tabela 10 que mostra que no Eixo X a alternativa de resposta ‘produção, artesanato e

reparo’ teve a maior contribuição, qual seja, ‘0,6’ e as demais alternativas de resposta tiveram

valor zero ou 0,1. No Eixo Y percebe-se que a alternativa de resposta ‘Não trabalha’ tem

contribuição de 8,5 e as demais alternativas menos de 4. Estes dados nos permitem considerar

que no Eixo X foi a alternativa com valor 0,6 que fez com que os indivíduos deste grupo fossem

atraídos para o canto direito do Plano Fatorial e no caso do Eixo Y, foi justamente a alternativa

com valor 8,5 que fez com que os indivíduos se deslocassem para a parte superior do mesmo

Plano (Figura 16).

Tabela 10. Contribuição das alternativas de resposta da Q11 (Tipo de trabalho) nos eixos X e Y do Plano

fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q11 1 Administrativo/ profissional 0.0 3.7

2 Serviços 0.0 1.33 Produção/ artesanato/ reparo 0.6 0.14 Operadores/ fabricantes/ trabalhadores e outros0.0 0.05 Técnico/ Vendas 0.0 0.06 Não trabalha 0.1 8.5

Contribuição

Conforme identificado através da variável Q4, os integrantes do Grupo 1 possuem ascendência

de famílias brasileiras, isto é, não foram capazes de identificar se seus avós ou bisavós são

imigrantes de outras nações do mundo (Figura 16). A análise da contribuição das alternativas de

resposta da Q4 no Plano Fatorial confirmam esta observação ao registrar que a alternativa R2

(ascendência brasileira), a qual encontra-se mais perto do grupo 1, possui o maior valor de

contribuição em ambos os eixos (X e Y) (Tabela 11).

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Tabela 11. Contribuição das alternativas de resposta da Q4 (Ascendência) nos eixos X e Y do Plano

fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q4 1 Européia 0.3 0.9

2 Brasil 0.9 1.23 Europeu + outra etnia 0.3 0.34 Africana, asiática e indígena e outros 0.2 0.0

Contribuição

Os indivíduos deste grupo caracterizam-se por serem casados, como pode ser observado na

Figura 16 onde verifica-se que apenas a alternativa R2 (casado) encontra-se próximo aos

indivíduos do grupo 1 (Tabela 12). Os cônjuges dos indivíduos que fazem parte deste grupo

exercem suas profissões em tempo integral, como pode ser observado pela contribuição da

alternativa de resposta R1 (tempo integral) no Plano Fatorial, a qual registrou o valor 6,2 no eixo

X (Tabela 13). Estes indivíduos exercem atividades relacionadas à área de serviços e em menor

grau à área de produção, artesanato e reparo (Figura 17) como pode ser observado através da

contribuição das alternativas de resposta R2 (prestação de serviços) e R3 (produção, artesanato e

reparo) que registraram respectivamente 4,6 e 2,3 de contribuição no eixo X (Tabela 14).

Tabela 12. Contribuição das alternativas de resposta da Q12 (estado civil) nos eixos X e Y do Plano

fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q12 1 Solteiro - nunca casado 10.9 2.4

2 Casado 6.9 0.43 Separado, divorciado e viúvo 2.2 1.0

Contribuição

Os indivíduos deste grupo visitaram o PMLP acompanhados de dois ou mais parentes, como

também foi observado na pesquisa realizada por Nobre (1997) no Parque Nacional de Abrolhos,

onde 50% dos entrevistados visitaram o parque acompanhados de suas famílias.

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Tabela 13. Contribuição das alternativas de resposta da Q13 (situação de emprego do cônjuge) nos eixos

X e Y do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q13 1 Empregado, tempo integral 6.2 0.3

2 Empregado, tempo parcial 0.6 0.63 Do lar, Estudante e desempregado 0.3 0.14 Aposentado e outros 0.4 0.35 Não casado 12.2 0.7

Contribuição

Com relação à característica do grupo ao qual se integram estes indivíduos, percebe-se que entre

os acompanhantes existe até duas e também mais do que quatro pessoas com idade inferior a 19

anos ou ainda com idade superior a 62 anos. A Tabela 15 demonstra que as alternativas de

resposta R1 (1 a 2 pessoas), R2 (3 a 4 pessoas) e R3 (mais de 4 pessoas) contribuíram para o

distanciamento dos indivíduos deste grupo mas é a R1 e R3 que tiveram a maior contribuição, já

que a R2 possui uma contribuição muito pequena nos eixos X e Y.

Tabela 14. Contribuição das alternativas de resposta da Q14 (tipo de trabalho exercido pelo cônjuge) nos

eixos X e Y do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q14 1 Administrativo/ profissional 1.0 4.0

2 Serviços 4.6 0.13 Produção/ artesanato/ operadores/ técnico / vendas e outros 2.3 0.34 Não trabalha 7.6 0.4

Contribuição

Para fechar análise pode-se caracterizar o tipo de uso público realizado pelo Grupo 1, segundo o

modelo de usos públicos (Figura 03), como aquele ligado ao lazer e recreação, o qual é

desenvolvido de forma massificada e que está baseado na natureza.

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Tabela 15. Contribuição das alternativas de resposta da Q15 (idade dos acompanhantes) nos eixos X e Y

do Plano fatorial

Variável Resposta (no.) Valor Eixo (x) Eixo (y)Q15 1 de 1 até 2 0.8 0.2

2 de 3 até 4 0.3 0.13 mais 4 0.4 1.14 nenhum 5.2 0.0

Contribuição

5.1.2 O perfil dos usuários do grupo 2

A análise das características do perfil do grupo 2 foi realizada de forma similar a análise do

grupo 1. Ainda assim não serão reapresentadas as tabelas de contribuição das alternativas de

respostas de cada uma das variáveis do instrumento de coleta de dados, haja vista que a sua

utilização no capítulo anterior visou apenas facilitar o entendimento do leitor.

O grupo 2 é o formado por indivíduos com idade entre 41 à 50 anos, sendo principalmente

indivíduos do sexo masculino (Figura 11).

Figura 16. Plotagem das variáveis Q4 (ascendência), Q11 (tipo de trabalho que desempenha)

Page 87: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Este grupo é o menor entre os três grupos identificados, assemelhando-se bastante aos resultados

encontrados por Nobre (1997) em pesquisa realizada nos Parques Nacionais da Serra do Caparaó,

Aparados da Serra e Abrolhos, onde verificou-se que os visitantes com idade entre 35 e 49 anos

representava respectivamente 10%, 17% e 25% do total de entrevistados.

O maior número de indivíduos do sexo masculino, diferencia-se do resultado obtido por Nobre

(1997) na pesquisa sobre o perfil dos visitantes do Parque Nacional de Abrolhos, onde constatou-

se que 55% dos entrevistados eram do sexo masculino e 45% do sexo feminino, ainda que o

resultado neste caso seja apenas parcial, pois diz respeito apenas ao perfil do Grupo 2.

Figura 17. Plotagem das variáveis Q5 (tipo de grupo com o qual visita o parque), Q12 (estado civil), Q13

(situação de emprego do cônjuge), Q14 (tipo de trabalho do cônjuge) e Q15 (número de crianças e idosos

que fazem parte do grupo)

Em sua maioria são pessoas que residem em diversas partes do Brasil e exterior e em menor grau

na Grande São Paulo e Campinas (Figura 14). Possuem alto nível educacional (Graduação e Pós-

graduação) e trabalham em tempo integral, principalmente em profissões ligadas à administração

e como profissionais liberais (Figuras 14, 15 e 16).

A análise das informações relacionadas ao local de residência dos indivíduos, grau de

escolaridade e tipo de trabalho que exercem, nos permitem considerar que estes visitantes

Page 88: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

possuem grande semelhança ao perfil identificado por Nobre (1997) em suas pesquisas nos

parques nacionais citados anteriormente. Apesar desta constatação, percebe-se que o autor citado

identificou um volume muito maior de visitantes que possuem tais características. Isto ocorre

certamente em função das características superlativas de tais parques que possuem uma

atratividade e diferenciação muito maior do que o PMLP e que, portanto, conseguem atrair

visitantes de maior poder aquisitivo e que habitam em regiões muito mais distantes, para visitar

os referidos parques.

Ainda segundo a análise realizada, os indivíduos do Grupo 2 possuem renda média familiar que

varia entre dez e mais de vinte salários mínimos, o que confirma a identificação anterior que

mostrou que os integrantes do grupo possuem alto nível educacional. Os dados se assemelham

novamente ao resultado obtido por Nobre (1997) nos Parques Nacionais da Serra do Caparaó e

Aparados da Serra, onde respectivamente 12% e 17% dos entrevistados possuíam renda mensal

superior a U$1 mil (R$2.350,00) e inferior a U$2 mil (R$4.700,00). Mas diferencia-se bastante

do que foi verificado no Parque Nacional de Abrolhos, onde mais de um terço dos entrevistados

possuíam tal renda. Isto nos leva a crer que quanto mais diferenciadas forem as características do

parque e mais caro o serviço turístico oferecido para o visitante, como no caso de Abrolhos, onde

somente com lanchas pode-se chegar ao local, maior será também o percentual de visitantes com

maior poder aquisitivo.

Os integrantes do Grupo 2 falam, além do português, o idioma inglês e mais um ou mais idiomas

(Figura 15) e possuem ascendência européia (Figura 16).

Por fim, encontram-se separados, divorciados ou viúvos e visitaram o PMLP com parceiros e

outros tipos de companhias (Figura 17).

Para fechar análise pode-se caracterizar o tipo de uso público realizado pelo Grupo 2, segundo o

modelo de usos públicos (Figura 03), como aquele ligado ao turismo alternativo baseado na

natureza ou ainda com ênfase no caráter ecológico e de observação de fauna e flora.

Page 89: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

5.1.3 O perfil dos usuários do grupo 3

O Grupo 3 é formado por indivíduos com idade inferior a 20 anos, principalmente do sexo

feminino (Figura 13). Novamente a identificação de que os indivíduos deste grupo são em sua

maioria do sexo feminino diferencia o resultado da pesquisa, daquele encontrado por Nobre

(1997). Ao mesmo tempo assemelha-se ao resultado obtido por Takahashi (1998) no Parque

Estadual Pico do Marumbi. Neste parque a autora observou que 48% dos entrevistados possuíam

até 19 anos e que 48% cursavam ou tinham concluído o segundo grau. A grande diferença

observada pela autora é que, apesar de também ter identificado um maior número de indivíduos

do mesmo sexo, no caso dela, eles eram do sexo masculino (70%).

Em sua maioria são pessoas que residem em Porto Alegre e outras cidades do estado do Rio

Grande do Sul e possuem como nível educacional, o ensino médio e técnico (Figura 14).

São estudantes e não exercem atividades remuneradas, ainda assim pôde-se identificar que suas

famílias possuem rendimento mensal de mais de 2 até 3 salários-mínimos. Falam inglês, além do

português (Figura 15) e possuem ascendência européia com miscigenação com outros tipos de

etnias (Figura 16).

Os indivíduos deste grupo são solteiros e visitaram o PMLP acompanhados de dois ou mais

amigos (Q5), nenhum deles com idade inferior a 19 anos ou superior a 62 anos (Q15) ( Figura

17). Esta informação assemelha-se ao resultado obtido por Takahashi (1998) no Parque Estadual

Pico do Marumbi, onde foi verificado que 82% dos entrevistados estavam visitando o parque

acompanhados de amigos, mas difere-se do resultado obtido pela mesma autora na Reserva

Natural Salto Morato, onde 31% dos entrevistados disseram estar acompanhados de amigos.

Para fechar a análise pode-se caracterizar o tipo de uso público realizado pelo Grupo 3, segundo o

modelo de usos públicos (Figura 03), como sendo uma forma de turismo, já que são indivíduos

que residem no estado do Rio Grande do Sul, mas não é possível determinar com precisão se tais

indivíduos desenvolvem atividades alternativas ou “de massa”.

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5.2 A contribuição dos resultados para o processo de planejamento do uso público em Áreas

Protegidas

A literatura demonstra que a grande maioria das AP não possui qualquer tipo de planejamento. A

grande ênfase e os maiores esforços investidos nestas áreas estão direcionados à aquisição e

estabelecimento das AP e pouco se faz, além disso, em função de diversas limitações de ordem

humana, política e econômica (NEWSOME, MOORE e DOWLING. 2002).

Apesar disso sabe-se que o planejamento é uma ferramenta essencial para a conservação e

proteção das AP e entende-se que a identificação do perfil dos visitantes seja uma contribuição de

fundamental importância para ao processo de planejamento do uso público, como também foi

observado por Takahashi (2004). É neste sentido que se discutirá os resultados obtidos através da

aplicação da presente pesquisa.

Inicialmente é importante ressaltar o potencial que existe nesses resultados e no desenvolvimento

de quaisquer pesquisas que visem identificar o perfil e o tamanho do uso público em AP, haja

vista que conforme Hornback e Eagles (1999, p. 3) “[...] a ausência de informações globais sobre

o uso público das Áreas Protegidas do mundo é um grande entrave para as políticas públicas. A

falta de tais informações resulta no turismo sendo subestimado em políticas públicas (tradução do

autor)”.

Em função do acima exposto verifica-se que com a adoção do instrumento ora adaptado e a sua

aplicação em diversas UC´s do país será possível gerar estatísticas suficientes do uso público nas

Unidades de Conservação brasileiras e a partir destes resultados será possível fortalecer as ações

desenvolvidas por diversas associações, organizações da sociedade civil e gestores de UC´s entre

outros, que lutam pela criação de políticas públicas que promovam o fortalecimento das UC´s; a

ampliação destas áreas em todo o território nacional; a criação de regulamentações que permitam

que as receitas geradas pelo uso público nas UC´s sejam investidas na própria área; ou ainda,

regulamentações que permitam o desenvolvimento do turismo e do uso público em escala

comercial, como meio de geração de receitas suficientes para a manutenção das UC´s.

Com relação a contribuição dos resultados para o processo de planejamento do uso público em

Áreas Protegidas, verifica-se que isto pode ocorrer de diversas maneiras. Sabendo-se, por

exemplo, que o número de visitantes nas AP de todo o mundo deve sofrer um incremento

Page 91: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

considerável nos próximos anos (além do que já vem ocorrendo ao longo dos últimos anos),

percebe-se que a identificação do perfil dos visitantes das AP´s pode ajudar os gestores das AP na

tarefa de planejamento do uso público, permitindo aos gestores prever como deverá ocorrer

este incremento, isto é, prever qual ou quais os perfis de usuários que deverão ter o incremento

mais substancial e assim desenvolver medidas mitigadoras dos problemas que possam ser

gerados por estes grupos e ainda desenvolver ações para promover a ampliação dos benefícios

gerados pela visitação.

Eagles, McCool e Haynes (2002) confirmam o acima exposto ao comentarem que o incremento

da visitação nas AP´s pode gerar uma série de benefícios econômicos, sócio-culturais e

ambientais, mas isto dependerá das ações que forem desenvolvidas para ordenar o uso público na

área.

O termo “prever” utilizado anteriormente pode soar estranho já que o objetivo do planejamento é

desenvolver ações que sejam eficazes e eficientes na tarefa de gerenciar o uso público nas AP,

mas, como bem colocou Inskeep (1991), o planejamento possui uma forte influência da

previsibilidade e em muitos casos a única coisa que pode ser feita é prever, a partir de dados e

informações mais ou menos confiáveis quais serão os possíveis cenários que poderão ser criados

a partir do estabelecimento de certas ações ou medidas que façam parte de um processo de

planejamento.

A identificação do perfil dos usuários das AP tem outro papel fundamental, qual seja, embasar a

ação que determina a formulação dos objetivos do processo de planejamento do uso público

das AP.

Conforme discutido no Capítulo 3, o processo de planejamento turístico é formado por 7 (sete)

etapas. São elas: preparação do estudo; determinação dos objetivos; levantamento e avaliações;

análise e síntese; formulação de política e plano; recomendações quanto aos elementos que

formam o plano; e, finalmente, a implementação e gerenciamento. Para que a etapa de

formulação dos objetivos possa ser desenvolvida de forma adequada e principalmente, para que

os gestores das AP possam estabelecer os objetivos do processo de planejamento de modo a fazer

com que estes sejam exeqüíveis e capazes de solucionar tanto os problemas, quanto os

estrangulamentos e as deficiências identificadas na área, é importante que estes gestores tenham

conhecimento das características dos visitantes que freqüentam a AP.

Page 92: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Conhecendo o perfil dos usuários da AP, os gestores da área poderão compreender quem são os

visitantes, prever quais as experiências que os visitantes podem se interessar em realizar, qual o

tipo de uso que os visitantes fazem ou podem vir a fazer no local e então definir se esse é ou não

o tipo de visitante que os gestores da área desejam atrair, quais as experiências que estes gestores

pretendem oferecer para os visitantes e porque, e qual o limite de mudança ambiental e social que

os gestores consideram aceitável para cada um dos grupos, em função do tipo de uso que cada um

faz da área.

A identificação do perfil dos visitantes permitirá também que sejam identificados possíveis focos

de conflitos entre diferentes tipos de usuários. Ex.: Os turistas que são motivados a visitar uma

UC em função de suas características ambientais poderão se indispor com os visitantes que

desenvolvam atividades de lazer populares, como por exemplo fazer churrasco em fogueiras a

beira de rios e lagos. A partir do acima exposto a administração da UC poderá tomar as medidas

necessárias para diminuir a ocorrência dos conflitos, inclusive através da adoção de medidas

restritivas. Conforme Shindler e Shelby (1993) os impactos ambientais gerados nas AP e o

grande número de encontros que ocorrem entre grupos em visita nas AP, tem feito com que

aumente o apoio destes visitantes para ações bastante restritivas tais como a limitação da

visitação.

Desta forma e ainda conhecendo o perfil dos visitantes será possível também que a administração

do parque analise a viabilidade de implementação de uma tabela de preços (ingresso) a ser

cobrado para cada tipo de visitante. Esta poderá ser uma ação visando aumentar as receitas

geradas na área, mas também poderá ser mais uma forma de limitar o acesso de visitantes a UC

para que desta forma seja possível promover a manutenção das características naturais do local.

Sabe-se que a limitação do acesso dos visitantes à UC ou a determinadas áreas da UC, em função

da cobrança de taxas deve, porém, ser realizada de forma eqüitativa, gerando oportunidade para

que visitantes de qualquer classe social possam utilizar a área. Ainda assim é provável que os

indivíduos com menor poder aquisitivo deixem de visitar determinadas áreas ou mesmo

determinadas UC´s em função da tarifa cobrada.

De acordo com Newsome, Moore e Dowling (2002) geralmente os visitantes que tem como

intuito o contato com a vida animal são a favor da cobrança de taxas, principalmente quando os

recursos são usados para a manutenção de locais degradados pela ação do homem, a geração de

informações para os visitantes ou as atividades de limpeza entre outros.

Page 93: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

É possível e também provável que a partir da identificação do perfil dos usuários da AP, os

gestores elaborem objetivos e metas diferentes das que fariam caso não tivessem amplo

conhecimento das características destes usuários.

Desta forma entende-se que a identificação do perfil dos usuários das AP´s seja uma tarefa a ser

realizada idealmente na etapa de preparação do estudo (Figura 18). No caso desta ação ser

realizada após a determinação dos objetivos do processo de planejamento, entende-se que seja

necessário, uma vez identificado o perfil dos grupos de indivíduos que freqüentam a AP,

reavaliar os objetivos traçados, de modo a conferir se estes continuam adequados.

Retomando a discussão sobre a abordagem sistêmica do turismo (Capítulo 3) pode-se mais uma

vez verificar a contribuição que a identificação do perfil dos usuários das AP traz para o processo

de planejamento do uso público.

Como discutido anteriormente, o turismo e neste caso específico não só o turismo mas também as

demais formas de uso público em AP podem ser representados ou entendidos como um sistema

aberto onde os seus elementos (oferta, demanda, infra-estrutura e super-estrutura) “[...] interagem

de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio [...] (BENI, 2003,

p. 23)”.

Figura 18. A identificação do perfil dos usuários no processo de planejamento do uso público de uma AP

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de OMT (2003), Hall (2001) e Inskeep (1991)

Page 94: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

Em função das diversas relações existentes entre os elementos do sistema é normal que ocorram

mudanças estruturais no mesmo. Por esta razão, conhecer as características dos visitantes e

compreender suas necessidades, como também, identificar os impactos causados por determinado

grupo de indivíduos que freqüentam a área, permite que sejam desenvolvidas ações visando

ampliar a satisfação dos usuários e diminuir ao máximo os problemas causados pela sua

visitação. Estas são mudanças estruturais que ocorrem dentro do sistema e que podem ser

representadas por diversas ações, tais como: a ampliação da infra-estrutura (tanto dentro da AP,

quanto àquela ligada ao núcleo receptor de turistas); a regulamentação de determinada atividade;

o controle de acesso a uma determinada área, entre outras (Figura 19).

Figura 19. Relações entre os elementos do sistema de turismo (uso público) a partir de uma AP

Fonte: Elaborado por Carlos Cappelini, a partir de Beni (2003), Boullón (1997), Hall (2001) e Capra

(2002).

Com o intuito de ampliar a contribuição da identificação do perfil dos usuários das AP para o

processo de planejamento do uso público é importante ressaltar também a contribuição oferecida

Page 95: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

pelo método de análise utilizado na presente pesquisa, a Análise Fatorial de Correspondência

Múltipla.

Geralmente as pesquisas de caracterização de visitantes de AP utilizam a análise uni ou bi-

variada e desta forma não conseguem definir com grande detalhamento qual o perfil dos usuários

destas áreas, uma vez que se restringem a apresentar valores percentuais de ocorrência de uma ou

outra característica de forma isolada, como por exemplo, a idade dos indivíduo, renda,

escolaridade, estado civil, entre outras. Isto faz com que ao final das pesquisas tenham-se muitos

dados e poucas informações a respeito do perfil dos usuários.

Pode-se saber, por exemplo, que 30% dos indivíduos são estudantes, 12% são profissionais

liberais, 19% são mulheres, 80% são brasileiros, 25% gostam de fazer trilhas guiadas e que 40%

residem na área próxima ao parque. O problema está em identificar o comportamento dos grupos

de indivíduos através da combinação entre todas essas características, isto é, saber se os 19% de

indivíduos que são mulheres são, por exemplo, os profissionais liberais e se estas gostam de fazer

trilhas guiadas e assim por diante.

A análise multi-variada, ao contrário das análises uni ou bi-variadas, permite que todas as

informações coletadas, de cada um dos indivíduos, sejam utilizadas para se determinar o perfil

dos grupos de visitantes da área, sem perder as referências destes mesmos indivíduos e

permitindo a análise de todas as características ou informações relacionadas a um determinado

indivíduo ou grupo de indivíduos.

Com isto é possível descrever com maior precisão qual o perfil dos usuários que freqüentam a AP

e desta forma desenvolver diversas ações com o intuito de maximizar os benefícios gerados por

cada um dos grupos de indivíduos e ao mesmo tempo desenvolver ações que visem minimizar os

impactos gerados pelos mesmos grupos de indivíduos.

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VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação do perfil dos visitantes é uma etapa fundamental do processo de planejamento do

uso público das Áreas Protegidas. Estas informações permitem prever como ocorrerá o

incremento da visitação na área, embasam a ação que determina a formulação dos objetivos do

processo de planejamento do uso público das AP e permite que sejam desenvolvidas ações

visando ampliar a satisfação dos usuários e diminuir ao máximo os problemas causados pela sua

visitação

Com o intuito de contribuir para o planejamento das UC´s do país, o presente estudo permitiu ao

autor refletir sobre adaptações e sistematizações sobre o processo de planejamento do turismo, a

abordagem sistêmica do turismo, os tipos de uso públicos das AP´s e sobre as características dos

métodos de planejamento utilizados em AP´s. No Capítulo 2.2 o autor propôs uma nova

representação para o processo do planejamento do turismo; no Capítulo 2.2.1 item a) o autor

discutiu o processo de evolução que ocorre nos sistemas turísticos e o representou através de uma

ilustração; no Capítulo 2.3 o autor adaptou a representação dos tipos de turismo, criada por

Newsome, Moore e Dowling (2002), aos tipos de uso público que podem ocorrer nas AP; e por

fim no Capítulo 2.4 o autor sistematizou as características dos métodos de planejamento em

AP´s.

A pesquisa permitiu também adaptar e testar um instrumento para pesquisa de perfil de visitantes

de AP (Q-Cat), que até então havia sido aplicado apenas em AP de países da América do Norte.

A adaptação e o teste do instrumento permitirá que o mesmo seja aplicado em diversas Unidades

de Conservação do país, de modo a propor novas adaptações e assim, no futuro, criar um

instrumento comum que seja o mais eficiente e eficaz para a identificação do perfil dos visitantes

das UC´s do Brasil.

De qualquer forma, acredita-se que com a pesquisa foi iniciado um processo que permitirá que as

informações coletadas nas UC´s brasileiras também possam ser utilizadas nas estatísticas globais

sobre o uso público em AP, haja vista que o instrumento que foi adaptado é o instrumento

utilizado pela Comissão Mundial de Áreas Protegidas – WCPA (sigla em inglês).

Soube-se que durante o desenvolvimento desta pesquisa, o Ministério do Meio Ambiente - MMA

estava desenvolvendo um instrumento para ser utilizado em UC´s e acredita-se, portanto, que esta

Page 97: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

seja mais uma oportunidade para contribuir para o processo de elaboração de um modelo de

coleta de dados a ser aplicado em UC´s de todo o Brasil, já que se pôde verificar com integrantes

da Diretoria de Áreas Protegidas do MMA que cada gestor das UC´s no Brasil utiliza um

instrumento de coleta de dados diferente para levantar informações sobre os visitantes dos

parques, os tipos de visita realizados, os impactos causados pela visitação e etc.

Esta coincidência entre o desenvolvimento dos dois modelos de coleta de dados demonstra

também a contemporaneidade do trabalho ora apresentado pois verifica-se em função do trabalho

desenvolvido pelo MMA, que também existe por parte do governo federal uma demanda pelo

desenvolvimento de um instrumento padrão a ser utilizado nas UC´s brasileiras.

Com relação ainda ao instrumento utilizado para coletar os dados (QCat), as análises realizadas

permitem afirmar que a sua aplicação ocorreu de forma adequada e que o instrumento que foi

adaptado para ser aplicado no PMLP também poderia ser utilizado nas diversas UC´s do Brasil.

As alterações propostas para o instrumento poderiam ser realizadas para tornar o instrumento

mais adequado e mais fácil de ser aplicado, mas de modo geral verifica-se que o instrumento

poderia funcionar perfeitamente em qualquer UC brasileira.

As considerações que podem ser feitas com relação à aplicabilidade do instrumento, dizem

respeito, na verdade, à estrutura necessária nas próprias UC´s para permitir a aplicação e o

tratamento das informações coletadas, principalmente no caso da utilização do método de Análise

Fatorial de Correspondência Múltipla.

A aplicação do instrumento precisa fazer parte de um planejamento de longo prazo no qual cada

capítulo ou grupo de capítulos sejam aplicados em uma determinada temporada de visitação e

que ao final de um determinado número de temporadas, possa-se identificar o perfil detalhado

dos visitantes da UC, baseado na aplicação dos 9 (nove) capítulos que formam o QCat.

Neste sentido percebe-se que os problemas a serem enfrentados dizem respeito a infra-estrutura

disponível em cada uma das UC, ou sejam, os recursos físicos, humanos e financeiros disponíveis

nestas áreas para que seja possível realizar cada uma das ações necessárias deste trabalho.

A Análise Fatorial de Correspondência Múltipla permitiu ampliar a análise que comumente se faz

em estudos ligados ao turismo, uma vez que possibilitou identificar o perfil detalhado dos grupos

de indivíduos que visitam o PMLP. Estas informações são de fundamental importância para o

desenvolvimento do processo de planejamento do uso público da área, e sua aplicação futura em

Page 98: Carlos Ernesto Cappelini Muniz 2006 - siaibib01.univali.br

diversas UC´s brasileiras permitirá prever como deverá ocorrer o incremento do uso público nas

UC´s; permitirá embasar a ação que determina a formulação dos objetivos do processo de

planejamento do uso público das UC´s e permitirá também que sejam desenvolvidas ações

visando ampliar a satisfação dos usuários e eliminar ao máximo os problemas causados pela sua

visitação.

Finalizando, verifica-se que a identificação do perfil dos visitantes das AP é uma ferramenta

valiosa para os planejadores e gestores destas áreas e em função disso deveria ser dada mais

atenção a estas ações. Para enriquecer ainda mais as análises realizadas pelos gestores das AP

seria interessante que os gestores e pesquisadores envolvidos nestas ações procurassem analisar

os dados coletados através de análises multi-variadas, como a Análise Fatorial de

Correspondência Múltipla, pois certamente estaria havendo uma grande evolução no processo de

análise dos dados.

Como recomendação aos gestores das UC´s brasileiras sugere-se:

• Utilizar os questionários adaptados pelo autor, de modo a padronizar os dados coletados

nos Parques Nacionais brasileiros e, desta forma, contribuir para que estes dados passem a

fazer parte dos estudos e estatísticas globais do uso público em AP;

• Investir recursos financeiros no desenvolvimento de pesquisas que visem identificar o

perfil dos usuários das UC´s, o tipo de visita realizada na UC, o tipo de viagem realizada

pelo turista, os impactos gerados pela visitação (ambientais, sociais, econômicos e

culturais), a percepção dos visitantes em relação a aglomerações e aos conflitos que

podem ser gerados entre grupos diferentes de visitantes, entre outros;

• Treinar adequadamente a equipe responsável pela aplicação dos instrumentos de coleta de

dados, pois mesmo o melhor instrumento, os melhores métodos de análise e o melhor

planejamento de pesquisa não terão qualquer validade caso os responsáveis diretos pela

aplicação do instrumento não estejam totalmente habilitados para aplicá-lo. A equipe deve

compreender todo o instrumento e saber exatamente de que forma os dados serão

utilizados.

Por fim, aos pesquisadores interessados em desenvolver novos estudos sugere-se:

• Analisar os dados coletados com os demais capítulos do Q-Cat no PMLP;

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• Aplicar o QCat nas diversas UC´s do país;

• Desenvolver estudos sobre a propensão dos visitantes das UC´s em pagar ingressos para

poderem usufruir dos recursos da área.

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APÊNDICE

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APÊNDICE I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome Sr (ou Sra): ___________________________________________________

Idade:_________________Sexo:________________Naturalidade:____________

Endereço:__________________________________________________________

Profissão:_____________________ Identidade:___________________________.

Foi informado detalhadamente sobre a pesquisa intitulada: “ADAPTAÇÃO E TESTE DO Q-

CAT EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UMA CONTRIBUIÇÃO AO

PLANEJAMENTO DO TURISMO EM PARQUES”.

O senhor(a) foi informado(a) de que participará de uma pesquisa visando identificar as

características do visitante do Parque Municipal da Lagoa do Peri – PMLP e também visando

testar a validade do Q-CAT – Modelo de questionário para visitantes de áreas naturais

protegidas. Os dados referentes ao senhor serão sigilosos e privados, e a divulgação do resultado

visará apenas identificar as características dos visitantes do PMLP, obtidos pela pesquisa em

questão e, também, atestar a validade do Q-CAT como modelo de questionário para aplicação

com visitantes de áreas naturais protegidas do país, sendo que o senhor poderá solicitar

informações durante todas as fases desta pesquisa, inclusive após a publicação da mesma.

Florianópolis, de de 2005.

Assinatura (de acordo):.........................................................................................................

Assinatura dos pais ou responsáveis (de acordo), se menor de 21 anos:

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APÊNDICE II: Adequações realizadas no Capítulo I do Instrumento de Pesquisa –

Característica dos Visitantes

Q1. Qual o ano do seu nascimento?

(1) 21 a 30 anos (2) 31 a 40 anos

(3) 41 a 50 anos (4) mais de 50 anos

(5) até 20 anos

Q2. Qual o maior nível de educação que você atingiu?

(1) Educação fundamental (2) Ensino médio / técnico

(3) Graduação (4) Pós-graduação, doutorado e correlatos

Q3. Qual sua atual situação de emprego?

(1) Empregado, tempo integral (2) Empregado, tempo parcial

(3) Estudante (4) Aposentado e outros

(5) Do lar ou desempregado

Q4. Qual dos seguintes representa a sua raça ou descendência étnica?

(1) Européia (2) Brasil

(3) Europeu + outra etnia (4) Africana, asiática, indígena e outras

Q5. Com qual tipo de grupo você está visitando o parque?

(1) Família e amigos (2) Dois ou mais amigos juntos

(3) Dois ou mais parentes (4) Casal e outros

Q6. Alguém de seu grupo possui necessidades especiais que limitam sua capacidade de visitar o parque?

(1) Sim (2) Não

Q7. Que tipo de necessidade especial é essa?

(1) Não possui ou não respondeu

(2) Auditiva, mental, visual, mobilidade, aprendizado

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Q8. Em qual local do parque seu acesso foi restrito?

(1) Estacionamento, wc e áreas próximas a Sede do Parque

(2) Não respondeu

Q9. Qual dos seguintes níveis de renda, melhor descrevem sua renda familiar?

(1) Mais de 20 s.m. (2) Mais de 10 à 20 s.m.

(3) Mais de 5 à 10 s.m. (4) Mais de 3 à 5 s.m.

(5) Mais de 2 à 3 s.m. (6) Até 2 sm

Q10. Qual língua você entende e fala fluentemente (ou membros do seu grupo)?

(1) Inglês

(2) Espanhol e/ou Italiana e/ou Francês e/ou Alemão

(3) Inglês + outras línguas

(4) Outros ou nenhum

Q11. Que tipo de trabalho você desempenha(ou)?

(1) Administrativo/ profissional (2) Serviços

(3) Produção/ artesanato/ reparo (4) Operadores/ fabricantes/ trabalhadores e outros

(5) Mantém: Técnico/ Vendas (6) Não trabalha

Q12. Qual seu atual estado civil?

(1) Solteiro – nunca casado (2) Casado

(3) Separado, divorciado ou viúvo

Q13. Qual a atual situação de emprego de seu(a) esposo(a)?

(1) Empregado, tempo integral (2) Empregado, tempo parcial

(3) Do lar, Estudante e desempregado (4) Aposentado e outros

(5) Não casado

Q14. Se seu esposo(a) está empregado(a), que tipo de trabalho ele(a) faz?

(1) Administrativo/ profissional (2) Serviços

(3) Produção/ artesanato/ operadores/ técnico / vendas e outros

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Você está viajando com:

Q15. Bebês com menos de 5anos, crianças com menos de 12 anos, adolescentes de 13-19 anos ou alguém com mais de 62 anos?

(1) 1 a 2 (2) 3 a 4

(3) mais de 4 (3) Nenhum

Q16. Qual seu sexo?

(1) Feminino (2) Masculino

Q17. Qual seu país de residência permamente?

(1) Brasil (2) Outros

Q18. Qual sua cidade de residência permamente?

(1) Florianópolis

(2) Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Alto Vale

(3) Grande São Paulo e Campinas

(4) Curitiba e outras cidades do Paraná

(5) Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Santa Maria e outras cidades do Rio Grande do Sul

(6) Sul, Serra e Oeste de Santa Catarina

(7) Outros estados, outros países e outras cidades de São Paulo e Santa Catarina

Q19. Qual o Estado aonde você possui residência permamente?

(1) Santa Catarina (2) São Paulo

(3) Paraná (4) Rio Grande do Sul

(5) Outros estados e países

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ANEXOS

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ANEXO 1 FORMULÁRIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE A VISITAÇÂO

Nome do parque: ____________________________________________ data:_________

Nome entrevistador/função: _________________________________________________ 1. DADOS PESSOAIS E PROCEDÊNCIA DO VISITANTE a) Origem / cidade: ____________________________estado: _________ país: _________ b) Sexo ( ) masculino ( ) feminino c) Idade ( ) menor de 15 anos ( ) de 15 a 18 anos ( )19 a 24 anos ( ) 25 a 34 anos ( ) 35 a 45 anos ( ) 46 a 59 anos ( ) 60 a 65 anos ( ) mais de 65 anos

d) Nível de escolaridade ( ) 1º Grau ( ) Mestrado ( ) outros _______________ ( ) 2º Grau ( ) Doutorado ( ) Superior ( ) Especialização e) Renda mensal individual: ( ) menos de R$ 200 ( ) de 1.000 a 2.000 ( ) de 6.000 a 10.000 ( ) de 200 a 500 ( ) de 2.000 a 4.000 ( ) mais de 10.000 ( ) 500 a 1.000 ( ) de 4.000 a 6.000 2. CARACTERÍSTICAS DA VISITA AO PARQUE a) Você está visitando o parque... ( ) sozinho ( ) com o grupo da escola / faculdade ( ) com um grupos de amigos ( ) com associações e federações ( ) excursão / agência de viagens ( ) outros __________________________ ( ) com a família b) É a primeira vez que visita o parque? ( ) sim ( ) não, freqüento o parque duas vezes ao ano ( ) não, já estive aqui uma vez ( ) não, freqüento o parque mais de três vezes ao ano ( ) não, freqüento o parque uma vez ao ano ( ) outros ____________________ c) Você conhece outros parques? ( ) sim, qual/quais? __________________________________________________ ( ) não

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d) Qual é o principal motivo de sua visita ao parque? ( ) lazer e diversão ( ) conhecer a natureza ( ) descanso ( ) apreciar a paisagem ( ) conhecer a cultural local ( ) praticar esportes, qual/quais? _______________________________________ ( ) outros __________________________________________________________ e) Quais as atividades que você mais gosta de fazer no parque? ( ) tomar banho de rio e cachoeira ( ) passear de canoa ( ) percorrer uma trilha ( ) andar de bicicleta ( ) fazer uma travessia ( ) acampar ( ) observar a fauna e a flora ( ) escalar ( ) rafting ( ) outros ______________________________________ f) Quais atividades e serviços que você gostaria de encontrar no parque e que não estão disponíveis no momento? __________________________________________________________________________ g) Quais são os aspectos que você considera mais importantes dentro do parque: (escolha quantos itens quiser) ( ) conservação da natureza ( ) limpeza ( ) infra-estrutura (banheiros, lanchonete, estacionamento) ( ) segurança ( ) equipe de funcionários e técnicos capacitados ( ) sinalização ( ) diversidade de atividades que podem ser realizadas (banho, caminhada, escalada, canoagem, etc) ( ) trilhas estruturadas ( ) informação ( ) outros ________________________ h) Duração da visita: ( ) um dia ( ) dois dias ( ) três dias ( ) cinco dias ( ) uma semana ( ) dez dias ( ) quinze dias ( ) vinte dias ( ) trinta dias ( ) outros__________________ i) Você estaria disposto a pagar uma taxa de visitação mais alta para ter acesso a um parque melhor estruturado? ( ) sim, quanto? R$ __________________________ ( ) não

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3. ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM a) Você comprou um pacote de viagens? ( ) sim, onde? ___________________________ ( ) não, siga para o item d b) O que está incluído no pacote? ( ) transporte ( ) alimentação ( ) hospedagem ( ) guias de turismo ( ) condutores de visitantes locais ( ) equipamentos, qual / quais? ______________________________________ ( ) outros __________________________________________________________ c) Qual foi o valor pago pelo pacote? R$ _________________________________ d) Qual/quais foram os meios de locomoção para chegar até o parque e qual foi o gasto com este deslocamento? ( ) carro ( ) combustível R$___________________ local: ___________________ ( ) mecânico R$ ____________________ local: ___________________ ( ) borracharia R$ ___________________ local: ___________________ ( ) pedágio R$ _____________________ ( ) avião R$ _______________________ ( ) táxi R$ _________________________ ( ) ônibus R$ _______________________ ( ) outros R$ _______________________ 4. CARACTERIZAÇÃO DAS DESPESAS DO VISITANTE Quais foram suas despesas com:

Aluguel de equipamentos dentro do parque fora do parque / local valor (R$)

bicicleta

canoa

bóia

carro

bota de caminhada

capacete

lanterna

salva-vidas

cavalo

outros __________

outros __________

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Hospedagem dentro do parque fora do parque / local valor (R$)

pousada

Hotel

camping

pensão

aluguel de casa

quarto em casa de família

outros __________

outros __________

Atividades dentro do parque fora do parque / local valor (R$)

Rafting

canoagem

escalada

Rapel

asa-delta

mergulho

visita à caverna

arvorismo

passeio à cavalo

Outros __________

Outros __________

Alimentação dentro do parque fora do parque / local valor (R$)

lanchonete

restaurante

Bar

supermercado

loja de conveniência

outros __________

outros __________

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Serviços / produtos dentro do parque fora do parque / local valor (R$)

guias e condutores

mapas

presentes

artesanato

lembranças

guias e manuais

culinária local

roupas

cavalo

outros __________

outros __________

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Anexo 2. Q-Cat (Questionnaire Catalogue): Modelo adaptado CAPÍTULO I : CARACTERÍSTICA DOS VISITANTES Q1. Qual o ano do seu nascimento? 19____ Q2. Qual o maior nível de educação que você atingiu? (1) Educação fundamental (4) Pós-graduação, doutorado e correlatos (2) Ensino médio (5) Outro – ensino técnico (3) Graduação Q3. Qual sua atual situação de emprego? (1) Do lar (5) Aposentado, trabalhando em tempo integral (2) Desempregado (6) Aposentado, trabalhando em tempo parcial (3) Estudante (7) Empregado, tempo parcial (4) Aposentado, não trabalhando (8) Empregado, tempo integral (9) Outro Q4. Qual dos seguintes representa a sua raça ou descendência étnica? (1) Européia (3) Asiática (2) Africana (4) Índigena (5) Não quis responder (6) Outro. Qual? ________________________ Q5. Com qual tipo de grupo você está visitando o parque? (1) Sozinho – individual (5) Grupo de viagem (2) Dois ou mais parentes (6) Família e amigos (3) Dois ou mais amigos juntos (7) Casal (4) Interesse especial – (pescadores, acampantes) (8) Grupo escolar

(9) Outro Q6. Alguém de seu grupo possui necessidades especiais que limitam sua capacidade de visitar o parque? (1) Sim (2) Não (passe para Q9) Q7. Que tipo de necessidade especial é essa? (1) Auditiva (4) Aprendizado (2) Visual (5) Mental (3) Mobilidade Q8. Em qual local do parque seu acesso foi restrito? ______________________________________ Q9. Qual dos seguintes níveis de renda, melhor descrevem sua renda familiar? (1) Até 1 salário mínimo (6) Mais de 10 à 20 s.m. (2) Mais de 1 à 2 s.m. (7) Mais de 20 s.m. (3) Mais de 2 à 3 s.m. (8) Sem rendimento (4) Mais de 3 à 5 s.m. (9) Sem declaração (5) Mais de 5 à 10 s.m.

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Q10. Qual língua você entende e fala fluentemente (ou membros do seu grupo)? (1) Inglês (3) Italiano (2) Espanhol (4) Francês (5) Outro. Qual? ____________________________ Q11. Que tipo de trabalho você desempenha(ou)? (1) Administrativo/ profissional (2) Serviços (3) Produção/ artesanato/ reparo (4) Operadores/ fabricantes/ trabalhadores (5) Outros (6) Técnico / vendas Q12. Qual seu atual estado civil? (1) Solteiro – nunca casado (passe para Q15) (2) Casado (3) Viúvo (passe para Q15) (4) Divorciado (passe para Q15) (5) Separado (passe para Q15) Q13. Qual a atual situação de emprego de seu(a) esposo(a)? (1) Do lar (2) Desempregado (3) Estudante (4) Aposentado, não trabalhando (5) Aposentado, trabalhando em tempo integral (6) Aposentado, trabalhando em tempo parcial (7) Empregado, tempo parcial (8) Empregado, tempo integral (9) Outro Q14. Se seu esposo(a) está empregado(a), que tipo de trabalho ele(a) faz? (1) Administrativo/ profissional (2) Serviços (3) Produção/ artesanato/ reparo (4) Operadores/ fabricantes/ trabalhadores (5) Outros (6) Técnico / vendas Você está viajando com: Q15. (A) Bebês com menos de 5? ____Não, Se sim, QUANTOS? ____ Q16. (B) Crianças com menos de 12? ____Não, Se sim, QUANTOS? ____

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Q17. (C) Adolescentes 13-19 ? ____Não, Se sim, QUANTOS? ____ Q18. (D) Alguém com mais de 62? ____Não, Se sim, QUANTOS? ____ Q19. Qual seu sexo? (1) Feminino (2) Masculino Q20. Qual seu país de residência permamente? (1) Brasil (6) Estados Unidos (2) Argentina (7) Itália (3) Paraguai (8) França (4) Uruguai (9) Outro. Qual? _________ (5) Chile

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CAPÍTULO II : CARACTERÍSTICAS DA VIAGEM Q1. Que tipo de acomodação noturna você usa (usou)? (1) Motel/ hotel (5) Veículo de recreação (2) Residência, amigo, parente (6) Aluguel resort (cabine, condo, etc.) (3) Segunda residência (7) Camping (barraca) (4) Residência permamente Q2. Você e seu grupo passaram a noite no parque (e/ou na área próxima ao parque)? (1) Sim (2) Não Q3. Que tipo de acomodação você usou na noite passada? _______________________________ (Código: idem questão acima) Q4. Se você soubesse que o parque estava fechado este ano, onde você teria ido? (1) Outro parque nacional/municipal (5) Visitar os pais (2) Parque estadual (6) Cidade (3) Parque temático (7) Outro_____________ (4) Outro parque Q5. Que outras áreas (naturais) você está planejando visitar nesta viagem? _______________________________________ Q6. Qual foi sua primeira destinação nesta viagem? (1) Outro parque nacional/municipal (2) Parque estadual (3) Parque temático (5) Visitar os pais (4) Outro parque (6) Cidade Q7. Qual é a sua destinação planejada para hoje (dia em que você deixar o parque)? ________________________________________ Q8. Você está viajando todo o caminho com o mesmo tipo de veículo? (1) Sim (2) Não Q9. Que forma de transporte você (e seu grupo) usa para chegar ao parque? (1) A pé (7) Bicicleta (2) Carro próprio (8) Cadeira de roda (3) Van (9) Motocicleta (4) Ônibus de turismo (10) Motor home (5) Transporte urbano (11) Outro (6) Carro alugado Q10. Nos últimos 12 meses, quantas visitas você fez ao parque, incluindo esta? (1) 1 (passe Q12) (4) 6 a 10 (2) 2 (5) mais de 10 (3) 3 a 5

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Q11. Quando foi a última vez que você visitou o parque? (1) Semana passada (5) Há 6 meses (2) Mês passado (6) Há 1 ano (3) Há 2 meses (7) Outros. Qual?_______ (4) Há 3 meses Q12. Quanto tempo você vai estar longe de casa durante esta viagem? (1) 1 a 3 dias (4) 12 a 15 dias (2) 4 a 7 dias (5) 1 mês (3) 8 a 12 dias (6) Outros. Qual?______ Q13. A sua visita ao parque foi organizada por um agente de viagem? (1) Sim (2) Não Q14. Quando você planejou esta visita? (1) O dia em que partimos (2) Uma semana antes de partirmos (3) Mais de uma semana e menos de um mês (4) Há 1 mês ou mais Q15. Qual o motivo de sua viagem? (1) Dia fora/ picnic/ estudo/ esporte (5) Passando pelo parque (2) Férias (6) Outros motivos (3) Visita à amigos/ família (7) à trabalho (não é visita) (4) Conhecer vários destinos Q16. Você teve alguma dificuldade para conseguir encontrar o parque? (1) Sim (2) Não (passe para Q19) Q17. Onde você teve problema? ________________________________________ Q18. Que tipo de dificuldade foi essa? (1) Desvios (4) Visitante citou alguns trechos das estradas (2) Informações incorretas (5) Trânsito (3) Visitante perdeu informações (6) Outros. Qual? ________________________________________________________________ Q19. Você teve algum problema para encontrar o seu caminho dentro do parque? (1) Sim (2) Não Em caso afirmativo, em qual local? Entre quais locais? ________________________________________________________________________________ Q20. Você participou de outras viagens deste tipo no último mês/ ano? (trilhas, travessias, etc) (1) Sim (2) Não

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CAPÍTULO III: CARACTERÍSTICA DA VISITA Onde você foi e o que você fez no parque? Por quanto tempo vc permaneceu lá?

Q. Local Atividade Permanência (min.)12345

Na lista abaixo, por favor, marque à esquerda, as atividades que você e seu grupo fizeram durante esta visita e, à direita, as atividades que você e seu grupo fizeram em visitas passadas. Quão satisfeito você está com a sua (atividade)? A que horas do dia você esteve lá?

Q. Atividade Satisfação Horário Legenda6 Natação na lagoa 7 Caminhada (1) Muito satisfeito 8 Corrida (2) Satisfeito9 Visita a ponto histórico (3) Nem satisfeito nem insatisfeito

10 Trilha auto guiada (4) Insatisfeito11 Trilha guiada (5) Muito insatisfeito12 Programa educ. amb. (6) Não sei13 Conversa com guia 14 Pesca (1) Entre 8h e 10h15 Observação de animais (2) Entre 10h e 12h16 Tirou fotografias (3) Entre 12h e 14h17 Picnic (4) Entre 14 e 16h18 Outro. Qual? (5) Entre 16h e 18h19 (6) Outro. Qual?20

Q21. O que você fez enquanto esperou pela visita guiada? _________________________________ Caso não tenha feito a visita guiada, não responder Q30 e Q31. Q22. Você usou um passe, pagou alguma tarifa ou entrou no parque gratuitamente? (1) Pagou uma tarifa única (2) Pagou uma tarifa anual (3) Negócios do governo (4) Não pagou (Isento) (5) Não pagou (estação fechada) (6) Outro Q23. Você pagou alguma outra tarifa durante sua permanência no parque (se sim) qual tarifa você pagou?___________ Q24. Quanto lhe custou? R$___________. Q25. Quantas pessoas estão/estavam viajando com você em seu grupo? (1) Apenas 1 (3) de 3 a 5 pessoas (5) Mais de 10 pessoas (2) 2 pessoas (4) de 6 a 10 pessoas (6) Nenhuma Q26. Quantas pessoas estão/estavam viajando com você em seu carro?

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(1) Apenas 1 (4) de 6 a 10 pessoas (2) 2 pessoas (5) Mais de 10 pessoas (3) de 3 a 5 pessoas (6) Nenhuma Q27. Você dormiu no parque ou em uma área próxima ao parque durante esta visita? (1) Sim (2) Não Q28. Quantas noites você ficou fora do parque enquanto visitava-o? (1) Nenhuma (4) 3 noites (2) Apenas 1 (5) Mais de 3 noites (3) 2 noites Q29. Você está aqui para visitar o parque ou apenas para passar por ele? (1) Visitar (2) Passar pelo parque Q30. Quanto tempo você gastou para conseguir o ticket da trilha guiada?______________________ Q31. Quanto tempo levou de sua chegada até o início de sua trilha guiada?____________________

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CAPÍTULO IV: AVALIAÇÕES Q1. Você percebeu alguma mudança deste sua última visita? (Caso já tenha visitado o parque) - (Veja: Guia de Problemas) ____________________________________________________________________________ Q2. O que você menos gostou sobre sua visita ao parque? (Idem) Havia alguma coisa específica que você esperava fazer durante sua visita ao parque, mas você não foi capaz de fazer? Em caso afirmativo, o que você esperava fazer?

Q. Atividades Assinalar Q. O que impossibilitour vc de fazer isso?3 Caminhada 164 Conversa com guia 175 Corrida 186 Fazer fotografias 197 Natação na lagoa 208 Observação de animais 219 Pesca 22

10 Picnic 2311 Programa educ. amb. 2412 Trilha auto guiada 2513 Trilha guiada 2614 Visita a ponto histórico 2715 Outro. Qual? 28

Q29. Em que grau aquilo afetou a sua experiência (satisfação) de estar aqui no parque? (1) Não afetou (2) Ligeiramente negativo (3) Muito negativo (4) Extremamente negativo (5) Não sei Q30. Há mais alguma coisa que você gostaria de nos dizer sobre a sua visita? _________________________________________ Q31. Antes de sua visita, como você e seu grupo conseguiram informações sobre o parque? (Veja: Guia de fontes de informação) _________________________________________ Q32. Quando você recebeu informações sobre o parque? ________________________________________ Q33. Que fonte você mais se lembra? ________________________________________ Q34. Qual foi mais útil? _________________________________________

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Q35. Antes de sua viagem, a quantidade de informação que você encontrou sobre o parque te ajudou a planejar a viagem? (1) Mais do que você queria (2) Tanto quanto você queria (3) Menos do que você queria (4) Não procurou informações Q36. Note: (Caso seja menos do que você queria:) Por favor, explique qual informação você queria? _________________________________________ Q37. Após você chegar, a quantidade de informação que você encontrou era: (1) Mais do que você queria (2) Tanto quanto você queria (3) Menos do que você queria (4) Não procurou informações Q38. Por favor explique qual informação você queria? ________________________________________ Q39. O propósito do parque (IBAMA) é proteger recursos naturais, históricos e culturais, promover oportunidades para o uso público e apreciação destes recursos. Em qual profundidade você acredita que estes propósitos estão sendo balanceados neste parque? (1) Precisa haver mais ênfase na proteção de recursos naturais, históricos e culturais. (2) Precisa haver mais ênfase na diversão do turista e na apreciação da natureza. (3) A gestão atual parece balancear bastante estes dois propósitos. Os efeitos do uso público podem ou não ter sido percebidos por você durante sua visita. Por favor indique da lista seguinte, quão freqüente você percebeu estes itens:

Código de freqüência Nunca (0) 1 2 3 4 5 Sempre

Q40. ____ Trilhas sem sinalização

Q41. ____ Árvores cortadas

Q42. ____ Grafite

Q43. ____ Lixo

Q44. ____ Aglomeração

Q45. ____ Marcas de fogueira

Q46. ____ Barulho de aviões

Q47. ____ Pessoas enfileiradas

Q48. ____ Pessoas desrespeitando normas

Q49. Você acredita que o parque deveria ter um sistema de reservas? (1) Sim (2) Não

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As pessoas associam o (parque ou as características do parque) com palavras que capturam sentimentos e imagens. Marque um X o mais próximo do termo que é característico dos seus sentimentos pela área.

1 2 3 4 5 Q50. Excitante _ _ _ _ _ Monótono

Q51. Fresco _ _ _ _ _ Amanhecido

Q52. Domesticado _ _ _ _ _ Selvagem

Q53. Humilde _ _ _ _ _ Orgulhoso

Q54. Tristeza _ _ _ _ _ Jóia

Q55. Cheio _ _ _ _ _ Vazio

Q56. Macio _ _ _ _ _ Duro

Q57. Feio _ _ _ _ _ Bonito

Q58. Pobre _ _ _ _ _ Rico

Q59. Forte _ _ _ _ _ Frágil

Q60. Profano _ _ _ _ _ Sagrado

Q61. Infinito _ _ _ _ _ Minúsculo

Q62. Eterno _ _ _ _ _ Temporário

Q63. De modo geral, quão satisfeito você esteve com sua visita ao parque? (1) Muito satisfeito (2) Satisfeito (3) Nem satisfeito nem insatisfeito (4) Insatisfeito (5) Muito insatisfeito (6) Não sei Q64. O que você mais gostou sobre a sua vista na área? ____________________________________ Q65. Quanto tempo você acha que as apresentações sobre o parque deveriam durar? ______________________________________

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Quão satisfeito você estava durante a sua visita, em relação aos fatores a seguir:

Q.66 Partic. prog. de interpretação67 Procurar info. publicações do parque68 Participação em trilha guiada69 DemonstraçõesQ.70 Natação na lagoa 71 Caminhada 72 Fazer fotografia73 Fazer churrasco74 Observação de animais75 Apreciação naturezaQ.76 Sede do parque77 Lixeiras78 Trilhas79 Portal de entrada80 Banheiros81 Churrasqueiras82 EstacionamentoQ.83 Lanchonete84 Barraca de milho/ côcoQ.85 Limpeza trilhas86 Execução das leis87 Folheteria88 Mapas89 Limpeza WC90 Guia91 SegurançaQ.92 Garçom/ atendente

Legenda: (1) Muito satisfeito, (2) Satisfeito,(3) Nem satisfeito nem insatisfeito, (4) Insatisfeito, (5) Muito insatisfeito, (6) Não sei

Serviços do parque

Serviços da concessionária

Atividades e programas do parque

Atividades independentes

Instalações administradas pelo parque

Instalações adm. pela concessionária

Q93. Serviços do parque em geral (Por cada serviço, estrutura, ou programa que você está descontente, por favor explique o motivo no espaço indicado: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

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Q94. Haviam serviços, instalações ou programas que não estavam disponíveis no parque e que poderiam ter aumentado a sua satisfação? (1) Sim. Qual? _____________________________ (2) Não Q95. Quando você prefere assistir a apresentação sobre o parque? _________________________________________ Q96. Apresentações e visitas guiadas podem incluir poucas ou muitas pessoas. Quantas pessoas você acha que deveriam fazer parte de uma visita que você estivesse participando? (1) 1 a 5 pessoas (4) 16 a 20 pessoas (2) 6 a 10 pessoas (5) Mais de 20 pessoas (3) 11 a 15 pessoas Q97. Por favor marque os serviços, instalações e programas que você usou durante a sua visita ao parque.

Q97. Serviços, instalações e programas Q. Utilidade Q. Qualidade01. Barraca de milho/ côco 98 Q.02. Churrasqueiras 99 Q.03. Demonstrações 100 Q.04. Estacionamento 101 Q.05. Lanchonete 102 Q.06. Lixeiras 103 Q.07. Portal de entrada 104 Q.08. Programa de interpretação 105 Q.09. Publicações do parque 106 Q.10. Sanitários 107 Q.11. Sede do parque 108 Q.12. Trilha guiada 109 Q.13. Trilhas auto-guiadas 110 Q. Como você classificaria os serviços, programas e instalações que você usou? Utilidade (1) Extremamente útil (4) Útil de algum modo (2) Muito útil (5) Inútil (3) Moderadamente útil (6) Não sei Qualidade (1) Muito bom (4) Pobre (2) Bom (5) Muito pobre (3) Médio (6) Não sei Q111. Estes serviços estavam dentro ou fora do parque? (1) Dentro (2) Fora Q112. Você acha que o parque tem um número suficiente de instalações, serviços e programas disponíveis para pessoas com necessidades especiais, como pessoas com algum tipo de limitação física? (1) Sim (2) Não

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CAPÍTULO V : ECONOMIA Q1. Você teria ido ao parque se o custo fosse R$ _____ maior do que seus gastos atuais? Q2. Durante a visita, quanto você e seu grupo gastou com (por pessoa): (1) Acomodação _________ (hotel, camping) (2) Viagem _________ (combustível, tkt) (3) Restaurante _________ (4) Outros gastos_________ (filme, presente) Q3. Quanto você e seu grupo gastaram nas últimas 24 horas com (por pesssoa): (1) Acomodação _________ (hotel, camping) (2) Viagem _________ (combustível, tkt) (3) Restaurante _________ (4) Outros gastos_________ (filme, presente) Q4. Quanto você e seu grupo gastou durante a viagem, quando você visitou o parque? (Total da viagem) _____ Aluguel _____ Aluguel carro/ barco _____ Barraca _____ Bebidas alcoólicas _____ Calçados _____ Bronzeador _____ Médicos _____ Comida e Bebida _____ Pesca _____ Conserto do carro/ barco _____ Roupas _____ Doces _____ Tour _____ Entrada do cinema _____ Tarifa de ônibus _____ Entrada em eventos esportivos _____ Tarifa aérea _____ Equipamentos esportivos _____ Serviços pessoais (barbeiro, etc) _____ Estacionamento _____ Revelação de filme _____ Filmes fotográfico _____ Remédios _____ Guias de viagem/ serviços _____ Lembranças _____ Outros Q5. Qual das alternativas abaixo melhor descreve como os custos da viagem foram pagos? (1) Eu paguei meus gastos e de ____ outras pessoas (2) Eu paguei apenas os meus próprios gastos (3) Eu dividi os gastos (4) Uma outra pessoa pagou os gastos Q6. Quanto você (seu grupo) gastou para vir de sua residência para o parque, sem contar o dia de hoje? (gasto com a viagem) ________________________________________ Q7. Quanto você gastou hoje? ________________________________________

Abaixo estão um número de afirmações que abordam o relacionamento entre a preservação de áreas naturais e o desenvolvimento econômico. (Por favor selecione um código de concordância para cada afirmação:

(1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Neutro (4) Discordo (5) Discordo plenamente (6) Não sei

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Q8.____Algumas áreas deveriam ser preservadas apesar da perda de benefícios econômicos. Q9.____Necessidades de trabalho de comunidades locais deveriam ser atendidas antes do que as necessidades de qualidade ambiental. Q10.____Áreas demais estão sendo utilizadas para recreação ao invés do desenvolvimento econômico. Q11.____Algumas áreas deveriam ser mantidas completamente intactas e não utilizadas para extração de óleo, gás, vida animal, madeira ou recreação. Q12. Você diria que o preço para visitar o parque é: (1) Alto (2) Baixo (3) Correto Q13. Você estaria disposto a pagar R$______para comprar um PASSE ANUAL para visitar o parque? (1) Não (2) Sim. Se sim, não responder Q17. Q14. Dinheiro para preservação pode ser investido em diferentes maneiras. Qual a porção de 100% do preço que você escolheu, você gastaria para preservar a visitação, manter e proteger o parque do aumento do fluxo de visitantes ou restaurar o parque à sua condição original? (1) Até 10% (4) de 51 a 70% (2) de 11 a 20% (5) 100% (3) de 21 a 50% (6) Outro. Qual? _______ Q15. Qual é o máximo montante de dinheiro que você estaria disposto a pagar de sua renda familiar para garantir a preservação deste parque? (1) O parque não tem preço (Fim) (2) Valor: _____________ (Fim) (3) Não disposto a pagar Q16. Porque você decidiria não pagar? ________________________________________ Q17. Porque você não estaria disposto a pagar um passe anual? (1) Não uso o parque o bastante para justificar a compra do passe (2) Existem muitos outros locais para ir que são mais baratos (Já foram adequadamente preservados) (3) Não tenho condição de pagar por isso (4) Não é correto solicitar dinheiro para entrar em um local público

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CAPÍTULO VI: AGLOMERAÇÃO/ CONFLITO Q1. Você acampou no interior do parque? (1) Sim (2) Não (Não responder Q5) Q2.Você visitou alguma área do interior do parque? (1) Sim (2) Não Q3.Você considera essa área (que você visitou) uma "área em estado natural”? (1) Sim (2) Não. Porquê? ___________________________________ Q4. Onde o “interior do parque” começa? ___________________________________ Q5. Você estava sob a vista ou escutava algum outro grupo de pessoas acampando? (1) Sim. Quantos grupos? _____________ (2) Não. Q6. Quantos encontros com outros grupos ou pessoas você teve durante a sua trilha?_____ Q7. Quantos outros grupos?_____________ Q8. Qual foi o maior grupo de pessoas que você encontrou enquanto esteve no interior do parque?___________________________ Q9. Durante sua visita no parque você teve alguma problema com outro visitante do parque? (1) Sim (2) Não (Vá para Q14) Q10. Em caso afirmativo, qual foi o problema? ____________________________________ Q11. O que aconteceu entre você (seu grupo) e ele(s)?_____________________________ Q12. O problema foi solucionado? (1) Sim (2) Não Q13. Em caso afirmativo, como ocorreu a resolução do problema? ____________________________________ Q14. Durante sua visita ao parque você (e seu grupo) sentiram muita aglomeração? (1) Sim (2) Não Q15. Como você se sente sobre o número de pessoas no parque hoje? (1) Gostaria de ter visto muito mais gente (4) Um pouco de gente demais (2) Gostaria de ter visto um pouco mais de gente (5) Gente demais (3) Nem muito nem pouco Q16. Como você avalia o número de pessoas que você viu, em relação ao que você esperava ver? (1) Muito menos aglomerado do que eu esperava (2) Menos aglomerado do que eu esperava (3) Tão aglomerado quanto eu esperava (4) Muito mais aglomerado do que eu esperava (5) Eu não tinha nenhuma expectativa Q17. Excluindo o seu grupo, quantas pessoas você acredita ter visto aqui hoje?_____________

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Q18. Quantos encontros você teve com outros grupos que estavam fazendo a mesma atividade que seu grupo?___________________________ Q19. Quão aglomerado você sente esta área hoje? (1) Não tão aglomerado (2) A quantidade correta (3) Um pouco aglomerado (4) Extremamente aglomerado (5) Não sei Quantas pessoas você viu em cada uma das áreas seguintes:

Q Locais N. de pessoas20 Sede do parque21 Área de churrasqueiras22 Caminho do Saquinho23 Trilha da Restinga24 Caminho da Gurita25 Cachoeira26 Lagoa (praia)

No contar o número de pessoas de seu próprio grupo.

Como você se sentiu em relação ao número de pessoas que você viu em cada um dos seguintes lugares:

Q Locais Aglomeração27 Sede do parque28 Área de churrasqueiras29 Caminho do Saquinho30 Trilha da Restinga31 Caminho da Gurita32 Cachoeira33 Lagoa (praia)

Legenda(1) Poderia ter muito mais(2) Poderia ter um pouco mais(3) Número estava correto(4) Poderia ter um pouco menos(5) Deveria ter bem menos(6) Número não me afetou(7) Não fui lá

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Se você selecionou (4) ou mais na última questão, o que na presença das outras pessoas, fez você sentir a aglomeração?

Q Locais Motivo34 Sede do parque35 Área de churrasqueiras36 Caminho do Saquinho37 Trilha da Restinga38 Caminho da Gurita39 Cachoeira40 Lagoa (praia)

(1) O tipo de pessoa (2) O que as pessoas estavam fazendo (3) A proximidade das outras pessoas (4) A lentidão como caminhavam (5) Pessoas paradas no caminho (6) Outros Q41. Em que nível isso afetou a sua experiência (satisfação) no parque? (1) Extremamente positivo (2) Muito positivo (3) Levemente positivo (4) Não afetou (5) Levemente negativo (6) Extremamente negativo (7) Não sei Devem haver diversas alternativas de controlar o número de visitantes. (Defina um índice para cada uma das opções). Q42. ____ Estabelecer tarifa à ser cobrada de cada visitante. Q43. ____ Estabelecer quota de grupos de visitantes. Q44. ____ Criar campings a 400 metros de distância dos corpos de água. Q45. ____ Restringir o tamanho dos grupos em no máximo (X) pessoas. Q46. ____ Estabelecer um sistema de zonas e permitir apenas um certo número de visitantes em cada zona; Q47. ____ Estabelecer número máximo de visitantes nas trilhas. Q48. ____ Estabelecer limite de acampantes em cada área do parque. Q49. ____ Solicitar que os visitantes tragam de volta seu lixo (1) Fortemente a favor (4) Contra medianamente (2) A favor medianamente (5) Fortemente contra (3) Nem a favor nem contra (6) Não sei

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CAPÍTULO VII: VALORES Para cada declaração feita, por favor, nos diga em qual extensão você concorda ou discorda: Q1. ____ Parques Nacionais são um luxo para o qual não podemos comprometer recursos em períodos de dificuldade econômica. Q2. ____ Os Parques Nacionais nos ajudam a relembrar que o nosso futuro está amarrado a preservação da natureza e dos recursos naturais. Q3. ____ As pessoas podem pensar que um local é valioso mesmo que elas não vão lá pessoalmente. Q4. ____ O IBAMA/ Floram coloca muita ênfase na preservação. Q5. ____ É importante que os Parques Nacionais ofereçam-nos uma chance para ver o Brasil como os primeiros colonizadores o viram. Q6. ____ Os brasileiros precisam de lugares como os Parques Nacionais para recarregar suas baterias. Q7. ____ Uma função importante do IBAMA/ Floram é proteger pássaros nativos, plantas e animais. Q8. ____ Petróleo e gás natural encontrado em Parques Nacionais devem ser explorados desde que seja de interesse nacional. Q9. ____ Eu sou feliz por haverem Parques Nacionais, mesmo que eu não os visite. Q10. ____ Os brasileiros deveriam dispor maior suporte financeiro para o IBAMA evitar o aumento das atividades comerciais nos Parques Nacionais. (1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Neutro (4) Discordo (5) Discordo plenamente (6) Não sei Quais atributos dos parques deveriam ser preservados e enfatizados para as futuras gerações, pelos planejadores dos parques? (Idem: código) Q11. ____ Preservação das áreas naturais atuais. Q12. ____ Restauração das áreas naturais originais. Q13. ____ Desenvolver facilidades recreativas (camping, trilhas). Q14. ____ Programas e displays educativos. Q15. ____ Estruturas históricas e sítios arqueológicos. Q16. ____ Melhoria e proteção das paisagens cênicas. Q17. ____ Áreas recreativas não desenvolvidas (Interior do parque). Q18. Se você fosse um gerente planejando o futuro do parque, o que você proporia? ____________________________________ Q19. Por favor marque com um X, todos os espaços que deveriam existir em um parque. Você pode marcar quantos itens você acreditar que sejam necessários. ____ Um lugar para ser usado como um playground para todas as idades. ____ Um lugar para recreação ao ar livre e prática de esportes. ____ Um lugar para divertimento com uma atmosfera festiva. ____ Um lugar para estar sozinho. ____ Um lugar para ter um pouco de privacidade. ____ Um lugar para descansar. ____ Um lugar para usar com a família. ____ Um lugar para onde viajar. ____ Um lugar para fazer picnic. ____ Um lugar para estar com os amigos. ____ Um lugar para grupos se encontrarem. ____ Um lugar para proteger animais silvestres. ____ Um lugar para proteger a natureza.

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Q20. Em uma escala de um a dez, como você avaliaria a sua experiência geral aqui no parque, (10 sendo o melhor, 1 sendo o pior)? _______________________________________ Aqui está uma lista de razões do porque as pessoas vêm para o parque ou o quê elas gostam aqui. Por favor elenque a importância destes itens para você: Código de importância (1) Muito importante (2) Moderadamente importante (3) Não importante (4) Não sei Educação: Motivações educacionais Q21. _____Para descobrir, conhecer e experenciar coisas novas. Q22. _____Para ser diferente e usar minha imaginação. Q23. _____Para ensinar e ajudar outras pessoas. Q24. _____Para estudar a área e aprender sobre sua topografia. Educação: envolvendo a natureza Q25. _____Para aprender, experenciar e sentir a natureza. Emocional / Realizações Q26. _____Para o auto-conhecimento, para conhecer e testar minhas habilidades. Código de importância (1) Muito importante (2) Moderadamente importante (3) Não importante (4) Não sei Q27. _____Para me sentir realizado e porque eu gosto de dominar as coisas. Q28. _____Para estar sozinho, ser meu próprio chefe, me sentir livre e controlar a situação. Q29. _____Para pensar, refletir e desenvolver meus valores pessoais e espirituais. Q30. _____Para estar em um ambiente calmo e poder relaxar a minha mente. Q31. _____Para estar sozinho. Q32. _____Para evitar as pressões e demandas da vida diária. Q33. _____Para me recompor de tensões e do stress. Q34. _____Para fugir da família e do barulho de casa. Motivações interpessoais e sociais Q35. _____Para estar e interagir com pessoas. Q36. _____Para fazer algo com a família. Q37. _____Para desenvolver habilidades sociais, ser reconhecido socialmente e ser respeitado. Q38. _____Para estar com pessoas com os mesmos valores e que gostam das mesmas coisas que eu. Riscos e habilidades Q39. _____Para viver situações perigosas. Q40. _____Para evitar riscos. Atividades físicas Q41. _____Para me exercitar e manter a forma. Q42. _____Para relaxar e escapar das pressões físicas. Q43. _____Para usar/ testar meus equipamentos.

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Observação da paisagem Q44. _____Para observar a beleza da paisagem. Q45. Itens agrupados (Escolha apenas um de cada par) _____Experenciar excitamento _____Ter emoção _____Estar com amigos _____Estar com membros do meu grupo _____Fugir do calor (ou frio) _____Experenciar uma temperatura agradável _____Estar próximo a pessoas consideráveis _____Estar próximo a pessoas respeitáveis _____Estar próximo a outros que possam ajudar _____Saber que outros estão próximos se você precisar deles Itens não agrupados _____Estar ciente do que vai acontecer a você _____Evitar o inesperado _____Falar com outros sobre meu equipamento _____Fazer algo simples, fácil _____Desestruturar o meu tempo _____Por segurança _____Competir com outras pessoas _____Para confiar nas minhas habilidades _____Observar outras pessoas na área _____Para sentir o cheiro e som da natureza _____Para fazer algo como esboço, pintura ou fotografia Q46. Você defenderia restrições ao seu próprio uso do parque visando a preservação dos recursos? (1) Sim, sem pergunta (2) Talvez (3) Não (4) Não sei As sentenças abaixo são hipotéticas, com uma tentativa de solução. Código de aceitação (1) Fortemente a favor (2) A favor medianamente (3) Nem a favor nem contra (4) Contra medianamente (5) Fortemente contra (6) Não sei

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Q47. _____Se um incêndio causado por um raio estivesse queimando uma área pequena (menos de 320 alqueires), mas muito conhecida por sua beleza cênica, você seria a favor ou contra a extinção do incêndio? Ao responder, saiba que o incêndio não apresenta perigo imediato para vidas humanas ou para áreas do parque que possuam estrutura-física construída e que também não incendiará áreas externas ao parque. Q48. _____Se uma doença natural estivesse ameaçando acabar com uma planta que é utilizada com alimentação de um pássaro encontrado na área, você seria a favor ou contra o uso de técnicas veterinárias modernas para parar a doença? Ao responder, saiba que a doença não é contagiosa para seres humanos ou animais domésticos. Código de aceitação (1) Fortemente a favor (2) A favor medianamente (3) Nem a favor nem contra (4) Contra medianamente (5) Fortemente contra (6) Não sei Q49. _____Se um incêndio causado por um raio ameaçasse queimar 40% do parque, você seria a favor ou contra a extinção do incêndio? Ao responder, saiba que o incêndio estaria ameaçando parte da estrutura do parque, mas grande esforço estaria sendo feito para protegê-la, mesmo que a administração do parque decidisse não apagar o fogo e, de qualquer modo, o fogo não sairia de dentro do parque. Q50. _____Se atividades humanas ameaçassem extinguir inteiramente uma espécie de plantas, você seria a favor ou contra a restrição do uso da área? Ao responder, saiba que a administração não iria proibir completamente o uso da área, mas uma redução substancial do acesso a áreas de beleza cênica, teria que ser feita. A lista a seguir, de usos do parque, pode satisfazer algumas pessoas, mas, outras não. Por favor, indique se você acha que cada uma das seguintes atividades são: (1) Apropriado (2) Geralmente apropriado (3) Nenhum (4) Geralmente inapropriado (5) Inapropriado (6) Não sei Q51. ____ Backpacking Q52. ____ Coleta de fósseis Q53. ____ Mountain biking Q54. ____ Manter cabanas rústicas para abrigo Q55. ____ Pesca esportiva Q56. ____ Estradas para veículos 4X4 Q57. ____ Pesca Q58. ____ Trilhas para veículos 4X4 Q59. ____ Limpezas de áreas com serra elétrica Q60. ____ Extração de madeira Q61. ____ Presença de animais exóticos Q62. ____ Caça Q63. ____ Remoção de cobras e outros animais peçonhentos Q64. ____ Coleta de frutos Q65. ____ Aplicação de agrotóxicos para controlar as plantas baixas Q66. ____ Pastorear o gado

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Q67.____ Endurecimento do solo das trilhas para a utilização dos portadores de necessidades especiais Q68.____ Extração de água potável Q69.____ Desenvolvimento de áreas de camping (chuveiro, etc) Q70.____ Vôo de parapente Q71.____ Picnic (mesas, churrasqueiras, etc) Q72. Há alguns tipos de extração comercial (pesca comercial, mineração, acomodação, extração de petróleo) que geram impactos nos recursos do parque. Você acredita que estes usos nos parques deveriam ser: (1) Completamente banido (2) Permitido somente se extremamente regulamentados (3) Permitido Q73. Há alguns tipos de recreação motorizada que geram impactos nos recursos do parque ou na diversão de outros visitantes (Ex: barcos à motor, buggies, outros tipos de veículos terrestres). Você acredita que estes usos nos parques deveriam ser: (1) Completamente banido (2) Permitido somente se extremamente regulamentados (3) Permitido Q74. Há alguns tipos de recreação não-motorizada que geram impactos nos recursos do parque ou na diversão de outros visitantes (Ex: caça, corrida de bicicleta, maratona, cavalgada, trilhas de bicicleta, passeios de barco). Você acredita que estes usos nos parques deveriam ser: (1) Completamente banido (2) Permitido somente se extremamente regulamentados (3) Permitido Q75. As pessoas vêm para esse parque por muitas razões, experiências e valores diferentes. Qual seu maior interesse no parque? (1) Valores culturais (2) Valores históricos (3) Esportes recreativos (4) Características naturais/ paisagens (5) Solidão ou razões sociais (6) Vida selvagem

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CAPÍTULO VIII: ESTÍLO DE VIDA RECREACIONAL – PESQUISA DE MERCADO Assumindo que uma variedade de acomodações estão disponíveis, por favor indique o quanto você estaria disposto(a) a gastar por quarto, cabana, apartamento com os seguintes serviços incluídos (Q17):

Q. Amenidades R$1 Centro de eventos2 Piscina3 Telefone4 Lareira5 Televisão6 Varanda7 Equip. p. aluguel8 Tours programados9 Albergue

10 Business centre Por favor indique o seu nível de envolvimento com cada uma das seguintes atividades em seu local favorito, durante o último ano. (Freqüência) (1) Freqüentemente (3) Nunca (2) Algumas vezes (4) Não disponível Quão importantes seriam as seguintes atividades, para a sua decisão de visitar o parque? (Importância) (1) Extremamente importante (2) Importante (3) Neutro (4) Pouco importante (5) Sem importância alguma (6) Não sei Nós gostaríamos de saber sobre sua participação em atividades recreativas durante os últimos 12 meses. Por favor olhe a lista e diga em quais atividades você participou durante os últimos 12 meses, incluindo esta viagem. (Tão rápido quanto a atividade é mencionada, pergunte:) Quantos dias diferentes você participou desta atividade nos últimos 12 meses? (Número de dias)

Atividade Q. Frequência Importância N. de vezesCaminhada 11Conversa com guia 12Corrida 13Fazer fotografias 14Natação na lagoa 15Observação de animais 16Pesca 17Picnic 18Programa educ. amb. 19Trilha auto guiada 20Trilha guiada 21Visita a ponto histórico 22Outro: 23

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Quão importante, cada uma das instalações seguintes, seriam para atrair você ao parque?

Q. Amenidades CI24 Centro de eventos25 Piscina26 Telefone27 Lareira28 Televisão29 Varanda30 Equip. p. aluguel31 Tours programados32 Albergue33 Business centre

(1) Extremamente importante (2) Importante (3) Neutro (4) Pouco importante (5) Sem importância alguma (6) Não sei Q34. Por favor indique quais dos seguintes, são locais que você gostaria de visitar ou ter visitado no último ano? (1) Parque da Lagoinha do Leste (2) Parque Serra do Tabuleiro (3) Parque Unipraias (4) Ilha do Campeche (5) Ilha de Porto Belo (6) Lagoa da Conceição (7) Outro. Qual? _____________________________ Assumindo que todo tipo de restaurante, lanchonete e cafeteria estejam disponíveis na região, além das próprias cozinhas do seu apartamento de hotel ou residência, por favor indique o quanto você estaria disposto(a) pagar por pessoa pela sua alimentação em cada refeição: Q35. _____Café da manhã Q36. _____ Almoço Q37. _____ Jantar Q38. Quantas pessoas vivem em sua casa, incluindo você?___________________________ Q39. Em uma viagem regular, quantos quartos seriam necessários para acomodar o seu grupo? ______________________________________________ Por favor estime qual o número de finais de semana, dias de semana e feriados que você participou em atividades recreativas no último ano. Q40. _____Finais de semana Q41. _____Dias da semana Q42. _____Feriados

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Q43. Por favor indique as atividades que você participa localmente (menos de 2 horas de distância) e também durante suas viagens. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Q44. Onde você foi, em seu último período de férias?__________________________________ Q45. Quantas férias você tira por ano? (1) Apenas 1 (2) 2 férias (3) 3 férias (4) Outro. Quantas? ____________________________ Agora nós gostaríamos de perguntar algumas questões sobre você e suas férias. Por favor indique se você concorda ou discorda com cada uma das seguintes afirmações: Q46. ____ Eu nunca sairia de viagem sem reservas. Q47. ____ Eu sempre peço à um agente de viagens, informações sobre uma viagem de férias. Q48. ____ Eu gosto de viajar para lugares diferentes. Q49. ____ Acampar em uma barraca é a melhor maneira de estar próximo a natureza. Q50. ____ Se eu não consigo relaxar completamente, eu não sinto como se tivesse tido férias. Q51. ____ Eu prefiro tirar diversas férias curtas do que uma longa. Q52. ____ Eu não viajaria para um local onde não existisse acomodação de primeira classe. Q53. ____ Férias educativas são as mais divertidas e recompensadoras. Q54. ____ Em viagem eu sempre como em locais econômicos. Q55. ____ A parte mais importante de uma viagem é conhecer novas pessoas. (1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Neutro (4) Discordo (5) Discordo plenamente (6) Não sei

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CAPÍTULO 9: ATITUDES E PERCEPÇÕES AMBIENTAIS (Interferência na comunidade) Nós nos preocupamos sobre como você sente que o parque afeta você e sua comunidade.Por favor indique como é este sentimento em relação à:

Q1. _____Alcoolismo

Q2. _____Oferta de oportunidade de recreação

Q3. _____Mudança de valores, costumes e etc

Q4. _____Custo para a compra de imóveis

Q5. _____Aglomeração

Q6. _____Abuso de drogas

Q7. _____Proteção contra incêndio

Q8. _____Lixo

Q9. _____Oportunidade de compras

Q10. _____Paz, quietude, tranqüilidade

Q11. _____Preservação de espaços abertos

Q12. _____Saúde pública e bem-estar físico

Q13. _____Qualidade de vida

Q14. _____Reparo de estradas e áreas do parque

Q15. _____Trânsito

Q16. _____Aparência dos bairros vizinhos

Q17. _____Oferta de atividades culturais

Q18. _____Custo de bens e serviços

Q19. _____Orgulha da comunidade

Q20. _____Diversidade da vida

Q21. _____Sistema educacional

Q22. _____Renda dos residentes

Q23. _____Oportunidade de emprego

Q24. _____Estacionamento

Q25. _____Segurança pública

Q26. _____Conscientização pública sobre a importância da natureza

Q27. _____Valores dos imóveis

Q28. _____Impostos

Q29. _____Vandalismo

Código de interferência (1) Positiva (4) Geralmente positiva (2) Não afeta (5) Geralmente negativa (3) Negativa (6) Não sei

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Agora nós gostaríamos de perguntar algumas questões sobre seu sentimento em relação a natureza. Por favor indique se você concorda ou discorda de cada sentença abaixo: Q30. _____O equilíbrio da natureza é muito delicado e facilmente pode ser desfeito. Q31. _____Quando os seres humanos interferem na natureza, sempre produz conseqüências desastrosas. Q32. _____Os seres humanos precisam viver em harmonia com a natureza para poderem sobreviver. Q33. _____O homem está abusando severamente da natureza. Q34. _____O homem tem o direito de modificar o meio ambiente para satisfazer suas necessidades. Q35. _____O homem foi criado para PASSAR POR CIMA da natureza. Q36. _____Plantas e animais existem inicialmente para serem usados pelo homem. Q37. _____Nós estamos atingindo o limite máximo de pessoas que a terra pode suportar. Q38. _____Para manter uma economia saudável, nós teremos que desenvolver uma economia firme, onde o crescimento industrial seja controlado. Q39. _____A terra é como uma aeronave: com espaço e recursos limitados. Q40. _____Os homens não precisam se adaptar ao meio ambiente porque eles podem recriá-lo para satisfazer suas necessidades. Q41. _____Existem limites de crescimento a partir do qual nossa sociedade industrializada não pode expandir. Q42. _____Não há limites para o crescimento de nações como os Estados Unidos. Código de concordância (1) Concordo plenamente (2) Concordo (3) Neutro (4) Discordo (5) Discordo plenamente